Musicais na fluente versão informal de Botelho
Resenha de Show
Título: Versão Brasileira
Artista: Claudio Botelho
Direção e roteiro: Charles Möeller
Local: Espaço Sesc Copacabana (RJ)
Data: 4 de fevereiro de 2010
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz até domingo, 7 de fevereiro de 2010, às 19h30
Claudio Botelho está à vontade - como se estivesse na sala de sua casa - na arena carioca do Sesc Copacabana, onde apresenta até este domingo, 7 de fevereiro de 2010, Versão Brasileira, show teatralizado em que rememora sua trajetória de 20 anos na seara dos musicais, em parceria com Charles Möeller. Nem poderia ser diferente. Por sua intimidade apaixonada com o repertório dos musicais, Botelho está mesmo em casa. Ele - que começou como ator de musicais em parceria com a atriz Claudia Netto, mas se consagrou por seu trabalho nos bastidores - volta à cena para interpretar uma seleção de temas dos musicais que encenou com Möeller ao longo destas duas décadas de crescente sucesso. Em clima íntimo e informal, urdido pela direção inspirada de Möeller, Botelho conversa com a plateia - relembrando passagens de sua carreira nos palcos - e entoa cerca de 35 canções extraídas dos libretos de musicais como Company, Chicago e West Side Story. O título Versão Brasileira se refere também ao fato de ser Botelho o autor das (sempre fluentes) versões em português das músicas apresentadas nos espetáculos da dupla Möeller & Botelho. Alguns temas - como Let's Do It (de Cole Porter - Ele Nunca Disse que me Amava) e If You Were Gay (de Avenida Q) - são entoados em português e, por conta da rara habilidade do artista na feitura de versões, dão a impressão de já terem sido criados no idioma de Camões. Outros - como So in Love (do já supra-citado Cole Porter - Ele Nunca Disse que me Amava) - reaparecem no original em inglês e, no caso de So in Love, com a dose exata de emoção. Embora tenha chegado até a encarnar o protagonista da primeira (boa) montagem brasileira do musical Company, encenada por ele e Möeller em 2001, Botelho nunca foi um ator do tipo que arrebata platéias. E, embora seja afinado e projete bem a voz, nem sempre brilha como intérprete dos temas que tanto ama. Se esboça teatralidade até convincente em O Que Será? (À Flor da Pele), o sucesso de Chico Buarque que lembra o musical Na Bagunça do teu Coração (1998), Botelho não expõe com sua interpretação toda a beleza da melodia de I Dreamed a Dream, o tema de Les Miserables que projetou Susan Boyle em 2009, cantado em português. Contudo, a fluência e a informalidade do show - pretexto até para comentários fora de propósito sobre shows populares que acontecem em Copacabana - produzem imediatas empatia e intimidade entre artista e público, fazendo de Versão Brasileira um espetáculo bem agradável que celebra com justiça a consagração de uma dupla que tirou o ranço amador que rondava a maior parte das produções de musicais encenados no Rio de Janeiro até os anos 90. Palmas para Botelho!!
Título: Versão Brasileira
Artista: Claudio Botelho
Direção e roteiro: Charles Möeller
Local: Espaço Sesc Copacabana (RJ)
Data: 4 de fevereiro de 2010
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz até domingo, 7 de fevereiro de 2010, às 19h30
Claudio Botelho está à vontade - como se estivesse na sala de sua casa - na arena carioca do Sesc Copacabana, onde apresenta até este domingo, 7 de fevereiro de 2010, Versão Brasileira, show teatralizado em que rememora sua trajetória de 20 anos na seara dos musicais, em parceria com Charles Möeller. Nem poderia ser diferente. Por sua intimidade apaixonada com o repertório dos musicais, Botelho está mesmo em casa. Ele - que começou como ator de musicais em parceria com a atriz Claudia Netto, mas se consagrou por seu trabalho nos bastidores - volta à cena para interpretar uma seleção de temas dos musicais que encenou com Möeller ao longo destas duas décadas de crescente sucesso. Em clima íntimo e informal, urdido pela direção inspirada de Möeller, Botelho conversa com a plateia - relembrando passagens de sua carreira nos palcos - e entoa cerca de 35 canções extraídas dos libretos de musicais como Company, Chicago e West Side Story. O título Versão Brasileira se refere também ao fato de ser Botelho o autor das (sempre fluentes) versões em português das