28 de agosto de 2008

Sambas de Almir animam encontro com Dorina

Resenha de show
Título: Grandes Encontros - Almir Guineto & Dorina
Artista: Almir Guineto e Dorina
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 27 de agosto de 2008
Cotação: * * *
Em cartaz em 28 e 29 de agosto de 2008, às 19h30m
Integrante da formação original do Fundo de Quintal, Almir Guineto deixou o grupo logo após a gravação do primeiro álbum para seguir carreira solo iniciada em 1981. No auge da explosão do pagode carioca, nos anos 80, este compositor oriundo do Morro do Salgueiro, na Tijuca (RJ), se tornou um dos grandes vendedores de discos do Brasil por conta dos LPs Sorriso Novo (1985) e Almir Guineto (1986). Sua trajetória sairia dos trilhos - mais por problemas pessoais do que musicais - mas a força do repertório de Almir é grande. A ponto de seu cancioneiro ter respondido por alguns dos momentos de maior animação do show que (re)uniu o compositor a Dorina dentro do projeto Grandes Encontros, idealizado pelo Teatro Rival, onde o show vai ficar em cartaz apenas até sexta-feira, 29 de agosto. Merece ser conferido!!
Emoldurados por bela luz que preencheu o palco do Rival, Almir e Dorina abriram o show com dois números feitos em dueto, Edital e Mel na Boca. Neste samba, a platéia já fez um coro tão forte que não restou dúvida de que a maioria do público estava ali para ver Almir. Mas coube a Dorina, com sua calorosa presença de palco, entreter esse público na primeira metade do show. Na companhia do conjunto Samba com Atitude, ela teve bons momentos como O Apito no Samba, Gota d'Água (imersa no universo do pagode sem perda da dramaticidade exigida pelo tema de Chico Buarque) e o medley que juntou Zé Tambozeiro (samba da lavra fina do mestre Candeia) com Banho de Fé (do repertório do Fundo de Quintal). Mas nos sambas mais dolentes, de tonalidade romântica, casos de Na Hora de Voltar (Adalto Magalha e Adilson Gavião) e de Pedaço de Ilusão (parceria de Jorge Aragão, Sombrinha e Jotabê lançada por Beth Carvalho em 1981 no álbum Na Fonte), Dorina se apresentou menos sedutora. Talvez porque a atmosfera do show pedisse altos partidos como Fidelidade Partidária, no qual, aliás, a cantora deitou e rolou nas rimas ricas do craquíssimo Nei Lopes.
Já com Almir de volta ao palco, Dorina reviveu com ele Lama nas Ruas (parceria de Almir com Zeca Pagodinho que se sustenta basicamente pelo refrão inspirado) e Mãos. Ela já havia cantado os dois temas no CD Sambas de Almir, dedicado ao repertório de Guineto e gravado ao vivo pela cantora em 2002 no mesmo palco do Rival onde ela se reencontrou com o compositor, que, na sua parte individual, fez o animado público cantar a plenos pulmões os versos de sambas como Conselho, Pedi ao Céu, Insensato Destino e Saco Cheio. Como intérprete, Almir peca pela dicção extremamente deficiente. O que prejudica o pleno entendimento das letras de músicas como Boca sem Dente. Em compensação, Almir é partideiro dos bons e reafirmou que tem o dom do improviso quando, já com Dorina em cena novamente, criou versos instântaneos para Não Quero Saber Mais Dela, um dos grandes destaques do roteiro. Neste bloco final, Almir e Dorina surpreenderam com o ufanismo consciente de Meu Sangue É Brasil - parceria de Guineto com Luverci Ernesto, lançada por Beth Carvalho em 1999 no CD Pagode de Mesa - e com Ouro Só, um samba que evoca a Bahia e que rendeu saudação da dupla a Dorival Caymmi (1914 - 2008). No bis, Caxambu confirmou o entrosamento de Almir Guineto com Dorina. Mesmo com alguns baixos entre partidos tão altos, o show é animado. O samba é bom.

