25 Anos sem Elis - Jóias de alto quilate na caixa
Dentre (todos) os lançamentos idealizados para lembrar os 25 anos de morte de Elis Regina, a caixa Elis - da EMI - é o mais importante por trazer para o formato digital um material vasto e rico que apodrecia no arquivo da Band. Os três DVDs reúnem 51 números musicais de especiais e de programas exibidos pela TV Bandeirantes entre 1973 e 1981. Ainda que a imagem apresente qualidade às vezes oscilante, por conta do estado das fitas originais, o áudio (em 2.0 e também em 5.1) é ótimo e valoriza a caixa produzida por Roberto de Oliveira, o diretor dos 12 episódios da série de TV Chico Buarque, editados em DVD em quatro caixas.
O DVD 1, Na Batucada da Vida, inclui tributo da Pimentinha a Sapoti. "Ângela Maria foi o meu modelo", sentencia Elis, antes de entoar Vida de Bailarina, sucesso da colega que moldou seu canto no início da carreira. Em takes de 1973, Elis recita com densidade poema de Augusto Frederico Schmidt, Retrato do Desconhecido, e reafirma seu suingue em números como Ladeira da Preguiça e É com Esse que Eu Vou. Em clima bem mais íntimo, canta com César Camargo Mariano - o seu marido e maestro na época - músicas do quilate de Tatuagem, Atrás da Porta e Águas de Março. O carinho transmitido a Mariano pela cantora através de olhares, enquanto canta Tatuagem, transparece de outra forma na maneira afetuosa com que Tom Jobim ensina à cantora Na Batucada da Vida, a bela música de Ary Barroso e Luiz Peixoto que abriu o álbum Elis, de 1974. Em seguida, a edição corta para a mesma música de Ary, em posterior gravação de 1978. Elis aprendia rápido e virava mestra.
O segundo DVD - Doce de Pimenta - começa com sete números feitos por Elis em 1974, na inauguração do Teatro Bandeirantes, em São Paulo (SP). Na presença de uma calorosa platéia, a cantora interpreta clássicos como Triste, Saudades dos Aviões da Panair (Conversando no Bar) e O Mestre-Sala dos Mares antes de receber um tímido e opaco Chico Buarque para um dueto em Pois É. O DVD perpetua também encontros memoráveis de Elis como João Bosco (em Plataforma), Adoniran Barbosa (com quem a Pimenta revive Iracema em botequim e com quem passeia pelas ruas de Sampa ao som de Saudosa Maloca) e Rita Lee, autora da música que batiza o especial. Doce de Pimenta foi feita em 1978 e gravada por Elis com Rita numa discoteca. Há também O Trem Azul, em número exibido em 30 de dezembro de 1981. Foi a última vez que Elis cantou na TV. Nos extras, há o áudio de entrevista concedida pela intérprete ao programa O Poder da Mensagem, da Rádio Bandeirantes. Dez!!!
O terceiro DVD, Falso Brilhante, é especialmente sedutor por trazer números do homônimo e performático show - o de maior sucesso na carreira de Elis Regina, que incorpora até uma Carmen Miranda (com direito a bananas no turbante e na cintura) quando canta Diz que Tem, Canta Brasil e Aquarela do Brasil. Há instantes intensos como os momentos em que Elis interpreta Cais e recebe uma iniciante Fátima Guedes, em 1978, para dueto em Meninas da Cidade. Os clipes de San Vicente (1978), Aos Nossos Filhos (1978) e Beguine Dodói (1976) são igualmente interessantes e não fariam feio na era da MTV. E há mais encontros com Milton Nascimento (Caxangá, 1976) e Tom Jobim (Céu e Mar, 1974). São jóias de alto quilate reunidas nesta caixa que faz jus à memória de Elis Regina!!!