músicas apresentadas nos espetáculos da dupla Möeller & Botelho. Alguns temas - como Let's Do It (de Cole Porter - Ele Nunca Disse que me Amava) e If You Were Gay (de Avenida Q) - são entoados em português e, por conta da rara habilidade do artista na feitura de versões, dão a impressão de já terem sido criados no idioma de Camões. Outros - como So in Love (do já supra-citado Cole Porter - Ele Nunca Disse que me Amava) - reaparecem no original em inglês e, no caso de So in Love, com a dose exata de emoção. Embora tenha chegado até a encarnar o protagonista da primeira (boa) montagem brasileira do musical Company, encenada por ele e Möeller em 2001, Botelho nunca foi um ator do tipo que arrebata platéias. E, embora seja afinado e projete bem a voz, nem sempre brilha como intérprete dos temas que tanto ama. Se esboça teatralidade até convincente em O Que Será? (À Flor da Pele), o sucesso de Chico Buarque que lembra o musical Na Bagunça do teu Coração (1998), Botelho não expõe com sua interpretação toda a beleza da melodia de I Dreamed a Dream, o tema de Les Miserables que projetou Susan Boyle em 2009, cantado em português. Contudo, a fluência e a informalidade do show - pretexto até para comentários fora de propósito sobre shows populares que acontecem em Copacabana - produzem imediatas empatia e intimidade entre artista e público, fazendo de Versão Brasileira um espetáculo bem agradável que celebra com justiça a consagração de uma dupla que tirou o ranço amador que rondava a maior parte das produções de musicais encenados no Rio de Janeiro até os anos 90. Palmas para Botelho!!
1 Comments:
Claudio Botelho está à vontade - como se estivesse na sala de sua casa - na arena carioca do Sesc Copacabana, onde apresenta até este domingo, 7 de fevereiro de 2010, Versão Brasileira, show teatralizado em que rememora sua trajetória de 20 anos na seara dos musicais, em parceria com Charles Möeller. Nem poderia ser diferente. Por sua intimidade apaixonada com o repertório dos musicais, Botelho está mesmo em casa. Ele - que começou como ator de musicais em parceria com a atriz Claudia Netto, mas se consagrou por seu trabalho nos bastidores - volta à cena para interpretar uma seleção de temas dos musicais que encenou com Möeller ao longo destas duas décadas de crescente sucesso. Em clima íntimo e informal, urdido pela direção inspirada de Möeller, Botelho conversa com a plateia - relembrando passagens de sua carreira nos palcos - e entoa cerca de 35 canções extraídas dos libretos de musicais como Company, Chicago e West Side Story. O título Versão Brasileira se refere também ao fato de ser Botelho o autor das (sempre fluentes) versões em português das músicas apresentadas nos espetáculos da dupla Möeller & Botelho. Alguns temas - como Let's Do It (de Cole Porter - Ele Nunca Disse que me Amava) e If You Were Gay (de Avenida Q) - são entoados em português e, por conta da rara habilidade do artista na feitura de versões, dão a impressão de já terem sido criados no idioma de Camões. Outros - como So in Love (do já supra-citado Cole Porter - Ele Nunca Disse que me Amava) - reaparecem no original em inglês e, no caso de So in Love, com a dose exata de emoção. Embora tenha chegado até a encarnar o protagonista da primeira montagem brasileira do musical Company, encenada por ele e Möeller em 2001, Botelho nunca foi um ator do tipo que arrebata platéias. E, embora seja afinado e projete bem a voz, nem sempre brilha como intérprete dos temas que tanto ama. Se esboça teatralidade até convincente em O Que Será? (À Flor da Pele), o sucesso de Chico Buarque que lembra o musical Na Bagunça do teu Coração (1998), Botelho não expõe com sua interpretação toda a beleza da melodia de I Dreamed a Dream, o tema de Les Miserables que projetou Susan Boyle em 2009, cantado em português. Contudo, a fluência e a informalidade do show - pretexto até para comentários fora de propósito sobre shows populares que acontecem em Copacabana - produzem imediatas empatia e intimidade entre artista e público, fazendo de Versão Brasileira um espetáculo bem agradável que celebra com justiça a consagração de uma dupla que tirou o ranço amador que rondava a maior parte das produções de musicais encenados no Rio de Janeiro até os anos 90. Palmas para Botelho!!
Postar um comentário
<< Home