Cristal torna leve a viagem de Teresa pelo Brasil
Resenha de show
Título: Você e Eu
Artista: Teresa
Salgueiro e Septeto
João Cristal
Local: Theatro
Municipal do
Rio de Janeiro (RJ)
Data: 31 de maio de 2008
Cotação: * * * *
Em cartaz no Brasil
São Paulo: 2 de junho
Porto Alegre: 3 de junho
Foto: Eny Miranda
Título: Você e Eu
Artista: Teresa
Salgueiro e Septeto
João Cristal
Local: Theatro
Municipal do
Rio de Janeiro (RJ)
Data: 31 de maio de 2008
Cotação: * * * *
Em cartaz no Brasil
São Paulo: 2 de junho
Porto Alegre: 3 de junho
Foto: Eny Miranda
(Cia. da Foto)
Ao final do belíssimo show que fez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na noite de sábado, 31 de maio de 2008, Teresa Salgueiro fez grata menção especial ao pianista brasileiro João Cristal, diretor musical e arranjador do espetáculo que motivou o retorno da cantora portuguesa, ex-vocalista do grupo Madredeus, aos palcos nacionais. Com muita propriedade, Salgueiro mencionou a leveza dos arranjos feitos por Cristal para o repertório de músicas brasileiras que ela canta no show Você e Eu, baseado no homônimo disco solo da intérprete. De fato, é essa leveza que torna agradável a viagem de Teresa por temas que já ganharam de registros memoráveis. O grupo comandado por Cristal - que incorporou o clarinetista Nailor Azevedo, o Proveta, nessa miniturnê nacional - cria sonoridade toda própria em vez de tentar perseguir a batida clássica da bossa nova ou a levada mais tradicional do samba. O que resultou em show de atmosfera envolvente - como os paulistas poderão comprovar na segunda-feira, 2 de junho, no Teatro Municipal de São Paulo, e os gaúchos de Porto Alegre (RS) na terça-feira, 3 de junho, no Teatro do Sesi.
Após o grupo abrir o show com versão instrumental de Wave, Teresa Salgueiro entra em cena e, quase sem sotaque, apresenta Chovendo na Roseira. É um início morno que logo esquenta no número seguinte, Na Baixa do Sapateiro, cujo arranjo evoca o universo baiano ao simular o som de um berimbau. Em Marambaia, a cantora já está totalmente à vontade e, com emissão perfeita, canta a letra em andamento acelerado. E o fato é que, ao desfiar roteiro que reproduz quase na ordem as 22 faixas do CD Você e Eu, Teresa Salgueiro mostra real intimidade com o cancioneiro brasileiro. A tal leveza dos arranjos dá brilho todo especial a músicas como A Felicidade (não por acaso, um dos números mais aplaudidos pela platéia que lotou o Municipal do Rio), Corcovado (numa linda versão instrumental de contorno jazzístico que destaca a maestria do toque do baterista Daniel Di Paula), Lamento, Inútil Paisagem e Insensatez, entre outras. Dez!
A sós com o piano de João Cristal, a intérprete também se mostrou apta a encarar o alto teor sentimental de um samba-canção como Risque - habilidade que ela reafirmaria momentos depois ao entoar Valsinha com o mesmo piano e com as intervenções do violoncelo de Denise Ferrari. Já em Só Tinha de Ser com Você quem se sobressai é Zé Alexandre Carvalho, cujo contrabaixo acústico dá a pulsação inicial do número. Única música menos conhecida no roteiro de standards, o Samba de Orfeu motiva a cantora a arriscar uns passos de samba em cena - o que ela faria com maior desenvoltura em Você e Eu. Enfim, uma viagem feliz pelo cancioneiro brasileiros dos anos 30 ao 70 que poderia até ser cansativa, porque todas as músicas já tiveram gravações antológicas, mas que transcorre leve por conta da musicalidade de Teresa Salgueiro e da criatividade do grupo de João Cristal. No todo, o show Você e Eu supera o CD homônimo.
Ao final do belíssimo show que fez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na noite de sábado, 31 de maio de 2008, Teresa Salgueiro fez grata menção especial ao pianista brasileiro João Cristal, diretor musical e arranjador do espetáculo que motivou o retorno da cantora portuguesa, ex-vocalista do grupo Madredeus, aos palcos nacionais. Com muita propriedade, Salgueiro mencionou a leveza dos arranjos feitos por Cristal para o repertório de músicas brasileiras que ela canta no show Você e Eu, baseado no homônimo disco solo da intérprete. De fato, é essa leveza que torna agradável a viagem de Teresa por temas que já ganharam de registros memoráveis. O grupo comandado por Cristal - que incorporou o clarinetista Nailor Azevedo, o Proveta, nessa miniturnê nacional - cria sonoridade toda própria em vez de tentar perseguir a batida clássica da bossa nova ou a levada mais tradicional do samba. O que resultou em show de atmosfera envolvente - como os paulistas poderão comprovar na segunda-feira, 2 de junho, no Teatro Municipal de São Paulo, e os gaúchos de Porto Alegre (RS) na terça-feira, 3 de junho, no Teatro do Sesi.