O DVD 1, Na Batucada da Vida, inclui tributo da Pimentinha a Sapoti. "Ângela Maria foi o meu modelo", sentencia Elis, antes de entoar Vida de Bailarina, sucesso da colega que moldou seu canto no início da carreira. Em takes de 1973, Elis recita com densidade poema de Augusto Frederico Schmidt, Retrato do Desconhecido, e reafirma seu suingue em números como Ladeira da Preguiça e É com Esse que Eu Vou. Em clima bem mais íntimo, canta com César Camargo Mariano - o seu marido e maestro na época - músicas do quilate de Tatuagem, Atrás da Porta e Águas de Março. O carinho transmitido a Mariano pela cantora através de olhares, enquanto canta Tatuagem, transparece de outra forma na maneira afetuosa com que Tom Jobim ensina à cantora Na Batucada da Vida, a bela música de Ary Barroso e Luiz Peixoto que abriu o álbum Elis, de 1974. Em seguida, a edição corta para a mesma música de Ary, em posterior gravação de 1978. Elis aprendia rápido e virava mestra.
O segundo DVD - Doce de Pimenta - começa com sete números feitos por Elis em 1974, na inauguração do Teatro Bandeirantes, em São Paulo (SP). Na presença de uma calorosa platéia, a cantora interpreta clássicos como Triste, Saudades dos Aviões da Panair (Conversando no Bar) e O Mestre-Sala dos Mares antes de receber um tímido e opaco Chico Buarque para um dueto em Pois É. O DVD perpetua também encontros memoráveis de Elis como João Bosco (em Plataforma), Adoniran Barbosa (com quem a Pimenta revive Iracema em botequim e com quem passeia pelas ruas de Sampa ao som de Saudosa Maloca) e Rita Lee, autora da música que batiza o especial. Doce de Pimenta foi feita em 1978 e gravada por Elis com Rita numa discoteca. Há também O Trem Azul, em número exibido em 30 de dezembro de 1981. Foi a última vez que Elis cantou na TV. Nos extras, há o áudio de entrevista concedida pela intérprete ao programa O Poder da Mensagem, da Rádio Bandeirantes. Dez!!!
O terceiro DVD, Falso Brilhante, é especialmente sedutor por trazer números do homônimo e performático show - o de maior sucesso na carreira de Elis Regina, que incorpora até uma Carmen Miranda (com direito a bananas no turbante e na cintura) quando canta Diz que Tem, Canta Brasil e Aquarela do Brasil. Há instantes intensos como os momentos em que Elis interpreta Cais e recebe uma iniciante Fátima Guedes, em 1978, para dueto em Meninas da Cidade. Os clipes de San Vicente (1978), Aos Nossos Filhos (1978) e Beguine Dodói (1976) são igualmente interessantes e não fariam feio na era da MTV. E há mais encontros com Milton Nascimento (Caxangá, 1976) e Tom Jobim (Céu e Mar, 1974). São jóias de alto quilate reunidas nesta caixa que faz jus à memória de Elis Regina!!!
47 Comments:
Aviso aos navegantes e consumidores: esqueci de dizer no texto, mas os três DVDs também são vendidos separadamente.
Oi, Mauro.
Na realidade, acho que o episódio da música "Na Batucada da Vida" não foi bem assim.
De acordo com a biografia do Tom Jobim escrita pelo Sérgio Cabral (pai), o Tom estava programando um disco só com músicas do Ari Barroso, que em 1974 estava meio esquecido. Esse LP seria um grande achado artístico e comercial.
Durante as gravações do disco "Elis e Tom", o Tom mostrou essa música para a Elis, que ficou super-entusiasmada, pois ela aparentemente não a conhecia.
O Tom, ao ver o entusiasmo da Elis, pediu encarecidamente que ela não a gravasse, pois essa música seria o grande trunfo do seu disco em homenagem ao Ari.
Sabe-se que a Elis tinha alguma mágoa guardada do Tom por ele ter sido o provável responsável por ela não ter gravado o disco com a trilha sonora da peça "Pobre Menina Rica" em 1964, quando ela estava em início de carreira.
