19 de janeiro de 2007

25 anos sem Elis - Aumenta a saudade do Brasil

Faz hoje - 19 de janeiro de 2007 - 25 anos que Elis Regina partiu num rabo de foguete rumo à eternidade concedida somente às vozes imortais. Falar em morte, no caso, nem é apropriado. Pois, por mais clichê que seja, Elis vive! Talvez mais adorada do que em vida - fato que a cantora, perspicaz, de certa forma até previu no texto que encerra o terceiro vídeo da caixa de DVDs Elis, editada pela EMI. Ao afirmar sua crença numa sobrevivência espiritual, a Pimentinha lamentou o fato de as pessoas, em geral, serem mais queridas após a morte. O que aconteceu com ela. Talvez porque, quando estava viva, Elis Regina (em foto de divulgação da EMI) tenha exercido um temperamento sincero e explosivo que, em um momento ou outro, tirou o foco de sua grandeza artística e vocal - reafirmada nos CDs e DVDs que estão sendo despejados nas lojas pelas gravadoras para lucrar com a saudade imensa que o Brasil sempre sentiu da doce pimenta. Definitivamente, Elis Regina vive.

31 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Desculpe, mas neste caso eu não sublinharia tanto o fator lucro.Penso sobretudo na questão da preservação da memória, e também do fato, que esses documentos ganhem uma qualidade maior ao serem transpostos para a era digital.
Mas é claro o lucro existe.Não sou avestruz. Porém,se tem qualidade, lucro mais que justificado.

19 de janeiro de 2007 às 10:05  
Anonymous Anônimo said...

O Mauro resumiu, nessas 15 linhas, tudo o que se pode dizer hoje sobre a minha sucutuca, amor da minha vida.

Só duas coisas:
-a foto que ilustra o post está muito bonita.
-o lançamento recorrente de discos da Elis significa que ela ainda é uma artista popular. Tenho curiosidade de saber se essa popularidade atravessa faixas etárias, ou se está limitada aos coroas.

19 de janeiro de 2007 às 11:05  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, vc sabe dizer se existe a possibilidade do lançamento em dvd do show SAUDADES DO BRASIL, q a TVE transmitiu algumas vezes!?

19 de janeiro de 2007 às 11:48  
Anonymous Anônimo said...

Uma observação sobre os 25 anos da morte de Elis. Parece que, finalmente, a imprensa brasileira saiu de cima do muro. A grande maioria das matérias publicadas nesse período de comemorações apontam-na como a maior cantora do Brasil, não mais, como uma entre as maiores. Certa vez, conversando com uma amiga muito ligada à música e defendendo a idéia de que, de fato, Elis é nossa maior cantora, ela me disse algo interessante: "acho que essa frase é mais repetida do que analisada (...). é como dizer que a maior atriz do Brasil é Fernanda Montenegro. De fato, pode fazer sentido o que esta amiga me falou, mas desde então me propomho o exercício de encontrar reunidos em outras cantoras todos os elementos que vejo e, principalmente ouço em Elis. Não gosto dessas comparações e, por isso, não citarei nomes, mas não conheço ninguém no Brasil capaz de fazer belas performances em graves (Sabiá, 1980) e nos agudos (Na baixa do sapateiro, 1979, em Montreux) como Elis. Tampouco alguém que se entregasse tanto a uma canção. Acho que já me estendi demais. Dependendo dos comentários posteriores, volto a discussão. No mais, salve Elis Regina Carvalho Costa! Anderson Falcão

19 de janeiro de 2007 às 16:32  
Anonymous Anônimo said...

Andreson, concordo com vc e com sua amiga. Existem interpretações da Elis inigualáveis. Além das citadas, destacaria Aos Nossos Filhos, Fascinação, Ponta de Areia, ah, são inúmeras...entretanto temos - felizmente - cantoras maravilhosas, especialmente nesta geração, vide Bethânia, Gal, Nana. Como vc, detesto comparações mas é bem possível que Elis tenha sido a que melhor agregou os atributos que individualizam cada uma destas. Bethania tem um grave deslumbrante, mas um agudo menor; Gal com seu agudo maravilhoso é menos fluente no grave, enfim...em termos de recursos vocais talvez Elis tenha chegado mais longe.

Alguém poderia abrir este leque e citar, por ex. Dalva de Oliveira com seu agudo e extensão vocal impressionantes, Angela Maria, mestra da própria Elis, Elizeth, completíssima, mas, enfim...fiquemos por aqui.

A melhor?
TODAS ELAS.

19 de janeiro de 2007 às 17:23  
Anonymous Anônimo said...