Após o grupo abrir o show com versão instrumental de Wave, Teresa Salgueiro entra em cena e, quase sem sotaque, apresenta Chovendo na Roseira. É um início morno que logo esquenta no número seguinte, Na Baixa do Sapateiro, cujo arranjo evoca o universo baiano ao simular o som de um berimbau. Em Marambaia, a cantora já está totalmente à vontade e, com emissão perfeita, canta a letra em andamento acelerado. E o fato é que, ao desfiar roteiro que reproduz quase na ordem as 22 faixas do CD Você e Eu, Teresa Salgueiro mostra real intimidade com o cancioneiro brasileiro. A tal leveza dos arranjos dá brilho todo especial a músicas como A Felicidade (não por acaso, um dos números mais aplaudidos pela platéia que lotou o Municipal do Rio), Corcovado (numa linda versão instrumental de contorno jazzístico que destaca a maestria do toque do baterista Daniel Di Paula), Lamento, Inútil Paisagem e Insensatez, entre outras. Dez!
A sós com o piano de João Cristal, a intérprete também se mostrou apta a encarar o alto teor sentimental de um samba-canção como Risque - habilidade que ela reafirmaria momentos depois ao entoar Valsinha com o mesmo piano e com as intervenções do violoncelo de Denise Ferrari. Já em Só Tinha de Ser com Você quem se sobressai é Zé Alexandre Carvalho, cujo contrabaixo acústico dá a pulsação inicial do número. Única música menos conhecida no roteiro de standards, o Samba de Orfeu motiva a cantora a arriscar uns passos de samba em cena - o que ela faria com maior desenvoltura em Você e Eu. Enfim, uma viagem feliz pelo cancioneiro brasileiros dos anos 30 ao 70 que poderia até ser cansativa, porque todas as músicas já tiveram gravações antológicas, mas que transcorre leve por conta da musicalidade de Teresa Salgueiro e da criatividade do grupo de João Cristal. No todo, o show Você e Eu supera o CD homônimo.
7 Comments:
Mauro me desculpa. Assisti o show e não concordo com essas 4 estrelas e meia que voce deu para a Teresa Salgueiro que continua com a postura Madredeus pretendendo cantar em " brasileiro" ( atenção Mauro, a Língua é portuguesa, aí o sotaque é brasileiro, não o inverso).
Uma aposta equivocada. Estamos na semana das enganações: Fafá cantando fado e Teresa cantando bossa-nova.Pior foi ler as entrevistas onde ela diz que Madredeus não tem retorno possível. Neste nosso país de grandes cantoras realmente não precisamos de uma portuguesa cantando as nossas músicas. Cada qual na sua: Teresa foi tão caricata quanto Fafá e os fados " exacerbados".
Quanto ao show nada a comentar. Não o assisti e possivelmente não o assistirei. Em relação ao CD "Você e Eu" o que eu tenho a dizer é que foi para mim uma grande decepção. Saudades do Madredeus.
Também não gostei do Cd. No máximo bonitinho a cantora lusitana cantando musicas brasileiras, mas não pra essa onda toda, de jornal nacional,etc ... Dos trechos que vi na tv, achei bem chatinho. Sou muito mais Dulce Pontes e Mariza cantando seus fados, do que Tereza se aventurando na Bossa Nova.
Edu - abc
Não assisti o show mas ouvi trechos do cd,além de acompanhar as entrevistas no Jornal da Globo e no Programa do Jô. Gostei !
Agora, o show foi no Theatro Municipal do Rio de Janeiro ? Puxa !!!
Concordo plenamente com você, Mauro. Esse show é belíssimo. Ela canta maravilhosamente bem, e acho que ela está cantando música brasileira como esta deve ser cantada: com amor, com respeito e com propriedade. O PRoveta dá um show de talento à parte, recomendo a todos tanto o show quanto o cd.
até parece que nenhuma das nossas cantoras canta música brasileira como esta deve ser cantada. Teresa Madredeus cantando musica brasileira não dá, ô pá!!
Um artista pode se expressar como bem entender (não importando de onde vem), desde que o faça com respeito , principalmente quando se expressar em um estilo musical que não vem de sua cultura ou país,boa pesquisa e dedicação.
Não fui ao show, mas ouvi atentamente o cd e observei as qualidades acima no trabalho de Teresa Salgueiro. Compartilho da visão de Mauro sobre o mesmo. Sendo assim, brasileiros podem cantar jazz,europeus podem cantar rumba,italianos podem cantar samba, basta ter competência para tanto. Acredito que isso Teresa tem de sobra, não?
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