Biógrafa analisa com acerto a obra de Madonna
Resenha de livro
Título: Madonna
50 Anos
Autora: Lucy O' Brien
Editora: Nova
Fronteira
Cotação: * * * 1/2
Lançado na carona dos 50 anos da senhora Madonna, completados em agosto e abordados pela mídia com pompa pela simbologia da data, o bom livro de Lucy O' Brien é alardeado como uma biografia da cantora. Não deixa de ser, pois O' Brien - fã de Madonna desde 1984, ano do estouro de Like a Virgin - reconstitui os principais passos da vida pessoal e profissional da estrela, tendo entrevistado amigos, colegas e profissionais que já trabalharam com a artista. Entretanto, Madonna 50 Anos oferece, mais do que um simples relato biográfico, uma análise contundente da obra da diva que vem ao Brasil em dezembro com sua turnê Stick & Sweet Tour, que terá dois shows no Rio de Janeiro e três em São Paulo. Sem deixar que sua paixão de fã cegue sua visão a respeito da música de Madonna, Brien explica com embasamento a trajetória fonográfica da artista e detalha a estética de cada um dos espetáculos de Madonna. Enfatizando a repercussão na obra de acontecimentos emblemáticos na vida pessoal da artista, como a morte precoce da mãe e o estupro sofrido em Nova York (EUA) quando ela ainda batalhava por seu lugar ao sol, a biógrafa mostra como a cantora foi corajosa ao romper com a fórmula dance de seu primeiro bem-sucedido álbum (Madonna, 1983) já ao gravar o segundo disco, Like a Virgin (1984), turbinado com então pioneiros sons eletrônicos. Se True Blue (1986) adocicou a fórmula pop, com repertório melódico vocacionado para as paradas, Like a Prayer (1989) sinalizou expressiva maturidade artística e I'm Breathless (1990) foi relaxante mergulho na era do suingue jazzístico, dado para promover a trilha sonora do filme Dick Tracy. Também acertadamente, a autora recorda que Erotica (1992) foi gravado sob efeito devastador do livro Sex (1991) e coerentemente pautado por som cru, quase sombrio, e que Bedtime Stories (1994) - álbum mais baladeiro e mais soul - foi um ponto morno na discografia de Madonna. Na seqüência, o eletrônico Ray of Light (1998) sinalizou outro pico de maturidade artística - embebido na busca espiritual que começava a nortear as ações de Madonna - e que Music (2001) celebrou o som das pistas, mas sem a reverência à era da disco music que moldou Confessions on a Dance Floor (2005), um oportuno antídoto festivo para o baixo astral politizado que marca o fracassado American Life (2003). Infelizmente, o livro não chega a detalhar o processo criativo de Hard Candy (2008), o álbum que desloca Madonna do eixo europeu e a redireciona para as pistas dos Estados Unidos, onde, afinal, começou a saga desta artista que sabe se reinventar. Interessante, inclusive por esmiuçar a estética de cada turnê da estrela, o livro é bom aperitivo para os que esperam, ansiosos, pelos shows da Stick & Sweet Tour. Aos 50 anos, entronizada na preferência popular nos quatro cantos do Mundo, Madonna ainda dá as cartas no reino pop. Com olhar crítico, Lucy O'Brien ajuda a entender a longevidade desse reinado com texto analítico.
Título: Madonna
50 Anos
Autora: Lucy O' Brien
Editora: Nova
Fronteira
Cotação: * * * 1/2
Lançado na carona dos 50 anos da senhora Madonna, completados em agosto e abordados pela mídia com pompa pela simbologia da data, o bom livro de Lucy O' Brien é alardeado como uma biografia da cantora. Não deixa de ser, pois O' Brien - fã de Madonna desde 1984, ano do estouro de Like a Virgin - reconstitui os principais passos da vida pessoal e profissional da estrela, tendo entrevistado amigos, colegas e profissionais que já trabalharam com a artista. Entretanto, Madonna 50 Anos oferece, mais do que um simples relato biográfico, uma análise contundente da obra da diva que vem ao Brasil em dezembro com sua turnê Stick & Sweet Tour, que terá dois shows no Rio de Janeiro e três em São Paulo. Sem deixar que sua paixão de fã cegue sua visão a respeito da música de Madonna, Brien explica com embasamento a trajetória fonográfica da artista e detalha a estética de cada um dos espetáculos de Madonna. Enfatizando a repercussão na obra de acontecimentos emblemáticos na vida pessoal da artista, como a morte precoce da mãe e o estupro sofrido em Nova York (EUA) quando ela ainda batalhava por seu lugar ao sol, a biógrafa mostra como a cantora foi corajosa ao romper com a fórmula dance de seu primeiro bem-sucedido álbum (Madonna, 1983) já ao gravar o segundo disco, Like a Virgin (1984), turbinado com então pioneiros sons eletrônicos. Se True Blue (1986) adocicou a fórmula pop, com repertório melódico