Ao vivo, Olivia teatraliza as palavras de Guerra
Resenha de CD / DVD
Título: Palavras de
Guerra - Ao Vivo
Artista: Olivia Hime
Gravadora: Biscoito
Fino
Cotação: * * *
Boa cantora de reduzida expressão cênica, Olivia Hime, a rigor, quase nada acrescenta neste registro ao vivo de show ao denso CD que lançou em janeiro de 2007, com enfoque na obra musical do cineasta Ruy Guerra. Houve todo um esforço para teatralizar as palavras de Guerra - a começar pelo recrutamento de um diretor associado ao teatro, Flávio Marinho, que, juntamente com Olivia e Francis Hime, construiu roteiro bem costurado, formado pelas letras feitas por Guerra para as músicas de parceiros como Chico Buarque, Edu Lobo e o próprio Francis Hime. A iluminação, a cargo de Paulo César Medeiros, profissional também egresso do teatro, procurou realçar a ambiência e a fina sonoridade acústica de um show que resulta elegante - com direito à imagem e à voz (em off) do letrista homenageado em Fortaleza.
A ausência dos convidados especiais do disco de estúdio é sentida. Falta a percussão de Dona Edith do Prato no Jogo de Roda, o tema de Edu Lobo e Guerra que abre e fecha o show. Presença destacada na banda, a harpista Cristina Braga até se esforça como cantora, só que fica bem difícil para ela atingir nos duetos feitos com Olivia em Bárbara e em Corpo Marinheiro o refinamento vocal já obtido por Olivia Byington e Nilze Carvalho - respectivamente - nos registros de estúdio. Escorada nos arranjos e na direção musical de Francis, Olivia Hime passeia segura pelo universo poético de Ruy Guerra. Contudo, como ficara claro no CD de estúdio, ela não é intérprete talhada para encarar músicas como Tatuagem, que já mereceram registros bem mais expressivos. Ainda assim, é justo reconhecer o esforço da artista para dar um tom teatral - que nunca foi o seu - a músicas como Fado Tropical, uma das que não entraram no disco de estúdio. Assim como Ana de Amsterdam, outra bela parceria de Guerra com Chico - revivida no trecho que introduz Fortaleza.
Além do registro do show, captado no Sesc Santana (SP) em julho de 2007, o DVD apresenta nos extras tradicional making of - com depoimentos protocolares de Olivia e do diretor Flávio Marinho - e o documentário À Respeito de Ruy, em que compositores como Carlos Lyra e Marcos Valle procuram contextualizar e explicar a importância e a originalidade das palavras de Guerra no cenário da MPB dos anos 60 e 70, inspiração para o canto de Olivia Hime.
Título: Palavras de
Guerra - Ao Vivo
Artista: Olivia Hime
Gravadora: Biscoito
Fino
Cotação: * * *
Boa cantora de reduzida expressão cênica, Olivia Hime, a rigor, quase nada acrescenta neste registro ao vivo de show ao denso CD que lançou em janeiro de 2007, com enfoque na obra musical do cineasta Ruy Guerra. Houve todo um esforço para teatralizar as palavras de Guerra - a começar pelo recrutamento de um diretor associado ao teatro, Flávio Marinho, que, juntamente com Olivia e Francis Hime, construiu roteiro bem costurado, formado pelas letras feitas por Guerra para as músicas de parceiros como Chico Buarque, Edu Lobo e o próprio Francis Hime. A iluminação, a cargo de Paulo César Medeiros, profissional também egresso do teatro, procurou realçar a ambiência e a fina sonoridade acústica de um show que resulta elegante - com direito à imagem e à voz (em off) do letrista homenageado em Fortaleza.
A ausência dos convidados especiais do disco de estúdio é sentida. Falta a percussão de Dona Edith do Prato no Jogo de Roda, o tema de Edu Lobo e Guerra que abre e fecha o show. Presença destacada na banda, a harpista Cristina Braga até se esforça como cantora, só que fica bem difícil para ela atingir nos duetos feitos com Olivia em Bárbara e em Corpo Marinheiro o refinamento vocal já obtido por Olivia Byington e Nilze Carvalho - respectivamente - nos registros de estúdio. Escorada nos arranjos e na direção musical de Francis, Olivia Hime passeia segura pelo universo poético de Ruy Guerra. Contudo, como ficara claro no CD de estúdio, ela não é intérprete talhada para encarar músicas como Tatuagem, que já mereceram registros bem mais expressivos. Ainda assim, é justo reconhecer o esforço da artista para dar um tom teatral - que nunca foi o seu - a músicas como Fado Tropical, uma das que não entraram no disco de estúdio. Assim como Ana de Amsterdam, outra bela parceria de Guerra com Chico - revivida no trecho que introduz Fortaleza.
Além do registro do show, captado no Sesc Santana (SP) em julho de 2007, o DVD apresenta nos extras tradicional making of - com depoimentos protocolares de Olivia e do diretor Flávio Marinho - e o documentário À Respeito de Ruy, em que compositores como Carlos Lyra e Marcos Valle procuram contextualizar e explicar a importância e a originalidade das palavras de Guerra no cenário da MPB dos anos 60 e 70, inspiração para o canto de Olivia Hime.
9 Comments:
fica apenas uma pergunta.
Por que faltou tanto do disco de estúdio quando neste cd/dvd ao vivo as parcerias de rui com milton nascimento?
são poucas porém expressivas.
algum bairrismo da cantora?
Acho pertinente a questão do anônimo acima. A parceria de Guerra e Milton Nascimento rendeu obras primas como "Bodas", "E daí?", "Cadê" e "Canto Latino", só para citar algumas. Talvez nem seja bairrismo. Deve ser porque Olivia Hime não dá conta mesmo das sofisticadas melodias de Milton.
Discordo de vc anônimo das 10:13. Uma das músicas mais bonitas já gravadas por Olivia Hime foi "Testamento" (Milton Nascimento - Manuel Bandeira). Gosto miuito do trabalho dessa moça. Sempre canta muito bem acompanhada, e desde o disco dedicado aos poemas de Manuel Banedeira ela tem lançado cd's com projetos coerentes e sofisticados.
Lurian
Veja como são as coisas, achei tão bonita a regravação de Olivia para TATUAGEM com o piano de Francis !
Concordo que os convidados fizeram falta mas é que eram muitos e vai ver as agendas não bateram. De qualquer forma, Olivia presta justa homenagem ao cumpadre Ruy com (mais um)CD e DVD muito bem feito e produzido.
Espero que saia logo a caixa com a coleção de Olivia.
Mauro, ela estava ontem no programa da Hebe e arrasou interpretando 'Tatuagem '. Cheia de classe e muito segura viu ?
Eu assiti!
Olivia cantou se acompanhando de um pianista no fim do programa. Sem exagero algum foi uma interpretação de TATUAGEM que beirou o sublime!( como diz o Mauro ... )
Poucas vezes a vi na tv mas a achei bem a vontade. Repito que esse trabalho deveria ser mais divulgado.
Um abraço a todos
Diogo Santos
Não posso viver sem essa caixa de Olívia Hime.
Boa cantora de reduzida expressão cênica ? Me poupe Mauro nem todas precisam ser Elba, Fafá e Bethânia !
Postar um comentário
<< Home