18 de abril de 2010

'BandaTrês' de Gil cresce e se exterioriza no Rio

Resenha de Show
Título: BandaDois
Artista: Gilberto Gil (em fotos de Mauro Ferreira)
Participações especiais: Bem Gil e Jaques Morelenbaum
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 17 de abril de 2010
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz em Brasília (DF) - Centro de Convenções, 24 de abril
Ao ser levado à cena em setembro de 2009 por Gilberto Gil, para ser gravado ao vivo e gerar CD e DVD editados em dezembro desse mesmo ano, BandaDois era recital interiorizado, carregado de alguma melancolia no roteiro desfiado por Gil somente com seu violão e o de Bem Gil (a cargo também da percussão ouvida na parte final). Só que BandaDois cresceu e virou BandaTrês com a incorporação do violoncelista Jaques Morelenbaum ao Concerto de Cordas (inclusive as vocais) - como o show foi definido por Gil no palco da casa Vivo Rio (RJ), onde o recital aportou na noite de sábado, 17 de abril de 2010. Pela bela apresentação do trio, deu para perceber o quanto BandaDois cresceu - e não somente pela entrada de Morelenbaum. O concerto está bem mais exteriorizado e comunicativo. Mas sem prejuízo da carga reflexiva embutida no roteiro. Que, a propósito, sofreu alterações benéficas em relação ao repertório da estreia. Gil agregou a roteiro músicas palatáveis como Viramundo (1967), Panis et Circensis (1968), Tenho Sede (1975), Estrela (1981) e Seu Olhar (1985) - bela e hoje esquecida balada que chegou a tocar muito no rádio como faixa promocional do álbum Dia Dorim Noite Neon. A entrada dessas músicas facilitou a empatia do concerto com o público que lotou a casa e saiu do show embevecido com a musicalidade extraordinária de Gil. Perceptível sobretudo quando o artista ficou sozinho em cena para cantar Não Tenho Medo da Morte (2008), outra boa nova do roteiro. Ao usar o violão como instrumento de percussão e ao explorar os tons cavernosos de sua voz, o compositor conseguiu fazer crescer o significado da canção existencial que lançou no álbum Banda Larga Cordel. O número solo foi destaque de um concerto que evidenciou o total entrosamento de Gil e Bem com Morelenbaum, cujo violoncelo pulsou ora frenético (como em Banda Um), ora lírico (como em Quatro Coisas, o tema feito por Gil para sua mulher, Flora). A propósito, o grande momento de Morelenbaum foi em Lamento Sertanejo, quando o violoncelista evocou através de seu instrumento o universo musical mouro absorvido pela nação nordestina. Enfim, BandaDois - ou agora BandaTrês - já nasceu grandioso, mas vem crescendo na estrada...

4 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Ao ser levado à cena em setembro de 2009 por Gilberto Gil, para ser gravado ao vivo e gerar CD e DVD editados em dezembro desse mesmo ano, BandaDois era recital interiorizado, carregado de alguma melancolia no roteiro desfiado por Gil somente com seu violão e o de Bem Gil (a cargo também da percussão ouvida na parte final). Só que BandaDois cresceu e virou BandaTrês com a incorporação do violoncelista Jaques Morelenbaum ao Concerto de Cordas (inclusive as vocais) - como o show foi definido por Gil no palco da casa Vivo Rio (RJ), onde o recital aportou na noite de sábado, 17 de abril de 2010. Pela bela apresentação do trio, deu para perceber o quanto BandaDois cresceu - e não somente pela entrada de Morelenbaum. O concerto está bem mais exteriorizado e comunicativo. Mas sem prejuízo da carga reflexiva embutida no roteiro. Que, a propósito, sofreu alterações benéficas em relação ao repertório da estreia. Gil agregou a roteiro músicas palatáveis como Viramundo (1967), Panis et Circensis (1968), Tenho Sede (1975), Estrela (1981) e Seu Olhar (1985) - bela e hoje esquecida balada que chegou a tocar muito no rádio como faixa promocional do álbum Dia Dorim Noite Neon. A entrada dessas músicas facilitou a empatia do concerto com o público que lotou a casa e saiu do show embevecido com a musicalidade extraordinária de Gil. Perceptível sobretudo quando o artista ficou sozinho em cena para cantar Não Tenho Medo da Morte (2008), outra boa nova do roteiro. Ao usar o violão como instrumento de percussão e ao explorar os tons cavernosos de sua voz, o compositor conseguiu fazer crescer o significado da canção existencial que lançou no álbum Banda Larga Cordel. O número solo foi destaque de um concerto que evidenciou o total entrosamento de Gil e Bem com Morelenbaum, cujo violoncelo pulsou ora frenético (como em Banda Um), ora lírico (como em Quatro Coisas, o tema feito por Gil para sua mulher, Flora). A propósito, o grande momento de Morelenbaum foi em Lamento Sertanejo, quando o violoncelista evocou através de seu instrumento o universo musical mouro absorvido pela nação nordestina. Enfim, BandaDois - ou agora BandaTrês - já nasceu grandioso, mas vem crescendo na estrada...

18 de abril de 2010 às 14:27  
Anonymous Betina said...

Bacana ver Jacques Morelembaum tocando com Gil de um jeito diferente do que tocava com Caetano, penso que um músico sempre deve experimentar variar seu estilo

Betina, Porto Alegre

18 de abril de 2010 às 23:19  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse

Perfeito trio. Mas sugiro que seja Banda Quatro, põe aí um percussionista, quem sabe Suzano.
Sem percussão nao há Gil.
E no repertório Gil devia inserir Aqui e agora.
Sempre esperei por uma visita a essa canção. Aliás podia ficar no lugar da batidissima Estrela.
Gil pode sempre, inovar e sabe fazer isso.

19 de abril de 2010 às 16:17  
Blogger Unknown said...

Mauro este show é mesmo maravilhoso, assisti em Salvador em janeiro e vou assistir novamente aqui em Brasília no proximo sabado. Amo Gil de paixão, ele é meu rei! Tb adoraria se fosse incluido no show o percussionista Suzano! A presença de Jacques Morelembaum enriquece mais ainda o show.

20 de abril de 2010 às 00:43  

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