8 de outubro de 2007

Joanna retrata bom passado em Pintura Íntima


Resenha de CD / DVD
Título: Joanna em Pintura Íntima
Artista: Joanna
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * 1/2 (CD) e * * * (DVD)
Não foi somente o visual de Joanna que estava renovado quando ela subiu ao palco do Canecão - no primeiro semestre de 2006 - para estrear o show que, logo depois, seria intitulado Joanna em Pintura Íntima. O ânimo também parecia renovado. Havia uma garra que desaparecera dos registros fonográficos da artista. Já na seqüência, Joanna gravou o espetáculo em apresentação na casa Citibank Hall, em São Paulo (SP), em 1º de julho do ano passado. É esta gravação que está sendo editada em outubro em CD e em DVD distribuídos pela Universal Music. Já é o segundo registro de show consecutivo da cantora, mas a redundância é redimida pelo fôlego que faltou no apático Joanna ao Vivo em Portugal (de 2006).
Joanna retrata passado longínquo em Pintura Íntima. Só que a cantora se debate entre esse bom passado e um presente insosso, representado por músicas banais como Pra Começo de Conversa e pelo dueto virtual com o italiano Biagio Antonacci em Mensagem pra Você - a rigor, herança de recente álbum irregular (Eu Estou Bem, 2001). Já passa da hora de Joanna encarar o futuro e fazer um disco de inéditas. Contudo, a marcha-ré engatada em Pintura Íntima joga luz válida sobre seu honroso início de carreira. Não por acaso, três músicas do roteiro vem do álbum Chama (1981), o melhor da artista. Entre elas, a bela faixa-título (com introdução clonada do genial arranjo original do Wagner Tiso), Uma Canção de Amor e Mulher Marcada, surpresa do repertório. O lindo tema de Sueli Costa e Abel Silva é resquício de tempo em que Joanna se permitia soar mais densa. Espelho, de 1984, também é exemplo de fase em que a artista ainda não tinha adocicado e banalizado sua obra com o mel falsificado de hitmakers como Michael Sullivan, Paulo Massadas, Maurício Duboc e Carlos Colla - aliás, evocados (no bis) com a inevitável Amanhã Talvez e com Teu Caso Sou Eu.
Após cover dispensável do hit seminal do Kid Abelha que batiza o show, Joanna recorda Quarto de Hotel, número em que desce do palco e passa a cantar em roda aberta no meio da platéia. É neste bloco intimista que a cantora revive Descaminhos e Cicatrizes - músicas tristes e bonitas de seu primeiro disco, editado em 1979 - e que se apropria até com êxito de Desculpe o Auê, balada da fase tecnopop de Rita Lee e Roberto de Carvalho (é de disco de 1983).
Nos extras, há as cenas de coxia e momentos excluídos da edição final em Bastidores. Na Entrevista, concedida à beira da piscina, o tom é nostálgico - com lembranças do início da carreira, take de Espelho em programa de Chacrinha e exibição de fotos da infância e adolescência. Na falta de um presente mais alentado, talvez sem perspectiva para o futuro, Joanna continua presa ao seu passado.

29 Comments:

Anonymous Anônimo said...

não entendo essas cantoras que ficam independentes e continuam errando

8 de outubro de 2007 às 13:09  
Anonymous Anônimo said...

NEM BOM PASSADO, NEM BOM PRESENTE E MUITO DIFICILMENTE UM BOM FUTURO - TÔ FORA !

8 de outubro de 2007 às 13:37  
Anonymous Anônimo said...

Pois é, Mauro.

Joanna quando começou tinha um trabalho muito interessante, que se manteve mais ou menos até o disco "Chama".

Como se explica tamanha mudança de rumo? É pena, pois ela é uma pessoa muito boa.

PS: estou curioso para saber o que você achou do show da Preta Gil. Será que foi bom? Eu tenho minhas dúvidas...

abração,
Denilson

8 de outubro de 2007 às 13:53  
Anonymous Anônimo said...

adorei o cd e dvd. Joanna é uma diva incompreendida pela mídia.
bjs

8 de outubro de 2007 às 13:55  
Anonymous Anônimo said...

Joanna é maravilhosa! Linda e canta como um canário. Depois de conquistar Portugal, ela invade a Itália. O Brasil pra variar, fica de fora.

8 de outubro de 2007 às 13:57  
Anonymous Anônimo said...

Eu adoro a Joanna. Tenho muitos discos da Joanna e acho uma das grandes. Mas por aqui ainda não chegou o dvd, somente o cd. Tô doido para ouvir Deixa a vida me levar. Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

PS: Mauro no momento do desabafo, desconsidere no outro post a minha declaração em relação a Alcione, chamei-a de cafona, e não gosto de desrespeitar ninguém ainda mais uma cantora do quilate dela. Mas mexeu com a Beth, mexeu com meus brios. Se possível tem como arrumar essa parte? Abs.

8 de outubro de 2007 às 14:42  
Anonymous Anônimo said...

Inóspita, Joana. Uma ou duas músicas regulares não recomendam a trajetória de ninguém.
O repertório de Joana é ginasial e raso. Sua performance idem.

