15 de março de 2009

Tudo de Tavito exala a nostalgia de tempos idos

Resenha de CD
Título: Tudo
Artista: Tavito
Gravadora: Tratore
Cotação: * * 1/2

Parceiro de Zé Rodrix em Casa de Campo, a canção de 1971 que expressou na bela letra a ideologia de paz & amor da geração hippie, Luís Otávio de Melo Carvalho - o Tavito, integrante do grupo Som Imaginário - foi um garoto que amou os Beatles nas esquinas mineiras de Belo Horizonte (MG), cidade onde nasceu e morou até migrar para o Rio de Janeiro (RJ) em 1968. Essa descoberta do pop e da juventude marcou para sempre sua obra. Sua obra-prima Rua Ramalhete, lançada em seu primeiro LP (Tavito, 1979), já exalava a nostalgia de sua modernidade. Não por acaso, a música fecha o quinto álbum do artista, Tudo, numa versão reloaded que está em sintonia com o espírito saudosista dos tempos idos. As duas melhores músicas do irregular repertório - 1969 (O Beijo do Tempo) e O Dia em que Nasceu Nosso Amor - abrem o CD nesse tom nostálgico que pontua o trabalho. Entre saudação às Geraes (Minas de Encanto, com intervenção vocal da cantora Clarisse Grova) e regravação de Hoje Ainda É Dia de Rock (tema de Zé Rodrix lançado pelo trio Sá, Rodrix & Guarabyra), Tudo reergue a ponte pop que sempre ligou Liverpool a Belo Horizonte. Contudo, Uma Banda em Sampa celebra São Paulo com sonoridade que remete à pueril Jovem Guarda. Há algum lampejo de inspiração melódica em canções como Aquele Beijo e, embora nem tudo soe à altura da produção áurea do artista, o CD é bem-vindo por quebrar o silêncio de Tavito, que se desviou do trilho principal do mercado fonográfico em 1984, muito desiludido com o descaso da gravadora então intitulada CBS com a promoção do compacto que lançara naquele ano. Dessa fase, Tavito não tem a menor nostalgia.

13 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Parceiro de Zé Rodrix em Casa de Campo, a canção de 1971 que expressou na bela letra a ideologia de paz & amor da geração hippie, Luís Otávio de Melo Carvalho - o Tavito, integrante do grupo Som Imaginário - foi um garoto que amou os Beatles nas esquinas mineiras de Belo Horizonte (MG), cidade onde nasceu e morou até migrar para o Rio de Janeiro (RJ) em 1968. Essa descoberta do pop e da juventude marcou para sempre sua obra. Sua obra-prima Rua Ramalhete, lançada em seu primeiro LP (Tavito, 1979), já exalava a nostalgia de sua modernidade. Não por acaso, a música fecha o quinto álbum do artista, Tudo, numa versão reloaded que está em sintonia com o espírito saudosista dos tempos idos. As duas melhores músicas do irregular repertório - 1969 (O Beijo do Tempo) e O Dia em que Nasceu Nosso Amor - abrem o CD nesse tom nostálgico que pontua o trabalho. Entre saudação às Geraes (Minas de Encanto, com intervenção vocal da cantora Clarisse Grova) e regravação de Hoje Ainda É Dia de Rock (tema de Zé Rodrix lançado pelo trio Sá, Rodrix & Guarabyra), Tudo reergue a ponte pop que sempre ligou Liverpool a Belo Horizonte. Contudo, Uma Banda em Sampa celebra São Paulo com sonoridade que remete à pueril Jovem Guarda. Há algum lampejo de inspiração melódica em canções como Aquele Beijo e, embora nem tudo soe à altura da produção áurea do artista, o CD é bem-vindo por quebrar o silêncio de Tavito, que se desviou do trilho principal do mercado fonográfico em 1984, muito desiludido com o descaso da gravadora então intitulada CBS com a promoção do compacto que lançara naquele ano. Dessa fase, Tavito não tem a menor nostalgia.

15 de março de 2009 às 14:54  
Anonymous Anônimo said...

Belos tempos idos de um belo artista. JÁ ERA TEMPO DE TERMOS TAVITO DE VOLTA.
Sony: A discografia, cadê ?

15 de março de 2009 às 16:15  
Anonymous Anônimo said...

Ele também é o produtor do novo album de Sá, Rodrix & Guarabyra - primeiro de inéditas do (de volta) trio. É o quarto beatle !!!

PS : " Rua Ramalhete " é 10! mas ficou " assim-assim " com Biafra e Roupa Nova e cresceu com o suave registro de Wilma Araújo ( bela cantora nordestina que conheci por aqui ... )

15 de março de 2009 às 18:31  
Anonymous Anônimo said...

