Fábio mostra que a solidão foi a droga de Tim
Resenha de livro
Título: Até Parece que Foi Sonho
Autor: Fábio
(Em depoimento a Achel Tinoco)
Editora: Matrix
Cotação: * * *
Doidão em todos os sentidos, Tim Maia (1942 - 1998) em triste madrugada telefonou para a delegacia da Barra da Tijuca, o bairro onde morava na Zona Oeste carioca, para solicitar ao delegado sua prisão por porte de drogas. Os policiais logo bateram à porta do Síndico. Embriagado e nu, ele estava deitado no chão da sala - de barriga para cima. "Me levem, se puderem", disse Tim, irônico, aos policiais. Sem ter como tirar o pesado cantor do chão, os policiais logo foram embora. Na manhã seguinte, Tim daria ao fiel amigo Fábio a mais sincera justificativa para sua surreal atitude: "eu não tinha ninguém para conversar...".
A passagem está relatada no livro Até Parece que Foi Sonho - Meus Trinta Anos de Amizade e Trabalho com Tim Maia, narrado por Fábio na primeira pessoa através de bom depoimento dado ao jornalista Achel Tinoco, responsável pela redação final. É um livro curto, de 136 enxutas páginas. Sem firulas e sem grandes preocupações com datas (há pequenos lapsos - como creditar ao ano de 1974 o festival Abertura, transmitido pela Rede Globo em 1975), o intérprete do hit Stella conta causos do colega com quem desenvolveu forte relação fraterna. Mesmo sem ter a consistência de uma biografia, a narrativa flui e mostra ao leitor que a solidão foi a droga que mais alterava o mau-comportamento de Tim Maia.
Gordo e feio, ele se dava ao luxo (??) de pagar garotas de programa apenas para conversar. Antes da fama, amargurado por ter ficado fora da orgia sexual que rolava no quarto de Fábio, Tim compôs na sala Azul da Cor do Mar, a bela canção que, em 1970, ajudaria a projetar seu primeiro LP em âmbito nacional (é o discaço que tem Primavera e Coroné Antonio Bento). Sem cerimônia, Fábio expõe as amarguras, as loucuras e as generosidades de Tim Maia. É um breve perfil feito por quem conviveu de perto com o astro que traduziu a soul music americana para o idioma nacional. Soa sincero (ainda que meio oportunista...) e funciona como delicioso aperitivo para a biografia Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia, escrita por Nelson Motta e agendada para o fim de 2007, dando início às lembranças pelos dez anos da morte de Tim Maia, ocorrida em 15 de março de 1998. História é o que não vai faltar...
Título: Até Parece que Foi Sonho
Autor: Fábio
(Em depoimento a Achel Tinoco)
Editora: Matrix
Cotação: * * *
Doidão em todos os sentidos, Tim Maia (1942 - 1998) em triste madrugada telefonou para a delegacia da Barra da Tijuca, o bairro onde morava na Zona Oeste carioca, para solicitar ao delegado sua prisão por porte de drogas. Os policiais logo bateram à porta do Síndico. Embriagado e nu, ele estava deitado no chão da sala - de barriga para cima. "Me levem, se puderem", disse Tim, irônico, aos policiais. Sem ter como tirar o pesado cantor do chão, os policiais logo foram embora. Na manhã seguinte, Tim daria ao fiel amigo Fábio a mais sincera justificativa para sua surreal atitude: "eu não tinha ninguém para conversar...".
A passagem está relatada no livro Até Parece que Foi Sonho - Meus Trinta Anos de Amizade e Trabalho com Tim Maia, narrado por Fábio na primeira pessoa através de bom depoimento dado ao jornalista Achel Tinoco, responsável pela redação final. É um livro curto, de 136 enxutas páginas. Sem firulas e sem grandes preocupações com datas (há pequenos lapsos - como creditar ao ano de 1974 o festival Abertura, transmitido pela Rede Globo em 1975), o intérprete do hit Stella conta causos do colega com quem desenvolveu forte relação fraterna. Mesmo sem ter a consistência de uma biografia, a narrativa flui e mostra ao leitor que a solidão foi a droga que mais alterava o mau-comportamento de Tim Maia.
Gordo e feio, ele se dava ao luxo (??) de pagar garotas de programa apenas para conversar. Antes da fama, amargurado por ter ficado fora da orgia sexual que rolava no quarto de Fábio, Tim compôs na sala Azul da Cor do Mar, a bela canção que, em 1970, ajudaria a projetar seu primeiro LP em âmbito nacional (é o discaço que tem Primavera e Coroné Antonio Bento). Sem cerimônia, Fábio expõe as amarguras, as loucuras e as generosidades de Tim Maia. É um breve perfil feito por quem conviveu de perto com o astro que traduziu a soul music americana para o idioma nacional. Soa sincero (ainda que meio oportunista...) e funciona como delicioso aperitivo para a biografia Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia, escrita por Nelson Motta e agendada para o fim de 2007, dando início às lembranças pelos dez anos da morte de Tim Maia, ocorrida em 15 de março de 1998. História é o que não vai faltar...
7 Comments:
Tudo bem, mas que pedaço da Barra da Tijuca fica na Zona Sul carioca? Desde criança me ensinaram que a
Barra pertence a Zona Oeste.
HAHAHAHA....
Grato anônimo por chamar atenção para a minha distração. Já corrigi o texto.
Esse Fábio é um oportunista. Esse sim deveria ser proibido. Duvido q o Tim permitisse algo desse tipo.
tim nunca fez tipo nem gênero. sem essa de moralismo
Adoro Tim Maia! A musica(os primeiros 6/7 discos são geniais) e seu jeito de ser.
Faz muita falta a sua verve e seu bom humor.
Tô doido pra ler esse livro do Nelson Motta
Jose Henrique
Fred, não é moralismo, é RESPEITO.
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