6 de novembro de 2008

Artistas fazem uma social no clube do samba...

Resenha de CD / DVD
Título: Samba Social Clube
Artista: Vários
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Dois shows coletivos realizados em 28 e 29 de julho de 2008, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro (RJ), reuniram grandes nomes do samba carioca para a gravação de dois CDs e DVDs inspirados no programa de rádio Samba Social Clube. Foram tantas as atrações das duas noites que os produtores do evento - a rádio MPB Brasil e a gravadora EMI Music - optaram por editar o registro em dois volumes (justificados no caso do CD, mas desnecessários no que diz respeito ao DVD, pois os dois shows caberiam num único vídeo). O primeiro volume já está nas lojas - em CD e DVD vendidos separadamente - enquanto o segundo chega ao mercado no primeiro semestre de 2009. É fato que a reunião de bambas é expressiva. Contudo, é fato também que, por ter importante rádio carioca envolvida na produção, os artistas acabam participando mais para fazer uma social com a emissora do que pelo projeto em si. Tanto que, dos 20 números reunidos no primeiro DVD, poucas gravações realmente vem somar no currículo do artista. Uma das exceções é a leitura de Beth Carvalho para O Bêbado e a Equilibrista. A cantora conseguiu dar seu tom ao samba de João Bosco e Aldir Blanc, imortalizado por Elis Regina (1945 - 1982) em emblemática gravação de 1979. Há que se ressaltar a nobreza de Dona Ivone Lara (Mas Quem Disse que Eu te Esqueço), a vivacidade de Leci Brandão (Sorriso Aberto, em tributo a Jovelina Pérola Negra) e a inspiração de Arlindo Cruz e Marcelinho Moreira na composição do partido alto Samba Social Clube, defendidos pelos autores na companhia do grupo Casuarina. Nada é essencialmente ruim. No geral, no entanto, paira a sensação de que os artistas estavam ali batendo ponto. Intérpretes habitualmente cativantes em cena - casos de Lenine (Esperanças Perdidas), Luiz Melodia (Tristeza) e Roberta Sá (Pressentimento) - não rendem tudo o que podem. A social parece ser mais importante do que o samba em si. É o estatuto do clube...

17 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Dois shows coletivos realizados em 28 e 29 de julho de 2008, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro (RJ), reuniram grandes nomes do samba carioca para a gravação de dois CDs e DVDs inspirados no programa de rádio Samba Social Clube. Foram tantas as atrações das duas noites que os produtores do evento - a rádio MPB Brasil e a gravadora EMI Music - optaram por editar o registro em dois volumes (justificados no caso do CD, mas desnecessários no que diz respeito ao DVD, pois os dois shows caberiam num único vídeo). O primeiro volume já está nas lojas - em CD e DVD vendidos separadamente - enquanto o segundo chega ao mercado no primeiro semestre de 2009. É fato que a reunião de bambas é expressiva. Contudo, é fato também que, por ter importante rádio carioca envolvida na produção, os artistas acabam participando mais para fazer uma social com a emissora do que pelo projeto em si. Tanto que, dos 20 números reunidos no primeiro DVD, poucas gravações realmente vem somar no currículo do artista. Uma das exceções é a leitura de Beth Carvalho para O Bêbado e a Equilibrista. A cantora conseguiu dar seu tom ao samba de João Bosco e Aldir Blanc, imortalizado por Elis Regina (1945 - 1982) em emblemática gravação de 1979. Há que se ressaltar a nobreza de Dona Ivone Lara (Mas Quem Disse que Eu te Esqueço), a vivacidade de Leci Brandão (Sorriso Aberto, em tributo a Jovelina Pérola Negra) e a inspiração de Arlindo Cruz e Marcelinho Moreira na composição do partido alto Samba Social Clube, defendidos pelos autores na companhia do grupo Casuarina. Nada é essencialmente ruim. No geral, no entanto, paira a sensação de que os artistas estavam ali batendo ponto. Intérpretes habitualmente cativantes em cena - casos de Lenine (Esperanças Perdidas), Luiz Melodia (Tristeza) e Roberta Sá (Pressentimento) - não rendem tudo o que pode. A social parece ser mais importante do que o samba em si. É o estatuto do clube...

6 de novembro de 2008 às 08:29  
Anonymous Anônimo said...

Esclarecido! Estranhei a ausência das outras músicas. Ainda não comprei mas tive a oportunidade de ouvir Fernanda Abreu no samba de Luiz Reis, Salve a Mocidade!, lindo demais!
E Mauro levantando a bola da minha Rainha! Ainda não escutei mas deve estar muito bom! Abraços mil,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

6 de novembro de 2008 às 08:40  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, um lapso de concordância no fim da frase, querido.

Abraço,

Anderson Falcão.
Brasília - DF

Intérpretes habitualmente cativantes em cena - casos de Lenine (Esperanças Perdidas), Luiz Melodia (Tristeza) e Roberta Sá (Pressentimento) - não rendem tudo o que podeM.

6 de novembro de 2008 às 11:04  
Anonymous Anônimo said...

Comércio meu caro... comércio. A música , nesse caso, fica em segundo plano. Triste...

6 de novembro de 2008 às 11:20  
Anonymous Anônimo said...

Tive a mesma sensação, de algo que poderia ser melhor, acho que os artistas já estão meio cansados destes projetos ao vivo, espero um momento em que as gravadoras comecem a fazer estes projetos em estúdio, seria muito melhor, e principalmente, que os intépretes escolham o que querem cantar.