Também se sabe que durante as gravações do disco "Elis e Tom", as relações dos dois não foi das mais fáceis, o que transparece algumas vezes no especial da Bandeirantes feito sobre esse disco.
Isso tudo deve ter contribuído para a Elis ter feito a "vingancinha" boba de gravar essa música no seu LP de 1974, lançado imediatamente após o disco "Elis e Tom", além de colocá-la justamente como faixa de abertura.
O Tom ficou tão magoado que desistiu de gravar o disco com músicas do Ari Barroso. Creio que também é por isso que os dois não fizeram mais nenhuma gravação depois de 1974, quando o Tom passou a gravar com a Miúcha e, posteriormente, com a Gal Costa.
abração,
Denilson
Oi, Mauro.
Na realidade, acho que o episódio da música "Na Batucada da Vida" não foi bem assim.
De acordo com a biografia do Tom Jobim escrita pelo Sérgio Cabral (pai), o Tom estava programando um disco só com músicas do Ari Barroso, que em 1974 estava meio esquecido. Esse LP seria um grande achado artístico e comercial.
Durante as gravações do disco "Elis e Tom", o Tom mostrou essa música para a Elis, que ficou super-entusiasmada, pois ela aparentemente não a conhecia.
O Tom, ao ver o entusiasmo da Elis, pediu encarecidamente que ela não a gravasse, pois essa música seria o grande trunfo do seu disco em homenagem ao Ari.
Sabe-se que a Elis tinha alguma mágoa guardada do Tom por ele ter sido o provável responsável por ela não ter gravado o disco com a trilha sonora da peça "Pobre Menina Rica" em 1964, quando ela estava em início de carreira.
Também se sabe que durante as gravações do disco "Elis e Tom", as relações dos dois não foi das mais fáceis, o que transparece algumas vezes no especial da Bandeirantes feito sobre esse disco.
Isso tudo deve ter contribuído para a Elis ter feito a "vingancinha" boba de gravar essa música no seu LP de 1974, lançado imediatamente após o disco "Elis e Tom", além de colocá-la justamente como faixa de abertura.
O Tom ficou tão magoado que desistiu de gravar o disco com músicas do Ari Barroso. Creio que também é por isso que os dois não fizeram mais nenhuma gravação depois de 1974, quando o Tom passou a gravar com a Miúcha e, posteriormente, com a Gal Costa.
abração,
Denilson
Puxa, que história interessante !!!
Vivendo e aprendendo no blog do mauro !!! Valeu Denilson !
Edu - abc
Denilson na verdade o disco Elis e Tom é um encontro a princípio meio forçado.Elis quiz isso de presente da gravadora.Tom não tinha lá muitas afinidades com ela.Quer dizer,coisa meio armada,tanto é que a maioria dos arranjos do disco e a figura onipresente na condução nesse trabalho é o César Camargo Mariano,porque se dependesse de mais do Tom,certamente esse trabalho maravilhoso,jamais se concretizaria.E o sereno e competente César,além de estar vivo,nunca mereceu o devido destaque quando o assunto é Elis.No título desse disco,por ex.,falta o nome dele.Tem mais dedo dele ali que do Tom!
Caros amigos: gostaria de saber se existe algum DVD que traga Elis cantando " Como Nossos Pais". Vi no especial da Globo mas, não sei se alguma performance desse faixa já foi lançada oficialmente.
Obrigado.
tem mais dele ali do que o do Tom.acho meio exagerado.Parece substimar a inteligência do Tom.Sabemos que uma vez passados os primeiros impasses a coisa rolou legal.É verdade o Cesar tem um papel fundamental, mas o Tom não era bobo nem nada, imagina se ele também não reconhecia a qualidade da cantora com a qual iria fazer o disco.E uma vez no studio fez o trabalho com o maior carinho.Mesmo com pequenos incidentes de percurso.Coisa meio armada? O que quer dizer?Elis quis sim, foi planejado sim.Mas armado fica parecendo que estavam colocando o Tom numa fria.