ELIS É SEM DUVIDA A MAIOR CANTORA DO BRASIL.
MAS NÃO É A MAIS IMPORTANTE, NEM A DE MELHOR DISCOGRAFIA. NESTES DOIS QUESITOS BETHANIA E GAL DÃO DE DEZ A ZERO.

19 de janeiro de 2007 às 17:24  
Anonymous Anônimo said...

Anderson, também fico tentado a pensar que a Elis Regina é a maior cantora do Brasil.

Só que uma das maneiras mais rápidas e garantidas de errar é fazer generalizações. Eu caio demais nessa armadilha.

Meu remédio contra a generalização é trocar em miúdos, dividir o todo em partes, ir do geral para o particular, pegar uma canção só.

Por exemplo: a Elis está superlativa 'Na Batucada da Vida'. Aí me dá aquela vontade boba de dizer que ela é a maior do mundo, que ninguém canta Ary Barroso como ela. Então páro e penso: a Gal Costa está demais em 'É Luxo Só', assim como a Elizeth Cardoso 'No Rancho Fundo', ou a Maria Bethãnia em 'Rio de Janeiro'. O Emilio Santiago arrasa em 'Faixa de Cetim', assim como o Dori Caymmi em 'Faceira'.

Pronto. Começa a se criar na minha cabeça uma imagem do que seja cantar bem Ary Barroso, imagem essa que não é inteiriça, mas formada por vários intérpretes, por diversas peças que acabam se articulando em um todo coerente. É assim que volto do particular para o geral.

Então, a maior cantora do Brasil existe, mas é o somatório de diversas grandes intérpretes. Uma mulher de várias vozes que - por incrível que pareça - não geram cacofonia, mas uma harmonia misteriosa.

19 de janeiro de 2007 às 18:16  
Anonymous Anônimo said...

Oi Mauro,
essa caixa já está nas lojas?
Abraço,
Felipe.

19 de janeiro de 2007 às 22:57  
Blogger André said...

Luc,

Andei fazendo um levantamento e, salve algum equívoco meu, Elis é hoje, por incrível que pareça, a cantora mais popular no Brasil depois de Ana Carolina, Ivete Sangalo, Pitty e a vocalista do Babado Novo. Em seguida a Elis, vem Cássia Eller. Só depois vem Maria Rita, Marisa Monte, etc. Ou seja, tá mais viva que muita gente.

20 de janeiro de 2007 às 00:52  
Blogger André said...

Luc,

Andei fazendo um levantamento e descobri que, por incrível que pareça, Elis é atualmente a cantora mais popular no Brasil (depois de Ana Carolina, Ivete Sangalo, Pitty e Cláudia Leite). E sim, atinge várias faixas etárias. Em seguida a Elis, logo vem Cássia Eller, e só depois Maria Rita, Marisa Monte etc. Ou seja, tá mais viva que muita gente!

20 de janeiro de 2007 às 00:52  
Anonymous Anônimo said...

Verdade que muita coisa boa surgiu no Brasil depois de Elis Regina ( vide : Marisa Monte , Leila Pinheiro , Adriana Calcanhotto entre outras ) mas é verdade também que Elis ainda vive e ainda faz (muita) falta a nossa musica .
Poucas cantoras (e ainda posso incluir cantores e bandas ) chegaram próximos da perigosa unanimidade . Sucesso de publico e critica , a pimentinha fazia sua festa e entrava pra história . Algumas cantoras podem até regravar suas músicas e se sairem bem . Mas com Elis as músicas ganhavam 'um toque a mais ' ...

Ah ,vou parar por aqui . Sou fã e posso exagerar ! Aí vai um trecho da primeira música de Elis que quando ouvi , me apaixonei

' Onde eu possa plantar meus amigos , meus discos e livros e nada mais ! '
Casa no Campo ( Tavinho e Zé Rodrix ).

20 de janeiro de 2007 às 04:15  
Anonymous Anônimo said...

