Legrand reafirma grandeza de sua obra eclética
Resenha de Show
Título: Le Grand
Artista: Michel Legrand (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 4 de novembro de 2008
Cotação: * * * *
Aos 76 anos, Michel Legrand ainda parece ter o fôlego de iniciante ao entrar em cena para (re)apresentar um painel de sua obra tão grandiosa quanto eclética. Na única e bela apresentação feita pelo compositor, pianista e maestro francês no Rio de Janeiro, na noite de 4 de novembro de 2008, Legrand se mostrou simpático e falante. Foi com justificado orgulho que ele foi explicando cada número de um repertório que - fiel ao amplo leque estético de sua obra - abrangeu o jazz, o clássico e a canção popular. A voz, que nunca foi pautada por rigores técnicos, dá vez por outra sinal de cansaço e até desafina, mas o vigor de Legrand no palco é juvenil.
Nos números instrumentais, o pianista se mostrou em total interação com o baterista Kiko Freitas e o baixista Sérgio Barroso - os dois músicos brasileiros que o acompanham nesta turnê nacional. Os temas jazzísticos fluiram bem, mas é inegável que o show adquire atmosfera de maior sedução quando Legrand revive suas melodias imortalizadas pela Sétima Arte. De sua vasta obra cinematográfica, o compositor reviveu temas como What Are You Doing the Rest of Life? - um de seus maiores standards, lançado em 1969 na trilha sonora do filme The Happy Ending, bem menos conhecido do que a música, como brincou Legrand em cena. Também menos conhecido pelo público, o tema Brian's Song entrou no roteiro como exemplo da maestria de Legrand ao também compor trilha sonora para a televisão, sem preconceitos.
Em roteiro de caráter naturalmente retrospectivo, Legrand destacou, orgulhoso, a oportunidade de ter trabalhado com Miles Davis (1926 - 1991) e tocou temas de Dingo, a trilha sonora de um filme composta parceria com o trompetista que rendeu álbum editado em 1990. Na seleção, Dingo Walk. Na seqüência, veio o grande momento do show, merecidamente aplaudido de pé: uma suíte de temas do filme Yentl - cuja trilha rendeu um Oscar a Legrand em 1993 - tocada pelo pianista em dueto com a fabulosa harpista Katrine Michelle, que tirou inclusive sons inusitados do instrumento. E coube também a Katrine tocar na harpa a melodia de Summer of 42, obra-prima do marido, que a acompanhou ao piano. No fim, outra participação especial - a da cantora Patty Ascher, que fez duetos desenvoltos com o compositor em dois números, sendo um deles How Do You Keep the Music Playing? - reafirmou a natureza eclética da obra (grande) de Michel Legrand.
Título: Le Grand
Artista: Michel Legrand (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 4 de novembro de 2008
Cotação: * * * *
Aos 76 anos, Michel Legrand ainda parece ter o fôlego de iniciante ao entrar em cena para (re)apresentar um painel de sua obra tão grandiosa quanto eclética. Na única e bela apresentação feita pelo compositor, pianista e maestro francês no Rio de Janeiro, na noite de 4 de novembro de 2008, Legrand se mostrou simpático e falante. Foi com justificado orgulho que ele foi explicando cada número de um repertório que - fiel ao amplo leque estético de sua obra - abrangeu o jazz, o clássico e a canção popular. A voz, que nunca foi pautada por rigores técnicos, dá vez por outra sinal de cansaço e até desafina, mas o vigor de Legrand no palco é juvenil.
Nos números instrumentais, o pianista se mostrou em total interação com o baterista Kiko Freitas e o baixista Sérgio Barroso - os dois músicos brasileiros que o acompanham nesta turnê nacional. Os temas jazzísticos fluiram bem, mas é inegável que o show adquire atmosfera de maior sedução quando Legrand revive suas melodias imortalizadas pela Sétima Arte. De sua vasta obra cinematográfica, o compositor reviveu temas como What Are You Doing the Rest of Life? - um de seus maiores standards, lançado em 1969 na trilha sonora do filme The Happy Ending, bem menos conhecido do que a música, como brincou Legrand em cena. Também menos conhecido pelo público, o tema Brian's Song entrou no roteiro como exemplo da maestria de Legrand ao também compor trilha sonora para a televisão, sem preconceitos.
