2 de setembro de 2009

Omara celebra obra com elegância em 'Gracias'

Resenha de CD
Título: Gracias
Artista: Omara Portuondo
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Disco idealizado por Omara Portuondo para celebrar seus 60 anos de carreira, iniciada no fim dos anos 40, Gracias foi editado em 2008 em Cuba, a terra natal da septuagenária cantora projetada mundialmente em 1997 no coletivo Buena Vista Social Club. Por conta do trabalho desenvolvido por Omara em 2008 com Maria Bethânia, a Biscoito Fino lança o álbum no Brasil. Produzido pelos brasileiros Swami Jr. e Alê Siqueira, Gracias é um disco belo, elegante e terno. Perceptível de forma mais explícita no dueto feito por Omara com sua neta Rossio Jiménez em Cachaíta, a ternura também pontua o encontro da intérprete cubana com Chico Buarque na versão bilíngue de O Que Será (À Flor da Terra). Pena que Chico esteja cantando mal tanto em português como em espanhol. Já a elegância dá o tom do diálogo travado pela voz de Omara com o baixo de Avishai Cohen em Adiós Felicidad, faixa de leveza quase jazzy. A beleza pode ser apreciada na melodia de Yo Vi, o tema de Henri Salvador (1917 - 2008) que abre Gracias. Álbum que funciona como inventário afetivo da obra de Omara, o que justifica a reprodução no encarte de fotos de várias épocas, Gracias dá breve panorâmica da carreira da intérprete, que revisita músicas como Vuela Pena - gravada por ela em 1974 - e recebe o amigo Pablo Milanés em Ámame Como Soy, faixa de sensualidade caliente. De Milanés, Omara canta também Tú mi Desengaño. Já Silvio Rodríguez - outro expoente da nova música cubana - está representado no repertório por Rabo de Nube. Por seu turno, o pianista Chucho Valdés e o baixista Cachaíto Lopez valorizam Nuestro Gran Amor. Contudo, Gracias não é disco de música estritamente cubana. Da lavra do uruguaio Jorge Drexler, a faixa-título flerta com o samba e o suingue brasileiro. Já Drume Negrita acarinha a mãe África. E o fato é que, prestes a completar 79 anos (em 29 de outubro de 2009), Omara Portuondo exibe vigor jovial neste belo disco com que dá graças à vida e à carreira.

15 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Disco idealizado por Omara Portuondo para celebrar seus 60 anos de carreira, iniciada no fim dos anos 40, Gracias foi editado em 2008 em Cuba, a terra natal da septuagenária cantora projetada mundialmente em 1997 no coletivo Buena Vista Social Club. Por conta do trabalho desenvolvido por Omara em 2008 com Maria Bethânia, a Biscoito Fino lança o álbum no Brasil. Produzido pelos brasileiros Swami Jr. e Alê Siqueira, Gracias é um disco belo, elegante e terno. Perceptível de forma mais explícita no dueto feito por Omara com sua neta Rossio Jiménez em Cachaíta, a ternura também pontua o encontro da intérprete cubana com Chico Buarque na versão bilíngue de O Que Será (À Flor da Terra). Pena que Chico esteja cantando mal tanto em português como em espanhol. Já a elegância dá o tom do diálogo travado pela voz de Omara com o baixo de Avishai Cohen em Adiós Felicidad, faixa de leveza quase jazzy. A beleza pode ser apreciada na melodia de Yo Vi, o tema de Henri Salvador (1917 - 2008) que abre Gracias. Álbum que funciona como inventário afetivo da obra de Omara, o que justifica a reprodução no encarte de fotos de várias épocas, Gracias dá breve panorâmica da carreira da intérprete, que revisita músicas como Vuela Pena - gravada por ela em 1974 - e recebe o amigo Pablo Milanés em Ámame Como Soy, faixa de sensualidade caliente. De Milanés, Omara canta também Tú mi Desengaño. Já Silvio Rodríguez - outro expoente da nova música cubana - está representado no repertório por Rabo de Nube. Por seu turno, o pianista Chucho Valdés e o baixista Cachaíto Lopez valorizam Nuestro Gran Amor. Contudo, Gracias não é disco de música estritamente cubana. Da lavra do uruguaio Jorge Drexler, a faixa-título flerta com o samba e o suingue brasileiro. Já Drume Negrita acarinha a mãe África. E o fato é que, prestes a completar 79 anos (em 29 de outubro de 2009), Omara Portuondo exibe vigor jovial neste belo disco com que dá graças à vida e à carreira.

