Lauper ainda é garota divertida no palco, aos 55
Resenha de Show
Título: Bring ya to the Brink World Tour 2008
Artista: Cyndi Lauper
Local: Via Funchal (SP)
Data: 13 de Novembro de 2008
Foto: Stephan Solan (Divulgação / Via Funchal)
Cotação: * * * *
Em cartaz em São Paulo (sexta, 14 de novembro, na Via Funchal), Belo Horizonte (sábado, 15, Freegells Music), Curitiba (segunda-feira, 17, Teatro Positivo) e Porto Alegre (quarta-feira, 19, Teatro do Bourbon Country). Os preços variam de cidade para cidade.
O tempo se encarregou de provar que Cyndi Lauper não era páreo para Madonna, como se chegou a pensar em meados dos anos 80. Enquanto na década de 90 a material girl começou a se reinventar em busca da maturidade artística, a intérprete de Girls Just Want to Have Fun iniciou escalada descendente. Contudo, aos 55 anos, Lauper ainda é capaz de eletrizar uma platéia, como provou diante do público entusiamado que lotou a pista da casa paulista Via Funchal na noite de quinta-feira, 13 de novembro de 2008, para ver a primeira das cinco apresentações brasileiras da Bring ya to the Brink World Tour. O pretexto da turnê é divulgar o bom álbum atual de Lauper - Bring ya to the Brink (2008), em que a artista buscou volta às pistas ao cruzar a new wave oitentista com o eurodance - mas as músicas novas (Set your Heart, Echo, Into the Nightlife, Grab a Hold) nem de longe surtiram o efeito catártico provocado pelos hits dos álbuns antológicos de Lauper, True Colors (1986) e, sobretudo, She's So Unusual (de 1984).
O show foi tão curto quanto memorável. Em 1h2om, Lauper cantou 15 músicas, terminando a apresentação sozinha no palco. Foi no segundo bis, quando, munida de sua lap steel guitar, a artista entoou a canção True Colors, num belo anticlímax para um show que já começou arrasador, com Lauper elétrica, correndo de uma extremidade do palco à outra, enquanto revivia Change of Heart, do álbum True Colors. Mesmo nos números mais calmos, caso de When You Were Mine (cover do repertório de Prince em que a cantora se acompanhou ao violão), a energia era a de uma garota que queria apenas diversão. E Lauper divertiu seu público, folheando dicionário em cena para arriscar em português frases-clichês como "Amo Vocês" e "Como vai?". Clichê também foi abrir a Bandeira do Brasil dada por fã que se apertava na fila do gargarejo.
À medida que sentiu a temperatura quente na calorosa platéia, Lauper foi ficando cada vez mais simpática, a ponto de improvisar no primeiro bis The Goonies 'R' Good Enough, o hit de 1985 (gravado para a trilha sonora do filme The Goonies) que não estava previsto no roteiro oficial da turnê e que a artista começou a cantar a capella, segura de seu vigor vocal. Naquela altura, ela já estava com o ego devidamente afagado pelo público animado que proporcionou momentos catárticos quando a cantora reviveu sucessos como She Bop (de She's so Unusual), All Through the Night (outra gema do álbum de 1984) e I Drove All Night (único hit do terceiro álbum de Lauper, A Night to Remember, editado em 1989 sem a mesma repercussão comercial de seus dois antecessores). Foram momentos arrebatadores de uma noite que vai mesmo ficar na memória. Contudo, o melhor ainda estava por vir. Ao sair de cena após cantar Money Changes Everything (mais um tema de seu álbum de estréia, apresentado por Lauper num saboroso embate vocal com sua backing), a artista já sabia que iria voltar para cantar o que todo mundo esperava ouvir: Time After Time (número em que ela pilota sua lap guitar), True Colors e, claro, Girls Just Want to Have Fun, o megahit que levou a platéia ao delírio. Havia uma ou outra levada mais contemporânea nos arranjos tocados pela enxuta banda, mas, no todo, os sons remetiam mesmo aos anos 80. Sim, Lauper vive das glórias de seu passado. Contudo, ela mostrou que ainda tem força, voz e energia para hipnotizar uma platéia. E, justiça seja feita, sem recorrer aos aparatos cênicos (o palco estava nu) usados por sua outrora rival para comandar a massa. Parece que Cyndi Lauper ainda é, aos 55 anos, uma garota que quer apenas (se) divertir. E ela até consegue.
Título: Bring ya to the Brink World Tour 2008
Artista: Cyndi Lauper
Local: Via Funchal (SP)
Data: 13 de Novembro de 2008
Foto: Stephan Solan (Divulgação / Via Funchal)
Cotação: * * * *
Em cartaz em São Paulo (sexta, 14 de novembro, na Via Funchal), Belo Horizonte (sábado, 15, Freegells Music), Curitiba (segunda-feira, 17, Teatro Positivo) e Porto Alegre (quarta-feira, 19, Teatro do Bourbon Country). Os preços variam de cidade para cidade.
