23 de setembro de 2007

Em cena, Paula exibe boa forma física e vocal

Resenha de show
Título: SóNós
Artista: Paula Toller (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 22 de setembro de 2007
Cotação: * * * 1/2

"As pernas dela são um barato...", confidenciou um espectador ao amigo enquanto Paula Toller cantava Eu Quero Ir pra Rua. "Tira a roupa!", pediu outro, aos gritos, durante a música If You Won't, a boa canção inédita de Jesse Harris que a Abelha Rainha mostrou ao público, orgulhosa, depois de entoar, em pé, próxima ao piano, trecho de Don't Know Why - o hit de Norah Jones composto por Harris. "Linda!", exclamou um terceiro em comentário recorrente na platéia. Não teve mesmo jeito: a boa forma vocal da cantora do Kid Abelha dividiu atenções com sua ótima forma física na estréia carioca de seu primeiro show solo em 25 anos de carreira. SóNós aportou na casa Vivo Rio cercado de expectativas - devidamente cumpridas. Aos (recém-completados) 45 anos, gatésima, a ponto de entrar em cena com vestido curto que deixava as belas pernas à mostra, Paula Toller seduziu seu público em todos os sentidos...

O primeiro número - com ? (O Q É Q Eu Sou?), boa inédita ofertada por Erasmo Carlos à cantora - fez supor que o show seria frio, mas Paula, falante, começou a quebrar o gelo já na segunda música, All Over, em que o baixista Jorge Ailton assumiu os vocais para fazer dueto com a cantora no lugar que, no disco, foi do surfista norte-americano Donavon Frankenreiter. Aliás, Paula não se intimidou e apresentou 12 das 14 músicas de seu segundo CD solo - sem deixar de fazer surpresas no roteiro. A melhor foi Mamãe Coragem, tema de Caetano Veloso e Torquato Neto - gravado por Gal Costa - que funcionou como perfeito elo entre Oito Anos (canção do primeiro álbum solo de Paula, letrada com as perguntas feitas por seu filho, Gabriel, na época com oito anos) e Barcelona 16, o sensível tema do CD SóNós em que a compositora relata as dores - comparadas a um segundo parto - de ver o filho trilhar o seu próprio caminho. Emocionada, a cantora chegou a se atrapalhar com a letra de Oito Anos, depois de relatar sua emoção ao vê-la cantada por Adriana Partimpim na mesma Vivo Rio que abrigou seu primeiro vôo solo.

Sem perder sua veia pop, realçada em músicas como Meu Amor se Mudou pra Lua, Paula soube explorar o palco com boas soluções cênicas. Como a que fez reviver Grand' Hotel - uma das mais belas baladas do cancioneiro do Kid Abelha - sentada em cima do piano tocado por Caio Fonseca. Também funcionou bem chamar a banda para a beira do palco para formar uma rodinha e entoar Nada por mim, em clima folk, quase de luau. Inserir o refrão de Só Love, hit de Claudinho & Buchecha, no meio de Saúde, sucesso de Rita Lee, foi outro achado - inclusive pela citação no arranjo do batidão dos bailes funks que agitam o Rio de Janeiro. Surpreendeu o público...

As músicas mais densas do CD, Tudo se Perdeu e Glass, não foram reproduzidas no palco com a força e a beleza de suas gravações de estúdio. Em cena, funcionam melhor as canções de tom mais pop - caso da deliciosa À Noite Sonhei Contigo, em que a artista tentou em vão convidar os casais para dançarem juntos. Contudo, Paula foi muito além desse universo pop nos sambas E o Mundo Não se Acabou... - em que conseguiu reproduzir o ar maroto da gravação de Carmen Miranda - e 1.800 Colinas, em que a cantora ensaiou uns passos sensuais de samba. O arranjo quase cool deste sucesso de Beth Carvalho resultou em grande momento do show, pois os tons suaves realçam a beleza da melodia e a melancolia dos versos lamentosos. Extraídos da memória afetiva da artista, como contou Paula em cena, os dois sambas são do primeiro CD solo da abelha.

O show termina de forma meio inesperada - em anticlímax - após Derretendo Satélites, outra música do primeiro disco individual da cantora. No bis, um megahit recente do Kid Abelha (Nada Sei, somente ao piano, em leitura superior à do grupo), Glass e Fly me to the Moon, o clássico americano cuja inclusão, no disco de 1998 e no show, atesta a maturidade e a boa forma vocal da intérprete. Paula Toller não precisa de suas pernas para seduzir seu público...

