Big-band alemã expande obra elástica de Bosco
Resenha de show
Título: NDR BigBand / João Bosco
Artista: NDR BigBand, João Bosco e Nils Landgren
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Data: 8 de maio de 2007
Cotação: * * * *
João Bosco já traz embutida uma orquestra de percussão na voz e no toque de seu violão. Seu arsenal percussivo interagiu bem com o fabuloso naipe de metais da NDR BigBand - a orquestra alemã de jazz formada na década de 70 e sediada em Hamburgo - no ótimo primeiro dos oito shows da turnê nacional que levará o numeroso grupo para mais cinco cidades além do Rio (São Paulo, Salvador, Blumenau, Santos e Ribeirão Preto) até 21 de maio. Se no primeiro set do concerto, a big-band recebeu o exímio trombonista sueco Nils Landgren para tocar músicas dos irmãos Nat e Julian Edwin Cannonball Adderley, na segunda Bosco entrou em cena para que fosse apresentada a abordagem jazzística de sua elástica obra. Na bateria, Kiko Freitas, o músico da banda do compositor brasileiro.
Da beleza plácida do arranjo de Caça à Raposa (1975) à vibrante pulsação rítmica de O Ronco da Cuíca (1976), o que se viu e ouviu foi uma expansão da obra de Bosco sem enfraquecimento de seus alicerces. Os arranjos dos sambas - como Linha de Passe (1979) - abriram espaços para solos metaleiros dos músicos da big-band, tocados com a liberdade de improviso e expressão garantida pela linguagem jazzística. Quando não havia um espaço para os solos improvisados, como em Papel Machê (1984), havia uma perfeita sintonia entre o violão de Bosco e o naipe de metais da orquestra. O suingue do samba Escadas da Penha (1975) contrapôs o ritmo ralentado de Desenho de Giz (1986), bolero que teve seu arranjo pautado pela economia. E momentos sublimes – como o instante em que Bosco recitou o texto (profético) de Tiro de Misericórdia (1977) enquanto os metais suingavam – confirmaram o acerto da reunião do compositor com músicos que, acima de tudo, falam a mesma língua da inventividade que pauta a obra de João Bosco.
Turnê NDR BigBand e João Bosco:
Dia 8 de maio de 2007 – 20h30 – Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro)
Dia 10 de maio de 2007 – 20h30 – Teatro Carlos Gomes (Blumenau)
Dia 11 de maio de 2007 – 21h – Teatro SESC (Santos)
Dia 13 de maio de 2007 – 11h00 – Parque Ibirapuera (São Paulo) - Concerto ao ar livre
Dias 14 e 15 de maio de 2007 – 21h00 – Sala São Paulo (São Paulo)
Dia 16 de maio de 2007 – 21h00 – Theatro Pedro II (Ribeirão Preto)
Dia 21 de maio de 2007 – 21h – Teatro Castro Alves (Salvador)
Título: NDR BigBand / João Bosco
Artista: NDR BigBand, João Bosco e Nils Landgren
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Data: 8 de maio de 2007
Cotação: * * * *
João Bosco já traz embutida uma orquestra de percussão na voz e no toque de seu violão. Seu arsenal percussivo interagiu bem com o fabuloso naipe de metais da NDR BigBand - a orquestra alemã de jazz formada na década de 70 e sediada em Hamburgo - no ótimo primeiro dos oito shows da turnê nacional que levará o numeroso grupo para mais cinco cidades além do Rio (São Paulo, Salvador, Blumenau, Santos e Ribeirão Preto) até 21 de maio. Se no primeiro set do concerto, a big-band recebeu o exímio trombonista sueco Nils Landgren para tocar músicas dos irmãos Nat e Julian Edwin Cannonball Adderley, na segunda Bosco entrou em cena para que fosse apresentada a abordagem jazzística de sua elástica obra. Na bateria, Kiko Freitas, o músico da banda do compositor brasileiro.
Da beleza plácida do arranjo de Caça à Raposa (1975) à vibrante pulsação rítmica de O Ronco da Cuíca (1976), o que se viu e ouviu foi uma expansão da obra de Bosco sem enfraquecimento de seus alicerces. Os arranjos dos sambas - como Linha de Passe (1979) - abriram espaços para solos metaleiros dos músicos da big-band, tocados com a liberdade de improviso e expressão garantida pela linguagem jazzística. Quando não havia um espaço para os solos improvisados, como em Papel Machê (1984), havia uma perfeita sintonia entre o violão de Bosco e o naipe de metais da orquestra. O suingue do samba Escadas da Penha (1975) contrapôs o ritmo ralentado de Desenho de Giz (1986), bolero que teve seu arranjo pautado pela economia. E momentos sublimes – como o instante em que Bosco recitou o texto (profético) de Tiro de Misericórdia (1977) enquanto os metais suingavam – confirmaram o acerto da reunião do compositor com músicos que, acima de tudo, falam a mesma língua da inventividade que pauta a obra de João Bosco.
Turnê NDR BigBand e João Bosco:
Dia 8 de maio de 2007 – 20h30 – Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro)
Dia 10 de maio de 2007 – 20h30 – Teatro Carlos Gomes (Blumenau)
Dia 11 de maio de 2007 – 21h – Teatro SESC (Santos)
Dia 13 de maio de 2007 – 11h00 – Parque Ibirapuera (São Paulo) - Concerto ao ar livre
Dias 14 e 15 de maio de 2007 – 21h00 – Sala São Paulo (São Paulo)
Dia 16 de maio de 2007 – 21h00 – Theatro Pedro II (Ribeirão Preto)
Dia 21 de maio de 2007 – 21h – Teatro Castro Alves (Salvador)
9 Comments:
dá para ver que Bosco também faz parte da turma de protegidos do Mauro.
Pena que esse show foi tão pouco divulgado aqui no Rio de Janeiro.
Gostaria muito de tê-lo assistido.
Mauro, sabe informar se esse trabalho vai sair em DVD?
abração,
Denilson
Não há planos, até onde sei, para a gravação de um DVD.
Na primeira vez que assisti a um show de João Bosco (voz e violão) vivi uma experiência quase alucinatória.
Depois de uns 20 minutos de espetáculo, eu poderia jurar que ele estava cercado por uma big banda, tal a quantidade (e diversidade) de som que sua voz e seu violão são capazes de produzir.
Gosto de inúmeras canções de seu repertório, acho-o um jovem senhor gatíssimo mas nada que se compare com suas apresentações ao vivo. Arrepiantes.
Não tenho dúvida que se trata de um espetáculo imperdível.
A obra de João Bosco é uma maravilha. Só não gosto da afetação que vem imprimindo às suas interpretações.
Esse concerto deve ter sido muito bom. Pena que não moro no circuito da turnê. Tomara que se faça algum tipo de registro.
Essas big bands das rádios alemãs são incríveis. Tem a da WDR (Colônia), RIAS (Berlim), HR (Frankfurt)SWR (Stuttgart), etc.
Um show lindo, num lugar lindo! Foi muito bom ouvir/ver boa música nessa cidade que anda, ultimamente, produzindo sons aterradores...
Na Sala São Paulo???
Brasil com lampejos de primeiro mundo. Pena que sejam apenas lampejos.
Os arranjos!...os arranjos!...de quem são os arranjos ????
fui nesse show c/ a big band em ribeirão... demais!
putas arranjos mesmo!
instrumentistas fantasticos o apoiaram nesse show...
http://cf.granello.zip.net/
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