Mautner refaz sua geléia geral em tom moderno
Resenha de CD
Título: Revirão
Artista: Jorge Mautner
Gravadora: Geléia Geral
/ Warner Music
Cotação: * * *
Em seu novo CD de inéditas Revirão, editado por selo de Gilberto Gil, Jorge Mautner refaz sua geléia geral com o moderno auxílio da turma carioca liderada por Berna Ceppas e Kassin, produtores do disco. Revirão é o sucessor de Eu Não Peço Desculpa - o álbum de 2002 dividido pelo artista com Caetano Veloso - e apresenta um repertório palatável (porém fiel aos cânones da obra de Mautner).
Sempre na tênue fronteira que separa o brega do chique, o autor de Maracatu Atômico - parceria com Nelson Jacobina, lançada por Gilberto Gil num compacto de 1973 – desfia seus conceitos filosóficos com fiapo de voz que impossibilita sua caracterização como um cantor. Mas, na geléia tropicalista, insuficiência vocal pode ser compensada com atitude. E esta, Mautner tem de sobra. Seja revivendo uma antiga canção de amor com Caetano Veloso, Estilhaços da Paixão, composta em 1958. Seja caindo no samba Ao Som da Orquestra Imperial, tema em tributo à big-band que anima bailes carnavalescos no Rio. Ou mesmo evocando em tom lúdico o tecnobrega paraense em Olha Só Quem Passa, música na fronteira rítmica entre o merengue e o carimbó. Faixa desce bem!!
Entre rock romântico (Ressurreições, inédita parceria com o fiel escudeiro Nelson Jacobina) e arretado frevo (Juntei a Fome com a Vontade de Comer!, que traz a voz miúda de Preta Gil), Mautner apresenta duas inéditas parcerias com Gilberto Gil. A melhor delas é Os Pais, boa balada de sotaque pop em que os autores filosofam sobre contradições dos pais na condução da educação dos filhos. De menor inspiração melódica, o samba Outros Viram rebobina uma visão ufanista do Brasil com direito a citações de profecias de nomes como o poeta Walt Withman (1819 - 1892). Sim, pois CDs de Mautner até pecam pelo excesso de informação - nunca pela falta.
Título: Revirão
Artista: Jorge Mautner
Gravadora: Geléia Geral
/ Warner Music
Cotação: * * *
Em seu novo CD de inéditas Revirão, editado por selo de Gilberto Gil, Jorge Mautner refaz sua geléia geral com o moderno auxílio da turma carioca liderada por Berna Ceppas e Kassin, produtores do disco. Revirão é o sucessor de Eu Não Peço Desculpa - o álbum de 2002 dividido pelo artista com Caetano Veloso - e apresenta um repertório palatável (porém fiel aos cânones da obra de Mautner).
Sempre na tênue fronteira que separa o brega do chique, o autor de Maracatu Atômico - parceria com Nelson Jacobina, lançada por Gilberto Gil num compacto de 1973 – desfia seus conceitos filosóficos com fiapo de voz que impossibilita sua caracterização como um cantor. Mas, na geléia tropicalista, insuficiência vocal pode ser compensada com atitude. E esta, Mautner tem de sobra. Seja revivendo uma antiga canção de amor com Caetano Veloso, Estilhaços da Paixão, composta em 1958. Seja caindo no samba Ao Som da Orquestra Imperial, tema em tributo à big-band que anima bailes carnavalescos no Rio. Ou mesmo evocando em tom lúdico o tecnobrega paraense em Olha Só Quem Passa, música na fronteira rítmica entre o merengue e o carimbó. Faixa desce bem!!
Entre rock romântico (Ressurreições, inédita parceria com o fiel escudeiro Nelson Jacobina) e arretado frevo (Juntei a Fome com a Vontade de Comer!, que traz a voz miúda de Preta Gil), Mautner apresenta duas inéditas parcerias com Gilberto Gil. A melhor delas é Os Pais, boa balada de sotaque pop em que os autores filosofam sobre contradições dos pais na condução da educação dos filhos. De menor inspiração melódica, o samba Outros Viram rebobina uma visão ufanista do Brasil com direito a citações de profecias de nomes como o poeta Walt Withman (1819 - 1892). Sim, pois CDs de Mautner até pecam pelo excesso de informação - nunca pela falta.
4 Comments:
eu não peço desculpa foi uma bomba. esse, não ouvi.
Emanuel Andrade disse...
Mautner é sempre ótimo, agora as gravadoras deviam lançar os dois primeiros duscis dele em Cd. Aqueles bem cult. Ao contrário de Paulo Coelho, Mautner é um mago do bem musical.
Viva ele que não é picareta!!!
O Mauro tem se especializado em comentários infelizes. Esse "fiapo de voz que impossibilita sua caracterização como um cantor" parece birra de crítico da Era do Rádio.
Ainda bem que temos críticos realistas,"fiapo de voz",mesmo que às vezes soe agradável,nunca será qualidade.
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