27 Comments:

Anonymous Anônimo said...

acho um absurdo o crítico ficar se referindo à forma física de uma cantora. porque não fala só da música?

23 de setembro de 2007 às 12:06  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, seu marmanjo tarado, você não tem vergonha de ficar babando?

23 de setembro de 2007 às 12:28  
Anonymous Anônimo said...

Quando o assunto é Paula Toller é melhor falar da forma física mesmo!!!

23 de setembro de 2007 às 12:41  
Anonymous Anônimo said...

Parabéns pela resenha, Mauro, escrita à altura do talento de Paula Toller!

23 de setembro de 2007 às 12:47  
Anonymous Anônimo said...

De Paulinha, só interessa mesmo a BELEZA superficial , pois o resto é bem ruizinho. Ví esse show no Palco MPB e achei bem fraquinho, qq nota.

23 de setembro de 2007 às 13:45  
Anonymous Anônimo said...

Paula me dá dores de cabeça. Às vezes o vocais dela é excelente, às vezes muito ruim (cd novo). Mauro tem razão sobre as pernas dela. Eu suspeito a Paula para usar a beleza(???) dela; por via das dúvidas a música não satisfaz...

(desculpe para meu português ruim...)

Abs,
Kees

23 de setembro de 2007 às 18:58  
Anonymous Anônimo said...

Mamãe coragem não foi gravada TAMBÉM por Gal Costa. Caetano Veloso nunca a gravou e essa canção só foi ser revivida muito tempo depois de ser um clássico lado B de Gal, por gente como Belô Velloso e Edson Cordeiro. Mas continua sendo uma canção da Gal, mais que do Caetano ou do Torquato Neto.

23 de setembro de 2007 às 21:36  
Anonymous Anônimo said...

Olha, eu adoro Gal, mas Mamãe Coragem nunca foi um "clássico" de Gal. Trata-se de um tema bastante obscuro em sua discografia.

24 de setembro de 2007 às 00:15  
Anonymous Anônimo said...

Essa mina é um tesãoo...
tá bem melhor que nos anos 80...

Bruno.

24 de setembro de 2007 às 09:38  
Anonymous Anônimo said...

Mamãe Coragem sempre foi uma das marcas de Gal. Quem disse o contrário não entende CHONGAS de MPB nem de Gal. Marilia Pera , no especial Elas por Ela, na hora de homenagear a Gal, foi com Mamãe Coragem que o fez!!!! e não com Balancê...
PS> Acorda Pra Cuspir... ( ou não conhece essa também??..)

24 de setembro de 2007 às 09:39  
Anonymous Anônimo said...

Se eu tivesse essas pernas, minha vida estava resolvida. Paula é linda, loura e lovely.

24 de setembro de 2007 às 13:14  
Anonymous Anônimo said...

Muito gata mesmo, está bem melhor hoje do que com vinte e poucos anos.
Mas, musicalmente continua enjoadinha.
Não se lamente, Araca, vá a luta pelas pernocas, oraaaaa!:>)

Jose Henrique

24 de setembro de 2007 às 14:21  
Anonymous Anônimo said...

Fui ao show no sábado e achei bastante decepcionante.

24 de setembro de 2007 às 15:32  
Anonymous Anônimo said...

Ói, eu conheço tudo de Gal, mesmo as coisas mais obscuras e coisas que foram gravadas e nunca lançadas. Há poucas cantoras na mpb tão boas quanto. Tirando a fase Profana-Lua de mel, eu gosto de tudo. Não lembro da tropicália, porque era criança de colo, mas já me lembro da época em que fazia sucesso com Índia. Mas rapaz, será mesmo Mamãe coragem "uma das marcas de Gal"? Jura? Eu hein! Heheh.

24 de setembro de 2007 às 16:43  
Anonymous Anônimo said...

Eu disse que era um "clássico LADO B".

24 de setembro de 2007 às 19:03  
Anonymous Anônimo said...

Tá bom, mas tá lá no texto, "uma das marcas de Gal", hihihi.

24 de setembro de 2007 às 20:20  
Anonymous Anônimo said...