2 de setembro de 2009 às 14:06  
Anonymous Anônimo said...

Deus nos dê luz para termos um décimo desse brilho, caso cheguemos perto dos 79.
Ainda não ouvi, mas pelo conjunto (e pela crítica) já gostei

Carioca da Piedade

2 de setembro de 2009 às 14:08  
Anonymous Anônimo said...

Assino embaixo, Carioca da Piedade. Talento, beleza e saúde não tem idade.

Anônimo, o poeta.

PS: vai custar caro...

2 de setembro de 2009 às 14:20  
Anonymous Diogo ! said...

Tá bem " Amor América " esse album de D. Omara ... de qualquer forma, aguardo para ouvir já que sou um grande fã da música cubana.

É fato que o gravado em duo com Bethânia é (meio) sonolento e - assim como o tributo de Selma Reis à ilha de Fidel feito em cd há alguns anos ( " Ares de Havana " ) - mesmo sendo classudo, peca ao desprezar a vivacidade da musica cuabana.

Um abraço a todos
Diogo Santos


PS: Com a morte de Celia Cruz, D. Omara é hoje a maior cantora cubana viva. Glória Estefan é mais famosa !

2 de setembro de 2009 às 16:23  
Anonymous Anônimo said...

Com esse post aproveito e pergunto ao Mauro Ferreira, Diogo ou Marcelo Barbosa em que pé anda o projeto " Beth Carvalho Canta as Músicas Revolucionárias Latino-Americanas " ?

Grato desde já
Garcia

2 de setembro de 2009 às 21:58  
Anonymous jsf said...

Me encantei com OP no Buena Vista, encanto corroborado no CD e show com a Bethania. Aliás fui ao show pela baiana mas saí de 4 pela cubana.
Omara mantem a voz encorpada, redonda, pungente, firme. E tem uma persona...
Vou conferir mais este com certeza!

2 de setembro de 2009 às 22:25  
Anonymous Diogo ! said...

Garcia, desde que o Mauro publicou esse " Beth Carvalho Canta as Músicas Revolucionárias Latino-Americanas " que nada mais sei sobre esse projeto.

Aguardo pois sou fã dela e da música latina.

Um abraço
Diogo Santos

4 de setembro de 2009 às 10:29  
Anonymous Anônimo said...

Omara é Mara!

4 de setembro de 2009 às 14:56  
Anonymous Anônimo said...

eu idem!

4 de setembro de 2009 às 15:05  
Anonymous Anônimo said...

Caro Diogo, você diz que " com a morte de Celia Cruz, D. Omara é hoje a maior cantora cubana viva. Glória Estefan é mais famosa !"

Glória agora é americana e ja vendeu mais de 100 milhões de discos mundo a fora e Omara só fez fama e dinheiro - se é que fez ... - de uns 15 anos pra cá, devido o filme do Buena Vista.

Celia Cruz e Glória Estefan nunca esconderam a mágoa de jamais ter podido voltar na Cuba natal pois são anti-Fidel. Já Omara Portuondo e Beth Carvalho são a favor do regime dele ...

6 de setembro de 2009 às 00:22  
Anonymous Anônimo said...

Contudo, " Gracias " não é disco de música estritamente cubana ... e parece que Drexler virou arroz de festa!

Só faltou incluir Kevin Johansen e ter um dueto com Shakira!!

6 de setembro de 2009 às 10:40  
Anonymous Anônimo said...

"Celia Cruz e Glória Estefan nunca esconderam a mágoa de jamais ter podido voltar na Cuba natal pois são anti-Fidel. Já Omara Portuondo e Beth Carvalho são a favor do regime dele ..."

EU TAMBÉM! O ÚNICO PAÍS ATÉ HOJE QUE MANDOU OS EUA PARA A P.Q.P.

VIVA CHE E VIVA FIDEL.

6 de setembro de 2009 às 11:45  
Anonymous Anônimo said...

VIVA CHE E VIVA FIDEL ?

E essa ponte Brasil,Cuba e Africa já caiu de tão desgastada ...

7 de setembro de 2009 às 18:03  
Anonymous Dani Fiti said...

Não gostei da ironia ao colocar " Só faltou incluir Kevin Johansen " . Pois ele tem milongas lindissimas que cairiam bem na voz da diva Omara.

9 de setembro de 2009 às 12:16  
Anonymous Anônimo said...

Omara Portuondo foi indicada por esse album ao Grammy Latino na categoria de Melhor album Tropical Moderno.

19 de setembro de 2009 às 19:44  

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