Em roteiro de caráter naturalmente retrospectivo, Legrand destacou, orgulhoso, a oportunidade de ter trabalhado com Miles Davis (1926 - 1991) e tocou temas de Dingo, a trilha sonora de um filme composta parceria com o trompetista que rendeu álbum editado em 1990. Na seleção, Dingo Walk. Na seqüência, veio o grande momento do show, merecidamente aplaudido de pé: uma suíte de temas do filme Yentl - cuja trilha rendeu um Oscar a Legrand em 1993 - tocada pelo pianista em dueto com a fabulosa harpista Katrine Michelle, que tirou inclusive sons inusitados do instrumento. E coube também a Katrine tocar na harpa a melodia de Summer of 42, obra-prima do marido, que a acompanhou ao piano. No fim, outra participação especial - a da cantora Patty Ascher, que fez duetos desenvoltos com o compositor em dois números, sendo um deles How Do You Keep the Music Playing? - reafirmou a natureza eclética da obra (grande) de Michel Legrand.
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Aos 76 anos, Michel Legrand ainda parece ter o fôlego de iniciante ao entrar em cena para (re)apresentar um painel de sua obra tão grandiosa quanto eclética. Na única e bela apresentação feita pelo compositor, pianista e maestro francês no Rio de Janeiro, na noite de 4 de novembro de 2008, Legrand se mostrou simpático e falante. Foi com justificado orgulho que ele foi explicando cada número de um repertório que - fiel ao amplo leque estético de sua obra - abrangeu o jazz, o clássico e a canção popular. A voz, que nunca foi pautada por rigores técnicos, dá vez por outra sinal de cansaço e até desafina, mas o vigor de Legrand no palco é juvenil.
Nos números instrumentais, o pianista se mostrou em total interação com o baterista Kiko Freitas e o baixista Sérgio Barroso - os dois músicos brasileiros que o acompanham nesta turnê nacional. Os temas jazzísticos fluiram bem, mas é inegável que o show adquire atmosfera de maior sedução quando Legrand revive suas melodias imortalizadas pela Sétima Arte. De sua vasta obra cinematográfica, o compositor reviveu temas como What Are You Doing the Rest of Life? - um de seus maiores standards, lançado em 1969 na trilha sonora do filme The Happy Ending, bem menos conhecido do que a música, como brincou Legrand em cena. Também menos conhecido pelo público, o tema Brian's Song entrou no roteiro como exemplo da maestria de Legrand ao também compor trilha sonora para a televisão, sem preconceitos.
Em roteiro de caráter naturalmente retrospectivo, Legrand destacou, orgulhoso, a oportunidade de ter trabalhado com Miles Davis (1926 - 1991) e tocou temas de Dingo, a trilha sonora de um filme composta parceria com o trompetista que rendeu álbum editado em 1990. Na seleção, Dingo Howl. Na seqüência, veio o grande momento do show, merecidamente aplaudido de pé: uma suíte de temas do filme Yentl - cuja trilha rendeu um Oscar a Legrand em 1993 - tocada pelo pianista em dueto com a fabulosa harpista Katrine Michelle, que tirou inclusive sons inusitados do instrumento. E coube também a Katrine tocar na harpa a melodia de Summer of 42, obra-prima do marido, que a acompanhou ao piano. No fim, outra participação especial - a da cantora Patty Ascher, que fez duetos desenvoltos com Legrand em dois números, sendo um deles How Do You Keep the Music Playing? - reafirmou a natureza eclética da obra (grande) de Michel Legrand.
A trilha sonora de Yentl, enriquecida pelos melismas judaicos, é um primor.
Sinceramente eu nunca tinha visto esta cantora, Patty Ascher e fiquei abismado com o talento, simpatia e vigor no palco. Aliás, Legrand é conhecido por ser muito exigente e irrascível. Quando entrou aquela moça jovem, percebi que só podia ser alguém muito talentosa. Tomara que saia um cd dela cantando os temas do Legrand...vai ser uma obra-prima.
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