Quando o tom Passou a Gravar com a Gal costa a Elis não estava mais por aqui.
Quanto a mágoa guardada a própria Elis contou isso para o Tom em Los Angeles e o Tom disse: Menina, você é louca, imagina ficar com essa mágoa durante dez anos e por um trabalho que nem aconteceu, que não fizemos.E tudo ficou numa boa, tanto para a Elis como para o Tom.
Não é bem assim não. Existem registros DOCUMENTADOS, que mostram que Tom tinha insegurança em relação a Elis, 'medo'. Ela o mesmo. Ambos muito topetudos... o disco da maior cantora com o maior compositor, só podia ter sido essa obra prima, mas o gênio dos dois... íhhhh...
Apesar de gostar muito da Elizeth Cardoso acho que Carmem Miranda é a maior cantora do Brasil . Elis é a terceira . Mas lógico faz muita falta e eu amo muito .
Quanto aos dvs, já estou meio irritado, pois o diretor optou por deixar de fora a minha música preferida: O caçador de esmeraldas (joão Bosco e Aldir Blanc),na versão original do especial essa música estava presente. Que pena! Que pena!
O Caçador de Esmeraldas é uma aula de canto para qualquer cantor no mundo. Afinação milimétrica. Controle total. Algo descomunal.
Sim, isso é verdade, dois genios.Só não entendi o que não seria bem assim.A relação dos dois?Eu não disse que a história do batucada da vida não era verdadeira.Somente sei que a tal história de mágoa da Elis foi esclarecida, assim como contei.Fiquei sabendo disso na época do relançamento do Elis e Tom,creio que no site da Trama, pelo César ou pelo João Marcelo.Mais fácil que tenha sido o Cesar.Agora, é claro que tinha sim essa coisa meio complicada e causada pelo motivo que você deu, dois gênios.Mas que maravilha que fizeram esse disco.
É mesmo o Caçador de Esmeraldas é mesmo tudo isso que você disse.Que bom encontrar alguém que pensa exatamente o como eu.Por isso a minha zanga por ela não estar no DVD.Talvez o Roberto de Oliveira tenha ainda intençao, no futuro, de lançar mais um dvd e tenha deixado essa maravilha para o próximo.Eu tinha em Vhs, mas infelismente assisti tanto que acabou.
Não sei o que é mais interessante: o disco "Elis e Tom" em si ou as histórias por trás dele.
Seguem algumas (resumidas, evidentemente):
1) Tanto Elis, quanto Tom estavam super-apreensivos em relação ao projeto, pelo que representava na carreira de ambos. Na época, o Tom estava meio que sendo perseguido pela mídia brasileira que achava que ele tinha se americanizado, pois, entre outras coisas, não se apresentava no Brasil há tempos e estava gravando seus discos sempre nos Estados Unidos. Elis estava saindo dos "anos Bôscoli", em que ela ficou muito marcada como contratada da Globo e por ter cantado para os militares. Logo esse disco seria uma tentativa de reaproximá-los de um público formador de opinião e de mudar a imagem de ambos, o que foi plenamente conseguido.
2) Elis e Tom tinham um certo estranhamento mútuo. Da parte de Elis, causada pelo episódio do disco da CBS e por associar de uma certa forma o Tom ao Ronaldo Bôscoli, do qual estava separando litigiosamente. Da parte de Tom, certamente causada pelo temperamento de Elis, a qual, dizem, chegou a servir carne queimada para ele num churrasco na casa dela na época em que era casada com Bôscoli.
3) O Tom não queria de modo algum que o César fizesse os arranjos e ficou infernizando o César durante os ensaios, as gravações e a mixagem. O Tom implicava com o piano elétrico do César, entre outras coisas. O engraçado é que no seu disco "Urubu" gravado em 1975, o próprio Tom usou piano elétrico em algumas faixas.
4) O disco foi gravado meio que às encondidas de noite e sob uma enorme tensão, pois o sindicato dos músicos americanos não permitia gravações em solo americano utilizando apenas músicos estrangeiros.
