4 de novembro de 2008

Inah põe intuição a serviço de sambas de Gudin

Resenha de CD
Título: Olha Quem Chega
Artista: Dona Inah
Gravadora: Dabliú Discos
Cotação: * * * 1/2

Em sucinto texto escrito para o encarte desde CD que Dona Inah dedica ao repertório de sambas do ótimo compositor paulista Eduardo Gudin, Paulo César Pinheiro - inspirado parceiro de Gudin em oito dos 18 temas selecionados por Inah para o disco - sabiamente caracteriza como intuitivo o canto desta veterana sambista de Araras (SP), que chega ao segundo álbum aos 73 anos depois de ter sido projetada em 2004 com seu primeiro CD, Divino Samba Meu. De fato, como cantora, Inah não prima pela técnica e afinação exemplares. Basta comparar seu registro de Verde com a gravação de Leila Pinheiro, que despontou nacionalmente em 1985 ao defender este samba ecológico de Gudin e J.C. Costa Netto no Festival dos Festivais, produzido e exibido pela Rede Globo de Televisão (Leila, a propósito, está prestes a lançar disco centrado na obra de Gudin). Mas há toda uma carga de ancestralidade e sentimento popular no canto de Inah que a dignifica como intérprete. E, acima de rigores técnicos, há a feliz idéia de projetar o samba de Gudin em disco gravado por Inah na boa companhia de músicos dos grupos paulistas Quinteto em Branco e Preto e Samba Novo. O Brasil precisa ouvir mais a obra deste compositor, autor de jóias como Boa Maré, Chorei, Mente (cujo registro original foi feito por Clara Nunes em 1978 no álbum Guerreira), Veneno e Velho Ateu. É samba da melhor qualidade que transcende a geografia paulista - Quem Chega Atrasado tem delicioso acento baiano - e merece (forte) exposição nacional em vozes técnicas ou intuitivas.

9 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Em sucinto texto escrito para o encarte desde CD que Dona Inah dedica ao repertório de sambas do ótimo compositor paulista Eduardo Gudin, Paulo César Pinheiro - inspirado parceiro de Gudin em oito dos 18 temas selecionados por Inah para o disco - sabiamente caracteriza como intuitivo o canto desta veterana sambista de Araras (SP), que chega ao segundo álbum aos 73 anos depois de ter sido projetada em 2004 com seu primeiro CD, Divino Samba Meu. De fato, como cantora, Inah não prima pela técnica e afinação exemplares. Basta comparar seu registro de Verde com a gravação de Leila Pinheiro, que despontou nacionalmente em 1985 ao defender este samba ecológico de Gudin e J.C. Costa Netto no Festival dos Festivais, produzido e exibido pela Rede Globo de Televisão (Leila, a propósito, está prestes a lançar disco centrado na obra de Gudin). Mas há toda uma carga de ancestralidade e sentimento popular no canto de Inah que a dignifica como intérprete. E, acima de rigores técnicos, há a feliz idéia de projetar o samba de Gudin em disco gravado por Inah na boa companhia de músicos dos grupos paulistas Quinteto em Branco e Preto e Samba Novo. O Brasil precisa ouvir mais a obra deste compositor, autor de jóias como Boa Maré, Chorei, Mente (cujo registro original foi feito por Clara Nunes em 1978 no álbum Guerreira), Veneno e Velho Ateu. É samba da melhor qualidade que transcende a geografia paulista - Quem Chega Atrasado tem delicioso acento baiano - e merece (forte) exposição nacional em vozes técnicas ou intuitivas.

4 de novembro de 2008 às 10:25  
Anonymous Anônimo said...

Cantora tem que CANTAR. Com técnica e emoçao. Essa estória de carga de ancestralidade e sentimento popular é desculpa pra justificar a pouca voz ou a desafinação. Não caio nessa!!

4 de novembro de 2008 às 10:41  
Anonymous Anônimo said...

Eduardo Gudin é um dos melhores compositores brasileiros.Sofisticadíssimo e ao mesmo tempo simples.O disco que ele fez com Fátima Guedes"Luzes da mesma luz" é daqueles p/se guardar pra sempre.E o show dele com a Leila Pinheiro, que felizmente sairá em cd, é de uma qualidade incrível.
Leila Pinheiro nunca esteve tão solta no palco cantando as músicas dele.Sem falar no antológico "O importante que a nossa emoção sobreviva,um disco de Gudin, Paulo César Pinheiro e Márcia.
Dona Inah mostrou que sabe das coisas quando fez esse disco dela com composições do sempre talentoso Eduardo Gudin. Parabéns!

4 de novembro de 2008 às 11:25  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com o anônimo das 10:41.
Mauro, a propósito, soube q o CD da Leila com Gudin ficará para março ou abril do ano que vem. Vc sabe de algo a respeito?

4 de novembro de 2008 às 11:59  
Anonymous Anônimo said...

Não acho tão necessária a técnica, isso eu deixo para as cantoras de ópera, pra mim o importante é a verdade e a emoção...

4 de novembro de 2008 às 14:26  
Anonymous Anônimo said...

Sempre Gudin !! Obrigado Dona Inah e Leila Pinheiro !!
Leila Pinheiro e Eduardo Gudin ao vivo na FECAP-SP, aguardado cd do encontro maravilhoso, infelizmente com lançamento adiado para início de 2009.
Leila é uma das mais importante interpretes de Gudin , tendo gravado:
Verde
Tambor
Fica esse samba comigo
Pra iluminar
Estela do Norte
Paulista
O amor e eu

Valeu !!

4 de novembro de 2008 às 19:50  
Anonymous Anônimo said...

Clara Nunes tem sido uma fonte nos últimos tempo.
É muita gente bebendo dessa água.
Ainda bem!

5 de novembro de 2008 às 11:23  
Anonymous Anônimo said...

Esqueceu de citar o samba: Aida mais !
Obra prima de Gudin e Paulinho da Viola, gravado pioneiramente por Leila Pinheiro no CD Na Ponta da Língua !

Obrigado,
Rodrigo

5 de novembro de 2008 às 12:09  
Anonymous Anônimo said...

Conversa de um casal no Teatro Fecap,no último domingo 26 de out,antes de começar o show de Leila Pinheiro e Gudin.

Ela- Quem vai cantar com ela mesmo?
É Paulo Gudin, quem é?

Ele- Não,o nome dele é Eduardo Gudin,mas não tenho a menor idéia.

5 de novembro de 2008 às 23:38  

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