14 de março de 2009

Dois Keanes se irmanam em ótimo show no Rio

Resenha de Show
Título: Perfect Symmetry
Artista: Keane (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Citibank Hall (RJ)
Data: 13 de março de 2009
Cotação: * * * *

"Cidade maravilhosa!", afagou o vocalista Tom Chaplin após cantar Is It Any Wonder?, segundo dos três números feitos pelo Keane no bis do show carioca da turnê Perfect Symmetry, que veio ao Brasil esta semana, passando por São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG) antes de chegar ao Rio de Janeiro (RJ) na noite de sexta-feira, 13 de março de 2009, para apresentação consagradora num Citibank Hall não lotado, mas entusiasmado pela oportunidade de ver novamente o Keane em palcos cariocas. Maravilhosa para o vocalista não devia ser a cidade, mas a platéia que pulara que nem pipoca enquanto ele cantava Is It Any Wonder? - música do CD (Under the Iron Sea, 2006) que consolidou a popularidade do grupo em escala mundial após o estouro inicial com Hope and Fears em 2004. Aliás, a troca de confetes em português entre Chaplin e a platéia foi constante do início ao fim do show. "O Rio é a minha cidade favorita", mentiu o vocalista após cantar Again and Again, uma das músicas do terceiro e último CD da banda, Perfect Symmetry (2008). "Olê, olê, olê, olê! Keane! Keane!", fizeram coro os (felizes) fãs em vários momentos, forçando a rima.

Os calculados afagos de Tom Chaplin no ego do público carioca do Keane foram os únicos traços de artificialidade de um show em si excelente. A rigor, dois Keanes coexistem nos recentes discos e shows. Há o Keane das baladas melodiosas calcadas no piano de Tim-Rice Oxley. Este Keane brilhou em números como Try Again, A Bad Dream e You Don't See me. Mas há também o Keane mais pop e dançante. Este outro Keane eletrizou a platéia em números como Crystal Ball, You Haven't Told me Anything (com ruídos eletrônicos na introdução) e a irresistível Spiralling. Juntos, os dois Keanes se harmonizaram em show coeso, cuja pulsação já foi percebida logo nos dois explosivos números iniciais, The Lovers Are Losing e Everybody's Changing. Entre apropriados covers de Gwen Stefani (Early Winter) e Queen (Under Pressure), o grupo inseriu uns sons percussivos nos números de clima mais acústico.

Houve alterações sutis no roteiro. No Rio de Janeiro, o trio não tocou Playing Along e Bend and Break. Em contrapartida, os cariocas ouviram Better than This, exemplo do bom acabamento melódico do pop do Keane. Apesar do tom excessivo dos afagos nos fãs ("Esta música é para você, Rio de Janeiro", melou Chaplin ao cantar Somewhere Only We Know), o show foi ótimo. Ao sair de cena, após encerrar o bis com Bedshaped, o Keane deixou sua platéia extasiada, feliz. Não é para isso que serve uma banda pop??

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

"Cidade maravilhosa!", afagou o vocalista Tom Chaplin após cantar Is It Any Wonder?, segundo dos três números feitos pelo Keane no bis do show carioca da turnê Perfect Symmetry, que veio ao Brasil esta semana, passando por São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG) antes de chegar ao Rio de Janeiro (RJ) na noite de sexta-feira, 13 de março de 2009, para apresentação consagradora num Citibank Hall não lotado, mas entusiasmado pela oportunidade de ver novamente o Keane em palcos cariocas. Maravilhosa para o vocalista não devia ser a cidade, mas a platéia que pulara que nem pipoca enquanto ele cantava Is It Any Wonder? - música do CD (Under the Iron Sea, 2006) que consolidou a popularidade do grupo em escala mundial após o estouro inicial com Hope and Fears em 2004. Aliás, a troca de confetes em português entre Chaplin e a platéia foi constante do início ao fim do show. "O Rio é a minha cidade favorita", mentiu o vocalista após cantar Again and Again, uma das músicas do terceiro e último CD da banda, Perfect Symmetry (2008). "Olê, olê, olê, olê! Keane! Keane!", fizeram coro os felizes fãs em vários momentos, forçando a rima.

Os calculados afagos de Tom Chaplin no ego do público carioca do Keane foram os únicos traços de artificialidade de um show em si excelente. A rigor, dois Keanes coexistem nos recentes discos e shows. Há o Keane das baladas melodiosas calcadas no piano de Tim-Rice Oxley. Este Keane brilhou em números como Try Again, A Bad Dream e You Don't See me. Mas há também o Keane mais pop e dançante. Este outro Keane eletrizou a platéia em números como Crystal Ball, You Haven't Told me Anything (com ruídos eletrônicos na introdução) e a irresistível Spiralling. Juntos, os dois Keanes se harmonizaram em show coeso, cuja pulsação já foi percebida logo nos dois explosivos números iniciais, The Lovers Are Losing e Everybody's Changing. Entre apropriados covers de Gwen Stefani (Early Winter) e Queen (Under Pressure), o grupo inseriu uns sons percussivos nos números de clima mais acústico.

Houve alterações sutis no roteiro. No Rio de Janeiro, o trio não tocou Playing Along e Bend and Break. Em contrapartida, os cariocas ouviram Better than This, exemplo do bom acabamento melódico do pop do Keane. Apesar do tom excessivo dos afagos nos fãs ("Esta música é para você, Rio de Janeiro", melou Chaplin ao cantar Somewhere Only We Know), o show foi ótimo. Ao sair de cena, após encerrar o bis com Bedshaped, o Keane deixou sua platéia extasiada, feliz. Não é para isso que serve uma banda pop??

14 de março de 2009 às 12:38  

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