O tempo se encarregou de provar que Cyndi Lauper não era páreo para Madonna, como se chegou a pensar em meados dos anos 80. Enquanto na década de 90 a material girl começou a se reinventar em busca da maturidade artística, a intérprete de Girls Just Want to Have Fun iniciou escalada descendente. Contudo, aos 55 anos, Lauper ainda é capaz de eletrizar uma platéia, como provou diante do público entusiamado que lotou a pista da casa paulista Via Funchal na noite de quinta-feira, 13 de novembro de 2008, para ver a primeira das cinco apresentações brasileiras da Bring ya to the Brink World Tour. O pretexto da turnê é divulgar o bom álbum atual de Lauper - Bring ya to the Brink (2008), em que a artista buscou volta às pistas ao cruzar a new wave oitentista com o eurodance - mas as músicas novas (Set your Heart, Echo, Into the Nightlife, Grab a Hold) nem de longe surtiram o efeito catártico provocado pelos hits dos álbuns antológicos de Lauper, True Colors (1986) e, sobretudo, She's So Unusual (de 1984).
O show foi tão curto quanto memorável. Em 1h2om, Lauper cantou 15 músicas, terminando a apresentação sozinha no palco. Foi no segundo bis, quando, munida de sua lap steel guitar, a artista entoou a canção True Colors, num belo anticlímax para um show que já começou arrasador, com Lauper elétrica, correndo de uma extremidade do palco à outra, enquanto revivia Change of Heart, do álbum True Colors. Mesmo nos números mais calmos, caso de When You Were Mine (cover do repertório de Prince em que a cantora se acompanhou ao violão), a energia era a de uma garota que queria apenas diversão. E Lauper divertiu seu público, folheando dicionário em cena para arriscar em português frases-clichês como "Amo Vocês" e "Como vai?". Clichê também foi abrir a Bandeira do Brasil dada por fã que se apertava na fila do gargarejo.
À medida que sentiu a temperatura quente na calorosa platéia, Lauper foi ficando cada vez mais simpática, a ponto de improvisar no primeiro bis The Goonies 'R' Good Enough, o hit de 1985 (gravado para a trilha sonora do filme The Goonies) que não estava previsto no roteiro oficial da turnê e que a artista começou a cantar a capella, segura de seu vigor vocal. Naquela altura, ela já estava com o ego devidamente afagado pelo público animado que proporcionou momentos catárticos quando a cantora reviveu sucessos como She Bop (de She's so Unusual), All Through the Night (outra gema do álbum de 1984) e I Drove All Night (único hit do terceiro álbum de Lauper, A Night to Remember, editado em 1989 sem a mesma repercussão comercial de seus dois antecessores). Foram momentos arrebatadores de uma noite que vai mesmo ficar na memória. Contudo, o melhor ainda estava por vir. Ao sair de cena após cantar Money Changes Everything (mais um tema de seu álbum de estréia, apresentado por Lauper num saboroso embate vocal com sua backing), a artista já sabia que iria voltar para cantar o que todo mundo esperava ouvir: Time After Time (número em que ela pilota sua lap guitar), True Colors e, claro, Girls Just Want to Have Fun, o megahit que levou a platéia ao delírio. Havia uma ou outra levada mais contemporânea nos arranjos tocados pela enxuta banda, mas, no todo, os sons remetiam mesmo aos anos 80. Sim, Lauper vive das glórias de seu passado. Contudo, ela mostrou que ainda tem força, voz e energia para hipnotizar uma platéia. E, justiça seja feita, sem recorrer aos aparatos cênicos (o palco estava nu) usados por sua outrora rival para comandar a massa. Parece que Cyndi Lauper ainda é, aos 55 anos, uma garota que quer apenas (se) divertir. E ela até consegue.
8 Comments:
O tempo se encarregou de provar que Cyndi Lauper não era páreo para Madonna, como se chegou a pensar em meados dos anos 80. Enquanto na década de 90 a material girl começou a se reinventar em busca da maturidade artística, a intérprete de Girls Just Want to Have Fun iniciou escalada descendente. Contudo, aos 55 anos, Lauper ainda é capaz de eletrizar uma platéia, como provou diante do público entusiamado que lotou a pista da casa paulista Via Funchal na noite de quinta-feira, 13 de novembro de 2008, para ver a primeira das cinco apresentações brasileiras da Bring ya to the Back World Tour. O pretexto da turnê é divulgar o bom álbum atual de Lauper - Bring ya to the Back (2008), em que a artista buscou volta às pistas ao cruzar a new wave oitentista com o eurodance - mas as músicas novas (Set your Heart, Echo, Into the Nightlife, Grab a Hold) nem de longe surtiram o efeito catártico provocado pelos hits dos álbuns antológicos de Lauper, True Colors (1986) e, sobretudo, She's So Unusual (de 1984).
