16 de janeiro de 2007

Solo opaco empalidece toque do sax de Samuel

Resenha de CD
Título: Samuel de Oliveira
Artista: Samuel de Oliveira
Gravadora: Independente
Cotação: * *

Saxofonista (exímio) do grupo Tira Poeira, Samuel de Oliveira arrisca a carreira solo com CD - independente - em que assina músicas, arranjos e produção. O resultado vai decepcionar os que conhecem o virtuosismo do músico no grupo de choro. Em disco opaco, a técnica exemplar do saxofonista disputa e perde atenção com músicas que não chegam a conquistar. O ritmo que domina o repertório é o samba, presente em faixas como Olha Quem Sorriu e Mulato da Lapa (com vocais que remetem ao grupo MPB-4), só que o álbum tangencia o pop, o blues e - até - o cancioneiro brega.

Além de não ter tanto recurso vocal para se lançar como cantor, Samuel de Oliveira se impõe mais como letrista (os versos de A Verdade Gira parecem até poesia...) e arranjador do que como melodista. Falta uma grande música no disco. Entre partido alto (Rosa Branca na Maré), balada (Eterno Retorno) e até um tema próximo do universo do rock (RioQanaNazaré), paira a sensação de que o álbum cresceria se Samuel de Oliveira tivesse buscado parceiros para suas composições - como arregimentou ótimos músicos (entre eles, o flautista Dirceu Leite) para a execução de seus (bons) arranjos. Por ora, parece cedo para a caminhada solo.

1 Comments:

Anonymous Luciana said...

ser músico é uma coisa, compositor é outra

11 de fevereiro de 2010 às 23:14  

Postar um comentário

<< Home