Livro revive fatos, fotos, faces e fases de Clara
Resenha de biografia
Título: Clara Nunes
- Guerreira da Utopia
Autor: Vagner Fernandes
Editora: Ediouro
Preço: R$ 49,90
Páginas: 320
Cotação: * * * * 1/2
Clara Nunes (12-08-1942 / 02-04-1983) passou para a (justa) posteridade como uma das grandes cantoras brasileiras, dona de voz luminosa ligada especialmente ao samba e ao misticismo afro. Isso é fato. Mas houve outros fatos, faces e fases da intérprete que nunca tinham vindo à tona. Daí o valor - inestimável - da biografia Clara Nunes - Guerreira da Utopia, assinada pelo jornalista carioca Vagner Fernandes após árduo trabalho de pesquisa. Trata-se de um dos importantes livros do gênero porque, sem deixar de enaltecer o caráter íntegro da artista, destrói mitos construídos e alimentados em torno de sua figura, quase 25 anos depois de sua prematura morte. Pautado pelo rigor jornalístico, o autor esboça um retrato crível e coerente da Guerreira - com direito a fotos de todas as fases de Clara. As imagens ajudam a legitimar as histórias.
Um dos fatos revelados pelo livro - e logo na abertura - foi o crime cometido por um irmão da cantora, José Pereira Gonçalves, mais conhecido como Zé Chilau, para defender a honra de sua mana, difamada por namorado Don Juan. Cometido em 3 de setembro de 1957, o assassinato do rapaz por Zé Chilau marcaria a trajetória de Clara Francisca Gonçalves, nascida na cidade interiorana de Cedro (MG), atual Caetanópolis. Lá, órfã de pai e mãe, teve que encarar o ofício de tecelã em uma fábrica para ajudar no sustento da família.
Vagner Fernandes reconstitui os passos de Clara desde Cedro até o estrelato, passando por sua ida para Belo Horizonte (MG), onde se firmou como cantora de sucesso local, até sua mudança para o Rio de Janeiro, em 1965. É revivendo essa fase inicial que o autor faz as maiores revelações da biografia. Vagner mostra a dura batalha de Clara no Rio para tentar o sucesso - amparada por seu primeiro namorado mais firme, Aurino Araújo - e seu infrutífero flerte com a Jovem Guarda. Foi a época em que a cantora aceitou fazer até fotonovelas (há a reprodução de parte de uma no livro) e pontas em filmes de qualidade duvidosa que pegavam a onda do iê-iê-iê.
Guerreira da Utopia mostra como a imagem da Clara sambista foi construída - de forma calculada - pelo radialista Adelzon Alves, que viria a ser o responsável pela bem-sucedida virada na carreira da artista. Após três fracassados LPs em que foi obrigada a posar de cantora romântica, a mineira encontrou o sucesso em 1971 ao abraçar o samba, ao qual Clara Nunes foi se apegando de forma verdadeira. É nessa fase de sucesso que o livro revela a rivalidade com Beth Carvalho. Ambas disputavam a primazia de ter aderido ao samba logo depois da era dos festivais. Sem espaço na Odeon, depois que Clara passou a vender discos como sambista, Beth foi para a pequena gravadora Tapecar - na qual encontrou o sucesso.
Se a rivalidade com Beth Carvalho vem à tona de forma clara (sem trocadilho...), a insuspeita amizade da Guerreira com Elis Regina merece igual destaque na narrativa. Ao vir temporariamente para o Rio para gravar o álbum Essa Mulher (1979), a Pimentinha se instalou sem pedir licença no apartamento de Clara e Paulo César Pinheiro, o terceiro namorado que influenciou a vida e a carreira da cantora (depois de Aurino e Adelzon) e o único com quem ela se casou de papel passado. A amizade de Elis e Clara duraria até a morte da primeira, em janeiro de 1982, um fato que abalaria Clara.
Ao traçar os caminhos de Clara na religião, o autor revela todas as contradições da fervorosa artista, que se dividia entre a Umbanda e o Candomblé, sem renegar o Kardecismo e a liturgia católica. A biografia também é clara ao realçar a vaidade da cantora, que, por questões mais estéticas do que de saúde, resolveu operar varizes em 5 de março de 1983. Decisão que a levaria a morte, cuja causa - atribuída a um choque anafilático - é investigada pelo jornalista através de entrevistas com os médicos que operaram a artista e da análise dos documentos da investigação aberta (à revelia de Paulo Pinheiro) para apurar se houve (nunca comprovado) erro médico.
Enfim, Guerreira da Utopia é leitura obrigatória para os fãs de Clara Nunes e para admiradores do samba e da música brasileira. Não se trata de biografia chapa branca. Fatos bem desagradáveis - como o boato do caso de Clara com Chacrinha, negado no livro - são abordados de forma clara. Assim como a suposição infundada de que Paulo César Pinheiro teria amante e a frustração de Clara com os seguidos abortos que a impediram de ser mãe e a levaram a escondidas crises de depressão. Percebe-se que houve empenho na apuração e na exposição dos fatos. Quando não tem certeza do que informa, como as vendagens de discos, o jornalista informa a dúvida. E, de fato, há algumas incorreções nessa difícil questão de números. Nação, por exemplo, último LP de Clara, nunca vendeu 600 mil cópias, mas pouco mais de 100 mil. O autor - a rigor, tão detalhista - também poderia ter se dado ao trabalho de relacionar as músicas gravadas por Clara nos discos de colegas. A discografia da cantora é apresentada de forma resumida. Contudo, nada tira o brilho deste livro luminoso como a voz da artista biografada com paixão e verdade. Guerreira da Utopia está à altura de Clara...
Título: Clara Nunes
- Guerreira da Utopia
Autor: Vagner Fernandes
Editora: Ediouro
Preço: R$ 49,90
Páginas: 320
Cotação: * * * * 1/2
Clara Nunes (12-08-1942 / 02-04-1983) passou para a (justa) posteridade como uma das grandes cantoras brasileiras, dona de voz luminosa ligada especialmente ao samba e ao misticismo afro. Isso é fato. Mas houve outros fatos, faces e fases da intérprete que nunca tinham vindo à tona. Daí o valor - inestimável - da biografia Clara Nunes - Guerreira da Utopia, assinada pelo jornalista carioca Vagner Fernandes após árduo trabalho de pesquisa. Trata-se de um dos importantes livros do gênero porque, sem deixar de enaltecer o caráter íntegro da artista, destrói mitos construídos e alimentados em torno de sua figura, quase 25 anos depois de sua prematura morte. Pautado pelo rigor jornalístico, o autor esboça um retrato crível e coerente da Guerreira - com direito a fotos de todas as fases de Clara. As imagens ajudam a legitimar as histórias.