5) Pelo menos por duas vezes (que eu saiba), Elis quase abandonou tudo e voltou para o Brasil. Em uma delas, Roberto Menescal, que era diretor da gravadora Philips, conseguiu por telefone fazê-la mudar de idéia. Na outra vez, Roberto de Oliveira, empresário dela, teve que ir para Los Angeles apaziguar os ânimos, aproveitando para gravar as imagens que foram transformadas no especial da Bandeirantes.
6) Fazia parte do projeto um disco com músicas em inglês, visando o mercado estrangeiro. Elis chegou inclusive a gravar "Bonita" em inglês, mas ela acabou resistindo a essa idéia (talvez por insegurança), ficando somente essa gravação.
É isso. São algumas das histórias que envolveram esse disco maravilhoso que até hoje me emociona toda vez que escuto.
abração,
Denilson
Muito interessante Denilson.
Que estresse essa gravação! Nunca podia imaginar.
Os arranjos foram todos do CCamargo Mariano, ou o Tom fez também?
Essa não foi a primeira vez que Elis jogou uma bola nas costas de um colega, todos devem se lembrar de Folhas Secas, que Cartola deu para Beth Carvalho gravar e Elis, mais uma vez, não respeitou o autor...
Anônimo das 4:37.Claro que o Tom nunca foi bôbo e deve ter pedido uma grana preta para satisfazer os caprichos de "Elis,A Maior".Agora afinidade musical é uma coisa,querer trabalhar com determinado artista é outra,viabilizar então...ARMADO,no sentido que era uma vontade a princípio da Elis gravar um disco com o Tom e a gravadora querendo presenteá-la com 10 anos de contrato armou o "barraco".Tom quiria mesmo é fazer um disco com Gal,que todos sabem,era sua cantora predileta.
Oi, Luc
Que eu me lembre agora, os arranjos são todos do César sim, exceto por uma faixa, "Por Toda A Minha Vida", que foi arranjada pelo próprio Tom. Creio também que as orquestrações são do Claus Orgeman.
Oi, Antônio.
Realmente a música "Folhas Secas" foi composta para a Beth Carvalho gravar, que cometeu o erro de pedir ao César para fazer o arranjo. Elis ouviu a música em casa e gravou antes.
Ela fez o mesmo alguns anos antes com o medley "Aquarela do Brasil/Nega do Cabelo Duro", roubando a idéia do João Gilberto, de quem ela se declararia fã pouco tempo antes de morrer.
Vá entender...
Em compensação, ela foi a cantora que mais lançou novos compositores naquela época. Na história da música brasileira, só deve ter perdido para a Carmen Miranda, que gravou músicas compostas até pelo seu motorista (Sinval Silva)
abração,
Denilson
Oi, vladimir araujo
Não conheço nenhum DVD que tenha a música "Como Nossos Pais", mas você pode achá-la com facilidade no YouTube. Acho que é a mesma gravação que apareceu no especial da Globo.
abração,
Denilson
O mais estranho Denilson,mesmo que César C. Mariano,tenha mesmo feito o maior parte dos arranjos e tocado piano,elétrico e pela vontade de Elis.Porque o título Elis e Tom?Porque não Elis,Cesar e Tom ou Elis canta Tom?César não é menos genial que os dois não,e Elis e esse trabalho deve muito a ele.
Oi, anônimo das 2:05.
É preciso contextualizar o disco "Elis e Tom".
Na época o César não era muito conhecido como músico e arranjador. Por isso a resistência inicial do Tom em aceitá-lo como arranjador do disco.
Essa é mais uma prova da coragem da Elis em defender os novos valores da música brasileira.
Quanto a colocar o nome dele no disco, acho que nem mesmo o próprio César deve ter cogitado em pedir isso.