O show foi tão curto quanto memorável. Em 1h2om, Lauper cantou 15 músicas, terminando a apresentação sozinha no palco. Foi no segundo bis, quando, munida de sua lap steel guitar, a artista entoou a canção True Colors, num belo anticlímax para um show que já começou arrasador, com Lauper elétrica, correndo de uma extremidade do palco à outra, enquanto revivia Change of Heart, do álbum True Colors. A energia era a de uma garota que queria apenas diversão. E Lauper divertiu seu público, folheando um dicionário em cena para (tentar) arriscar em português frases-clichês como "Amo Vocês" e "Como vai?". Clichê também foi abrir a Bandeira do Brasil dada por fã que se apertava na fila do gargarejo.
À medida que sentiu a temperatura quente na calorosa platéia, Lauper foi ficando cada vez mais simpática, a ponto de improvisar no primeiro bis The Goonies 'R' Good Enough, o hit de 1985 (gravado para a trilha sonora do filme The Goonies) que não estava previsto no roteiro oficial da turnê e que a artista começou a cantar a capella, segura de seu vigor vocal. Naquela altura, ela já estava com o ego devidamente afagado pelo público animado que proporcionou momentos catárticos quando a cantora reviveu sucessos como She Bop (de She's so Unusual), All Through the Night (outra gema do álbum de 1984) e I Drove All Night (único hit do terceiro álbum de Lauper, A Night to Remember, editado em 1989 sem a mesma repercussão comercial de seus dois antecessores). Foram momentos arrebatadores de uma noite que vai mesmo ficar na memória. Contudo, o melhor ainda estava por vir. Ao sair de cena após cantar Money Changes Everything (mais um tema de seu álbum de estréia, apresentado por Lauper num saboroso embate vocal com sua backing), a artista já sabia que iria voltar para cantar o que todo mundo esperava ouvir: Time After Time (número em que ela pilota sua lap guitar), True Colors e, claro, Girls Just Want to Have Fun, o megahit que levou a platéia ao delírio. Havia uma ou outra levada mais contemporânea nos arranjos tocados pela enxuta banda, mas, no todo, os sons remetiam mesmo aos anos 80. Sim, Lauper vive das glórias de seu passado. Contudo, ela mostrou que ainda tem força, voz e energia para hipnotizar uma platéia. E, justiça seja feita, sem recorrer aos aparatos cênicos (o palco estava nu) usados por sua outrora rival para comandar a massa. Parece que Cyndi Lauper ainda é, aos 55 anos, uma garota que quer apenas (se) divertir. E ela até consegue.
Ela sempre foi melhor do que Madonna. A única coisa que faltou foi o aparato que a outra teve, de marketing principalmente.
Será que Cindy preferiu não misturar as coisas?
Adoro Cindy Lauper!
Qual o motivo dela não ter incluído o Rio na turnê? Adoraria reviver essa aura oitentista do show...
Ai que raiva, não vou poder assistir ao show que ela irá fazer em Curitiba, (motivo: fiquei sabendo do show de última hora - para uma artista como ela os shows foram pouco divulgados)...
Amo ela...
Ouvi dizer de alguns fãs e acho que na MTV também que Madonna havia puxado o tapete de Cyndi nos anos 80 e por isso ela não fez tanto sucesso. Eu prefiro a Cyndi mil vezes mais. O novo cd dela está maravilhoso e muito melhor que o da Madonna.
Acho que Lauper mesmo nos discos que não renderam grandes HITS conseguiu fazer ótimas canções, além de discos bem interessantes, Sisters Of Avalon, de tom mais roqueiro, At Last, em que se arriscou por standars de jazz, e o Body Acoustic, com releituras no mínimo curiosas de suas músicas e com varias participações (Ani DiFranco, Jeff Beck, Sarah McLachlan entre outros).
E a segurança na voz citada é sempre percebida, mesmo algumas pessoas caçoando do timbre meio "Minnie no hélio" [é estranha, mas adoro essa expressão] ela tem um domínio vocal e uma segurança louvável, enfim, sou bem mais Cyndi Lauper!
O novo cd da Cyndi é muito, mas muito bom. Ela pode não ser amparada pela parafernália que Madonna traz ao palco com êxito, mas no gogó, ela sempre foi muito superior.
Sucesso à sua nova turnée, essa garota merece!
Todos se pensarem com lógica se indagará ao mínimo a seguinte questão? Como uma cantora do porte da Cyndi Lauper "sumiu" da mídia??
Com certeza por ela só não foi a gravadora a derrubou e quem acompanha o trabalho dela sabe da história e qulquer leigo sabe que isso acontece diariamente no show business. Cyndi Lauper SEMPRE foi DIFERENTE quem não entende são as pessoas que vivem comparando-a. Tanto que só é tirar pelos seus shows... e outra a imagem de beleza de mulher fatal ela nunca quis ter, e não vive de escandalos... me conte um nesses últimos anos que te dou um CARRO.
E aliás esse último cd é tão bom quanto os seus primeiros a diferença é: TOQUE nas rádios exaustivamente pra que as pessoas ouçam, porque o povo só pode pedir aquilo que eles sabem que existe... vc já ouviu nas rádios as novas canções?
Foi divulgado na TV os shows dela?
A resposta está dada. Páreo ela nunca quis ser porque ela tem personalidade.
Abração!
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