Um dos fatos revelados pelo livro - e logo na abertura - foi o crime cometido por um irmão da cantora, José Pereira Gonçalves, mais conhecido como Zé Chilau, para defender a honra de sua mana, difamada por namorado Don Juan. Cometido em 3 de setembro de 1957, o assassinato do rapaz por Zé Chilau marcaria a trajetória de Clara Francisca Gonçalves, nascida na cidade interiorana de Cedro (MG), atual Caetanópolis. Lá, órfã de pai e mãe, teve que encarar o ofício de tecelã em uma fábrica para ajudar no sustento da família.
Vagner Fernandes reconstitui os passos de Clara desde Cedro até o estrelato, passando por sua ida para Belo Horizonte (MG), onde se firmou como cantora de sucesso local, até sua mudança para o Rio de Janeiro, em 1965. É revivendo essa fase inicial que o autor faz as maiores revelações da biografia. Vagner mostra a dura batalha de Clara no Rio para tentar o sucesso - amparada por seu primeiro namorado mais firme, Aurino Araújo - e seu infrutífero flerte com a Jovem Guarda. Foi a época em que a cantora aceitou fazer até fotonovelas (há a reprodução de parte de uma no livro) e pontas em filmes de qualidade duvidosa que pegavam a onda do iê-iê-iê.
Guerreira da Utopia mostra como a imagem da Clara sambista foi construída - de forma calculada - pelo radialista Adelzon Alves, que viria a ser o responsável pela bem-sucedida virada na carreira da artista. Após três fracassados LPs em que foi obrigada a posar de cantora romântica, a mineira encontrou o sucesso em 1971 ao abraçar o samba, ao qual Clara Nunes foi se apegando de forma verdadeira. É nessa fase de sucesso que o livro revela a rivalidade com Beth Carvalho. Ambas disputavam a primazia de ter aderido ao samba logo depois da era dos festivais. Sem espaço na Odeon, depois que Clara passou a vender discos como sambista, Beth foi para a pequena gravadora Tapecar - na qual encontrou o sucesso.
Se a rivalidade com Beth Carvalho vem à tona de forma clara (sem trocadilho...), a insuspeita amizade da Guerreira com Elis Regina merece igual destaque na narrativa. Ao vir temporariamente para o Rio para gravar o álbum Essa Mulher (1979), a Pimentinha se instalou sem pedir licença no apartamento de Clara e Paulo César Pinheiro, o terceiro namorado que influenciou a vida e a carreira da cantora (depois de Aurino e Adelzon) e o único com quem ela se casou de papel passado. A amizade de Elis e Clara duraria até a morte da primeira, em janeiro de 1982, um fato que abalaria Clara.
Ao traçar os caminhos de Clara na religião, o autor revela todas as contradições da fervorosa artista, que se dividia entre a Umbanda e o Candomblé, sem renegar o Kardecismo e a liturgia católica. A biografia também é clara ao realçar a vaidade da cantora, que, por questões mais estéticas do que de saúde, resolveu operar varizes em 5 de março de 1983. Decisão que a levaria a morte, cuja causa - atribuída a um choque anafilático - é investigada pelo jornalista através de entrevistas com os médicos que operaram a artista e da análise dos documentos da investigação aberta (à revelia de Paulo Pinheiro) para apurar se houve (nunca comprovado) erro médico.
Enfim, Guerreira da Utopia é leitura obrigatória para os fãs de Clara Nunes e para admiradores do samba e da música brasileira. Não se trata de biografia chapa branca. Fatos bem desagradáveis - como o boato do caso de Clara com Chacrinha, negado no livro - são abordados de forma clara. Assim como a suposição infundada de que Paulo César Pinheiro teria amante e a frustração de Clara com os seguidos abortos que a impediram de ser mãe e a levaram a escondidas crises de depressão. Percebe-se que houve empenho na apuração e na exposição dos fatos. Quando não tem certeza do que informa, como as vendagens de discos, o jornalista informa a dúvida. E, de fato, há algumas incorreções nessa difícil questão de números. Nação, por exemplo, último LP de Clara, nunca vendeu 600 mil cópias, mas pouco mais de 100 mil. O autor - a rigor, tão detalhista - também poderia ter se dado ao trabalho de relacionar as músicas gravadas por Clara nos discos de colegas. A discografia da cantora é apresentada de forma resumida. Contudo, nada tira o brilho deste livro luminoso como a voz da artista biografada com paixão e verdade. Guerreira da Utopia está à altura de Clara...
46 Comments:
Beth Carvalho nunca engoliu o fato de Clara ter feito sucesso antes cantando samba. Essa é a questão.
Beth Carvalho estava no enterro de Clara, que eu me lembro!
Começou a sacanagem envolvendo o nome da Beth.
Primeiramente li o livro e o que mais gostei foi a foto de ambas na página 280.
E o que fizeram (ou tentaram fazer) com elas; e a própria Beth confirmou isso no livro foi uma espécie de rivalidade entre Marlene e Emilinha. A Beth é tão lúcida que não embarcou nessa. Leiam o livro e verifiquem no episódio da música composta pela Gisa Nogueira, quem propriamente insistia na rivalidade.
E mais, o que não faz o caráter de uma terceira pessoa que criou todo esse mal estar entre ambas. Quem era essa cantora chamada Elizabethda Jovem Guarda Mauro? As duas contribuíram e muito para exaltar ainda mais o samba naquela época. E me surprendeu a revelação da Beth em dizer que a Clara era Mangueira no início, talvez até fosse mesmo porque Clara antes da Beth gravou muito Nélson Cavaquinho e uma música de Cartola.
O livro é muito bom, vale muito a pena e uma das melhores biografias que li. As fotos são maravilhosas.
Abraços,
EU MESMO
PS1: Existem datas erradas na discografia. Portela na Avenida foi de 81 e outras músicas ocorrem a mesma coisa. O autor adicionou um ano em cada disco da Clara.