8 de outubro de 2007 às 16:06  
Anonymous Anônimo said...

Oxalá Joanna se reencontre com seu início de carreira em direção a um futuro. A propósito: Descaminhos é linda!

8 de outubro de 2007 às 16:44  
Anonymous Anônimo said...

Pelo menos ela foi mergulhar em seu passado mais distante - o melhor dela.
Todas as cantoras que enveredaram pelos caminhos adocicados daqueles hitmakers se perderam na tragetória.
Joanna tem seu carisma e alguns discos muito bons sim - a sua gravação de Amor Alheio é bela, e está em seu ultimo bom disco, ou disco em que pelo menos ainda havia um cuidado evidente com o repertório. Tomara que a retomada resulte num bom trabalho novo.

8 de outubro de 2007 às 17:10  
Anonymous Anônimo said...

Mauro.. é melhor a Joanna ficar presa ao passado e cantar aquelas coisas lindas do q arriscar e fazer M de novo...

8 de outubro de 2007 às 19:12  
Anonymous Anônimo said...

Não conhecia muito bem o trabalho de Joanna mas fiquei muito admirado com este disco+dvd que já saiu em Portugal há algum tempo... quando fui ver o show fiquei fã! O reportório pode nem sempre ser o melhor mas Joanna canta com alma e isso é a sua maior qualidade (rara nos dias de hoje). Bem haja!!

8 de outubro de 2007 às 22:46  
Anonymous Anônimo said...

O grande problema de Joanna é querer ser compositora... se se resumisse a cantar, com certeza seria muito melhor. Tem uma voz bonita, afinada, doce... imagina essa voz apurada cantando boas músicas de bons compositores...

9 de outubro de 2007 às 08:57  
Anonymous Anônimo said...

O grande problema de Joanna não é ser compositora, e sim ter sido mumificada, plastificada e pausterizada pelas gravadoras, como 9 entre 10 artistas da mpb. Mas ainda há tempo pra virar o jogo.

9 de outubro de 2007 às 18:13  
Anonymous Anônimo said...

* 1/2 (CD) ?

Bem , eu não ouvi mas quero muito. Gosto da Joanna mas concordo que ela precisa olhar pra frente !

9 de outubro de 2007 às 23:55  
Anonymous Anônimo said...

Penso desculpe os fãs que é uma cantora sem presença de palco, voz nada interessante , diria impessoal e muito mediana comparada a grandes outras então.....sem comentários.

10 de outubro de 2007 às 04:31  
Anonymous Anônimo said...

Diferença mesmo só nos cabelos pois o repertório ...
Ai que preguiça

10 de outubro de 2007 às 06:08  
Anonymous Anônimo said...

Engraçado, ela tem o repertório mais brega e cafona da MPB e ninguém a criticou, além de ser uma cantora fraquíssima.

10 de outubro de 2007 às 08:17  
Anonymous Anônimo said...

Joanna, Roberta Miranda, as vezes até Zélia Duncan, para não citar outras, não deveriam levar tão a sério o que cantam porque soa ridículo.
Quando vejo uns olhares lânguidos de Roberta para a câmera de TV, tentando "interpretar" a canção, não sei se gelo de medo ou caio na risada.
Joanna faz a mesma coisa. E se seu início de carreira pareceu mais promissor, deveu-se unicamente a um certo frescor que sua juventude naturalmente evocava.
Não consigo encontrar o valor artístico deste tipo de "artista".

theo

10 de outubro de 2007 às 17:27  
Anonymous Anônimo said...

theo, vamos nos dar as mãos.
morri de rir com seu comentário pois sinto a mesma coisa. tem um ar 'garçom, nesta mesa de bar', naquelas performances da roberta miranda, sem dúvida.
e joanna, embora menos expressiva, tira coco do mesmo coqueiro, sim. vc observou muito bem.
mas joanna tem UMA música antiga que eu gosto: chama. nada excepcional mas traduz razoavelmente a missão do cantor. coisa que milton fez um pouco melhor em 'nos bailes da vida' e chico, esplendidamente em 'o grande circo místico'. mas aí as comparações estão virando covardia.

10 de outubro de 2007 às 22:40  
Anonymous Anônimo said...

theo, vamos nos dar as mãos.
morri de rir com seu comentário pois sinto a mesma coisa. tem um ar 'garçom, nesta mesa de bar', naquelas performances da roberta miranda, sem dúvida.
e joanna, embora menos expressiva, tira coco do mesmo coqueiro, sim. vc observou muito bem.
mas joanna tem UMA música antiga que eu gosto: chama. nada excepcional mas traduz razoavelmente a missão do cantor. coisa que milton fez um pouco melhor em 'nos bailes da vida' e chico, esplendidamente em 'o grande circo místico'. mas aí as comparações estão virando covardia.

10 de outubro de 2007 às 22:40  
Anonymous Anônimo said...

