7 de dezembro de 2006

Retrô 2006 - Simon não surpreendeu com Eno

Pilar do art rock na fase inicial do grupo Roxy Music, com os pirotécnicos efeitos tirados de pioneiros sintetizadores, Brian Eno foi a surpresa anunciada no título do primeiro álbum de inéditas de Paul Simon em seis anos, lançado em junho. Além de pôr sua eletrônica a serviço da novíssima safra autoral do compositor norte-americano (celebrizado pelo folk feito em dupla com Garfunkel nos anos 60), Eno também assinou três das 11 músicas em parceria com Simon.

Obviamente, a sonoridade do trabalho do artista foi alterada com os arranjos de Eno. Mas não a ponto de realmente surpreender. Há 20 anos, Simon fundava os cânones da chamada world music com o histórico álbum Graceland, reeditado em 2004 pela Warner Music. De lá para cá, ele não conseguiu lançar outro trabalho tão marcante. Surprise resultou igual ao seu antecessor You're the One (2000): soou honesto, mas sem chegar a empolgar. Para fãs saudosos do som de Simon & Garfunkel, um destaque foi Beautiful.

Sim, o coro de Wartime Prayers emocionou, o discurso engajado continuou afiado e o CD certamente calou fundo em corações da América de Bush porque Simon sempre soube ser politizado sem ser panfletário. Só que, no fim das contas, a única faixa feita sem a colaboração de Eno - Father and Daughter, composta para a trilha do filme Os Thornborrys - assinalou ironicamente que a maior surpresa do álbum pouco acrescentou à música de Paul Simon.

1 Comments:

Anonymous José said...

simon não precisa provar mais nada

7 de janeiro de 2010 às 17:07  

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