20 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Integrante da formação original do Fundo de Quintal, Almir Guineto deixou o grupo logo após a gravação do primeiro álbum para seguir carreira solo iniciada em 1981. No auge da explosão do pagode carioca, nos anos 80, este compositor oriundo do Morro do Salgueiro, na Tijuca (RJ), se tornou um dos grandes vendedores de discos do Brasil por conta dos LPs Sorriso Novo (1985) e Almir Guineto (1986). Sua trajetória sairia dos trilhos - mais por problemas pessoais do que musicais - mas a força do repertório de Almir é grande. A ponto de seu cancioneiro ter respondido por alguns dos momentos de maior animação do show que (re)uniu o compositor a Dorina dentro do projeto Grandes Encontros, idealizado pelo Teatro Rival, onde o show vai ficar em cartaz apenas até sexta-feira, 29 de agosto. Merece ser conferido!!
Emoldurados por bela luz que preencheu o palco do Rival, Almir e Dorina abriram o show com dois números feitos em dueto, Edital e Mel na Boca. Neste samba, a platéia já fez um coro tão forte que não restou dúvida de que a maioria do público estava ali para ver Almir. Mas coube a Dorina, com sua calorosa presença de palco, entreter esse público na primeira metade do show. Na companhia do conjunto Samba com Atitude, ela teve bons momentos como O Apito no Samba, Gota d'Água (imersa no universo do pagode sem perda da dramaticidade exigida pelo tema de Chico Buarque) e o medley que juntou Zé Tambozeiro (do repertório do Grupo Revelação) com Banho de Fé (do repertório do Fundo de Quintal). Mas nos sambas mais dolentes, de tonalidade romântica, casos de Na Hora de Voltar (Adalto Magalha e Adilson Gavião) e de Pedaço de Ilusão (parceria de Jorge Aragão, Sombrinha e Jotabê lançada por Beth Carvalho em 1981 no álbum Na Fonte), Dorina se apresentou menos sedutora. Talvez porque a atmosfera do show pedisse altos partidos como Fidelidade Partidária, no qual, aliás, a cantora deitou e rolou nas rimas ricas do craquíssimo Nei Lopes.
Já com Almir de volta ao palco, Dorina reviveu com ele Lama nas Ruas (parceria de Almir com Zeca Pagodinho que se sustenta basicamente pelo refrão inspirado) e Mãos Ela já havia cantado os dois temas no CD Sambas de Almir, dedicado ao repertório de Guineto e gravado ao vivo pela cantora em 2002 no mesmo palco do Rival onde ela se reencontrou com o compositor, que, na sua parte individual, fez o animado público cantar a plenos pulmões os versos de sambas como Conselho, Pedi ao Céu, Insensato Destino e Saco Cheio. Como intérprete, Almir peca pela dicção extremamente deficiente. O que prejudica o pleno entendimento das letras de músicas como Boca sem Dente. Em compensação, Almir é partideiro dos bons e reafirmou que tem o dom do improviso quando, já com Dorina em cena novamente, criou versos instântaneos para Não Quero Saber Mais Dela, um dos grandes destaques do roteiro. Neste bloco final, Almir e Dorina surpreenderam com o ufanismo consciente de Meu Sangue É Brasil - parceria de Guineto com Luverci Ernesto, lançada por Beth Carvalho em 1999 no CD Pagode de Mesa - e com Ouro Só, um samba que evoca a Bahia e que rendeu saudação da dupla a Dorival Caymmi (1914 - 2008). No bis, Caxambu confirmou o entrosamento de Almir Guineto com Dorina. Mesmo com alguns baixos entre partidos tão altos, o show é animado. O samba é bom.

28 de agosto de 2008 às 00:03  
Anonymous Anônimo said...

Mauro meu filho,

Apague este absurdo que você acabou de escrever sobre a música Zé Tambozeiro.O grupo Revelação regravou em dueto com Martinho da Vila mas, a música é do repertório de Candeia! Sem mais.

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

28 de agosto de 2008 às 08:20  
Anonymous Anônimo said...

Mauro aguardo sua resenha sobre o show da Marisa com a Velha Guarda no Circo Voador amanhã! Em SP rolou 2 shows no SESC Pinheiros com ingressos esgotados ...

28 de agosto de 2008 às 09:14  
Anonymous Anônimo said...

Mauro só discordo de voce quanto a interpretação da Dorina em sambas dolentes, acho ela o máximo cantando esses sambas, que aliás precisa de mais cantoras cantando assim bonito que nem Dorina.
Parabéns ao Rival por esse Projeto.

28 de agosto de 2008 às 11:10  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, o samba não só bom, é ótimo, álias, Dorina não é uma cantora ela é uma grande interprete, isso se confirma e reafirma no seu último Cd Violão e o samba, e a dupla realmente é um arraso.

28 de agosto de 2008 às 12:50  
Anonymous Anônimo said...

Muito bem dito pelo Ronaldo, os sambas dolentes são os meus preferidos na voz de Dorina, pelo sentimento com que ela repassa a mensagem do autor, parabéns.

