Sony celebra Roberto por 100 milhões de discos
"Em 50 anos, este homem atravessou geração após geração e se reinventou com criatividade tanto como cantor quanto como compositor, chegando a 100 milhões de discos. Para nós da Sony Music, e para toda a indústria fonográfica mundial, é um sucesso fantástico". Com tais palavras, ditas na homenagem prestada pela Sony Music esta semana em Nova York (EUA) a Roberto Carlos por conta dos alegados 100 milhões de discos vendidos pelo Rei em suas cinco décadas de carreira, o presidente da Sony Music Entertainment International, Richard Sanders, tentou sintetizar a trajetória fenomenal do artista no Brasil e no mercado de música hispânica. Fenômeno ainda não explicado a contento por nenhum crítico musical. Talvez até porque não haja explicação plausível para o carisma de um cantor, a força do repertório de um bom compositor popular e a comunhão afetiva que se estabelece - sem critérios racionais - entre o público e o artista que possua tais atributos. Roberto Carlos sempre os teve, com fartura. Carisma, voz (extremamente afinada, de emissão perfeita) e um cancioneiro popular de ótimo nível - apesar da evidente queda de qualidade observada a partir da segunda metade dos anos 80 - são atributos valiosos que ajudam a entender os números superlativos que cercam a carreira de Roberto Carlos. Mas nem eles são suficientes para justificar a adoração do público pelo compositor. A comunhão entre o Rei e seus súditos passa pelo subconsciente e por uma afinidade de valores que extrapolam o campo puramente musical. De certa forma, o autor de Jesus Cristo e Como É Grande o meu Amor por Você sempre encarnou o bom moço. O rapaz bem-intencionado (e algo triste) que acredita no amor e em Deus. Que fala de sexo sem ultrapassar os limites impostos pela moral social. Mesmo na sua fase jovem, nas efervescentes tardes dominicais, Roberto já tinha esses românticos valores embutidos em sua figura e em sua música. Tanto que conseguiu fazer de forma perfeita a transição desse mundo jovem para a fase adulta. Lá se vão 51 anos de carreira. A acomodação já rege a trajetória de Roberto Carlos, hoje já a caminho dos 70 anos, mas nada lhe tira o mérito de ser a voz mais popular da música brasileira nestas cinco décadas. E os alegados 100 milhões de discos vendidos nada mais são do que a tradução em números de um reinado inabalável.
18 Comments:
"Em 50 anos, este homem atravessou geração após geração e se reinventou com criatividade tanto como cantor como compositor, chegando a 100 milhões de discos. Para nós da Sony Music, e para toda a indústria fonográfica mundial, é um sucesso fantástico". Com tais palavras, ditas na homenagem prestada pela Sony Music esta semana em Nova York (EUA) a Roberto Carlos por conta dos alegados 100 milhões de discos vendidos pelo Rei em 50 anos de carreira, o presidente da Sony Music Entertainment International, Richard Sanders, tentou sintetizar a trajetória fenomenal do artista no Brasil e no mercado de música hispânica. Fenômeno ainda não explicado a contento por nenhum crítico musical. Talvez até porque não haja explicação plausível para o carisma de um cantor, a força do repertório de um bom compositor popular e a comunhão afetiva que se estabelece - sem critérios racionais - entre o público e o artista que possua tais atributos. Roberto Carlos sempre os teve. Carisma, voz (extremamente afinada, de emissão perfeita) e um cancioneiro popular de ótimo nível - apesar da evidente queda de qualidade observada a partir da segunda metade dos anos 80 - são atributos valiosos que ajudam a entender os números superlativos que cercam a carreira de Roberto Carlos. Mas nem eles são suficientes para justificar a adoração do público pelo compositor. A comunhão entre o Rei e seus súditos passa pelo subconsciente e por uma afinidade de valores que extrapolam o campo puramente musical. De certa forma, o autor de Jesus Cristo e Como É Grande o meu Amor por Você sempre encarnou o bom moço. O rapaz bem-intencionado (e algo triste) que acredita no amor e em Deus. Que fala de sexo sem ultrapassar os limites impostos pela moral social. Mesmo na sua fase jovem, nas efervescentes tardes dominicais, Roberto já tinha esses românticos valores embutidos em sua figura e em sua música. Tanto que conseguiu fazer de forma perfeita a transição desse mundo jovem para a fase adulta. Lá se vão 51 anos de carreira. A acomodação já rege a trajetória de Roberto Carlos, hoje já a caminho dos 70 anos, mas nada lhe tira o mérito de ser a voz mais popular da música brasileira nestas cinco décadas. E os alegados 100 milhões de discos vendidos nada mais são do que a tradução em números de um reinado inabalável.