Com isso quero deixar bem claro: que falta faz a Elis para a música brasileira!
abração,
Denilson
Valeu,Denilson,mesmo sabendo que no meio musical César já era bem conhecido sim!Eu apenas acho que estórias são sempre bem e mal contadas.Vá lá saber das verdades...Mas sempre vendem o peixe da forma mais comercial.César é um gênio e seu papel no disco tem valor musical equivalente a Elis e Tom!
Íxi, a Beth Carvalho devia odiar a Elis Regina.
E olha que a Joyce encaixa o nome da power pepper no samba-exaltação 'Mulheres do Brasil', que gravou com a Beth.
Saia justíssima.
Denilson, queremos mais bastidores!
Oi, luc
Eu acho que o tempo é remédio para tudo.
A Beth Carvalho já deu depoimento elogiando Elis Regina num programa comemorativo dos festivais.
As gravações feitas por elas são maravilhosas e se tornaram clássicas.
No final, quem saiu ganhando foi a música brasileira.
A Elis deu muitas bolas-foras na vida (sacaneou a Elizeth Cardoso quando ambas eram contratadas da Record, atacou a Nara Leão chamando ela de traidora da Bossa Nova, etc...), mas deu outras trocentas bolas-dentro.
Ela nunca se omitiu diante de nada. Admiro isso. Acho corajoso. E quem se arrisca, sempre corre o risco de se queimar.
A história de vida dela sempre se pactuou pela coragem e pela quebra de barreiras. Por isso, acho ridículo todas as reservas que a família dela tem quanto à divulgação de fatos da biografia dela, a qual acho motivo de orgulho.
No saldo final, Elis foi maravilhosa. Pena que não pude assistir a nenhum dos seus shows pessoalmente.
Ficou a saudade, mesmo sem tê-la visto.
abração,
Denilson
Considero Elis Regina uma grande cantora, não a maior ou a melhor, uma grande cantora como Elizeth Cardoso, Dalva de Oliveira, Maria Bethânia, Nana Caymmi, Gal Costa e outras grandes cantoras brasileiras. Só que pessoa Elis Regina, segundo as diversas histórias que já saíram na imprensa não apresentava grande caráter. Lembro de duas situações envolvendo Maria Bethânia. Uma foi na Phono 73, em que Elis, que cantou antes de Bethânia, teve um ataque de fúria e quebrou o camarim porque a platéia ovacionou Maria Bethânia. Outra foi no Canecão, onde Elis iniciou temporada após a temporada de Bethânia e mandou defumar o camarim por causa da “macumbeira”. É isso aí, respeito, bom caráter e ética nunca foi demais!
PS.: Pergunte ao Chico Buarque se ele gostava da Elis.
Mas acho de uma calhordice tremenda, alguém dar uma música em confiança para o marido colocar arranjo e esta pessoa gravar antes. Me desculpe os fãs de Elis, ela era demais, mas isso é de um anti-coleguismo tremendo.
Elis Regina era uma pessoa esquizofrênica, qualquer psiquiatra sabe disso, além de totalmente insegura, não admitia concorrência, se achava o centro do mundo, daí as várias histórias que protagonizou. Uma delas envolveu Chico Buarque ainda no início da carreira, quando era um compositor de samba. Tinha uma corrente ligada ao samba, liderada por Elis Regina e Geraldo Vandré, que iniciou ataque contra os artistas mais liberais, que usavam guitarra elétrica, caso de Roberto Carlos e Caetano Veloso. Chico Buarque foi constrangido a participar da passeata contra a guitarra elétrica, mas no meio do caminho, abandonou o constrangimento. Maria Bethânia que estava ensaiando uma homenagem ao Roberto Carlos no programa do Caetano e foi “aconselhada” a desistir da homenagem por causa das ameaças da ala do Vandré.
Sobre essa questão sobre o comportamento errático de certos artistas, tem uma piada fantástica do Billy Wilder, genial cineasta norte-americano.
Ele respondeu a uma pergunta sobre a Marilyn Monroe e os problemas que ela causava para os diretores dos seus filmes com os seus constantes atrasos, faltas, etc...