28 de agosto de 2008 às 12:54  
Blogger Thiago Herzog said...

A Dorina é ótima, o show é ótimo... Parabéns Dorina, parabéns Mauro.... Eu fiquei emocionado. abs.

28 de agosto de 2008 às 13:30  
Anonymous Anônimo said...

Esse CD da Dorina "Sambas de Almir" é um dos melhores CDs de samba de 2000 pra cá. E esse show de Dorina e Almir só confirma o talento de Dorina no palco e cantando e do Almir, compositor, partideiro. Showzaço!!!

28 de agosto de 2008 às 13:55  
Anonymous Anônimo said...

Realmente, Mauro, Dorina cantando "Fidelidade Partidária" deita e rola... como faz em todo os eu repertório inclusive nas musicas do Almir. Canta pra cacete!

28 de agosto de 2008 às 14:02  
Anonymous Anônimo said...

É claro que estava ali pra ver Almir. Almir Guineto fazendo show no Rio e ainda mais no Teatro Rival é coisa muito rara!! Mas a voz de Dorina impressiona!

28 de agosto de 2008 às 14:26  
Anonymous Anônimo said...

Sinceramente fiquei emocionada com o show, apesar de já conhecer o trabalho de DORINA, não imaginei que fosse tão maravilhosa, com tanta presença de palco!!!
Parabéns DORINA, precisamos de cantoras como voce.
Carla Simões - RJ

29 de agosto de 2008 às 12:59  
Anonymous Anônimo said...

Acho que a voz da Dorina amadureceu e ficou mais agradável, antes eu achava meio ... esganiçada, mas também acho fantástico o CD em homenagem ao Almir. Compositor que merece ser gravado e regravado por todas boas cantoras, dos quintas do cacique, Almir é flor maior.

29 de agosto de 2008 às 18:35  
Anonymous Anônimo said...

Fiquei impressionad0, só consegui ir nesta sexta, bicho foi o máximo o Almir bota fogo , quem gosta de partido alto adorou o show e ainda teve canja de Dudu Nobre, quanto a Dorina nunca tinha visto um show dela, mas ela manda bem.

Alirio

30 de agosto de 2008 às 10:27  
Anonymous Anônimo said...

Vagner, é que voce ficou muito acostumado com aquele samba cantado sem qualquer expressão, que dá sono, por isso voce não sdeu muita atenção a voz de Dorina, hoje vc deve ter ouvido várias outras cantoras de samba, com essa voz potente, interpretativa, que dá vida ao que o autor do samba quer nos dizer, parabéns a voce e a todos que tiveram o prazer de assistir a este belíssimo espetáculo.

30 de agosto de 2008 às 11:28  
Anonymous Anônimo said...

Vagner Lapa! A referência preconceituosa já diz tudo, é garotada nova que escuta samba há pouco tempo, tá explicado! E Dorina é um luxo!

30 de agosto de 2008 às 13:47  
Anonymous Anônimo said...

Direito de resposta:
Estou acostumado com sambas cantados por Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes, Leci Brandão, Elza Soares, Leni Andrade, Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Elisete Cardoso, bom, não sei se isso é exemplo de falta de expressão.

Quanto a escutar a pouco tempo ... Melhor não comentar.

30 de agosto de 2008 às 16:52  
Anonymous Anônimo said...

Adorei ..surpreendente.Realmente,
Dorina interpreta com maestreza !!!
Tem que tocar mais nas radios.
Fidelidade Partidaria !!!!

1 de setembro de 2008 às 14:12  
Blogger Daniela Calcia said...

Dorina, Iracema Monteiro e Ircéa são as minhas cantoras preferidas! Entrem na comunidade da Dorina no Orkut:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=436720

2 de setembro de 2008 às 17:46  
Blogger regina said...

me encantei com dorina desde a primeira vez q assisti. foi por acaso, nunca tinha ouvido falar, foi um baque. fiquei realmente impressionada. e cantando "timbó"... nossa! desde entao assisto a todos os shows q me são possíveis e saio sempre satisfeita e feliz por constatar q seu talento se confirma a cada show. temos novas e boas vozes femininas no samba mas nenhuma se compara a força, graça e incrível interpretaçao de dorina. pra mim, uma grande diva. parabéns dorina! tenho absoluta certeza que o almir está muito contente por encontrar uma intérprete à altura do seu trabalho.

3 de setembro de 2008 às 00:34  
Anonymous Anônimo said...

esqueci um detalhe: presença de jardim primavera!!! valeu dorina!!!

3 de setembro de 2008 às 00:37  

Postar um comentário

<< Home