Ela...Ella
A questão quando se fala de Elis não é tanto em dizer que ela seja a maior.O correto na minha opinião seria dizer que é única na música brasileira, porque possuia ouvido absoluto,fato raro, que não tocando nenhum instrumento, tenha transformado a voz em instrumento.Eu já havia chegado a esta conclusão, pois também refleti sobre a questão dela ser a maior etc.E outro dia, lendo uma entrevista do Milton tive a confirmação disso, Milton disse o que eu pensava à esse respeito.Que Elis tinha ouvido absoluto.Daí em diante a compreensão do fenomeno se faz mais facilmente,acredito,é um caso raro e muito especial.Neste caso realmente não tem muito sentito a discussão sobre a maior ou melhor.Ela é única.E é claro no Brasil temos e tivemos muitas outras cantoras maravilhosas.É uma nossa tradição:as cantoras.Agora quando o post acima diz das qualidades do agudo e cita na baixa do sapateiro,uma pergunta me vem, ali não seria o caso de se falar da extensão,e não de agudo ? Estou errado sobre isso?
De qualquer forma, é vero,Elis tinha um domínio impar sobre seu instrumento, mas era humana,e acertou praticamente sempre.Embora nos extras do show em Montreux,show infeliz, pelo menos o feito a noite,pois o feito a tarde foi muito bem,mas o da noite ela não estava em plena forma.
Isso não tira nada do fato que ela tinha uma capacidade de interação com os instrumentos realmente inigualável e embora mais emocional a única cantora que consigo estabelecer uma comparação é com a Ella Fitzgerald.

20 de janeiro de 2007 às 07:45  
Anonymous Anônimo said...

As imagens do show SAUDADES DO BRASIL estão se deteriorando nos porões da TVE!!!!!!! Alguém faça alguma coisa!!!!!!!!!!!!!!!!

20 de janeiro de 2007 às 10:00  
Anonymous Anônimo said...

Na falta de Elis Regina a melhor cantora brasileira é Teresa Salgueir, a ex-vocalista do Madredeus que se apresentou ontem em São Paulo intepretando músicas de Tom Jobim, algumas delas gravadas por Elis Regina de forma definitiva. Arrepiou. No dia da nossa tristeza pelos 25 anos sem Elis, Teresa a trouxe até nós.

20 de janeiro de 2007 às 15:59  
Anonymous Anônimo said...

Acho que o saudade do Brasil vai acabar saindo,certo, precisa ter muita paciência mas um dia sai.Eu espero um tratamento dado ao falso brilhante também para a gravação do cd Saudades do Brasil.E espero também poder ter acesso ao vídeo da Elis cantando num circo.Ela estava linda lá!

20 de janeiro de 2007 às 17:10  
Anonymous Anônimo said...

Não acompanhei a carreira de Elis dada a minha pouca idade . Mas acho que foi a maior cantora do Brasil sim . Ao lado da Carmem Miranda , que eu tanto amo , claro .

Diogo , eu amo 'Casa no Campo '. Escutei esses dias inclusive .
Alguém poderia me dizer que musica a Maria Rita cantou no Especial da Globo em Dezembro ?

21 de janeiro de 2007 às 02:03  
Anonymous Anônimo said...

Eu a acho a maior. Fez uma revolução usando a voz. Não se prendeu a estética e nem a nada. Foi ela. Veio sozinha e bagunçou tudo.

21 de janeiro de 2007 às 04:57  
Anonymous Anônimo said...

Elis vive sim ! Mas faz falta também . Maria Rita vai ser como a mãe , uma grande cantora . Tem futuro . Que me desculpem Gal , Elis , Bethânia e seus respectivos fãs mas a maior de todas é Carmem Miranda . Depois Elizeth Cardoso .
Entre as atuais , Marisa Monte disparada .

21 de janeiro de 2007 às 05:25  
Anonymous Anônimo said...

Maria, a canção interpretada no especial por Maria Rita foi 'Essa Muher' (Joyce-Ana Terra), do disco 'Elis, Essa Mulher' (aquele da orquídea na capa).

Sei que é um pouco antipático dizer isso, mas Maria Rita deveria evitar a todo custo cantar músicas do repertório da mãe. Ainda mais uma canção como 'Essa Mulher', que tem Elis escrita 'all over it'.

Na minha opinião, Maria Rita tem luz própria e busca trilhar um caminho independente, sem qualquer ponto de contato com sua ascendência. Todos queremos que ela não vire uma caricatura da mãe, mas esse perigo estará sempre presente, por causa da semelhança de timbre no registro médio da voz e por causa de certas expressões faciais.

21 de janeiro de 2007 às 12:36  
Anonymous Anônimo said...

Para os fãs de Elis Regina, tem uma materia excelente sobre ela na revista Rolling Stone desse mês.
Recomendo

Jose Henrique

21 de janeiro de 2007 às 17:21  
Anonymous Anônimo said...

A Carmen Miranda era realmente demais.
A Elizeth Cardoso Também.Mas, me desculpe você também.Como a Elis, ninguém!

21 de janeiro de 2007 às 18:12  
Anonymous Anônimo said...

Luc, expressões faciais é pouco. Expressões corporais seria mais apropriado. O timbre de Maria Rita é, sem dúvida, obra da genética mas sua mis-en-scéne é, irritantemente, plágio da mãe, especialmente em sua fase Eliscóptero. Lamentável, pq M Rita canta bem.

