Péricles fica entre a vanguarda e o pop irônico
Resenha de CD
Título: O Rei da Cultura
Artista: Péricles
Cavalcanti
Gravadora: DeleDela
Cotação: * * 1/2
Compositor cult gravado por nomes como Simone, Adriana Calcanhotto e Caetano Veloso, Péricles Cavalcanti transita com fina ironia numa tênue linha entre a música de vanguarda e a canção feita no mainstream. Neste bom quinto CD, ele não roça a beleza de Canções (seu primeiro álbum, de 1991). Contudo, se confirma como artista bem inquieto. O Rei da Cultura soa irônico já a partir do título tropicalista. Péricles faz experimentos poéticos em um mosaico rítmico que flerta com o rock (O Galope do Guitarrista Apaixonado), o bolero (Sou Sua) e com a efervescência latina (Porto Alegre - Nos Braços de Calipso). Após odes ao erotismo feminino (Eva e Eu - com letra de Arnaldo Antunes - e Mangá), Péricles fecha o disco com o redondo Samba do Eterno Retorno, que traz a voz do hermano Rodrigo Amarante (autor da boa capa e do projeto gráfico) no tema incidental É pra Sambar. A faixa-título tem produção de Pedro Sá e agrega a turma carioca formada por Domenico Lancelotti e Moreno Veloso, autor do texto de apresentação do CD. Cantor muito deficiente, Péricles apresenta substancial manancial de canções que deverão ganhar melhor tratamento vocal em futuros registros de Calcanhotto etc.
Título: O Rei da Cultura
Artista: Péricles
Cavalcanti
Gravadora: DeleDela
Cotação: * * 1/2
Compositor cult gravado por nomes como Simone, Adriana Calcanhotto e Caetano Veloso, Péricles Cavalcanti transita com fina ironia numa tênue linha entre a música de vanguarda e a canção feita no mainstream. Neste bom quinto CD, ele não roça a beleza de Canções (seu primeiro álbum, de 1991). Contudo, se confirma como artista bem inquieto. O Rei da Cultura soa irônico já a partir do título tropicalista. Péricles faz experimentos poéticos em um mosaico rítmico que flerta com o rock (O Galope do Guitarrista Apaixonado), o bolero (Sou Sua) e com a efervescência latina (Porto Alegre - Nos Braços de Calipso). Após odes ao erotismo feminino (Eva e Eu - com letra de Arnaldo Antunes - e Mangá), Péricles fecha o disco com o redondo Samba do Eterno Retorno, que traz a voz do hermano Rodrigo Amarante (autor da boa capa e do projeto gráfico) no tema incidental É pra Sambar. A faixa-título tem produção de Pedro Sá e agrega a turma carioca formada por Domenico Lancelotti e Moreno Veloso, autor do texto de apresentação do CD. Cantor muito deficiente, Péricles apresenta substancial manancial de canções que deverão ganhar melhor tratamento vocal em futuros registros de Calcanhotto etc.
7 Comments:
quando teremos um disco de Calcanhoto?
Nossa Mauro, duas estrelinhas somente?
O blog está ótimo passo sempre por aqui.
Obrigado
H.
Meu amadinho aprontando como sempre, segue a letra que é do terceiro cd solo de Arnaldo Antunes.
'A
eva e eu
eu e ela
eva e eu
gosto pela terra
onde jorra
o esperma, a estrela, a primeira, o primeiro amor
quando o céu mudou de cor
eva e eu
nosso excesso,
sexo, ex-céu
nosso fim começo
eu e ela
uma célula, pérola, pétala sob o sol
quando a tarde escureceu
eva e eu
a costela dela
sou eu
minha mãe matéria
me leva
onde a terra tem cheiro, onde chove, onde a chuva cai
para onde o tempo vai
onde a carne tem gosto e o rosto enrugará '
Kia
As músicas de Péricles Cavalcanti são muito boas, não vejo a hora de ouvir esse disco. E a propósito: Gal Costa foi o primeiro grande nome da MPB a gravar Péricles, em 1974, quando gravou logo duas músicas dele: "Quem Nasceu", no disco coletivo "Temporada de Verão Ao Vivo na Bahia"; e "O Céu e o Som", em um de seus melhores discos, "Cantar". Em 1977, no disco "Caras e Bocas", gravou ainda "Clariô" e a deliciosa versão feita por Péricles e Caetano para uma música de Bob Dylan, "It's All Over No, Baby Blue", que passou a se chamar "Negro Amor". Nesta época, Calcanhoto usava fraldas e Simone ainda era jogadora de basquete.
pop irônico já não seria vangurda ?
Não pode ser cult e ser gravado por Simone, ou uma coisa ou outra. :>)
Jose Henrique
Emanuel Andrade disse..
O anônimo das 12:26, cometeu um equívoco. Quando saiu Caras e Bocas, da Gal, Simone já tinha pelos mensos quatros discos. A Adriana Breganhoto era que ainda ouvia rádios de pilha com a empregada, músicas das piores qualidades. Mas quero registrar que Péricles é um bom compositor. Pode até cantar ruim, mas o tanto de gente que canta mal, na boa MPB, perde-se a conta...
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