Repertório e arranjos valorizam canto de Lúcia
Resenha de CD
Título: Pintando
e Bordando
Artista: Lúcia Menezes
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * *
Lúcia Menezes é cantora do Ceará que não prima por um brilho especial na voz aguda. No entanto, em seu segundo belo CD, Pintando e Bordando, o canto da intérprete cresce e aparece por conta do repertório de excelente nível e dos arranjos de Cristóvão Bastos e João Lyra, orquestrados pela produção de José Milton. Já pela capa é perceptível o maior cuidado deste disco em relação ao anterior, Lúcia Menezes (Kuarup, 2007). Aberto com inédito tema de João Lyra e Paulo César Pinheiro, Presente de Yemanjá, de ritmo indígena, o álbum mantém o pique ao longo de suas 14 faixas. Inclusive pelo apuro das regravações, quase todas nada óbvias. Entre bom samba do esquecido Mário Travassos (Palavra Doce, pontuado pelo clarinete de Dirceu Leite), frevo-canção (No Cordão da Saideira, de Edu Lobo) e baião de tom forrozeiro (Menino de Roça), Lúcia Menezes explora suas possibilidades como cantora de samba-choro (Chazinho com Biscoito, de Vander Lee), tira do baú jóia rara de Noel Rosa (1910 - 1937) - Estátua da Liberdade, fox feito com Jerônimo Cabral e recriado em clima jazzy de cabaré - e revive toada ruralista de Rosinha de Valença (1941 - 2004), Os Grilos São Astros, do recém-lançado álbum Cheiro de Mato (1976). Embora reverencie o reinado de Luiz Gonzaga (1913 - 1989) na afiada regravação do xote Mangaratiba e celebre seu Ceará em Terral (pérola do conterrâneo Ednardo em releitura de grande força), Lúcia Menezes atravessa as fronteiras nordestinas em Pintando e Bordando - seja regravando sem um toque especial o Samba do Grande Amor (Chico Buarque), se embranhando no sertão mais caipira evocado por Viola Cantadora (Marcelo Tupinambá) ou revivendo com destreza um samba buliçoso (Uva de Caminhão) lançado por Carmen Miranda (1909 - 1955) nos anos 30. Quando o álbum termina (bem), com Os Profissionais (tema do conterrâneo Belchior turbinado com a gaita de acento country-rock tocada por Milton Guedes), deixa a certeza de que a voz de Lúcia Menezes nunca foi tão bem tratada como neste surpreendente ótimo disco.
Título: Pintando
e Bordando
Artista: Lúcia Menezes
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * *
Lúcia Menezes é cantora do Ceará que não prima por um brilho especial na voz aguda. No entanto, em seu segundo belo CD, Pintando e Bordando, o canto da intérprete cresce e aparece por conta do repertório de excelente nível e dos arranjos de Cristóvão Bastos e João Lyra, orquestrados pela produção de José Milton. Já pela capa é perceptível o maior cuidado deste disco em relação ao anterior, Lúcia Menezes (Kuarup, 2007). Aberto com inédito tema de João Lyra e Paulo César Pinheiro, Presente de Yemanjá, de ritmo indígena, o álbum mantém o pique ao longo de suas 14 faixas. Inclusive pelo apuro das regravações, quase todas nada óbvias. Entre bom samba do esquecido Mário Travassos (Palavra Doce, pontuado pelo clarinete de Dirceu Leite), frevo-canção (No Cordão da Saideira, de Edu Lobo) e baião de tom forrozeiro (Menino de Roça), Lúcia Menezes explora suas possibilidades como cantora de samba-choro (Chazinho com Biscoito, de Vander Lee), tira do baú jóia rara de Noel Rosa (1910 - 1937) - Estátua da Liberdade, fox feito com Jerônimo Cabral e recriado em clima jazzy de cabaré - e revive toada ruralista de Rosinha de Valença (1941 - 2004), Os Grilos São Astros, do recém-lançado álbum Cheiro de Mato (1976). Embora reverencie o reinado de Luiz Gonzaga (1913 - 1989) na afiada regravação do xote Mangaratiba e celebre seu Ceará em Terral (pérola do conterrâneo Ednardo em releitura de grande força), Lúcia Menezes atravessa as fronteiras nordestinas em Pintando e Bordando - seja regravando sem um toque especial o Samba do Grande Amor (Chico Buarque), se embranhando no sertão mais caipira evocado por Viola Cantadora (Marcelo Tupinambá) ou revivendo com destreza um samba buliçoso (Uva de Caminhão) lançado por Carmen Miranda (1909 - 1955) nos anos 30. Quando o álbum termina (bem), com Os Profissionais (tema do conterrâneo Belchior turbinado com a gaita de acento country-rock tocada por Milton Guedes), deixa a certeza de que a voz de Lúcia Menezes nunca foi tão bem tratada como neste surpreendente ótimo disco.