PS2: E Mauro minha Rainha está com o show no Canecão agendado para os dias 27 e 28 de outubro. Será que já teremos o dvd e o cd dos sambas da Bahia em outubro? Caso saia já terei garantido o meu presente de aniversário.
PS3: Comprei ontem o dvd da Alcione e me limito a falar que não gostei. Exceto Mangueira é mãe e Laguidibá que são ótimas. O resto é "perdeu, perdeu".
PS4: Quando souber novamente de uma lançamento te mando outro e-mail. Não precisa dar crédito como você fez com esse da Clara que te avisei com antecedência.
PS5: Quando a civilidade reinar voltarei a comentar com mais frequência. Isto sim será uma utopia. Abração do Guerreiro Sambístico da Utopia.
Pela olhadela rápida que dei na biografia, é um livraço. Mais substancial que "Furacão Elis". Além de retratar as ocasiões mais controversas da vida da "Guerreira" com fidelidade. Agora, falta a EMI lançar a caixa com a discografia de Clara (que, além de boa cantora, contou com vários auxílios luxuosos nos arranjos de algumas obras-primas: Hélio Delmiro, Sivuca, Luizão Maia..).
Felipe dos Santos Souza
O livro também não cita o enredo de 84 da Portela, Contos de Areia, em homenagem a Clara, Natal e Paulo da Portela. Beth inclusive desfilou homenageando Clara. No You Tube tem esse vídeo.
EU MESMO
Desculpe os erros e retificando é uma da melhores biografias que li.
Esse livro deve ser maravilhoso.
Ontem assisti a uma matéria na Globo News, apesar de superficial, sobre o livro e me emocionei pra burro.
Clara Nunes é injustamente pouco reconhecida como uma das maiores cantores brasileiras. Preconceito com o samba? Talvez.
Poucos percebem que ela gravou um repertório variadíssimo e de extrema qualidade, atemporal, eterno. Cuja voz tinha uma qualidade e extensão invejáveis, sem falar do carisma.
Pena que esse post demorou um pouco a sair, senão tinha comprado no sábado, quando fui na Bienal do Livro.
Mauro, tem um pequeno erro de digitação no último parágrafo ("anordados"), que não desmerece a sua bela resenha.
Que os mais novos leiam, conheçam e aprendam com Clara.
abração,
Denilson
Meu caro "EU MESMO" (rsrs)
Não se irrite. Tenho certeza que a referência à Beth Carvalho é apenas um pequeno detalhe nesse livro. Mas é um detalhe que deve ser contado, pois aconteceu de fato, não é? Independente de ter sido estimulado ou inventado e de por quem.
As duas são grandes legítimas representantes do samba e da música brasileiras.
abração,
Denilson
Extensão vocal é coisa q Clara nunca teve. Ela tinha era CARISMA!! Ma no final da carreira estava ficando muito chata e lugar comum... só Iemanjá, Oxum e outras tramelas mais!!!!
Falou Denilson! Mas eu gostei do que li em relação a Beth, não tem nada demais. Tanto é que a foto de ambas na página que citei já valeu!
Abração e qualquer hora teclamos no msn. Te passo o Um certo dia para 21 do Paulinho.
EU MESMO
PS: Eu às vezes leio certas coisas aqui como se fossem comentários atribuídos à minha pessoa. Só escrevo quando utilizo esse termo EU MESMO. Fora o Mauro, claro, que leio sempre, Denilson, Diogo, José Henrique, Fátima Jurema (cada vez melhor nos comentários), Anderson e Maria, por esta turma ainda dá vontade de ler o que se comenta por aqui.
PS2: Mauro, meu caríssimo, mereço uma notícia do dvd da minha Rainha. E nada de Rosemary e tributo a Bezerra? Abração.
Agora a implicância é com a Clara que na minha opinião era a MAIOR cantora desse país. Mas como disse bem o Denilson, o preconceito com cantores de samba ainda persiste.
EU MESMO.
Por amar Clara verdadeiramente, lerei o livro com entusiasmo. Ela precisa ser ouvida pela nova geração de cantoras de samba, antes que as mesmas achem que Marisa Monte é sambista (rs). No entanto, quase sempre não gosto quando as novas cantoras gravam algo do repertório da Guerreira, fica sempre aquém, e só serve pra sentirmos o quanto Clara foi e ainda é importante na História do samba neste país.
1.(Exceção feita à música "Alvorecer" gravada por Mônica Salmaso).
2. Só lembrando ao anônimo das 9:38 o quanto é necessário conhecer a obra de Clara antes de falar bobagens. Os dois últimos discos de Clara tem uma diversidade musical que não se limita à Umbanda e ao Candomblé. Procure conhecê-los e seja menos preconceituoso pq o samba tem não apenas um, mas os dois pés na cultura negra.
Lurian.
é por isso que não gosto de samba. A cultura negra não me agrada e não me fascina em ângulo algum. Tenho esse direito, não??? é questão de afinidade e gosto e não de preconceito.
Pois é, lurian
Se depois de escutar Clara cantando "Canto das Três Raças", "Juízo Final" e "As Forças da Natureza", alguém continuar achando que ela não tinha extensão de voz, eu realmente vou ser obrigado a reconhecer que não entendo nada de canto.
abração,
Denilson
De fato, 11:20, é uma questão de gosto, mas você não sabe o que está perdendo.
Mais uma biografia na onda da feita por Maria Dolores ( Milton Nascimento), Alexandre Pavan( Hermínio Bello de Carvalho) e Rodrigo Faour( História Sexual da MPB). Uma pressa danada em publicar, seja como for sem fazer a checagem das informações. Sobre o " Canta Brasil" que a Regina Echeverria diz ter sido em homenagem a Elis, o autor diz ter sido um show de protesto. Engana-se quanto ao local - foi no Ibirapuera e não no Anehmbi. Ele faz uma confusão entre o "Canta Brasil" de 82 e o de 83. Esse sim no Anhembi, a 1 de Maio de 83 , e um show de protesto. O problema é que nesse, de 1983, já Clara não estava entre nós.
