9 de fevereiro de 2010

Obra de Pena Branca traduz o seu canto caipira

A discografia de Pena Branca (1939 - 2010) - tanto a gravada em dupla com seu irmão Xavantinho (1942 - 1999) como a registrada em carreira solo - é o retrato e a tradução fiéis do canto caipira do artista, morto aos 70 anos no início da noite de ontem, 8 de fevereiro de 2010. Já pelos títulos de alguns álbuns - Uma Dupla Brasileira (1982), Cio da Terra (1987), Canto Violeiro (1988), Coração Matuto (1998) e Cantar Caipira (2008) - é possível ter clara ideia do som que saía da voz anasalada de Pena Branca. Criado com seu irmão numa roça da mineira cidade de Uberlândia, Pena Branca migrou para São Paulo (SP), em fins dos anos 60, em busca de melhores oportunidade profissionais. Mas nunca deixou de cantar - a sós ou com Xavantinho - os nobres sentimentos (não raro, melancólicos e nostálgicos) do povo interiorano em temas caipiras. Mas a grande contribuição da dupla ao gênero sertanejo foi ter erguido uma ponte com a MPB urbana ao iniciar sua carreira fonográfica em 1980, no embalo da projeção nacional obtida no festival MPB-80, produzido e exibido pela Rede Globo naquele ano. Sem tirar o foco da legítima música caipira, embora as gravadoras já lhe acenassem com propostas para cantar a música romântica que se traveste de sertaneja, a dupla transitou pelos repertórios de compositores como Milton Nascimento (Morro Velho, Travessia), Caetano Veloso (Canto do Povo de um Lugar, No Dia em que Eu Vim me Embora) e Djavan (Lambada de Serpente), entre outros autores mais identificados com a música brasileira produzida em solo urbano. Símbolo do som sertanejo que não se diluiu nas grandes cidades, Pena Branca sai de cena, mas deixa para a posteridade um cantar caipira que vai sempre ecoar nos corações matutos do Homem egresso do campo. Eis toda a discografia de Pena Branca:
Em dupla com Xavantinho:
Velha Morada (1980)
Uma Dupla Brasileira (1982)
Cio da Terra (1987)
Canto Violeiro (1988)
Cantadô de Mundo Afora (1990)
Ao Vivo em Tatuí (1992) - com Renato Teixeira
Violas e Canções (1993)
Pena Branca e Xavantinho (1994)
Ribeirão Encheu (1995)
Coração Matuto (1998)
Em carreira solo:
Semente Caipira (2000)
Pena Branca Canta Xavantinho (2002)
Cantar Caipira (2008)

5 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

A discografia de Pena Branca (1939 - 2009) - tanto a gravada em dupla com seu irmão Xavantinho (1942 - 1999) como a registrada em carreira solo - é o retrato e a tradução fiéis do canto caipira do artista, morto aos 70 anos no início da noite de ontem, 8 de fevereiro de 2010. Já pelos títulos de alguns álbuns - Uma Dupla Brasileira (1982), Cio da Terra (1987), Canto Violeiro (1988), Coração Matuto (1998) e Cantar Caipira (2008) - é possível ter clara ideia do som que saía da voz anasalada de Pena Branca. Criado com seu irmão numa roça da mineira cidade de Uberlândia, Pena Branca migrou para São Paulo (SP), em fins dos anos 60, em busca de melhores oportunidade profissionais. Mas nunca deixou de cantar - a sós ou com Xavantinho - os nobres sentimentos (não raro, melancólicos e nostálgicos) do povo interiorano em temas caipiras. Mas a grande contribuição da dupla ao gênero sertanejo foi ter erguido uma ponte com a MPB urbana ao iniciar sua carreira fonográfica em 1980, no embalo da projeção nacional obtida no festival MPB-80, produzido e exibido pela Rede Globo naquele ano. Sem tirar o foco da legítima música caipira, embora as gravadoras já lhe acenassem com propostas para cantar a música romântica que se traveste de sertaneja, a dupla transitou pelos repertórios de compositores como Milton Nascimento (Morro Velho, Travessia), Caetano Veloso (Canto do Povo de um Lugar, No Dia em que Eu Vim me Embora) e Djavan (Lambada de Serpente), entre outros autores mais identificados com a música brasileira produzida em solo urbano. Símbolo do som sertanejo que não se diluiu nas grandes cidades, Pena Branca sai de cena, mas deixa para a posteridade um cantar caipira que vai sempre ecoar nos corações matutos do Homem egresso do campo. Eis toda a discografia de Pena Branca:
Com Xavantinho:
Velha Morada (1980)
Uma Dupla Brasileira (1982)
Cio da Terra (1987)
Canto Violeiro (1988)
Cantadô de Mundo Afora (1990)
Ao Vivo em Tatuí (1992) - com Renato Teixeira
Violas e Canções (1993)
Pena Branca e Xavantinho (1994)
Ribeirão Encheu (1995)
Coração Matuto (1998)

Solo:
Semente Caipira (2000)
Pena Branca Canta Xavantinho (2002)
Cantar Caipira (2008)

9 de fevereiro de 2010 às 09:51  
Anonymous Denilson said...

O disco "Ao Vivo Em Tatuí" dividido com Renato Teixeira é antológico.

Me lembrava vagamente da participação deles no festival MPB80 da Rede Globo.

Eram bons tempos para a música brasileira.

abração,
Denilson

9 de fevereiro de 2010 às 11:30  
Anonymous Anônimo said...

Grande Mauro, leio seu blog diariamente e este texto me comoveu! Parabéns pelas lindas palavras dedicadas a este grande representante da música sertaneja, o qual fez parte da atmosfera tão brasileira e caipira que havia em casa na época da minha infância! Um grande abraço, Douglas Regis.

9 de fevereiro de 2010 às 19:10  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, corrija lá:

A discografia de Pena Branca(1939-2010)...

Abraço!

9 de fevereiro de 2010 às 21:44  
Anonymous Diogo ! said...

É verdade que Pena Branca e Xavantinho nunca cederam as pressões para gravar um repertório romântico. Mas nunca ficaram presos ao mundo dos compositores caipiras. Além dos já citados por Mauro, Tom Jobim teve sua " Correnteza " muito bem gravada por eles no - laureado com o Grammy Latino - album " Semente Caipira " .


Um pena mesmo!
Minha solidariedade a familia.
Ao amigo Sérgio Reis e a madrinha Inezita Barroso.

10 de fevereiro de 2010 às 14:55  

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