Roberto Carlos se reinventou em criatividade? Faz-me rir!
Puro Marketing!!
Como se já não bastasse toda a comemoração dos seus 50 anos de carreira!!
Menos Roberto, Menos...
Caro Mauro,
você só se esqueceu de comentar o papel fundamental da Rede Globo na construção deste mito. Roberto Carlos, a despeito da sua superestimada importância como compositor, sempre encarnou com perfeição os valores morais da classe média perpetuados pela emissora.
Parabéns pelo excelente blog.
Cara,
com todo respeito a você e a seu público, acho que tudo isso é ainda pouco para um artista como Roberto. Infelizmente, nós brasileiros, não valorizamos os nossos grandes nomes. Se Roberto tivesse nascido nos EUA, seria dos melhores de lá, sem sombra de dúvidas. Na Itália, idem. E não é um mero comentarista como eu que afirma isso. São os depoimentos dos próprios artistas desses respectivos países. Também não acho que foi Roberto que declinou a partir da segunda metade da década de 80, mas a música brasileira de um modo geral. E, mesmo assim, ele continuou a conquistar seu público que não é feito apenas de fãs dos anos 60 e 70.
Pessoal, vamos valorizar nossos artistas, nossa música, pois infelizmente não teremos mais outros Robertos, Tons, Chicos, Caetanos, Gils, Ivans, Joãos, Gonzagas, etc. Não teremos outras Bethânias, Gals, Ritas, Alciones, Joannas, Simones, Ângelas, etc.
Porque achar que um é menor ou maior que o outro? Somos privilegiados por termos todos eles e a melhor música do mundo. Precisamos apenas enxergar isso!
Um abraço a todos!
Parabéns ao Rei Roberto Carlos mas me parece que Julio Iglesias já ultrapassou essa marca há anos ...
RC fará 69 anos segunda feira
Com todo o mérito que há em comemorar 50 anos de carreira, temos que ressaltar que há pelo menos 10 não há nenhuma reinvenção na tragetória do rei que sentou no trono e ali ficou colhendo os louros do título.
Tomara que a declaração de que ainda vai compor a música mais bonita sobre o amor tire o rei da acomodação.
Se ele conseguir fazer uma canção que fale do amor como O Que Será do Chico Buarque que fala do amor de uma forma tão abrangente e linda, já é um bom sinal.
Roberto já era Rei em 1974, ano em que fez o primeiro especial na Globo.
Um Rei nao fica no trono muito tempo só porque uma rede de TV quer.
Mas a emissora não o adotou apenas em 1974. Sendo assim, concordo com o comentário do colega Fábio. Ninguém pode desmerecer a importância de Roberto Carlos para a música brasileira, mas ela é, de fato, supervalorizada. E quanto à influência da Rede Globo na construção de mitos do imaginário popular, isto sim não pode ser minimizado. Abraços.
O público de Roberto envelheceu com ele, não se renovou. É rei pelo público conservador que tem, mas não tem magestade. Pelo menos pra mim, sua obra é menor em comparação com a de muitos outros contemporâneos dele. Jorge Ben. Chico. Milton. Só pra ficar em três nomes.
Roberto é um péssimo compositor desde meados dos anos 80. Foi péssimo também durante toda a Jovem Guarda - que era um horror em termos musicais.
Tirando essas duas fases, restou algo positivo, que não durou 10 anos. Ou seja, de 50 de carreira nem 10 são totalmente relevantes.
E ainda o chamam de "Rei". Pra mim, "rei" de vendas não é rei de nada. Em música, o critério deve ser artístico, não comercial.
Roberto é um péssimo compositor desde meados dos anos 80. Foi péssimo também durante toda a Jovem Guarda - movimento que era um horror em termos musicais.
Tirando essas duas fases, restou algo positivo, que não durou 10 anos. Ou seja, de 50 de carreira nem 10 são totalmente relevantes.
E ainda o chamam de "Rei".
Pra mim, "rei" de vendas não é rei de nada. Em música, o critério deve ser artístico, não comercial.
Tenho pena de pessoas que pensam como esse tal de Flávio Herculano. Tadinho! Roberto é a melhor coisa que já aconteceu na música brasileira!
Sr. Freddy Simões,
Realmente, divergimos. Para mim, a melhor coisa que já aconteceu na música popular brasileira se chama Chico Buarque, seguido de outros, como Cartola, Tom Jobim, Caetano, Ary Barroso, e por ai vai, até chegar em Roberto, que tem seu lugar - para mim, esse lugar não é o topo.