Existe por aí um grupo de " jovens Fantásticos", jornalistas, sem formação como historiadores que, sem obedecer a critérios de pesquisa escrevem baboseiras amparados pelos recursos de patrocínio da Lei Rouanet. Uma enganação que precisa ter fim. Salve Sergio Cabral) Elizeth Cardoeo) e Lira Neto( Maysa)- esses sim merecem ser louvados. O livro é um apanhado de " disse me disse". Lamentável. Penso que voce, Mauro, foi benévolo em demasia. Mas,continuo admirando voce. Abraço.
Discordo. Clara mereceu uma biografia honesta e o Vagner o fez com méritos. 24 anos de espera eu jamais encararia como pressa.
EU MESMO
Anônimo das 11:20 então vc não gosta de quase tudo produzido na MPB...pq o samba, o choro, o coco, o baião, o frevo, o maracatú e até a bossa-nova tem um pé no samba (que vem da raiz negra...) e se formos pensar além, vc não gostando da cultura negra também não deve gostar de jazz, blues, soul.. e por ai vai...rsrs
Mas numa coisa vc tem razão: Realmente questão de gosto não se discute...hehehe
Clara Nunes: Guerreira da Utopia, um livro que fica devendo
Depois de muita espera, sai-não-sai, lança, não lança, atrasa, vende na Internet, não entregam, enfim consegui meu tão aguardado exemplar de Clara, Guerreira da Utopia. acho conveniente explorá-lo aqui, capítulo a capítulo, pois tiraria a surpresa de muitos que ainda aguardam suas “encomendas”. Vou deixar minha opinião bem geral e me perdoem se em alguns momentos chegar a estragar qualquer surpresa.
Primeiro, o elogio: o livro está bonito, com fotos realmente inéditas em sua maioria ou muito antigas, daquelas que nem na net a gente encontra mais. Pronto, acabou o elogio.
Infelizmente, o tom sensacionalista do livro, embora mais velado do que se esperava, prevalece.
O autor, com cerca de dez anos quando Clara partiu, deixa evidente que nunca foi seu fã, como declara. E que também pouco conhece de sua obra e pessoa, relatando fatos nem sempre da forma que ocorreram. Quem conta um conto...
É o que acontece quando um escritor cisma em biografar a vida de alguém com quem nunca conviveu. O cara tem que ser muito bom, acima da média, pra sair alguma coisa boa. Senão, o que contam vira verdade, a verdade vira passado e o passado é apagado para as gerações futuras. É o que acontece, a meu ver, nesta biografia.
Ainda que se coloque como um pesquisador “incansável”, o autor peca: as entrevistas são pouquíssimas e se percebe que ao entrevistar pessoas ligadas à Clara, o autor se ateve a fatos insignificantes, deixando escapar pelos dedos preciosidades que poderiam estar no livro. Falta de conhecimento, como diria a própria Clara.
Isso acontece porque se escreveu sobre a pessoa Clara Francisca e não sobre a artista Clara Nunes. É claro que sendo uma artista real, sua vida pessoal seja abarcada em tal análise. Mas é a vida artística que deveria imperar, é sobre a artista que as pessoas procuram informações. A vida pessoal faz parte, sim, da vida artística, mas não a domina. No relato de Vagner, fica muito evidente que o profissional pouco importou. Foi no pessoal que se buscou atrair o público, usando de toda sorte de intrigas dignas de Revista Contigo. Muito pequeno para uma artista como Clara.
O autor também se perde ao tentar esclarecer a religião de Clara, o que não consegue, atribuindo sua própria confusão a ela. De fato, parece que ele não vive no Brasil. Acorda, Vagner, ninguém neste país tem religião definida, não. Nem Clara tinha. Somos um país em que Umbanda, Candomblé, Espiritismo, Catolicismo e demais tipos de crenças SEMPRE andaram de mãos dadas. Então, não tem problema nenhum se Clara falava que era umbandista e depois se declarava adepta do candomblé. Ela não estava confusa, como ele insiste em colocar, por diversas vezes. Quem está confuso é o autor, que parece desconhecer o país no qual vive.
Do casamento de Clara ao final do livro, então, é um desande total. Aliás, a impressão que fica é que outra pessoa acabou por escrever tal parte. O bate-afaga permeia toda a obra, talvez em reflexo da temerosidade de se publicar algo pouco convincente.
Assim, Clara Nunes: Guerreira da Utopia é, pra mim, um livro que fica devendo.
Fica devendo respeito à família e amigos de Clara, em sua maioria não consultados nem entrevistados para a obra.
Fica devendo à pessoa Clara Nunes, por não conseguir entendê-la. Fica devendo à artista, por pouco falar de sua obra. Fica devendo aos fãs, que merecem uma biografia bem mais completa e verdadeira. Fica, enfim, devendo à MPB, por tornar menor uma artista que marcou uma época e que serve de referencial para as novas gerações.
Ficamos na esperança de uma nova publicação, mais verdadeira, que não tenha por base notícias de revistas de fofocas.
Salve Clara Guerreira!
Mônica Hage
Mauro, talvez haja um erro em: "Ao vir temporariamente para o Rio para gravar o álbum Essa Mulher (1979), a Pimentinha se instalou "em" pedir licença no apartamento de Clara e Paulo César Pinheiro..." Não seria "sem" pedir licença.
Não precisa publicar o meu comentário. Abraços.
EU MESMO
24 anos à espera de uma biografia decente de Clara, certo? Esse trabalho do Vagner deve ter levado alguns meses de " corta e cola". Tenha dó, não vamos perder o nosso senso crítico. Só se voce é amigo do cara, aí desculpo porque amigo é prá essas coisas, tb.
SEMPRE OS INVEJOSOS E RANCOROSOS DE PLANTÃO DETONANDO O TRABALHO ALHEIO... Ô GENTALHA !!!
FICO ME PERGUNTANDO: SERÁ QUE ESSA GENTE IDIOTA PENSA QUE SERIA MELHOR NÃO TER LIVRO ?
E O DVD? SERÁ QUE NUNCA VAI SAIR?
Anônimo das 10:32,
Não sou amigo do cara, mas em tempos de nada até a presente data sobre a cantora, rigor ou seja lá como queiram chamar em preservá-la,... já não seria algo sobre a história da cantora? Por favor, então vocês fãs, eu me incluo mas seria incapaz, pois era muito novo quando esta faleceu, deveriam tomar as rédias e escrever a biografia do jeito de vocês. É muito fácil criticar o trabalho alheio, corte e cola,...., mas eu prefiro assim a não ter nada. Antes isso, para que as gerações conheçam quem foi Clara Nunes do que ficar preservado, guardado em pedestal ou dentro do baú da família. Todos nós merecemos ter um registro da cantora! E mais a família sempre foi MUITO criteriosa, acredito que tenha tido o aval pois senão nem publicada seria.