21 de janeiro de 2007 às 21:51  
Anonymous Anônimo said...

Luc meu camaradito ... assisti e curti muito o especial da Globo sobre Elis . Foi ótimo !
As presenças de Pedro , João Marcelo e Maria Rita foram bem inteligentes . E Maria Rita disse ' não esperem ouvir nos meus shows essa música ' ! Acho que ela tá certa . No mais , ela arrebentou cantando . Você (bem) disse , ela tem luz própria .

Nota 10 para o Dudu . Quem hoje não conhece Carmem Miranda ? Que outra cantora negra é tão respeitada e bem sucedida como a 'divina 'Elizeth ?

22 de janeiro de 2007 às 00:31  
Anonymous Anônimo said...

Para o último show a Maria Rita copiou,bem copiado a apresentação da Elis feita em portugal.Até no figurino.Gosto da Maria Rita mas aquelas caminhadas no palco não são dela.No fundo acho que ela não precisaria copiar.Quem sabe acabará se tocando.

22 de janeiro de 2007 às 10:17  
Anonymous Anônimo said...

Diogo, não sabia dessa frase da Maria Rita ('não esperem ouvir essa música em meus shows'). Fiquei feliz.

Não sou daqueles que acham sagrado o repertório da Elis. A versão da Gal Costa para 'Atrás da Porta' é nobre. Joyce dedicou um ótimo disco às canções da poderosa pimenta. Maria Bethânia faz uma 'Modinha' de truz.

Mas há de se convir que o caso de Maria Rita é diferente. A caricatura pode morar ao lado.

Outro dia, um amigo me mostrou, em DVD, a participação da MR em um show do Rappa. Conheço muito pouco de reggae, mas achei o resultado bom. Ela me pareceu estar satisfeita e confortável ali.

Quanto ao jeito de cantar, meu ouvido pode estar enganado, mas ao comparar o primeiro e o segundo discos, tenho a impressão de que a Maria Rita está em processo de pesquisa da própria voz, em busca daquilo que lhe é peculiar e único.

22 de janeiro de 2007 às 11:08  
Anonymous Anônimo said...

Queria muito ganhar um Rolls Royce,"o melhor carro do mundo".Mas o venderia na próxíma esquina,porque ele não me serveria para nada além de ganhor boa grana,e comprar meu carro favorito.Sabe quando eu trocaria o prazer cinematográfco de ouvir uma Nana Caymmi cantando Ponta de Areia,Cais,Pois é,Fascinação,Modinha,Inútil Paisagem e etcs mil,pela Elis:NUNCA!

22 de janeiro de 2007 às 14:17  
Anonymous Anônimo said...

À Elis, todas as homenagens. À Maria Rita e a todos os que não postulam mais do que ser carbonos do original, o ostracismo. Que o próprio tempo se encarregará de determinar.

22 de janeiro de 2007 às 16:02  
Anonymous Anônimo said...

Não sei quem tem pior jogo de cena: Elis ou Maria Rita. A filha imita a mãe no único senão da artista, que era seu jeitão desengonçado no palco...ora se embalando, ora se contorcendo numa coreografia patética. Claro que a qualidade da voz de Elis compensava esse tour-de-force, coisa que Maria Rita - embora com recursos - não herdou.

Elis Regina será sempre lembrada como uma grande artista, uma mulher corajosa, voluntariosa e uma voz raríssima. 25 anos depois 'sua cadeira ainda está vazia'.

22 de janeiro de 2007 às 16:51  
Anonymous Anônimo said...

bravos, eleonora. penso igualzinho a vc.

23 de janeiro de 2007 às 09:38  
Anonymous Anônimo said...

Eleonora, você não entendeu nada da Elis.Me desculpe.
Jeito desengonçado?Cê tá brincando.
A mulher era de uma vitalidade em cena e sabia se movimentar como ninguém, fazendo de corpo e voz uma coisa só.Raros são os artistas que conseguem isso em qualquer latitude.Mas imagino que possa causar estranheza um movimento de cena não baseados nos cânones institucionalizados.

24 de janeiro de 2007 às 16:13  
Blogger ADEMAR AMANCIO said...

A Elis cantava com o corpo inteiro já dizia Rita lee.As pessoas confundem gostar(aspecto subjetivo)com análise crítica(outros quinhentos).A Elis é a cantora mais completa do Brasil,e só e ponto e fim.Outra coisa ,extensão e volume vocal,são coisas distintas.Ela cantando "Na baixa do sapateiro"(ao vivo)mostra muito bem as duas características.

13 de setembro de 2012 às 13:50  

Postar um comentário

<< Home