26 de junho de 2008

Caixa de Chico não é essencial, mas é eficiente

Resenha de caixa
Título: Essencial
Artista: Chico
Buarque
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *

A rigor, Essencial é título inapropriado para qualquer coletânea de Chico Buarque que venha a ser produzida pela gravadora Sony BMG. Afinal, a parcela realmente essencial da grandiosa obra do compositor pertence aos arquivos da companhia hoje denominada Universal Music e abrange o período 1970 - 1986. Ainda assim, a caixa Essencial - já nas lojas com quatro CDs temáticos e o DVD Chico ou o País da Delicadeza Perdida - cumpre com eficiência sua função de montar bom painel da obra do compositor. Como há nove fonogramas cedidos pela Universal e como Chico regravou bastante a própria obra a partir de seu ingresso na BMG, em 1987, o perfil de sua obra esboçado na caixa acaba sendo bom. Até porque, entre as 56 faixas selecionadas para os quatro CDs, há músicas que cobrem 40 anos da grande construção erguida com maestria por Chico Buarque de Hollanda, indo desde Pedro Pedreiro (o samba lançado por Chico em 1965 e que aparece na caixa em gravação de 1966) a Renata Maria (a superestimada primeira parceria do compositor com Ivan Lins, arquitetada por Leila Pinheiro, a intérprete da gravação original, de CD de 2005).
No que diz respeito às duas gravações inéditas lançadas na caixa para atrair a atenção de fãs de Chico, ambas nada acrescentam à discografia do compositor e, por isso mesmo, são sobras da obra fonográfica do artista. Tanto Amar foi limada da seleção final do álbum de regravações Uma Palavra (1995). Já o registro ao vivo do Samba do Grande Amor ficou de fora tanto do DVD Chico e as Cidades ao Vivo como do CD Chico ao Vivo (1999). E não foi à toa que os dois registros sobraram: Chico canta mal nos dois.
Quanto à divisão do repertório em quatro CDs temáticos (intitulados Samba e Amor, Todo o Sentimento, Cotidiano e Entre Amigos, Paratodos), outras coletâneas já exploraram tais divisões com maior critério. Era preferível que as 56 faixas tivessem sido dispostas em ordem cronológica para facilitar a percepção da evolução da construção da obra momunental de Chico Buarque de Hollanda. Ainda assim, Essencial tem lá seu (reduzido) charme...

13 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Superestimada por quem? Acho Renata Maria uma música linda, tanto quanto Futuros Amantes.

26 de junho de 2008 às 17:55  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, fala logo que a coletânea é uma porqueira dispensável. Esse negócio de ainda assim/reduzido/charme é confuso.

26 de junho de 2008 às 18:10  
Anonymous Anônimo said...

Tendo Chico, tem charme, Mauro...não importa se cronologicamente correto, de trás pra frente, ao avesso, "salteado"...sendo de Chico vale a pena.

O cara é um gênio!

Glauber 97

26 de junho de 2008 às 18:14  
Anonymous Anônimo said...

Missão impossível.
Chico é TODO essencial.

26 de junho de 2008 às 18:19  
Anonymous Anônimo said...

"Superestimada por quem? Acho Renata Maria uma música linda, tanto quanto Futuros Amantes."(2)
Carlos

26 de junho de 2008 às 18:22  
Anonymous Anônimo said...

Também gosto de Renata Maria. Ouço de olhos fechados, é uma canção envolvente, faz imaginar...

26 de junho de 2008 às 21:14  
Anonymous Anônimo said...

Os anos de Chico na BMG também guarda preciosidades. Foi uma fase de composições mais sofisticadas e menos populares. A era Universal é por vezes excelente, por vezes prolixa.

Flávio

26 de junho de 2008 às 21:55  
Blogger Tauil said...

Gostaria de informar um erro: não é "Tanto mar" e sim "Tanto amar". E é a única das gravações inéditas na qual Chico canta bem.

26 de junho de 2008 às 22:25  
Anonymous Anônimo said...

Então, como sou fã do cara vou logo avisando que se algum amigo caridoso do blog quiser me presentear com a caixa entre em contato comigo.

Nem pela duas (re)gravações inéditas e sim pela obra do Chico em si! Pra mim vale a pena, mesmo com o (reduzido)charme... e como disse título, não é essencial mas é eficiente !

Diogo Santos
caxias.diogo@bol.com.br

27 de junho de 2008 às 08:02  
Anonymous Anônimo said...

Todos os Chicos são geniais. Adoro sabê-lo por aí.

O Chico, admiro e amo.

maria

27 de junho de 2008 às 17:59  
Anonymous Anônimo said...

O Chico é constaaaaante demais, sempre naquele "estilo noel rosa" de compor as mesmas coisas já tão exploradas por tanto compositor... E ainda lançam uma caixa com as meeeeeesmas coisas de sempre...Haja paciência e falta de sono...

28 de junho de 2008 às 01:11  
Anonymous Anônimo said...

Isso é o que eu chamo de mais do mesmo.
E ainda tem gente que compra!

Jose Henrique

28 de junho de 2008 às 14:43  
Anonymous Anônimo said...

Esse Box é um grande presente não só para os fãs desse monstro sagrado da música mundial, mas principalmente para quem não conhece muito sua obra.
Um resumo belíssimo, com coletâneas muito bem preparadas e estudadas pelo pesquisador Rodrigo Faour, um material gráfico lindíssimo, um livreto que vem com um texto biográfico muito interessante além do DVD "Chico ou o País da Delicadeza Perdida" que na minha opinião é um dos melhores do artista.

Eficiente! Essencial! e Excelente!

Recomendo a todos!

29 de junho de 2008 às 00:58  

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