Ele disse algo do tipo: "Tenho uma tia na Áustria de 70 anos que acorda todo dia às 6hs da manhã, toma seu café, caminha no parque, assiste televisão, almoça, dorme, acorda, janta e dorme de novo. Nunca dá problema e nunca falta aos seus compromissos. Mas quem é que quer ir ao cinema ver a minha tia?"
Concordo com o Luís. Gênios são para serem admirados.
abração,
Denilson
Estava lendo essas estórias e sei de uma estória envolvendo Elis na inauguração do Teatro Bandeirantes que teve um grande show com grandes artistas, Rita Lee, Tim Maia, Elis Regina, Chico Buarque e Maria Bethânia, que encerrava o show com trechos do seu espetáculo da época, A Cena Muda, porém Elis Regina, contrariando o roteiro definido pelo diretor Roberto Oliveira, adentrou o palco após o número de Maria Bethânia, para “encerrar” o espetáculo. Só Freud explica...
Eu sempre preferi um Diamante Verdadeiro a um Falso Brilhante!
Isso aqui virou o 'Joga pedra na Elis, Joga bosta na Elis'.
Vamos lembrar que a cantora demonstrou coleguismo em diversas ocasiões, os músicos que trabalhavam com ela sabem disso, e sua atuação na questão dos direitos autorais foi importante.
Também sei de fonte segura que Elis era solidária com os colegas e amigos em dificuldades.
Beth Carvalho, certa vez, quando perguntada sobre quem teria lançado afinal a música de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito (e não Cartola, como vocês disseram aqui) "Folhas secas", confirmou essa história sobre o arranjo de Cesar, acrescentando que Elis bem poderia ter agido com ética, afinal ela, Beth, era uma cantora iniciante, ao contrário de Elis. E que, sobre quem realmente teria lançado a música, a favor dela (Beth) tinha o fato de sua gravação de "Folhas secas" contar com a participação do próprio Nelson Cavaquinho.
Beth Carvalho, entrevistada sobre esse assunto, confirmou essa história sobre o arranjo de Cesar para a canção "Folhas secas" de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito (e não Cartola!!!). Ficou sim p da vida pela falta de ética de Elis, ainda mais sendo esta uma veterana e Beth, então uma iniciante. Perguntada sobre quem teria lançado essa música, disse que, a favor dela, tinha o fato de sua gravação contar com a participação do próprio autor da música.
Apenas para jogar mais lenha na fogueira...
Soube que recentemente a Beth Carvalho deu declarações em que minimizava a importância dos Golden Boys no sucesso da música "Andança", o que eu achei uma grande sacanagem. (rsrs)
Relaxem. "De perto, ninguém é normal", como diz Caetano. Ninguém é santo, ainda mais no meio artístico, onde é indispensável que o artista tenha um ego um pouco acima do normal.
abração,
Denilson
Luc tem certa razão!Mas Elis sendo uma pessoa de rompantes,"de lua",assustava mesmo a todos.E não é porque esboçamos um tipo de comportamento instável,agressivo que temos que achar que todos tem a obrigação de nos compreender a todo momento.Elis aceitou essa condição,competitiva,machista,bem condizente com a época de ditaduras em que viveu,de "A MAIOR","A MELHOR",e fez de certa arrogância de comportamento uma marca registrada sua.Infelizmente querem conservar isso.E o mundo é outro.Em nenhum lugar civilizado do mundo se julga com tanta leviandade as qualidades superiores de um artista sobre outro como aqui no Brasil.P.S.Mauro seu blog é sensacional!
