Cheia de bossa, Paula canta o samba pré-Bossa
Resenha de CD
Título: Telecoteco
Um Sambinha
Cheio de Bossa...
Artista: Paula
Morelenbaum
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * *
Revelada no começo dos anos 80, no grupo vocal Céu da Boca, Paula Morelenbaum é correta cantora que não tem voz ou timbre especialmente marcante. Foi vocalista de discos de Tom Jobim (1927 - 1994) e iniciou carreira solo em 1992 com o CD Paula Morelenbaum (Cameratti). Telecoteco é o melhor título de sua obra fonográfica, escorada em regravações de standards da música popular brasileira com sonoridades contemporâneas. A idéia é bacana: reunir alguns sambas que já continham um balanço cheio de bossa, um pouco distante do suingue tradicional do gênero. "Quando eu canto meu sambinha batucada / A turma fica abismada com a bossa que eu faço (...) / Não tenho veia poética / Mas canto com muita tática", gaba-se a cantora nos versos de O Que Vier Eu Traço (1945), parceria de Alvaiade e Zé Maria que resume na letra o espírito do disco, incrementado com programações espertas de Beto Villares, Marcos Cunha e Marcelinho da Lua. A extensa lista de convidados dá charme e tons especiais ao CD. Se o piano caribenho de João Donato impregna Love Is Here to Stay (George & Ira Gershwin, 1938) de latinidade, o grupo argentino Bajofondo injeta seu suingue eletrônico em O Samba e o Tango (Amado Régis, 1937) numa grande sacada da artista. Pena que a voz opaca de Beto Villares tire um pouco do brilho do registro do samba-canção Você Não Sabe Amar (Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima, 1950). Aliás, Marcos Valle também não se mostra na melhor das formas vocais no dueto feito com Paula em Ilusão à Toa (Johnny Alf, 1961). Com capa que remete à estética dos LPs da década de 50, Telecoteco fica mais delicioso quando Paula se afasta dos temas mais românticos e investe na bossa suingante de sambas como Sei Lá se Tá (Alcyr Pires Vermelho e Walfrido Silva, 1940) e Luar e Batucada (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1957), um tema pouco ouvido do Maestro Soberano - o compositor que rege (toda) a discografia de Paula Morelenbaum.
Título: Telecoteco
Um Sambinha
Cheio de Bossa...
Artista: Paula
Morelenbaum
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * *
Revelada no começo dos anos 80, no grupo vocal Céu da Boca, Paula Morelenbaum é correta cantora que não tem voz ou timbre especialmente marcante. Foi vocalista de discos de Tom Jobim (1927 - 1994) e iniciou carreira solo em 1992 com o CD Paula Morelenbaum (Cameratti). Telecoteco é o melhor título de sua obra fonográfica, escorada em regravações de standards da música popular brasileira com sonoridades contemporâneas. A idéia é bacana: reunir alguns sambas que já continham um balanço cheio de bossa, um pouco distante do suingue tradicional do gênero. "Quando eu canto meu sambinha batucada / A turma fica abismada com a bossa que eu faço (...) / Não tenho veia poética / Mas canto com muita tática", gaba-se a cantora nos versos de O Que Vier Eu Traço (1945), parceria de Alvaiade e Zé Maria que resume na letra o espírito do disco, incrementado com programações espertas de Beto Villares, Marcos Cunha e Marcelinho da Lua. A extensa lista de convidados dá charme e tons especiais ao CD. Se o piano caribenho de João Donato impregna Love Is Here to Stay (George & Ira Gershwin, 1938) de latinidade, o grupo argentino Bajofondo injeta seu suingue eletrônico em O Samba e o Tango (Amado Régis, 1937) numa grande sacada da artista. Pena que a voz opaca de Beto Villares tire um pouco do brilho do registro do samba-canção Você Não Sabe Amar (Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima, 1950). Aliás, Marcos Valle também não se mostra na melhor das formas vocais no dueto feito com Paula em Ilusão à Toa (Johnny Alf, 1961). Com capa que remete à estética dos LPs da década de 50, Telecoteco fica mais delicioso quando Paula se afasta dos temas mais românticos e investe na bossa suingante de sambas como Sei Lá se Tá (Alcyr Pires Vermelho e Walfrido Silva, 1940) e Luar e Batucada (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1957), um tema pouco ouvido do Maestro Soberano - o compositor que rege (toda) a discografia de Paula Morelenbaum.
10 Comments:
Revelada no começo dos anos 80, no grupo vocal Céu da Boca, Paula Morelenbaum é boa cantora que não tem voz ou timbre especialmente marcante. Foi vocalista de discos de Tom Jobim (1927 - 1994) e iniciou carreira solo em 1992 com o CD Paula Morelenbaum (Cameratti). Telecoteco é o melhor título de sua obra fonográfica, escorada em regravações de standards da música brasileira com sonoridades contemporâneas. A idéia é bacana: reunir alguns sambas que já continham um balanço cheio de bossa, um pouco distante do suingue tradicional do gênero. "Quando eu canto meu sambinha batucada / A turma fica abismada com a bossa que eu faço (...) / Não tenho veia poética / Mas canto com muita tática", gaba-se a cantora nos versos de O Que Vier Eu Traço (1945), parceria de Alvaiade e Zé Maria que resume na letra o espírito do disco, incrementado com programações espertas de Beto Villares, Marcos Cunha e Marcelinho da Lua. A extensa lista de convidados dá charme e tons especiais ao CD. Se o piano caribenho de João Donato impregna Love Is Here to Stay (George & Ira Gershwin, 1938) de latinidade, o grupo argentino Bajofondo injeta seu suingue eletrônico em O Samba e o Tango (Amado Régis, 1937) numa grande sacada da artista. Pena que a voz opaca de Beto Villares tire um pouco do brilho do registro do samba-canção Você Não Sabe Amar (Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima, 1950). Aliás, Marcos Valle também não se mostra na melhor das formas vocais no dueto feito com Paula em Ilusão à Toa (Johnny Alf, 1961). Com capa que remete à estética dos LPs da década de 50, Telecoteco fica mais delicioso quando Paula se afasta dos temas mais românticos e investe na bossa suingante de sambas como Sei Lá se Tá (Alcyr Pires Vermelho e Walfrido Silva, 1940) e Luar e Batucada (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1957), um tema pouco ouvido do Maestro Soberano - o compositor que rege (toda) a discografia de Paula Morelenbaum.
O cd é uma delícia de se ouvir. Paula , como sempre, acerta em cheio no repertório. Precisamos de um dvd de sua discografia...URGENTE!!!!
"Se Vier Eu Traço" é boa demais!!!
Não consigo parar de ouvir.
A música brasileira é muito boa desde sempre mesmo. A a sensibilidade de reconhecer e e experimentar as músicas são ponto para ela!
Realmente o cd é muito bom. Recomendo a todos.
Como em Roberta Sá, as programações eletrônicas me aborrecem um pouco, mas o cd é bom sim. maravilhoso repertório muito bem interpretado, apesar da voz dela, como o Mauro disse, não ser nada extraordinário.
O título é péssimo e o mote, pouco original. Mas o resultado de fato surpreende.
Achei chatinho pra burro.
Batidas eletrônicas inoportunas e arranjos sem graça alguma.
Clodoaldo
Muito legal o cd. Idéia legal e muito bem empregada. Paula tem muito bom gosto!
Descobri a Paula Morelenbaum há apenas um dia e não parei de ouvir. Ela é mágica.
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