15 de novembro de 2008

Alcina irmana Camelo e Chico numa folia sexual

"Se eu estivesse mais magra, eu ficava pelada", confidenciou Maria Alcina ao público que aplaudia seus trejeitos sensuais em sua aguardada apresentação na oitava edição do Mix Music, o evento musical realizado na noite de sexta-feira, 14 de novembro de 2008, dentro da programação paralela do 16º Mix Brasil - Festival de Cinema da Diversidade Sexual. O figurino carnavalesco revelou que Alcina estava bem acima do peso dos tempos áureos, mas a voz e a postura continuam em sua forma mais provocante. Aliás, a julgar por sua performance extrovertida no Mix Music, dá para imaginar o impacto provocado pela cantora mineira ao aparecer na amordaçada cena dos anos 70. Tanto que o regime militar da época logo tratou de impor um fim ao Carnaval de Alcina ao processá-la por comportamento subversivo. Tempos idos. Sem censura, a intérprete irmanou Marcelo Camelo (Todo Carnaval Tem seu Fim) e Chico Buarque (Não Existe Pecado ao Sul do Equador) na folia sexualizada comandada por ela no palco da choperia do Sesc Pompéia. Alcina fez caras, bocas e poses para apresentar roteiro aberto pelo Maracatu Atômico, de Jorge Mautner e Nelson Jacobina. Couberam ainda, dentro do espírito malicioso de seu show, músicas como Bacurinha, É Mais Embaixo e Prenda o Tadeu - as três de um álbum de 1985 (Prenda o Tadeu, Copacabana) em que a cantora investiu na malícia nordestina dos temas compostos com versos de duplo sentido. Em que pese alguns gestos exacerbados que roçaram a fronteira da vulgaridade, Alcina já estava com o jogo ganho quando recordou Fio Maravilha, o gol de placa de Jorge Ben Jor que a projetou nacionalmente em 1972 ao ser defendida por ela na sétima e última edição do FIC, o Festival Internacional da Canção exibido pela TV Globo. Foi o fim do Carnaval feito por Alcina em seu bloco solo. Contudo, dessa vez, o fim foi feliz. A folia tinha sido animada.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

"Se eu estivesse mais magra, eu ficava pelada", confidenciou Maria Alcina ao público que aplaudia seus trejeitos sensuais em sua aguardada apresentação na oitava edição do Mix Music, o evento musical realizado na noite de sexta-feira, 14 de novembro de 2008, dentro da programação paralela do 16º Mix Brasil - Festival de Cinema da Diversidade Sexual. O figurino carnavalesco revelou que Alcina estava bem acima do peso dos tempos áureos, mas a voz e a postura continuam em sua forma mais provocante. Aliás, a julgar por sua performance extrovertida no Mix Music, dá para imaginar o impacto provocado pela cantora mineira ao aparecer na amordaçada cena dos anos 70. Tanto que o regime militar da época logo tratou de impor um fim ao Carnaval de Alcina ao processá-la por comportamento subversivo. Tempos idos. Sem censura, a intérprete irmanou Marcelo Camelo (Todo Carnaval Tem seu Fim) e Chico Buarque (Não Existe Pecado ao Sul do Equador) na folia sexualizada comandada por ela no palco da choperia do Sesc Pompéia. Alcina fez caras, bocas e poses para apresentar roteiro aberto pelo Maracatu Atômico, de Jorge Mautner e Nelson Jacobina. Couberam ainda, dentro do espírito malicioso de seu show, músicas como Bacurinha, É Mais Embaixo e Prenda o Tadeu - as três de um álbum de 1985 (Prenda o Tadeu, Copacabana) em que a cantora investiu na malícia nordestina dos temas compostos com versos de duplo sentido. Em que pese alguns gestos exacerbados que roçaram a fronteira da vulgaridade, Alcina já estava com o jogo ganho quando recordou Fio Maravilha, o gol de placa de Jorge Ben Jor que a projetou nacionalmente em 1972 ao ser defendida por ela na sétima e última edição do FIC, o Festival Internacional da Canção exibido pela TV Globo. Foi o fim do Carnaval feito por Alcina em seu bloco solo. Contudo, dessa vez, o fim foi feliz. A folia tinha sido animada.

15 de novembro de 2008 às 11:04  

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