3 Comments:
Lúcia Menezes é cantora do Ceará que não prima por um brilho especial na voz aguda. No entanto, em seu segundo belo CD, Pintando e Bordando, o canto da intérprete cresce e aparece por conta do repertório de excelente nível e dos arranjos de Cristóvão Bastos e João Lyra, orquestrados pela produção de José Milton. Já pela capa é perceptível o maior cuidado deste disco em relação ao anterior, Lúcia Menezes (Kuarup, 2007). Aberto com inédito tema de João Lyra e Paulo César Pinheiro, Presente de Yemanjá, de ritmo indígena, o álbum mantém o pique ao longo de suas 14 faixas. Inclusive pelo apuro das regravações, quase todas nada óbvias. Entre bom samba do esquecido Mário Travassos (Palavra Doce, pontuado pelo clarinete de Dirceu Leite), frevo-canção (No Cordão da Saideira, de Edu Lobo) e baião de tom forrozeiro (Menino de Roça), Lúcia Menezes explora suas possibilidades como cantora de samba-choro (Chazinho com Biscoito, de Vander Lee), tira do baú jóia rara de Noel Rosa (1910 - 1937) - Estátua da Liberdade, fox feito com Jerônimo Cabral e recriado em clima jazzy de cabaré - e revive toada ruralista de Rosinha de Valença (1941 - 2004), Os Grilos São Astros, do recém-lançado álbum Cheiro de Mato (1976). Embora reverencie o reinado de Luiz Gonzaga (1913 - 1989) na afiada regravação do xote Mangaratiba e celebre seu Ceará em Terral (pérola do conterrâneo Ednardo em releitura de grande força), Lúcia Menezes atravessa as fronteiras nordestinas em Pintando e Bordando - seja regravando sem um toque especial o Samba do Grande Amor (Chico Buarque), se embranhando no sertão mais caipira evocado por Viola Cantadora (Marcelo Tupinambá) ou revivendo com destreza um samba buliçoso (Uva de Caminhão) lançado por Carmen Miranda (1909 - 1955) nos anos 30. Quando o álbum termina (bem), com Os Profissionais (tema do conterrâneo Belchior turbinado com a gaita de acento country-rock tocada por Milton Guedes), deixa a certeza de que a voz de Lúcia Menezes nunca foi tão bem tratada como neste surpreendente ótimo disco.
Lucinha se sai muito bem em sambas buliçosos, choros e músicas ligeiras. Seu show que homenageava Carmem Miranda lhe caia muito bem,assim como no 2º disco sua boa gravação de Boi de Haxixe (Zeca Baleiro). Se está assim tão bem acompanhada é porque certamente merece seu espaço no difícil cenário em que surge a cada mês uma 'modernete', bonitinha, mas com pouca coisa a acrescentar.
Linda voz, exótica, brilhante, brasileira! O Nordeste também é Brasil.O cd realmente é ótimo, quem faz ele assim é a cantora que canta muitíssimo bem! Os músicos também são muito bons e o repertório é lindo!
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