Anonimo das 12:03,Tom queria mesmo era fazer um disco com Gal?Nunca tinha ouvido isso antes, pelo menos não em relação àqueles anos lá 73,74.Sei que Gal tinha um projeto com Tom mas fim dos 80 e começo 90.Quanto a grana preta pra gravar com Elis, não acredito que o projeto tenha sido feito nesta base.Como disse e repito o Tom nnao era bobo e musicalmente a proposta era mais que interessante como mostra o resultado.Espero que as aspas que você abriu pra dizer Elis,a maior.Não seja referindo-se ao meu escrito,pois eu diferentemente dos que escrevem isso sempre preferi e prefiro dizer: Elis a única!(sem desmerecer ninguém,dar um certo valor pra um não é desmerecer ninguém)
Anônimo das 2:30.Quando eu disse que "o Tom queria" não importa a data,não é mesmo?Ele e a Gal nunca conseguiram gravar esse disco tão desejado pelos dois,porque viabilizar essas coisas é muito complicado.Acho mesmo,que Elis nunca foi a cantora dos sonhos do Tom.Mas isso não impediu que ela e outras o interpretassem de forma maravilhosa.E ele sempre reconhecia isso.Quando a gente é muito fã,tende a achar que nossos prediletos são os melhores,maiores e únicos.Mais que normal,mesmo sendo ilusório!Sem problemas!O problema é desrespeitar e agredir e desconsiderar os outros,principalmente quem esta ainda junto de nós!Vejo que não é o seu caso!Abraços!
Elis é estelar, uma das maiores. Mas Denilson meu chapa, não queira jogar a minha cantora na fogueira visto que ela nunca deu motivos. Sempre foi GENEROSA!
E concordo Luc nada de jogar a Elis na "fogueira da inquisição do Blog", Elis merece respeito,é uma diva, aliás todas elas. Um abraço,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Não duvido que Tom fosse capaz de fazer trabalhos apenas pelo dinheiro. Basta ouvir as duas gravações que ele fez num disco da Simone (!!!!!!!!) Hehehe.
pelo visto a mania de coletanea que empobrece a musica brasileira tambem entrou na era do dvd, esperava que estes dvds fossem a reedição dos especiais da elis para a bandeirantes em 73 76 e 79 mas pelo visto foram picotados e muita coisa foi deixada de fora.
o mesmo aconteceu com o material do chico nos dvds da emi, uma pena pois a ideia original destes programas se perdem, adoraria assistir estes programas da forma como foram feitos.
Roberto de oliveira acorde, voce fez pérolas nestes anos 70 com estes programas e agora esta transformando em lixo este material. pena para o publico, pena para elis, pena para o chico.
começou mal o uso do material de video das emissoras de tv na era do dvd.
espero que o elis e tom quando sair em dvd saia completo.
Ô minha gente , Beth nunca se declarou fã da turma da Jovem Guarda . E só saia do samba , pra ir a Bossa Nova , como no caso de " Chega de Saudade " .
Elis também não curtia Roberto & Cia só depois passou a valorizar .
Nada de rivalidade . Valeu ?
Elis nunca me passou emoção. Gosto de algumas interpretaçãos mas emoção mesmo...
Quando assisti ao especial na TV Globo, contando sua estória, e vi a cena em que pediram que ela cantasse Chão de Estrelas e ela perguntou: com lágrima ou sem lágrima e se debulhou no palco, entendi porque eu nunca gostei daquele número Atrás da Porta, que ela fez anos depois na Globo.
Oi, pessoal que utiliza esse blog tão legal e tão informativo ...
Quero pedir desculpas pelas minhas declarações sobre a Elis Regina.
No início apenas quis complementar uma informação dada pelo Mauro sobre a música "Na Batucada da Vida", mas acabei falando demais e provocando uma discussão sobre caráter, o que não era minha intenção e, sinceramente, acho irrelevante.
É que sou músico e cantor e me interesso muito pela história da música brasileira (e da música internacional também). E sendo desse meio, acabo tendo acesso a muitas informações que não são muito conhecidas, as quais achei que eram interessantes de serem compartilhadas.
Afinal, como disseram Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho, "a vida não é só isso que se vê, é um pouco mais".
De agora em diante, vou tentar me limitar a ser um mero leitor dos comentários.
abração,
Denilson
Vocês todos são um bando de idiotas.
A Elis temperamental,A Beth carvalho e Maria bethânia,não,então tá.
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