8 de dezembro de 2008

Baleiro dispara seu segundo petardo globalizado

Resenha de CD
Título: O Coração
do Homem-Bomba
Volume 2
Artista: Zeca Baleiro
Gravadora: MZA Music
Cotação: * * * *

O segundo volume do álbum duplo em que Zeca Baleiro reúne "um amontoado de canções acumuladas ao longo de alguns anos" - como conceitua o artista no texto escrito para apresentar o projeto O Coração do Homem-Bomba - não é composto de restos do primeiro. O Volume 2 roça a inspiração do 1 e reedita também seu tom globalizado. Baleiro dispara outro petardo que mira tanto os sons africanos - Na Quitanda, motivada por Pata Pata, o sucesso mundial de Miriam Makeba (1932 - 2008) - como a batida de reggae que pontua faixas como Tevê (parceria de Baleiro com Kléber Albuquerque que aborda o poder anestésico da telinha), Tacape (com leve ambiência roqueira) e Débora. O coração-bomba também dispara certeiro no ritmo do maxixe (Pastiche, repleto dos trocadilhos típicos de Baleiro), da toada de bumba-meu-boi (Boi do Dono, que remete a origem maranhense do compositor) e de baladas como Era, parceria de Baleiro com Wado. Cabem ainda no sotaque miscigenado do álbum o coro gospel que adensa a vinheta Jesus no Cyber Café do Inferno e o ligeiro tom havaiano para o qual são transportados os versos de I'm Nobody, poema de Emily Dickinson (1830 - 1886) musicado por Baleiro. Sem falar na referência elogiosa a Odair José feita na letra de Como Diria Odair, canção de clima cool, e nas citações poéticas da melódica Trova (Aonde Flores). Ligeiramente mais introspectivo do que a elétrica primeira metade d'O Coração do Homem-Bomba, este suculento Volume 2 engloba escondida faixa-bônus - Eu Detesto Coca Light, parceria de Baleiro e Chico César, entoada no estilo dos cantadores nordestinos - e (re)afirma a forte inspiração de um artista hábil na arte de imbolar os ritmos.

4 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

O segundo volume do álbum duplo em que Zeca Baleiro reúne "um amontoado de canções acumuladas ao longo de alguns anos" - como conceitua o artista no texto escrito para apresentar o projeto O Coração do Homem-Bomba - não é composto de restos do primeiro. O volume 2 roça a inspiração do 1 e reedita também seu tom globalizado. Baleiro dispara outro petardo que mira tanto os sons africanos - Na Quitanda, motivada por Pata Pata, o sucesso mundial de Miriam Makeba (1932 - 2008) - como a batida de reggae que pontua faixas como Tevê (parceria de Baleiro com Kléber Albuquerque que aborda o poder anestésico da telinha), Tacape (com leve ambiência roqueira) e Débora. O coração-bomba também dispara certeiro no ritmo do maxixe (Pastiche, repleto dos trocadilhos típicos de Baleiro), da toada de bumba-meu-boi (Boi do Dono, que remete a origem maranhense do compositor) e de baladas como Era, parceria de Baleiro com Wado. Cabem ainda no sotaque miscigenado do álbum o coro gospel que adensa a vinheta Jesus no Cyber Café do Inferno e o ligeiro tom havaiano para o qual são transportados os versos de I'm Nobody, poema de Emily Dickinson (1830 - 1886) musicado por Baleiro. Sem falar na referência elogiosa a Odair José feita na letra de Como Diria Odair, canção de clima cool, e nas citações poéticas da melódica Trova (Aonde Flores). Ligeiramente mais introspectivo do que a elétrica primeira metade d'O Coração do Homem-Bomba, este suculento Volume 2 inclui escondida faixa-bônus - Eu Detesto Coca Light, parceria de Baleiro e Chico César, entoada no estilo dos cantadores nordestinos - e (re)afirma a forte inspiração de um artista hábil na arte de imbolar os ritmos.

8 de dezembro de 2008 às 15:25  
Anonymous Anônimo said...

Não tenho acompanhado a carreira do Baleiro(tenho os 2 primeiros), mas tenho grande admiração por seus projetos, sua postura, seus posicionamentos.
É um grande artista, respeito.

Jose Henrique

8 de dezembro de 2008 às 15:26  
Anonymous Anônimo said...

Tenho toda a obra. Se ecletismo é o que penso, Zeca Baleiro é uma bela amostra.
Inquieto, renovador, ousado... do tipo que não sossega. Pouco erra seja qual for o "gênero".
Talento e inteligência.
Cada disco, ou cada faixa, é sempre uma surpresa.

8 de dezembro de 2008 às 17:39  
Anonymous Anônimo said...

O cara é doido. Parece que sai gravando como se estivesse cantando com amigos no quintal de casa.
E não é que dá certo ?
Às vezes pensar, burilar muito estraga.
Esse tem talento para compor, tocar, cantar e lançar o que acabou de pensar há 3 segundos atrás.

21 de dezembro de 2008 às 11:40  

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