Do fim da Jovem Guarda até 74, Roberto transitou por Tupi, Record e Globo. Isso de que "a Globo o adotou antes" não procede. Como se ser adotado por uma rede de TV-assim como Chico, Nara e Elizeth foram pela Tv Record-fosse algo demoníaco e diminuisse a qualidade de um artista. A TV Globo, nos anos 70, era a melhor em musicais. RC, Alerta Geral e Saudade Nao tem Idade são clássicos.
Roberto foi aclamado REI ainda em meados dos anos 60, época em que a Globo ainda engatinhava e não tinha nada a ver com ele. Por isso, esse papo de chamá-lo de "fabricado" pela emissora é totalmente furado.
A Jovem Guarda pode até ter sido pobre em méritos artísticos, o que acho verdade pois mais da metade de sua produção não passa de versões para hits ingleses e italianos. Mas quem condena esta fase do REI só prova total desconhecimento. Ele e seu parceiro Erasmo são exatamente os nomes que fugiram a esta regra. Os dois se destacaram pelo simples fato de serem os únicos totalmente originais. Roberto não seguiu o caminho fácil de seus conteporâneos de gravar versões dos Beatles e etc. Também, nem precisava. Compondo clássicos como "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno", "Como É Grande O Meu Amor Por Você", "As Canções Que Você Fez Pra Mim", entre tantas outras, ele tinha bala de sobra na agulha pra enfrentar qualquer repertório gringo.
Mesmo assim, negar a importância da Jovem Guarda é prova de uma ignorância musical extrema. Movimentos idênticos aconteceram em vários outros países, tudo reflexo de uma simples coisinha chamada Beatlemania. Aliás, sem Jovem Guarda não existiria a Tropicália e tudo que veio depois em termos de rock e música pop neste país.
Roberto é Rei simplesmente porque atinge todas as classes sociais, sem distinção, e usando da linguagem mais simples possível. Suas músicas são apreciadas e, principalmente, compreendidas por todos, desde o gari ao desembargador. É o astro de maior carisma e um cantor excepcional. Roberto ganha pela simplicidade.
É ÓBIVIO QUE NÃO VIVI OS TEMPOS ÁUREOS DA CERREIRA DO ROBERTO CARLOS, MAS ASSIM COMO TODO BRASILEIRO, CARREGO EM MIM MÚSICAS QUE MARCARAM E MARCAM MINHA VIDA, MINHA INFÂNCIA, MINHA ADOLESCÊNCIA, JUVENTUDE E VÃO PERDURAR ATÉ MEUS ÚLTIMOS DIAS... COMPARÁ-LO A CHICO OUA QUEM QUER QUE SEJA EM NADA ACRESCENTA, SÃO ARTISTAS COM CARACTERÍSTICAS DISTINTAS E VISÕES DIFERENTES, COM TALENTOS ÚNICOS... CHICO TEM OBRAS PRIMAS MARAVILHOSAS COMO ATRÁS DA PORTA E TANTAS JÁ CONHECIDAS, MAS QUERIA EU TER PALAVRAS PARA DECLARAR O AMOR À MINHA MÃE COMO ELE FEZ EM LADY LAURA, OU TANTA PREOCUPAÇÃO COM OS ABSURDOS HOMICIDIOS CONTRA AS BALEIAS... TER TANTA PAIXÃO PARA FALAR EM DESABAFO, TANTO PRAZER PRA MOSTRAR ATÉ PELO AVESSO, OU UMA PROVA DE AMOR MAIOR QUE A BELA DECLARAÇÃO DE AMIGO, OU TANTA FÉ COMO EM JESUS CRISTO... ENFIM, ADMIRO ESSE CARA QUE É HUMANO E CHEIO DE SENTIMENTOS INDEPENDENTE DOS NÚMEROS, RÓTULOS E TÍTULOS, ADMIRO PORQUE O TALENTO DELE É INEGÁVEL, E ELE JÁ TEM LUGAR CATIVO NO CORAÇÃO DE QUEM CURTE UMA MÚSICA BOA, QUE FALA DO QUE SE SENTE DE VERDADE DENTRO DO PEITO, SENTIMENTOS... PARABÉNS PELOS 50 ANOS, E SE NEM TUDO PODE SER APROVEITADO, BOM, ASSIM A VIDA É, NÓS NUNCA APROVEITAMOS TUDO O QUE VIVEMOS, PORQUE COM 50 ANOS DE CARREIRA SERIA DIFERENTE... QUISERA EU E TANTOS CHEGAR A UM DÉCIMO DO QUE ELE CHEGOU... AO MESTRE COM CARINHO.
E MAURO, SEU BLOG É ÓTIMO, ADORO SEUS COMENTÁRIOS...
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