Sintam-se a vontade e escrevam, é sempre bom conhecer outras versões desta que na minha opinião foi a maior cantora desse país. Abraços,
EU MESMO
AVISO AOS DESAVISADOS:
A família de Clara Nunes não participou da elaboração do livro nem foi consultada se podia ou não divulgar fatos ,etc....
Conheço o pessoal de Minas e sua irmã a Dindinha não colaborou em nada com o livro.
Quem ler vai perceber que o Sr.Paulo César, viúvo da cantora é quem autorizou a obra e colaborou e muito com tudo.
Aliás, parece que ele é quem fala no final...
Kátia Martins
Presidente Prudente
SP
Sra. Kátia Martins,
Por acaso o ex-marido não faz parte da família?
A INVEJA É PARA OS FRACOS!
"Existe por aí um grupo de " jovens Fantásticos", jornalistas, sem formação como historiadores que, sem obedecer a critérios de pesquisa escrevem baboseiras amparados pelos recursos de patrocínio da Lei Rouanet. Uma enganação que precisa ter fim."
Acho muito engraçada esta observação, acho que os "jovens fantásticos" jornalistas sem formação, estão fazendo pela MPB, o que os "velhos fantásticos" jornalistas com ou sem formação de historadores não conseguiram fazer. É impressionante o que fizeram com o acervo de imagens e musical deste país, mais ainda a pouca coisa pesquisada, sem falar nas gravações que eram apagadas para se poder reutilizar as fitas. Ou seja, os "velhos fantásticos" jornalistas pouco se importaram, com raríssimas excessões de registrar a linda história da MPB, não perceberam a importância de se ter fotos, gravações em aúdio em vídeo de artistas que, como todo ser humano, iriam morrer. Sem contar o que se perdeu em incêndios por puro descaso. Agora vir criticar os "jovens fantásticos", por falhas em um trabalho que seria muito mais rico, se "os velhos" tivessem se preocupado com nossa história musical.
Concordo com o anônimo das 8:50. Acho o máximo que hoje existam tantos "jovens fantásticos" produzindo livros e blogs sobre a mpb, fora as remasterizações e novas luzes jogadas sobre obras esquecidas. Nunca houve tanta informação sobre o tema, e tão bem produzida. Não li a bio de Clara mas entendo que, mesmo com eventuais erros, ainda é trabalho bastante louvável. Oxalá os não satisfeitos também passem a produzir suas pesquisas! Nossa cultura só tem a ganhar com isso.
Mônica Hage
Assim como Kátia e tantos outros aqui, vc é uma equivocada. Equivocada porque acredita saber mais da vida e da obra da Clara do que qualquer pessoa ou pesquisador. Em primeiro lugar, um biógrafo sério jamais se proporá a retratar somente a artista. A Clara era uma mulher como qualquer outra, com qualidades e defeitos, com a vida também pontuada por dissabores. Vocês não gostaram, ok? Agora insultar o autor, dizendo que ele foi comprometido com o Paulo César Pinheiro, que houve acordo. Vc enlouqueceu? Já leu as críticas dos principais veículos do eixo Rio-São Paulo? Acredito que não. Em Presidente Prudente e em Itu não devem chegar tais veículos. Comprometidas me parecem ser vocês como o grupo do MSN, dirigido por uma senhora que, desde 1995, vem divulgando que faria uma biografia. Por que ela não o fez? Por que vc e Mônica não o fizeram, já que se dizem tão amigas e íntimas da família de Clara em Caetanópolis, inclusive tendo-a visitado? Vocês são equivocadas! Para se contar uma história de um personagem não há necessidade de se ter convivido com ele. O que fariam os historiadores da atual geração, que não conviveram com Pedro I, Pedro II, Napoleão, Maria Antonieta? Este tipo de comentário é de uma ignorância absurda! O livro é ótimo sim, quer vcs gostem, quer não. Se conhecem outras histórias melhores, façam vc e Kátia um outro livro à altura da Clara, mas não seja infantil e ridícula a ponto de nos querer fazer crer que o Guerreira da Utopia é um livro ruim, com poucas entrevistas, informações, que é um livro para leigos etc etc etc... Garanto que a maior parte do que está ali vocês e muitos ouros aqui deste fórum desconheciam. Façam outras entrevistas, escrevam outro livro. E utopia, queridas, é usada no sentido metafórico. Vocês sabem o que é uma metáfora? A utopia é colocada pelo autor não como algo distante, projetado em forma de uma imagem, de um sonho no infinito, mas como algo concreto. Leram a contracapa da obra? Você, assim como Kátia não são fãs, são fanáticas, doentes. É diferente! E buscam uma heroicização do personagem. Clara era humana.
Não sei porque tanta loucura a respeito de Clara Nunes. Uma simples cantora de sambas e temas afro e só. Voz razoavel e carreira curta. A mídia constrói seus mitos, sempre...
Olá,Anônimo das 4:45
Náo faz meu gênero comversar com quem não tem coragem de
se identificar para fazer comentários,
mas..aí vai:
Você disse:
"Comprometidas me parecem ser vocês como o grupo do MSN, dirigido por uma senhora que, desde 1995, vem divulgando que faria uma biografia. Por que ela não o fez? "
Com não sou anônima, graças a Deus e a meus pais,que me deram nome e sobrenome..
Saiba você e os demais participantes do "diálogo":
a referida senhora sou eu
que me identifico
As pessoas citadas fazem parte,sim, do
Grupo ClaraNunesdo Brsil,
criado e gerenciado por mim, mas tem idéias próprias e as expressaram sem recorrer ao anonimato.
Caso estivessem elogiando,
o texto delas estaria lá da mesma forma.
Democracia,sempre saudável.
Por mim, como disse ao autor do livro que agora saiu,um livro não atrapalha o outro, até porque
cada pessoa que escreve tem uma leitura diferente,claro,
de seu ou sua biografada
Sabendo de sua presença em BH.
