25 de janeiro de 2009

Kuarup foi um biscoito fino em tempos fartos...

Gravadora fundada em 1977, no Rio de Janeiro (RJ), a Kuarup Discos comunicou dias atrás o encerramento de suas atividades - atribuído, na nota oficial postada no site da companhia, à irreversível e contínua queda nas vendas de discos. A rigor, a saída de cena da Kuarup não altera o quadro atual do mercado fonográfico brasileiro pelo fato de que a gravadora já esteve quase inativa nos últimos anos. E, sobretudo, porque o nicho de mercado visado pela Kuarup (a música instrumental e a MPB produzida fora dos rígidos padrões industriais das gravadoras ditas grandes) hoje é abastecido com regularidade pela Biscoito Fino. A propósito, a Kuarup foi um dos biscoitos mais finos do mercado fonográfico nos tempos de fartura. Mário de Aratanha - bravo mentor e diretor da companhia - abriu espaço para artistas que somente encontravam portas fechadas nas gravadoras multinacionais. Pela Kuarup, para citar somente um gênero musical, saíram muitos discos de música verdadeiramente sertaneja. A gravadora construiu catálogo rico e coerente em seus 31 anos de vida. Nos anos 80, os discos da série Cantoria - que juntavam Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai - venderam bem e provaram a viabilidade comercial de uma gravadora pautada por ambições puramente artísticas. Hoje, a indústria fonográfica amarga tempos de escassez provocada pela pirataria física e virtual de CDs. Tempos que dificultam muito a sobrevivência de uma gravadora como a idealizada por Aratanha. A Kuarup sai de cena. É a vida... Mas fica seu acervo. Que merece paradeiro condizente com a finura dos biscoitos ali armazenados!!

7 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Gravadora fundada em 1977, no Rio de Janeiro (RJ), a Kuarup Discos comunicou dias atrás o encerramento de suas atividades - atribuído, na nota oficial postada no site da companhia, à irreversível e contínua queda nas vendas de discos. A rigor, a saída de cena da Kuarup não altera o quadro atual do mercado fonográfico brasileiro pelo fato de que a gravadora já esteve quase inativa nos últimos anos. E, sobretudo, porque o nicho de mercado visado pela Kuarup (a música instrumental e a MPB produzida fora dos rígidos padrões industriais das gravadoras ditas grandes) hoje é abastecido com regularidade pela Biscoito Fino. A propósito, a Kuarup foi um dos biscoitos mais finos do mercado fonográfico nos tempos de fartura. Mário de Aratanha - bravo mentor e diretor da companhia - abriu espaço para artistas que somente encontravam portas fechadas nas gravadoras multinacionais. Pela Kuarup, para citar somente um gênero musical, saíram muitos discos de música verdadeiramente sertaneja. A gravadora construiu catálogo rico e coerente em seus 31 anos de vida. Nos anos 80, os discos da série Cantoria - que juntavam Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai - venderam bem e provaram a viabilidade comercial de uma gravadora pautada por ambições puramente artísticas. Hoje, a indústria fonográfica amarga tempos de escassez provocada pela pirataria física e virtual de CDs. Tempos que dificultam muito a sobrevivência de uma gravadora como a idealizada por Aratanha. A Kuarup sai de cena. É a vida... Mas fica seu acervo. Que merece paradeiro condizente com a finura dos biscoitos ali armazenados!!

25 de janeiro de 2009 às 21:59  
Anonymous Anônimo said...

Concordo. Tenho vários discos da Kuarup (sobretudo instrumentais). Comprava lá na Rua México mesmo, porque nem sempre apareciam nas lojas.

25 de janeiro de 2009 às 23:25  
Anonymous Anônimo said...

O problema da Biscoito Fino é o preço. A Kuarup praticava preços bem mais camaradas que a Biscoito. Isto é fato.

Ler essa nota me cortou o coração. Isto também é fato.

26 de janeiro de 2009 às 00:46  
Anonymous Anônimo said...

Poxa, é uma pena, nem sei da gravadora CID?!! Também encerrou as atividades?
Eles não têm dinheiro o suficiente pro jabá que é necessário pra divulgar seus artistas hoje em dia!!
Me cortou o coração tb!!!!

26 de janeiro de 2009 às 14:18  
Anonymous Anônimo said...

Caro Mauro, não acho que o nicho da KUARUP tenha sido aborvido pela Biscoito Fino, não. Há pura qualidade em ambas, mas a Biscoito investe pouco ou quase nada nesse nicho da verdadeira e boa música regional, sertaneja, caipira ou como queiram chamar: Elomar, Xangai, Renato Teixeira, Pena Branca(& Xavantinho), Teca Calazans...
Aproveito até para sugerir que a ainda sobrevivente e digna Biscoito Fino arremate esse belo catálogo. Seria bom para todos.

Caro Fábio, a CID AINDA está em atividade sim, mas do jeito que anda a atual música digital e seus consumidores vorazes e imediatistas ("baixar", ouvir e jogar fora) pode ser a próxima. Pena.

26 de janeiro de 2009 às 20:29  
Anonymous Anônimo said...

eu só espero que não aconteça com o acervo da kuarup o que acontece com o acervo da som da gente, está lá trancado, ninguém pode por a mão, ninguém pode mexer, editar. acho que estão esperando as fitas deteriorarem.

27 de janeiro de 2009 às 06:51  
Anonymous Anônimo said...

Um belo acervo - o da "Som da Gente" - por sinal. A julgar pela minha coleção de LPs é pena ficar "trancado" e não digitalizarem.

27 de janeiro de 2009 às 18:39  

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