Wado cruza o oceano afro em 'Atlântico Negro'
Resenha de CD
Título: Atlântico Negro
Artista: Wado
Gravadora: Nenhuma
Cotação: * * * 1/2
Cantor e compositor da cena indie, radicado em Alagoas, o catarinense Wado cruza feliz o Oceano de sons que liga África e Brasil em Atlântico Negro, quinto álbum do artista, recém-lançado no formato de SMD e já disponibilizado para download gratuito no site oficial de Wado. Afoxé que abre o trabalho, Estrada incorpora versos recitados por Helder Monteiro, nativo de Guiné Bissau, e já dá a pista do cruzamento de sons e sotaques do disco, que teve seis de suas onze faixas mixadas por Kassin em seu estúdio Monoaural, no Rio de Janeiro (RJ). Entre baladas (Frágil e Pavão Macaco), samba de tom afro (Martelo de Ogum, faixa que traz Rômulo Fróes entre os vocalistas) e pop que remete ao afoxé originário da mesma matriz africana (Cordão de Isolamento), Atlântico Negro navega até pelas águas do funk carioca no Rap Guerra no Iraque - da lavra de MC Gil do Andaraí - e apresenta a parceria de Wado com o escritor moçambicano Mia Couto em Hercílio Luz e na citada Estrada. O título do disco revive termo usado pelo antropólogo inglês Paul Gilroy para se referir à cultura mestiça nascida da ligação seminal da mãe África com as Américas. Explorando esse tráfico contínuo de sons e influências, Wado fez um disco miscigenado que traduz a inquietude que molda sua indie obra fonográfica. É com liberdade estética que ele sustenta com base dance tema do cancioneiro tradicional alagoano - Boa Tarde, Povo (Baianas de Santa Luzia do Norte/Maria do Carmo) - e que mixa sua música Jejum com Cavaleiro de Aruanda, o tema de Tony Osanah que Ronnie Von lançou em 1971 e que Rita Ribeiro reviveu em 2003 no show Tecnomacumba, despertando a atenção de Ney Matogrosso. Com produção antenada de Pedro Ivo Euzébio, Atlântico Negro desliza coeso nas águas calmas da voz do sempre inventivo Wado.
Título: Atlântico Negro
Artista: Wado
Gravadora: Nenhuma
Cotação: * * * 1/2
Cantor e compositor da cena indie, radicado em Alagoas, o catarinense Wado cruza feliz o Oceano de sons que liga África e Brasil em Atlântico Negro, quinto álbum do artista, recém-lançado no formato de SMD e já disponibilizado para download gratuito no site oficial de Wado. Afoxé que abre o trabalho, Estrada incorpora versos recitados por Helder Monteiro, nativo de Guiné Bissau, e já dá a pista do cruzamento de sons e sotaques do disco, que teve seis de suas onze faixas mixadas por Kassin em seu estúdio Monoaural, no Rio de Janeiro (RJ). Entre baladas (Frágil e Pavão Macaco), samba de tom afro (Martelo de Ogum, faixa que traz Rômulo Fróes entre os vocalistas) e pop que remete ao afoxé originário da mesma matriz africana (Cordão de Isolamento), Atlântico Negro navega até pelas águas do funk carioca no Rap Guerra no Iraque - da lavra de MC Gil do Andaraí - e apresenta a parceria de Wado com o escritor moçambicano Mia Couto em Hercílio Luz e na citada Estrada. O título do disco revive termo usado pelo antropólogo inglês Paul Gilroy para se referir à cultura mestiça nascida da ligação seminal da mãe África com as Américas. Explorando esse tráfico contínuo de sons e influências, Wado fez um disco miscigenado que traduz a inquietude que molda sua indie obra fonográfica. É com liberdade estética que ele sustenta com base dance tema do cancioneiro tradicional alagoano - Boa Tarde, Povo (Baianas de Santa Luzia do Norte/Maria do Carmo) - e que mixa sua música Jejum com Cavaleiro de Aruanda, o tema de Tony Osanah que Ronnie Von lançou em 1971 e que Rita Ribeiro reviveu em 2003 no show Tecnomacumba, despertando a atenção de Ney Matogrosso. Com produção antenada de Pedro Ivo Euzébio, Atlântico Negro desliza coeso nas águas calmas da voz do sempre inventivo Wado.
4 Comments:
o que vem a ser smd?
Bel,
Vitória, ES
Wado é um cara por quem sempre tive curiosidade mas descobri há pouco tempo vendo um clipe do seu álbum anterior na MTV. Gostei muito. Mas ao novo.
ps:o que vem a ser smd?²
Wado não canta nada, e não faz nada de relevante em termos de composição. Ele não é um Zeca Baleiro ou um Chico César em criatividade. Como tem gente ruim fazendo música. Acho que é natural em um país tão rico musicalmente esses equívocos. Com o tempo passa... Vi tanta gente ficar no meio do caminho nestes últimos 20 anos! E ponto! Tem crítico sem noção que adora. Ainda bem que vc, Mauro, tem os pés no chão.
Wado! Sempre criativo e livre. Ainda bem que neste país há espaço e público para que simplesmente gosta de boa música e desprendimento. Grande Wado!!!!
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