Disco confirma que 'Bolacha' foi, de fato, grande
Resenha de CD
Título: O Samba Informal de Mauro Duarte
Artista: Samba de Fato e Cristina Buarque
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * 1/2
Ao sair de cena em 1989, aos 59 anos, Mauro Duarte - conhecido nas rodas de samba como Bolacha - deixou obra monumental que, em boa parte, se perpetuava pela tradição oral na informalidade das mesas de bar e dos pagodes armados pelo Rio. O álbum duplo ora lançado pela carioca Deckdisc - com produção de Alfredo Del-Penho - joga luz sobre essa rica obra, apresentando 30 sambas do Bolacha. Nada menos do que 18 permaneciam inéditos em disco. Muitos deles - como Sublime Primavera, Acerto de Contas, Falou Demais e Samba de Botequim, Começo Errado e Lamento Negro, entre outros - foram finalizados por Paulo César Pinheiro em 2006 a partir de trechos achados em fitas do acervo pessoal de Duarte.
O valor documental do álbum O Samba Informal de Mauro Duarte é muito alto. Contudo, é preciso reconhecer que o valor artístico também é muito bom. Em português claro, não se trata de sobras dispensáveis da produção autoral do compositor. É fato que o CD não revela nenhuma jóia do alto quilate de Lama, Canto das Três Raças e Portela na Avenida, para citar somente três das músicas mais conhecidas de Duarte - as três, aliás, lançadas na voz luminosa de Clara Nunes (1942 - 1983). Mas o nível dos 30 sambas do disco duplo jamais é rasteiro. Vale destacar Carnaval (samba tão melodioso quanto melancólico) e o afro Mineiro Pau, música que (muito provavelmente) foi a última feita por Duarte, em 1989. A propósito, há no CD 1 o primeiro samba do Bolacha, composto presumivelmente em 1947 e mostrado no disco na voz do autor, extraída de show feito em 1988. No CD 2, há curiosidades como Sonho e Realidade - única parceria do compositor com o baiano Edil Pacheco - e Caprichosos de Pilares, único tema da série que exalta as escolas de samba do Rio que nunca tinha sido gravado.
O grupo Samba de Fato entende do assunto e dignifica a produção apresentada no disco - com a adequada informalidade (o que não elimina o rigor artístico das 30 gravações) e o auxílio luxuoso da voz atenta de Cristina Buarque em sambas como Reza, Meu Bem e À Procura da Felicidade. Enfim, um disco necessário que mostra o quão grande - em todos os sentidos - foi a obra de Mauro Duarte.
Título: O Samba Informal de Mauro Duarte
Artista: Samba de Fato e Cristina Buarque
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * 1/2
Ao sair de cena em 1989, aos 59 anos, Mauro Duarte - conhecido nas rodas de samba como Bolacha - deixou obra monumental que, em boa parte, se perpetuava pela tradição oral na informalidade das mesas de bar e dos pagodes armados pelo Rio. O álbum duplo ora lançado pela carioca Deckdisc - com produção de Alfredo Del-Penho - joga luz sobre essa rica obra, apresentando 30 sambas do Bolacha. Nada menos do que 18 permaneciam inéditos em disco. Muitos deles - como Sublime Primavera, Acerto de Contas, Falou Demais e Samba de Botequim, Começo Errado e Lamento Negro, entre outros - foram finalizados por Paulo César Pinheiro em 2006 a partir de trechos achados em fitas do acervo pessoal de Duarte.
O valor documental do álbum O Samba Informal de Mauro Duarte é muito alto. Contudo, é preciso reconhecer que o valor artístico também é muito bom. Em português claro, não se trata de sobras dispensáveis da produção autoral do compositor. É fato que o CD não revela nenhuma jóia do alto quilate de Lama, Canto das Três Raças e Portela na Avenida, para citar somente três das músicas mais conhecidas de Duarte - as três, aliás, lançadas na voz luminosa de Clara Nunes (1942 - 1983). Mas o nível dos 30 sambas do disco duplo jamais é rasteiro. Vale destacar Carnaval (samba tão melodioso quanto melancólico) e o afro Mineiro Pau, música que (muito provavelmente) foi a última feita por Duarte, em 1989. A propósito, há no CD 1 o primeiro samba do Bolacha, composto presumivelmente em 1947 e mostrado no disco na voz do autor, extraída de show feito em 1988. No CD 2, há curiosidades como Sonho e Realidade - única parceria do compositor com o baiano Edil Pacheco - e Caprichosos de Pilares, único tema da série que exalta as escolas de samba do Rio que nunca tinha sido gravado.
O grupo Samba de Fato entende do assunto e dignifica a produção apresentada no disco - com a adequada informalidade (o que não elimina o rigor artístico das 30 gravações) e o auxílio luxuoso da voz atenta de Cristina Buarque em sambas como Reza, Meu Bem e À Procura da Felicidade. Enfim, um disco necessário que mostra o quão grande - em todos os sentidos - foi a obra de Mauro Duarte.
9 Comments:
voz atenta? ha ha essa foi a maneira elegante do Mauro dizer que a irmã do Chico não canta nada.
Cristina Buarque destrói qq coisa q cante. Ela é triiiiiiiiste...
Aquele cara do pandeiro é o grande Pedro Miranda, Mauro? Além do Semente e do Cordão do Boitatá, ele faz parte também do Samba de Fato? Bacana saber que esse cara, de quem sou admirador, está em todas em matéria de um bom samba...
Cristina tem recursos vocais limitados sim mas se sai bem quando canta seus sambas tradicionais.
A capa do cd é muito bonita e ele deve estar muito bem feito, bem produzido.
Mauro tem sambas luminosos gravados pela Guerreira!
Saravá!
A Cristina Buarque é fraquinha mesmo, ela é boa como backing vocal.
Mas é uma das pessoas que mais entende de samba no Brasil.
Jose Henrique
comprarei com certeza! concordo com o José Henrique sobre a Cristina e digo mais: ao vivo ela é melhor do que em disco, o que é raro.
Cristina Buarque é a cantora que mais me impressionou nos últimos 20 anos.
Procurem conhecer melhor.
Se já conhecem bem a fundo...
procurem limpar os ouvidos sei lá, melhorar o gosto musical...
brinks!!!
mas eu gosto muito dela.
As pessoas acham que cantar bem é somente cantar afinadíssimo e com potência de voz. Para cada tipo de música existe uma forma de cantar bem. A voz pequena e sem grande beleza de Cristina é ideal para o tipo de música que canta, e resulta na maior parte das vezes e lindas gravações.
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