vocacionado para as paradas, Like a Prayer (1989) sinalizou expressiva maturidade artística e I'm Breathless (1990) foi relaxante mergulho na era do suingue jazzístico, dado para promover a trilha sonora do filme Dick Tracy. Também acertadamente, a autora recorda que Erotica (1992) foi gravado sob efeito devastador do livro Sex (1991) e coerentemente pautado por som cru, quase sombrio, e que Bedtime Stories (1994) - álbum mais baladeiro e mais soul - foi um ponto morno na discografia de Madonna. Na seqüência, o eletrônico Ray of Light (1998) sinalizou outro pico de maturidade artística - embebido na busca espiritual que começava a nortear as ações de Madonna - e que Music (2001) celebrou o som das pistas, mas sem a reverência à era da disco music que moldou Confessions on a Dance Floor (2005), um oportuno antídoto festivo para o baixo astral politizado que marca o fracassado American Life (2003). Infelizmente, o livro não chega a detalhar o processo criativo de Hard Candy (2008), o álbum que desloca Madonna do eixo europeu e a redireciona para as pistas dos Estados Unidos, onde, afinal, começou a saga desta artista que sabe se reinventar. Interessante, inclusive por esmiuçar a estética de cada turnê da estrela, o livro é bom aperitivo para os que esperam, ansiosos, pelos shows da Stick & Sweet Tour. Aos 50 anos, entronizada na preferência popular nos quatro cantos do Mundo, Madonna ainda dá as cartas no reino pop. Com olhar crítico, Lucy O'Brien ajuda a entender a longevidade desse reinado com texto analítico.
2 Comments:
Lançado na carona dos 50 anos da senhora Madonna, completados em agosto e abordados pela mídia com pompa pela simbologia da data, o bom livro de Lucy O' Brien é alardeado como uma biografia da cantora. Não deixa de ser, pois O' Brien - fã de Madonna desde 1984, ano do estouro de Like a Virgin - reconstitui os principais passos da vida pessoal e profissional da estrela, tendo entrevistado amigos, colegas e profissionais que já trabalharam com a artista. Entretanto, Madonna 50 Anos oferece, mais do que um simples relato biográfico, uma análise contundente da obra da diva que vem ao Brasil em dezembro com sua turnê Stick & Sweet Tour, que terá dois shows no Rio de Janeiro e três em São Paulo. Sem deixar que sua paixão de fã cegue sua visão a respeito da música de Madonna, Brien explica com embasamento a trajetória fonográfica da artista e detalha a estética de cada um dos espetáculos de Madonna. Enfatizando a repercussão na obra de acontecimentos emblemáticos na vida pessoal da artista, como a morte precoce da mãe e o estupro sofrido em Nova York (EUA) quando ela ainda batalhava por seu lugar ao sol, a biógrafa mostra como a cantora foi corajosa ao romper com a fórmula dance de seu primeiro bem-sucedido álbum (Madonna, 1983) já ao gravar o segundo disco, Like a Virgin (1984), turbinado com então pioneiros sons eletrônicos. Se True Blue (1986) adocicou a fórmula pop, com repertório melódico vocacionado para as paradas, Like a Prayer (1989) sinalizou expressiva maturidade artística e I'm Breathless (1990) foi relaxante mergulho na era do suingue jazzístico, dado para promover a trilha sonora do filme Dick Tracy. Também acertadamente, a autora recorda que Erotica (1992) foi gravado sob efeito devastador do livro Sex (1991) e coerentemente pautado por som cru, quase sombrio, e que Bedtime Stories (1994) - álbum mais baladeiro e mais soul - foi um ponto morno na discografia de Madonna. Na seqüência, o eletrônico Ray of Light (1998) sinalizou outro pico de maturidade artística - embebido na busca espiritual que começava a nortear as ações de Madonna - e que Music (2001) celebrou o som das pistas, mas sem a reverência à era da disco music que moldou Confessions on a Dance Floor (2005), um oportuno antídoto festivo para o baixo astral politizado que marca o fracassado American Life (2003). Infelizmente, o livro não chega a detalhar o processo criativo de Hard Candy (2008), o álbum que desloca Madonna do eixo europeu e a redireciona para as pistas dos Estados Unidos, onde, afinal, começou a saga desta artista que sabe se reinventar. Interessante, inclusive por esmiuçar a estética de cada turnê da estrela, o livro é bom aperitivo para os que esperam, ansiosos, pelos shows da Stick & Sweet Tour. Aos 50 anos, entronizada na preferência popular nos quatro cantos do Mundo, Madonna ainda dá as cartas no reino pop. Com olhar crítico, Lucy O'Brien ajuda a entender a longevidade desse reinado com texto analítico.
Ótima resenha Mauro, agora me animei mais ainda para comprar, MADONNA é MADONNA!
Postar um comentário
<< Home