12 de fevereiro de 2007

49º Grammy põe a política na frente da música

Nem Mary J. Blige nem a dupla Gnarls Barkley. Tampouco Justin Timberlake. O trio texano Dixie Chicks (foto) foi o grande vitorioso da cerimônia de premiação do 49º Grammy Awards, realizada na noite de domingo, 11 de fevereiro, em Los Angeles (EUA). É uma louvação discutível do ponto de vista musical, mas merecida sob o viés político. Após criticar publicamente o presidente George W. Bush, o grupo de country amargou o cruel descaso de seu público. Os cinco prêmios obtidos pelo Dixie Chicks no Grammy - inclusive o de Álbum do Ano (Taking the Long Away) e o de Gravação do Ano (pela música Not Already to Make Nice, também laureada como Canção do Ano) - são, de certa forma, uma resposta política da indústria aos fãs que boicotaram o trio, que vem incorporando batidas de rock ao seu country. Mas não deixam de ser injustos...

Ao pôr a política na frente da boa música, o 49º Grammy cometeu injustiça contra o duo Gnarls Barkely, que perdeu os troféus a que concorria nas categorias principais. Crazy merecia, ao menos, o prêmio de Gravação do Ano. Como já era previsível, a campeã de indicações Mary J. Blige - que concorria a oito troféus por conta do renascimento das cinzas com o álbum The Breakthrough - venceu nas categorias dedicadas especificamente ao r & b. Blige, emocionada, saudou a vitória como fruto do equilíbrio emocional.

No rock, a noite foi do Red Hot Chili Peppers. Embora não tenha vencido nas categorias principais, o grupo de Flea saiu da festa com quatro troféus, inclusive os de Álbum de Rock (Stadium Arcadium) e Canção de Rock (Dani California). Tudo a ver com um álbum que ambicionava estádios. O que não teve muito a ver foi John Mayer ficar com o prêmio de Álbum Pop. Continuum é interessante, mas - nesta seara - o troféu merecia ir para Justin Timberlake (um dos grandes injustiçados...) por seu FutureSex / LoveSounds, um dos clássicos de 2006. E o que dizer de Carrie Underwood - cria country do programa American Idol - faturar o troféu de Best New Artist (em bom português, Revelação do Ano) no lugar da inglesa Corinne Bailey Rae, outra injustiçada? É pena que, no todo, o Grammy tenha priorizado artistas mais ligados à indústria norte-americana em detrimento de outros que alcançam repercussão mundial. Nada que chegue a surpreender, já que, no fim das contas, o Grammy foi criado mesmo para louvar as pratas da casa. Com direito até a recados políticos em forma de troféus.

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Há anos esse trio perseguia o prêmio máximo da festa . Parabéns ao grupo que é praticamente desconhecido no Brasil . Recomendo ' Home ' de 2002 , disponivel na rádio UOL . Até Herbie Hancock , Queen Latifah e Michael Moore ( lógico ) já se declararam fãs .
Pena que Red Hot só levou os de rock e também acho que John Mayer merecia mais prêmios !
Sobre a revelação do ano , desculpe mas não conheço nada . Mas quer saber ? Foi- se o tempo em que talentos como Cristofer Cross , Cindy Lauper e José Feliciano ganhavam nessa categoria . Nos ultimos anos só Norah e Alicia se safam !

No mais , bom foi ver ícones como Tony Bennett e Stevie Wonder NÃO serem esquecidos

12 de fevereiro de 2007 às 10:35  
Anonymous Anônimo said...

Justin é uma celebridade e não artista . Um cara que se preocupa em dizer em entrevista que só " usa cueca uma vez e depois joga fora " e não fale de música não pode ser levado a serio meu caro Mauro . É bom que joge fora a cueca , não quero se ao menos fosse do maravilhoso Evandro Silveira !

12 de fevereiro de 2007 às 10:40  
Anonymous Anônimo said...

e o cabelo do John Mayer ? aff !!!
e o Sergio Mendes , perdeu Mauro ?

12 de fevereiro de 2007 às 14:16  
Anonymous Anônimo said...

A Corinne não ganhar foi ridículo.Mas é claro que o John Mayer merecia muito mais o Grammy do que o Justin!O disco do Jt é bom,mas nem de longe é essa maravilha que as pessoas acham.Pelo amor de Deus!O que foi que a imprensa viu de tão bom nele???É um disco legal,mas nada especial...as letras,diga-se de passagem,são sofríveis e tão clichês...eu li na Rolling Stone que ele n escrevia as letras,quando tinha um ídeia,ia lá e gravava improvisando.Se tivesse saido algo bom,era motivo pra elogiar,mas isso não aconteceu(o cara da RL gostou!!!kkkkk).A Tori Amos já escreveu assim,e no caso dela,ela tb criou a melodia na hora.O detalhe é que ela é uma pianista de primeira grandeza e uma poetisa original,ousada e transgressora.Nesse caso,o resultado foi de cair o queixo.

12 de fevereiro de 2007 às 14:38  
Blogger Mauro Ferreira said...

Sim, Sérgio Mendes perdeu.

12 de fevereiro de 2007 às 15:28  
Anonymous Anônimo said...

Será que atualmente os premios podem ser levados a sério ? Sem nenhum tipo de manipulação comercial por trás ? O segundo Cd de Beyoncè é muito ruim, nem de longe chega perto do primeiro, e mesmo assim ganhou um prêmio ???
Agora essa coisa de colocar política na frente da música ???
Que pena, mas os bons tempos passaram mesmo. Para quem gosta de boa música, o novo da Natalie Cole é ótimo. Mas abafa o caso, ninguém vai falar dela mesmo ! Cyndi Lauper lançou um cd ótimo em 2006, com regravações em versões acusticas, em Dual Disc, com vários convidados, The body Acoustic, mas deixa quieto, ninguém falou dela tb ! rs rs.
5 prêmios para um só ( mesmo )grupo ? Puxa se não for excepcionalmente maravilhoso ( não ouvi ainda ) vai ser uma decepção cruel para quem como eu, ainda acreditava neste tipo de premiação.
Edu - abc

12 de fevereiro de 2007 às 20:33  
Anonymous Anônimo said...

Renato, o caso do deslumbre da imprensa com o Timberlake é mais ou menos assim.
Algum formador de opinião disse que era bom, outro foi atrás e mais outro... Aí o cara fica "quente" e vira moda dizer que gosta dele.
Que bom que o Sergio Mendes não ganhou nada. El gran cantor de Mambo(como diria os Mutantes) não merece nada mesmo.
Ahhhhhhhh Crazy do Gnarls Barkley merecia ganhar, grande musica.

Jose Henrique

13 de fevereiro de 2007 às 01:51  

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