Telefonei desejando boa sorte,
recebi varios telefonemas dele,
esclareci datas e evitei que fosse colocada no livro dele
foto que parecia ser dela ,
mas não é.
Dele ouvi que o Sr.Paulo César estava lendo o original do livro,
isso aí.
Estou ,sim, escrevendo
sobre Clara Nunes.
Como os objetivos do meu trabalho são do conhecimento da família,
e como as satisfações sobre os motivos pelos quais comecei e parei,já foram dadas a quem as devo, não precisaria estar aqui ,
dando explicações,
e as dou porque e quando quero.
Nem a família de Clara nunca me questionou,
não tem sentido ANÔNIMO,
ser eu questionada por você.
O livro ficará a disposição do público a que se destina, quando for a hora dele,
e quando eu julgar por bem.
Conselheira que sou do Conselho de Defesa dos Direitos Humanos-MG,
reinteradamente convocada pela minha classe, a dos Jornalistas Profissionais-MG para representá-lo,missão que para mim, está em primeiro lugar,
Todos sabem que
escrevo e pesquiso sobre Clara Nunes no tempo que tenho para tal.
Não tenho pressa.
Quando pronto, nem quanto vai custar, vou querer saber,
pois já está, preto no branco,
todo o lucro da venda destinado a obra social que leva o nome de Clara.
Assim, me apresento:
Saibam todos :
a senhora do Grupo Clara Nunes
aqui citada por um ANÔNIMO,
aqui está, dialogando e se identificando
Meu e-mail público está lá
no Grupo do MSN
ah..ia me esquecendo..
está,também, no Blog da Clara
pasem lá para conhecer
É só pesquisar no Google, que ele aparace.
Podem falar direto comigo.
Paz e saúde para todos.
Neide Pessoa
Não li o livro, mas disseram aqui que há erro na cronologia das gravações, todas com mais um ano. Isso é primário demais. Um livro desse é um documento histórico, com um erro grasso deste, depois de pesquisa, revisão, é lamentável. Vou esperar um pouco para comprar o livro, até porque não posso nem em lê-lo no momento, por absoluta falta de tempo. Espero que saiam novas edições com as correções.
Flávio
Palmas de pé para 4:45! Esse povo "fãnático" acham que são donos da verdade! E ainda reclamam, deveriam lamber os dedos, pois o Vágner fez a gentileza de trazer à tona a história de Clara. E tem mais, eu há anos acompanho a carreira da cantora e logo após o falecimento uma amiga de Clara se propôs a escrever, Sra Deolinda Vilhena, e até agora nada! Escreve a passos de tartaruga, se duvidar omitiria os fatos que envolveram o assassinato desse namorado da Clara por seu irmão. Parabéns Vágner pelo trabalho, como comentei acima a INVEJA´você deixa para os fracos.
"Clara tinha um material vocal maravilhoso. Era uma cantora de possibilidade ilimitada".
Quem disse foi Sivuca, um dos maiores músicos do mundo.
Limitada é Beth Carvalho.Uma voz pequena.
Alcione então, pelo amor de Deus! Que repertório de doer.
Clara também era linda e muito feminina, coisa rara na música brasileira atual.
Guerreira sim! Pé no chão! Gente como seu povo!
Utopia jamais!
Anônimo 5:55 nunca deve ter ouvido a Clara Nunes.
Sugiro então:
Participação (1971)
Opção (1972)
Umas e Outras (1973)
Esse Meu Cantar (1974)
O Último Bloco (1975)
Fuzuê (1976)
Sagarana (1977)
Zambelê (1978)
Apenas Um Adeus (1979)
Estrela Guia (1980)
Minha Missão (1981)
Mãe-África (1982)
Só pra citar algumas.
Clara é uma fonte inesgotável.
Acorda Menino!!!
A DECLARAÇÃO DA SRA NEIDE É UM MISTO DE PREPOTÊNCIA E FALTA DE HUMILDADE. A HISTÓRIA DA CLARA PERTENCE A ELA, A FAMÍLIA E A TODOS OS SEUS FÃS. TALVEZ A PROXIMIDADE COM A CANTORA TENHA SUBIDO A CABEÇA E INFLADO O SEU EGO. REFLITA MAIS, A SUA DECLARAÇÃO SOA COMO UMA TREMENDA DOR DE COTOVELO.
O livro não está com esta bola toda. Voce pegou leve,né Mauro Ferreira. Adoro seus comenta´rios, mas sobre o da Clara voce se limitou a elogiar somente.
Literatura zero.
Cassio Andrade
RJ
Anônimo das 10;14
Meu cotovelo doendo?
Tá não,engano seu.
Tá joinha
Se ser sincera passa pela sua errônea interpretação como prepotência,
aí, sinto muito, mas não posso
fazer nada para que sua compreensão melhore.
Quem sabe, com o tempo...
Pelo sim, pelo não..
Quem sabe alguma alma caridosa possa ler meu texto,carimbado de prepotente, ou eu, prepotente,
e diga se fui,
por favor.
Tem mais:
não vou ficar aqui batendo boca com anônimos
em especial com ANÔNIMO que já sei direitinho quem é...
Você está no orkut,com o mesmo textotexto aqui postado,J.
Boa leitura para todos.
Se prepotente fui,
"desculpem a minha falha"...
Agradeço a Rede Globo, por deixar que eu use sua marca registrada:
desculpem a minha falha...
NP.
Bem, sou um fã confesso da Beth Carvalho, mas sempre gostei, ouvi e admirei Clara. Ainda acho única no panteão das grandes . Todas as vezes que vejo uma imagem dela é algo inexplicável, seduzia no olhar, uma voz espetacular que saía do coração (tanta cantora medíocre surgindo nos tempos de hoje), me vêm a mente as imagens da infância e de meu pai profundo admirador da cantora. Clara nos deixou, mas fica o seu legado.
Recado para D. Neide eu conheci o seu blog através de um amigo de BH, Gustavo e também pelo site Portelaweb do meu amigo de fórum Rogério Rodrigues. Parabéns pelo trabalho e aguardo também a sua biografia.
Desconsidere a opinião desse anônimo das 10:34, um tremendo imbecil.
EU MESMO parafraseando o Anderson ouvindo e vendo a Guerreira interpretar Quando eu vim de Minas do grande Xangô da Mangueira no You Tube.
