Aos 70, Guilherme Araújo sai de cena no Rio
Ao sair de cena na manhã desta quarta-feira, 21 de março, aos 70 anos, Guilherme Araújo já era figura folclórica - quase uma lenda na música brasileira. Quem passasse por aquele senhor de cabelos grisalhos, pelas ruas de Ipanema (RJ), talvez já nem reconhecesse nele o empresário e produtor musical que foi figura fundamental na arquitetura da Tropicália e na condução inicial das carreiras de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa (com o produtor na foto do arquivo pessoal da cantora) e Maria Bethânia. Araújo teve faro...
Araújo teve apurada visão comercial. Ele conhecia as técnicas de marketing quando ele - o marketing - nem era nominado como tal na cultura pop. Em suma, Araújo sabia vender seus produtos na mídia. Sua importância na formatação do conceito do Tropicália ainda não foi corretamente dimensionada. Só que o movimento liderado por Gil e por Caetano talvez não tivesse surtido grande e imediato efeito sem a presença de Araújo. Foi Araújo que motivou Gil a investir na carreira musical. Foi Araújo que sugeriu o nome artístico de Gal Costa. Foi Araújo que, ainda em 1966, apostou na força dramática de Bethânia. Foi Araújo que comprou as idéias de Caetano e o ajudou a vendê-las na mídia. O resto logo foi História.
Dos quatro talentosos artistas baianos que tiveram suas carreiras alavancadas com a ajuda de Araújo, Gal foi a que colheu por mais tempo os louros da visão do produtor. Todo o conceito do projeto Gal Tropical - que rendeu LP e show em 1979, inaugurando fase de grande sucesso comercial na carreira da cantora - foi idéia de Araújo. Nascido no Rio de Janeiro, em 1936, ele ainda teve papel importante na consolidação do grupo Os Mutantes. Enfim, foi um empresário e produtor que transcendeu a burocracia inerente a essas funções. E que hoje saiu de cena - para virar lenda da MPB...
Araújo teve apurada visão comercial. Ele conhecia as técnicas de marketing quando ele - o marketing - nem era nominado como tal na cultura pop. Em suma, Araújo sabia vender seus produtos na mídia. Sua importância na formatação do conceito do Tropicália ainda não foi corretamente dimensionada. Só que o movimento liderado por Gil e por Caetano talvez não tivesse surtido grande e imediato efeito sem a presença de Araújo. Foi Araújo que motivou Gil a investir na carreira musical. Foi Araújo que sugeriu o nome artístico de Gal Costa. Foi Araújo que, ainda em 1966, apostou na força dramática de Bethânia. Foi Araújo que comprou as idéias de Caetano e o ajudou a vendê-las na mídia. O resto logo foi História.
Dos quatro talentosos artistas baianos que tiveram suas carreiras alavancadas com a ajuda de Araújo, Gal foi a que colheu por mais tempo os louros da visão do produtor. Todo o conceito do projeto Gal Tropical - que rendeu LP e show em 1979, inaugurando fase de grande sucesso comercial na carreira da cantora - foi idéia de Araújo. Nascido no Rio de Janeiro, em 1936, ele ainda teve papel importante na consolidação do grupo Os Mutantes. Enfim, foi um empresário e produtor que transcendeu a burocracia inerente a essas funções. E que hoje saiu de cena - para virar lenda da MPB...
11 Comments:
se o cara fez tudo isso que o mauro disse, realmente foi gênio
Ele conseguiu transformar o inexistente (o tropicalismo) em algo cuja existência ainda é objeto de crença e culto por parte de alguns.
Está no mesmo time dos que inventaram o papai noel e a cegonha.
Que Deus o guarde em um lugar tranquilo, de águas claras... Bem q podia aparecer outro "quase" igual na vida de Gal!!!
Waly Salomão já foi... Guilherme Araújo morreu hoje... A carreira de Gal Costa definitivamente acabou!!!!
Gal sempre teve uma voz maravilhosa. Não foi Waly nem Guilherme que cantaram em seus discos. Podem ter ajudado Gal mas o brilho é da voz dela.
Não deixam escapar um oportunidade de espetarem a Gal. Oh, gente amargurada essa visita esse Blog. Se não gostam da fase atual da Gal, façam como eu faço, continuo ouvindo os discos antigos (anos 70, principalmente). Agora, o que o público parece não entender é que artista tem de serviçal ao público, a relação é outra. Quer coisa mais irritante do aquela gente que vai assistir a um show e fica gritando no intervalo entre as músicas: música tal, música tal! Parece restaurante self-service, churrascaria rodízio e coisas do gênero.
Emanuel Andrade disse..
Nao sei porque o pessoal de cima joga tão pesado em tom de frustração. Parecem pai de santo!! O que posso dizer é que depois de Guilherme,os produtores(zinhos que vão ficando)não chegam a um caroço do monstruoso talento que o Guilhereme teve. Triste dos baianos(NO MERCADO, claro) se não fosse ele. Mostrem-me que espetáculo repercutiu na MPB mais e melhor que os assinados por ele? Com exceção(que não foi ele) de Falso Brilhante!!!. É claro que os óitmos Gal, Gil, Caetaneo e Bethçania nçao vão morrer de chorar. Já estão feitos e ricos. Mas continuam bons. Só falta o Gil pular do barraco insuportável do Lula e voltar a compor e cantar.
jussara, 10.
o resto é balela.
É isso aí: escutar os discos antigos de Gal Costa, é só o que nos restou... De preferência, aqueles dos anos 70, em que ela foi "dirigida" por Waly Salomão e Guilherme Araújo. Um recado pra Jussara e pro anômino das 9:08: a voz de Gal continua irrepreensível, é o que sempre se fala; mas seu repertório há tempos é de doer. Ou seja, gente como Waly e Guilherme fazem uma falta imensa para a carreira dela. Não basta apenas ter uma voz maravilhosa, é preciso ter um produtor idem!!!! E nada melhor do que a carreira recente de Gal Costa para provar isso. Por fim, uma dica para ouvir "hoje": Gal Tropical (1979), da safra de Guilherme Araújo, e Plural (1990), da safra de Waly Salomão.
Falando em Gilberto Gil, parece que seu show da última terça-feira no Carnegie Hall foi muito bom. Deu no NYT.
Grande músico!
Reza a lenda que Bethania, em priscas eras, saiu do chuveiro nua em pêlo e lhe aplicou uma surra daquelas de deixar malandro na folha da bananeira.
O moço havia ido na casa da baiana cobrar uma grana que - segundo a anfitriã - já houvera sido paga inúmeras vezes. A história está contada na célebre entrevista da musa para O Pasquim, final dos sessenta.
Guilherme, por sua vez, alardeou aos 4 ventos poucos anos atrás, que estava escrevendo sua autobigrafia Nunca Fui Santa, onde comentaria esta e outras tantas 'histórias' que ilustram sua convivência com os baianos eventualmente doces, mas invariavelmente bárbaros (ou o contrário).
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