Acho Joanna irregular, sim. Mas para criticá-la, é preciso pelo menos conhecer seu trabalho. Chama não é dela, são de dois compositores: Geraldo Amaral e Aristides Guimares. Ela é apenas intérprete. E como compositora, ela tem músicas boas, sim, principalmente Cicatrizes (que é linda). Realmente seus três prieiros discos não fazem feio até hoje porque, além do repertório, tem arranjos de Wagner Tiso, Rosinha de Valença (Minha Casa) e até Cristóvão Bastos. Sem contar que ela ganhou três canções primorosas de Gonzaguinha: Agora, Quarto de Hotel e Uma Canção de Amor. Depois, ela perdeu o trem da história e, como Fafá (que fez um disco brilhante com César Camargo Mariano) sumiu na poeira da estrada. Uma pena

11 de outubro de 2007 às 12:31  
Anonymous Anônimo said...

Joanna, assim como Roberta Miranda, Fafá de Belém, Simone e Nana Caymmi quando canta toca no fundo em qualquer coração.
Seu êxito deve a essa identificação com os mais sensiveis !

OBS 1> Mauro,além de um hino evangélico Duas Caras tem também uma musica de candomblé que é Canto de Oxum, da grande Bethânia

OBS 2> Eu e a comunidade de Roberta Miranda no Orkut aguardando com grande expectativa a resenha do novo cd da rainha Roberta Miranda.Vai fazer né ?

12 de outubro de 2007 às 06:54  
Anonymous Anônimo said...

tom, acabo de concluir que tenho um coração empedernido.
as cantoras que vc citou - exceção à nana - não alteram minimamente minha frequência cardíaca.
roberta miranda e joanna, então, representam - a meu ver - o suprassumo da mediocridade e mau gosto.
feliz deve ser você com tamanha sensibilidade.
amplexos!

12 de outubro de 2007 às 14:40  
Anonymous Anônimo said...

theo, citar zélia duncan?
pra que, num nipe de cantoras que não tem NADA a ver com ela?

13 de outubro de 2007 às 05:14  
Anonymous Anônimo said...

Zélia é simpática, mas é meio brega mesmo. Ela tira onda com a cara da gente com aquelas letras constrangedoras. Sua postura pseudo rock tb é qq coisa.

13 de outubro de 2007 às 11:39  
Anonymous Anônimo said...

Sem dúvida os primeiros discos de Joanna eram muito mais arrojados. Mas, em toda sua história, ela nunca fez feio não...pelo contrário, mostrou-se sempre viva e, diferente de algumas cantoras brasileiras sagradas como divas (Bethania, Gal, Nana, etc), ela sempre cantou com emoção, sem exageros e sem apurar tanto a técnica, fato que a faz ser uma das mais ouvidas e lembradas cantoras nacionais. Sua voz é linda! Ela é doce e sempre demonstra extrema humildade. Canta com talento e certamente foi a contora que mais embalou histórias de amor de muitos brasileiros... Espero que ela grave agora um cd de inéditas, com a leveza dos seus cds do início dos anos 80.

17 de outubro de 2007 às 22:44  
Anonymous Anônimo said...

Acho que Joanna é uma cantora fantástica mas que se perdeu... Talvez isso se deva a sua péssima assessoria...pessoas amadoras que se julgam profissionais e a estão enterrando...Joanna precisa urgente voltar a mostrar ´paixão' pelo seu trabalho e estilo e não ir atrás de empresários que são oportunistas e a fazem embarcar em furadas como gravar coisas que não tem nada a ver com ela ...só pq está na MOda. Joanna já provou , no seu passado, que não é um Modismo mas precisa voltar, com urgência para não se perder definitivamente.
Boa sorte a Ela.

9 de novembro de 2007 às 22:36  
Blogger Joacy said...

Comecei escutar Joanna aos 5 anos, em 1988, quando Amor bandido estourou nas rádios e minha mãe comprou o disco daquele ano. De lá pra cá, não deu pra deixar de escutar +. As pessoas às vezes a criticam pelo fato das múscicas ditas "melosas" que ela gravou, mas acho que há um pouco de hipocrisia, porque são sentimentos exaltados de forma simples apenas.
Acho que Joanna não chegou aonde está por acaso, até concordo que há mudanças a fazer sim. mas discordo de algumas pessoas que faltam com respeito por não curtirem o trabalho dela. Antes de ser artista, Joanna e qualquer outra cantora citada aqui são humanas, e merecem respeito. É isso..

10 de novembro de 2007 às 11:19  
Anonymous Anônimo said...

Não posso deixar de concordar, em parte, com você. Todos que conhecem o potencial de Joanna estão sedentos por um CD inédito e A ESTILO 'JOANNA'. SE NÃO FOSSE ASSIM, NINGUÉM ESTARIA EXIGINDO NADA DELA; SE COBRAM É PORQUE ADMITEM O SEU GRANDE POTENCIAL .Mas não podemos tirar dela o direito de registrar em CD e DVD a sua trajetória. Tenhamos paciência... e enquanto isso vamos curtindo essas releituras dos seus sucessos.
O mais recente ,JOANNA em PINTURA INTIMA , está fantástico, luz e som perfeitos, arranjos maravilhosos e uma interpretação impecável mostrando uma JOANNA mais madura e mais pronta do que nunca pra um mergulho profundo para grandes trabalhos para o futuro.

10 de novembro de 2007 às 12:30  

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