Aviso aos navegantes deste blog e deste post em especial: não costumo censurar comentários, porque prezo a liberdade de expressão individual, mas adianto que não vou liberar comentários pessoais. O que está em questão é o livro. Dêem suas opiniões sobre a biografia. Eu gostei muito, outros jornalistas também, mas ninguém é obrigado a gostar. Agora não percam tempo com agressões pessoais ao autor, a Neide ou a quem quer que seja.
A falta de civilidade, de bom senso e de respeito é algo que, de fato, me impressiona, às vezes neste blog. Eu leio, mas nunca comento. Resolvi dar minha opinião e não quero dar meu currículo aqui. Não preciso disso e muito menos dizer que sou "conselheiro do Conselho de Defesa dos Direitos Humanos" para obter respeito. Estou perplexo! Perplexo com as grosserias, com os insultos, com as palavras de pouco apreço, com a falta de cordialidade. Uma pessoa resolve fazer um livro sobre Clara Nunes e vira este furdunço, quando deveríamos todos, no mínimo, estar agradecidos. Um diz que não é literatura. Pelo que percebi no livro a proposta do autor não foi fazer de Guerreira da Utopia um "Grande sertão: veredas". Tem gente também que não gosta de Ruy Castro, de Fernando Morais. Há outros que odiaram a biografia de Roberto Carlos. O livro da Clara é ótimo. Não sei quem é Neide! Quem é? Quanta infantilidade discutir se isso ou aquilo passou despercebido. No livro da Carmen tb há erros. E é Ruy Castro. No livro de Nara Leão e Elizeth Cardoso, de Sérgio Cabral, também há erros. Que bobagem isso tudo, meus Deus! Que perda de tempo. Livro é livro. Em um país miserável como o nosso, no qual literatura (e cultura em geral) é a última coisa com que os governantes se preocupam e o povo aqui discutindo que a data da gravação de Clara no disco A, B, C, D está incorreta, talvez por um erro de revisão. Quanta tolice! O livro é ótimo. Regina Echeverria quando lançou o Furacão Elis sofreu a mesma coisa, com um monte de fãs lunáticos criticando a abordagem que ela faz do personagem no livro. Fatos são fatos. Até hoje nunca fizeram outra obra sobre a Elis. E acho muito difícil que façam outra sobre a Clara. Quem ganha, minha gente, somos nós, que desconhecíamos a história de Clara Nunes. O livro narra detalhes da chegada da cantora no Rio. Ninguém sabia disso. Alguém já tinha ouvido falar do episódio "Apesar de você"? Dos detalhes da cirurgia. Há uma vasta documentação. É uma obra documentada, à altura do personagem, sim, como o Mauro enfatiza. "Religião é o ópio do povo". Lembram-se disso? Não façamos de Clara uma religião. Menos minha gente! Fanatismo não é salutar. Agridem o autor, esculhambam o viúvo, ofendem o próprio Mauro que faz este blog com o maior carinho. É triste, viu! E o mais triste é perceber como a pesquisa é tratada neste país. Todo este bate-boca, todo este naipe de agressões, refletem bem o quanto ainda não sabemos valorizar os que se propõem a resgatar a história da cultura brasileira. Reclamamos do desprezo das instituições governamentais em relação aos pesquisadores, mas pelo que se vê aqui, nos comentários acima, não agimos de forma diferente. Guerreira da Utopia é um excelente trabalho e traz de volta aquela que foi uma das maiores cantores do país, após 25 anos de sua morte. Quer gostem, quer não!
Clara Nunes-Guerreira da Utopia é um livro válido no sentido de se falar sobre esta artista maravilhosa que foi e que sempre será Clara Nunes.Mas é um livro que peca por dar mais ênfase à vida pessoal da artista(É sempre bom lembrar que Clara DETESTAVA falar de sua vida pessoal)e não dimensionar o que foi para a MPB o MITO Clara Nunes.Clara Nunes era MUITO MAIS do que foi mostrado neste livro do Vagner Fernandes.Respeito muito a intenção do autor,mas não gostei da forma como foi narrada a vida de Clara.Se Clara,em vida,NUNCA comentou acerca do escandalo envolvendo membros de sua família,com que autoridade o Vagner Fernandes põe isso a público?Interesse sensacionalista?Clara NUNCA precisou disto para ser reconhecida!A questão Clara X Beth tambem toma muito espaço no livro.Se Beth é uma pessoa que insiste em IGNORAR a obra de Clara Nunes,pra que dar ESPAÇO DEMASIADO para que esta senhora(que tem um papel muito relevante na MPB,diga-se)vociferar os seus desvarios verbais?Sim,porque criticar morto é muito fácil,uma vez que ele não está aqui para se defender.Beth diz que já tinha um nomezinho(sic)na Odeon quando Clara apareceu na gravadora para fazer um disco de boleros.Mentira!Quando Clara foi para Odeon,Beth era uma IMITADORA de Nara Leão tentando a sorte na RCA-Victor.Beth só foi para Odeon em 1968,quando Clara já estava em seu segundo LP na mesma Gravadora.Isto o autor não se dá ao trabalho em desmentir a ¨Madrinha¨do Samba.Quando Beth diz(de forma descarada)que Clara foi quem copiou o seu visual ruivo(como se isto fosse propriedade dela...),o autor sequer procura Adelzon Alves para que este faça a réplica.Lamentável.Lamentável tambem foi ler o sr.Paulo César Pinheiro se referir à despedida EMOCIONADA do público carioca na Portela à Clara Nunes como se isto fosse um circo!Palavras dispensáveis deste maravilhoso compositor,mas um ser-humano que...,deixa pra lá...
Enfim,um livro que quando mais lê,mais se acha críticas.
Abraços a você,Mauro Ferreira.Um crítico musical ao qual eu tenho o mais profundo respeito,mesmo discordando de algumas análises suas,às vezes.
Atenciosamente:
Francisco Carlos
Estava ansioso por adquerir este livro,
apesar de nao ter gostado do seu titulo.
Pois Nao entendo pq ele associa a Clara com uma uma Utopia.
apesar de utopia ser uma palavra bonita... Clara entao, fica resumida a uma utopia? depois de tantas fofocas e entrigas.?
:-( Serah estah a biografia official da Clara ?