6 de novembro de 2008 às 11:32  
Anonymous Anônimo said...

SE O RESULTADO FOI OU NÃO SATISFATÓRIO O CASO É QUE SÓ CANTA QUEM TÁ COM VONTADE. NAO TEM ESSA. AINDA MAIS NUM PROJETO QUE UNE ARTISTAS DE VARIAS GRAVADORAS. O CASO É QUE AS VEZES SE ACERTA E OUTRAS NAO.
NAO OUVI, NAO VI, POR ISSO NAO OPINO SOBRE O CONTEÚDO.
MAS QUE TUDO PODERIA TER SAÍDO DE UMA SÓ VEZ, ISSO PODIA.

6 de novembro de 2008 às 12:34  
Anonymous Anônimo said...

Sabe o que acontece, Mauro, esse repertório já está muito batido e já foi muitíssimo bem gravado quase sempre em seus registros originais... "Casa de Samba" era diferente e muito melhor porque as músicas eram batidas, só que os duetos tornavam-nas surpreendentes.

6 de novembro de 2008 às 14:20  
Anonymous Anônimo said...

Beth Carvalho é luxo só e espero que não tenha queimado a música da Elis.

6 de novembro de 2008 às 14:51  
Anonymous Anônimo said...

Esclarecido! Estranhei a ausência das outras músicas. Ainda não comprei ... (2)


Só Beth, no momento, tem conseguido regravar outros grandes nomes da MPB e imprimir sua grife. Não soa como " cover "

6 de novembro de 2008 às 18:31  
Anonymous Anônimo said...

Eu também ainda não ouvi este disco, mas pelos comentários que li, é cheio de altos e baixos. Os altos, como sempre, estão ao lado da Beth. Ela sempre faz a diferença. É seu talento muito superior que reflete em tudo que faz. Parabéns, o samba deve muito à esta mulher.

Luiz Leite - Belém/PA

6 de novembro de 2008 às 20:00  
Anonymous Anônimo said...

Deu no JB de hoje e acho que alguns letores do blog se interessam pela notícia.

Abraço,
Anderson Falcão.
Brasília - DF

Ela merece

Zezé Motta recebeu uma notícia e tanto no jantar em sua homenagem oferecido pelo Canal Brasil. A emissora, que exibe uma retrospectiva dos filmes da diva, patrocinará seu CD de sambas.

7 de novembro de 2008 às 09:54  
Anonymous Anônimo said...

Fernanda Abreu será homenageada na quadra da Mocidade em feijoada por ela ter gravado o samba da escola de samba. Grande Fernanda!

7 de novembro de 2008 às 13:30  
Anonymous Anônimo said...

O DVD tem uma proposta boa,mas a produção e arranjo do Paulão(violonista e lider da banda do Zeca),deixa a desejar pois ele faz uma economia de musico que a qualidade fica ruim.E este negócio de dividir em dois lançamentos é terrivel.

7 de novembro de 2008 às 16:19  
Anonymous Anônimo said...

Tremenda surpresa que a minha Rainha mais uma vez me proporcionou. Aos que tinham dúvidas sobre ser ou não grande cantora deveriam antes ouvir a bela interpretação do clássico O Bêbado e a Equilibrista junto com Smile. Emocionante! Lindo demais!!!
Gostei bastante do restante também. Espero o próximo. Abraços,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

8 de novembro de 2008 às 22:50  
Anonymous Anônimo said...

Eu esqueci de mencionar. Vai aqui uma crítica ao pessoal da Rádio ou então da gravadora EMI. Eu gosto de assistir aos dvd's com as legendas em português e existem erros na grafia (Joselina ao invés de Jovelina, foi um lapso mas poderiam ter arrumado e o mais imperdoável, ainda mais tratando-se de um veículo de comunicação, uma rádio, foi ler: "choram Marias e ClariSSes !" Essa de doer!)
Não teria um revisor? Mais capricho seria bom ainda mais tratando-se de uma excelente iniciativa e visibilidade para o Samba. Abração Mauro,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

9 de novembro de 2008 às 11:09  
Anonymous Anônimo said...

Gostei da interpretação da Fernanda Abreu em "Salve a Mocidade". Aliás, ela canta samba muito bem!

1 de dezembro de 2008 às 15:57  
Blogger Thais Façanha said...

Gostaria de registrar que fiquei algo decepcionada com o resultado DVD SSC. Achei muito estranha a conformação dos músicos em diagonais, uns distantes dos outros, cenário simples demais, cantores uns dissociados dos outros, cada um vai lá, faz sua parte e vai embora... Faltou o clima de CLUBE, de RODA DE SAMBA, como realmente o samba é... Não entendo o que fez o Casurarina sem instrumentos, já que eles não são um grupo vocal... O violonista não sabe o que fazer com um microfone na mão e os meninos dançando que nem grupo de pagode, não ficou legal. Assim como o Fundo de Quintal! O mesmo teria acontecido com o Semente e como o Sururu, mas eles levaram seus instrumentos, óbvio, ainda bem!!! O repertório ficou bom. Mas grandes sambistas da atualidade ficaram de fora do projeto, em detrimento de Lenine e Fernanda Abreu (que são ótimos, adoro o trabalho deles, mas que não são representantes do samba). Foi uma pena o Monarco ter passado mal no dia da gravação, né? O dueto com Nelson Sargento seria bem mais fiel! Gostei muito dos extras do DVD!!!! Abraços, Thais

21 de dezembro de 2008 às 14:43  

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