Dizer que Mamãe Coragem é um clássico de Gal não é mesma coisa que dizer que fez um estrondoso sucesso. Assim fica mais fácil! Oh, gente complicada!

24 de setembro de 2007 às 22:36  
Anonymous Anônimo said...

Anônimo das 10:36, vc captou minha mensagem.

25 de setembro de 2007 às 08:55  
Anonymous Anônimo said...

Anônimo das 8:20. Está no texto, mas não no meu. Aí se trata de declaração de outro anônimo. hihihi

25 de setembro de 2007 às 08:56  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse...

As pernas de paula são geniais, uma loucura.. Esse negócio de quem desafina ou canta mal, pode ser conferido pela menos uma vez a todas as cantoras até chegar a maturidade.

Agora, Mamãe Coragem ficou muito bem com a Belô Veloso, arranjo do cacete e que a galera gosta de queimar aqui. Os fãs doentis não batem nas fases chatas de Gal e Bethânia(que houve sim) e nem na chatisse de Marisa Monte e Adriana Saco Canhoto. A a purgante Ivete Sangalo fuiiiiiiii

25 de setembro de 2007 às 13:05  
Blogger Stipe said...

Paula Toller evolui cada vez mais com seu desempenho, não vejo problemas em falar da forma fisica dela, desde que seu talento seja devidamente reconhecido, ela é linda, mas ela é mutio superior a ser comparada só por beleza, eu achei a resenha otima, mostrando pontos devidamentes merecidos!

25 de setembro de 2007 às 23:53  
Anonymous Anônimo said...

EDU FALA:
PAULA PODE MOSTRAR TUDO QUE ELA É GATA, TUDO NO LUGAR CERTO , INCLUSIVE A VOZ, QUAL É MAURO?

26 de setembro de 2007 às 12:30  
Blogger Daniel Garrido said...

Faltou dizer q grande parte do público deixou o vivo rio querendo ouvir mais músicas do kid abelha.

discordo sobre mamãe coragem, pra mim a mais chata do show.

discordo tb sobre "glass": ficou lindo ao vivo!! "tudo se perdeu" realmente se perdeu no show. desnecessária.

apoio os comentários sobre a boa forma dela. afinal, ela nao escolheu o vestidinho curto à toa.

do resto, assino embaixo.
gostei do blog. pretendo voltar.

um abraço e parabéns!!

26 de setembro de 2007 às 19:54  
Blogger Unknown said...

Não vejo problema em "falar" da forma fisica da Paula Toller uma vez que ela tem pra mostrar além de sua evolução como interprete, compositora e como ser humano seus dotes fisicos, que por sinal estao tudo em cima.Alias, p mim, é uma otima cantora e a mais bela de todas. Fui ao show no domingo e gostei muito. Tem q ser bem curioso pra entende-la.Eu adoro! parabens! , mauro, pela resenha, e parabens! Paula, pelosow, pelo disco e por sua beleza.

26 de setembro de 2007 às 20:05  
Blogger Unknown said...

Paula é realmente um diamante precioso!

Tem cabeça criativa, inteligente, surpreendente, compreende a ligação entre hits e músicas do lado B ao fazer o set list de umm show, além da indiscutível beleza de seu canto e da sua aparência física.

Leiam o q Nelsom Motta escreveu sobre ela em seu site oficial

http://sintoniafina.uol.com.br/arquivo.php

26 de setembro de 2007 às 22:07  
Anonymous Anônimo said...

acho que a Paula cria muito pouco e esses arranjos pop/rock pouco acrescentam na carreira de algu�m... Melhor ela cuidar mesmo da apar�ncia(que parece que � mais conta na carreira de um artista no Brasil) ou ent�o melhorar a voz e arranjos mais inovadores...

28 de setembro de 2007 às 20:43  
Anonymous Anônimo said...

eu tava nesse show... ninguém tem dúvida do quanto ela é gata... concordo c nelson motta quando ele diz q a paual lançou um dos melhores discos do ano e quanto ao show só pode falar algo quem assistiu, eu naum imaginava q seria taum bom quanto foi e naum é por q sou fã do kid abelha naum nem da paula mas ela arrebentou msm... dirigiu muito bem seu show, o cenário tava massa, os músicos afinados e ela simplesmente cantou como nunca... foi um profissionalismo excelente e o show merecia um DVD...

30 de setembro de 2007 às 20:02  

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