Nao quero aqui tirar nenhum merito do escritor,
Pois ele batalhou pra escrever.
talvez tenha ele soh escolhido o titulo errado,
E que sua intencao nunca foi diminuir nada, assim como dizem.
Entao ele pode ateh escrever o volume 2 que igualmente ficarei ansioso para comprar.
Fico imaginando a Clara andando pelo Rio, subindo os morros para se encontrar com os Grandes do Samba,
Imagina uma roda de samba com Clara?
Alguem aqui pode explicar ?
imagina a clara levando a musica deles e delas para os quatro cantos do mundo ?
Quando o Samba era dispresado por todas as elites,
Clara jah estava pelo mundo afora encantando a todos.
Cantando a musicas da velha Guarda do Samba. ahh quantos mitos !
Essa historia eh linda e maravilhosa e foi muito Real Viu!
A Clara merece um carnaval soh pra ela, um filme longa metragem , varios DVD’s
e varios livros.
Estava lendo sobre a biografia de Clara Nunes aqui no Notas Musicais, e resolvi ler os comentários. Foi assim que vi um comentário do anônimo da 1:47 falando dos "jovens Fantásticos" jornalistas que publicam com pressa, para usufruir dos incentivos da Lei Rouanet. Acho estranho dizer isso sem saber o que fala. Assim, acaba comentendo o mesmo erro da falta de critério e seriedade mencionados.
Posso falar do meu caso, não sei dos outros. Sou autora de "Travessia", sobre Milton Nascimento, tenho 29 anos e comecei o trabalho com 23. Não fiz pela lei Rouanet, porque queria fazer do meu jeito, sem ninguém dando palpite. Trabalhei quatro anos como free-lancer para conseguir custear o livro, paguei tudo do meu bolso, dinheiro que, aliás, acho difícil recuperar algum dia com direito autoral. Fiz simplesmente porque acreditei na história. Só procurei uma editora, no caso a Record, quando o livro estava pronto. E não corri para publicar, para o filão de Natal, como algumas pessoas disseram. Pelo contrário, procurei a Record em novembro de 2005 e esperamos até novembro de 2006 para, aí sim, aproveitar o Natal. Acho as críticas sempre bem vindas, construtivas e respeito profundamente quem não gostou do livro, do texto, do foco que dei. Mas discordo das pessoas que falam besteiras, principalmente sobre como o processo aconteceu, sem fazer a menor idéia de como realmente foi. Ainda sobre o meu caso, não saí procurando um tema para escrever um livro, a biografia simplesmente aconteceu. Fiz um trabalho de conclusão de curso sobre o Milton, para a UFMG e, na pesquisa vi que ele tinha uma história de vida mágica e que nunca havia sido contada. Então me coloquei esse desafio. E cumpri. Essa é minha grande recompensa, saber que dei conta, sozinha, de fazer esse livro, de contar parte dessa história, disponibilizá-la para os fãs, abrir uma nova porta. Agora, cabe completá-la, contar novas vertentes, claro, e espero que oturas pessoas se disponham a fazer isso. Bom, é isso, falta de seriedade, para fim, é falar sem saber o que diz.
Maria Dolores
Os anônimos se manifestam covardemente pois não se identificam...Um deles me acusa de ter dito que ia escrever uma biografia da Clara...NUNCA, em momento algum, disse isso. O amor, o carinho, a amizade que nutro por ela, sem o fanatismo que leva a delirios e à criação de falsos mitos, me impediriam de escrever uma biografia imparcial e colocariam em atrito a jornalista/pesquisadora que sou com a amiga pessoal de Clara Nunes...Ainda não li o livro do Vagner,por isso não posso emitir minha opinião mas erros existem sempre, e quanto aos erros que vocês levantam um deles desminto desde ja, o Canta Brasil de 7 de fevereiro de 1982, nunca foi marcado como uma homenagem a Elis Regina, ele havia sido planejado antes de sua morte, a homeagem aconteceu porque ela morreu dias antes, mas a idéia original era sim um show de protesto organizado pelo CEBRADE, Centro Brasileiro Democratico ou pela Democracia, não estou bem certa, 25 anos se passaram, do qual Guguta Brandão era uma das organizadoras e Chico Buarque de Hollanda esta ai para confirmar...Monique Gardemberg também pois foi uma das produtoras do evento...estava acompanhando Clara e tenho certeza de que era sim um show de protesto, lembrem-se fanaticos de plantão - Clara os abomina de onde estiver! - que 82 foi o ano da volta as eleições diretas para governadores depois do golpe de 64, e o Canta Brasil acabou sendo uma prévia dos inumeros comicios do MDB que virava PMDB, com o slogan PMDB Neles! - dos quais Clara, Chico, Simone, João Bosco e tantos outros participariam, menos no Rio de Janeiro cujo candidato era Miro Teixeira e a turma fechou com o Brizola...
Boa sorte ao Vagner e vida curta aos fanaticos de plantão, deveriam cortar cana sem camisa e descobrir que quando se trabalha e produz não se perde tanto tempo com besteira, criticando o trabalho de quem faz ou surrupiando fotos alheias na internet...
Recebi CLARA NUNES - GUERREIRA DA UTOPIA com algumas reservas , pois sabia que outra biografia estava sendo preparada pela Sra . Neide Pessoa Couto , e por alguma explicação que me foge , até hoje não saiu . Fiquei positivamente surpreso , no entanto , com a absoluta entrega do autor Vagner Fernandes ao exaustivo trabalho de pesquisa , com o aval de artistas - amigos e familiares inclusive . O capítulo final foi detalhado e esclarecedor : muito boato foi passado e , ao que parece , somente agora há um esclarecimento mais contundente sobre o que de fato aconteceu à Clarinha . Não gostei da capa . Poderia prestar uma homenagem à Portela , azul e branca , e o nome da Clara poderia vir todo em branco , se possível em alto relevo . Mauro Ferreira argumenta que Clara foi muito mais do que está lá descrito , mas os discos que ela deixou , acredito veementemente , complementam a leitura e não deixam dúvida sobre o poder do canto de Clara Nunes . Existe uma semelhança intensa entre " Portela na Avenida " e " Serrinha " , ambas de Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte , que não foi comentada . No geral , o livro é necessário ; ah , e como Clara tinha amizade com Fernando Faro , tenho esperança de que - se ela fez um programa ENSAIO - este saia em breve em DVD .
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