Caro Diogo, só para sua informação: depois de abandonar o disco após seu terceiro -
"Tavito 3" (gravado com o "Terra Molhada" - não à tôa) - Tavito dedicou-se quase que exclusivamente aos bastidores dos estúdios, e como produtor musical.
Agora é minha vez: Sabes se já tenho onde encontrar o "Amanhã" de Sá, Rodrix & Guarabyra que até agora não achei em lugar nenhum ?
Agradeço.

15 de março de 2009 às 21:48  
Anonymous Anônimo said...

O Álbum "Amanhã", de SR&G, estará disponível para venda em breve; estamos em fase de finalização gráfica e acordos de distribuição. E fique de olhos bem abertos, que está sensacional. Quanto à crítica do meu "TUDO", agradeço as boas palavras do amigo Mauro - e recomendo uma nova audição, para repassar faixas como "Embora", "O Primeiro Sinal" e, sobretudo, a faixa título "Tudo", um belo retrato da vida escolhida por nós outros, egressos da complicada e criativa geração pós-guerra. Um abração / Tavito

16 de março de 2009 às 00:42  
Anonymous Anônimo said...

Agradeço a Diogo e Tavito pelas info sobre meus amados Sá & Guarabyra.

16 de março de 2009 às 08:45  
Anonymous Anônimo said...

NA BOA? TENHO QUE ME ACOSTUMAR A SER FÃ DO TRIO SÁ, RODRIX E GUARABYRA ! APRENDI A SER FÃ (SÓ) DA DUPLA ( E NÃO SOU O ÚNICO ...)

16 de março de 2009 às 08:50  
Anonymous Anônimo said...

Tavito é simplesmente maravilhoso, tanto como compositor, quanto como pessoa.

Mas sou suspeito, porque sou fã descarado dele.

Pra quem quiser saber um pouco mais sobre esse disco, recomendo o blog dele http://tudotavito.blogspot.com/

abração,
Denilson

16 de março de 2009 às 09:01  
Anonymous Anônimo said...

Comecei a ouvir Tavito no Sertão de Pernambuco. Rua Ramalhete foi o cartão de visita, mas depois saquei bem o disco que tem Pé de Vento, muito bom demais. Pena que deu uma sumida do cenário. E bom que volta agora. Tavito, Sá, Guarbyra, Zé e a geração deles, é toda legal. Fazem música com amor, coração e sensibilidade. São músicos de verdade que não vieram de laboratórios forçados. Nunca foram rendidos à malandragem comercial da MPB. Que venha Tudo!!

16 de março de 2009 às 12:33  
Blogger Unknown said...

Esse CD está belíssimo. É dos melhores que ouvi nos últimos tempos. Há canções que já nasceram clássicas, como "1969 (O Beijo do Tempo)", que o Mauro destacou. Mas há outras que passaram despercebidas e são absolutamente sensacionais, como "As Meninas". Quem mais poderia tratar o tema da prostituição com tanta delicadeza e ternura?
No longo período em que Tavito não lançou disco, ele esteve sempre ativo e ligado à música. Foi produtor de discos de outros artistas, compôs para trilhas sonoras de novelas, criou e produziu uma infinidade de jingles. As pessoas continuaram ouvindo Tavito, só não sabiam que era ele...

16 de março de 2009 às 16:39  
Anonymous Anônimo said...

Como eu sou abusado... (quem sabe ?).
Prezado Tavito, seu 1º disco tenho em CD já que você bancou o relançamento.
Há poucos meses atrás comprei o novo de Paulinho Pedra Azul via celular falando com o próprio que me indicou uma livraria na sagrada Minas onde havia feito um show e onde poderia encontrar. E ENCONTREI! (foi uma batalha, já que a livraria não vendia "on-line" mas como sou chato chegou a mim - amém!).
Alguma chance, Tavito, de conseguir seus 2º e 3º discos em CD ?
Esse seu novo aí é DEZ, aliás como os anteriores. O colecionador aqui vai morrer tentando ouvir "Jamais, Jamais"; "Pé de Vento"; "Enquanto o Dia me Trouxer Você"; "Aquele Beijo"; "Olá"; "Briga de Rua"...
PS: NÃO NOS ABANDONE MAIS. SEU TALENTO FAZ FALTA, PRINCIPALMENTE HOJE EM DIA COM TANTA PORCARIA QUE EM SEUS ÁUREOS TEMPOS ERAM BEM MENORES.
Abraços e sucesso sempre do abusado aqui.
PS2: Se for possível os 2 CDs responda que eu informo meu e-mail aqui mesmo. O CÉU É O LIMITE.

16 de março de 2009 às 18:23  
Anonymous Anônimo said...

Vou copiar procê, meu amigo. Mande seu endereço para tavitosp@uol.com.br que eu envio sem dificuldade alguma. No mais, obrigado pelas boas lembranças. Bração / Tav

18 de março de 2009 às 04:11  
Anonymous Anônimo said...

Tô enviando, grande Tavito!!!!!
E lá vou eu, o caçador de tesouros.
Obrigado, Mauro, pela "ponte".

18 de março de 2009 às 19:06  

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