5 de junho de 2008

Bethânia fortalece correnteza do rio de Mendes

Resenha de CD
Título: Cidade e Rio
Artista: Roberto Mendes
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Compositor nascido em Santo Amaro da Purificação (BA), gravado regularmente por Maria Bethânia desde os anos 80, Roberto Mendes volta ao mercado fonográfico com disco de inéditas em que expõe suas memórias das águas. Os bordados exibidos na bela capa do CD Cidade e Rio não por acaso remetem à capa de Pirata, o álbum de 2006 em que Bethânia mergulhou nas águas doces dos rios. Desta vez, a voz da cantora baiana não se faz ouvir neste disco que apresenta 11 músicas compostas por Mendes e letradas por poetas como Capinam, Jorge Portugal, Nelson Elias e Herculano Neto. Mas Bethânia - a quem Mendes dedica Cidade e Rio - esteve presente nos bastidores, viabilizando por intermédio da gravadora Biscoito Fino uma produção à altura da obra autoral do compositor, que faz jus ao investimento da ilustre conterrânea.
Cidade e Rio mantém a obra de Roberto Mendes em seu curso natural. As batidas da chula e do samba do Recôncavo Baiano agitam a forte correnteza autoral de Mendes. E as presenças de convidados como Pedro Luís (em Linda Morena), Lenine (em Tira Essa Mulher da Roda) e Alcione (em Deu Saudade) reforçam os vocais do disco e amenizam o fato de a voz de Mendes não ser talhada para o canto. Na parte instrumental, o reforço vem de Guinga (violão na plácida faixa-título, Cidade e Rio), de Marco Pereira (violão em Beira-Mar, música que já ganhou registro definitivo de Maria Bethânia - assim como Memórias das Águas, aberta com o Grupo de Chulas de São Braz) e de Leonardo Mendes, filho do compositor, que usa recursos eletrônicos com inteligente economia em temas como Linda Morena. Leonardo é guitarrista.
Única faixa não autoral, Purificar o Subaé - tema que Caetano Veloso deu para Maria Bethânia gravar no álbum Alteza (1981) - reaparece com seu eixo rítmico deslocado do samba acariocado para a chula do Recôncavo em sintonia com o grito de alerta dado pelo compositor baiano para salvar o rio que corta Santo Amaro. Em outro afluente, o rio de Mendes deságua no balanço de Luiz Gonzaga (1913 - 1989) na faixa Poesia, Samba e Baião. Enfim, um belo disco cuja calmaria do início e do fim - com Bom Começo, uma das cinco parcerias de Mendes com Capinam - esconde a agitação da correnteza - fortalecida pelas batidas do Recôncavo...

23 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Mauro...juro que não entendo essa sua cotação. Você dá 4 estrelas para um artista que não sabe cantar!????!!!! É incompreensível...

5 de junho de 2008 às 18:42  
Anonymous Anônimo said...

Adorei a idéia do disco, mas ao invés da Marrom, bem q ele podia ter chamado a Marienne de castro ou a Jussara Silveira, ou as 3 quem sabe... Traria um frescor maior.

5 de junho de 2008 às 18:52  
Anonymous Anônimo said...

Bom, eu já gostei da presença do Roberto junto com a Mariene na bela faixa Raíz do dvd da minha Rainha. É uma das faixas mais bonitas do dvd da Bahia. Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

"Tá na voz mais bonita que tem graça nas mãos, Orumylá bem disse será a voz da canção".

5 de junho de 2008 às 19:19  
Anonymous Anônimo said...

Tirando uma meia dúzia de canções, este compositor é bem chatinho, e canta nada, nada. Comprei seu CD anterior e encostei depois da primeira audição. Um porre!

5 de junho de 2008 às 19:48  
Anonymous Anônimo said...

E essa capa bordada? Pensei que Bethânia tinha lançado "Pirata 2"..rssrsr não dá pra comparar..foi o Gringo Cardia que bolou?

5 de junho de 2008 às 19:58  
Anonymous Anônimo said...

Anônimo das 6:42, o Mauro não diz que o Roberto Mendes não sabe cantar. Ele não tem grandes recursos vocais, mas sabe cantar e muito bem a própria obra; aliás como Tom, Chico e outros tantos. Há uma diferença enorme entre ter uma ótima voz e saber cantar. É possível não tê-la e saber cantar magnificamente (ouça um pouco de Chet Baker). O que tem que estar em julgamento não é o Roberto Mendes cantor, mas o compositor de uma bela obra. É uma coisa impressionante como as pessoas privilegiam a avaliação do canto. Não é só disso que se faz música.

5 de junho de 2008 às 20:23  
Anonymous Anônimo said...

Mauro.
Não consegui entender a razão do título do seu post. Se Bethânia não cantou no CD, e muito menos o produziu, porque diabos ela "fortalece a correnteza do rio de Mendes" ??? Será que seja lá o que for que ela tenha feito (e que você não deixa claro) foi tão importante assim nesse trabalho para merecer estar no título do seu post???

5 de junho de 2008 às 20:42  
Anonymous Anônimo said...

Os anônimos estão ficando cada vez mais burros... o Mauro deixou claro que a Bethânia teve atuação decisiva na viabilização do trabalho, fazendo a ponte com a gravadora Biscoito Fino, que possibilitou uma gravação de alto nível. E aí vem esse anônimo das 8:42 perguntar se ela foi importante... ô, burrice!

6 de junho de 2008 às 00:49  
Anonymous Anônimo said...

Bethânia "fortalece a corrente do rio de Mendes" porque o CD saiu devido ao bairrismo, e à vontade, dela. Sem ela, esse CD não sairia - e muito menos sairia na Biscoito Fino, onde, aparentemente, ela está mandando cada vez mais.

6 de junho de 2008 às 03:21  
Anonymous Anônimo said...

MAIS UM QUE A ALCIONE PARTICIPA, DÁ-LHE MARROM !

6 de junho de 2008 às 07:45  
Anonymous Anônimo said...

Dá-lhe Marrom!

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

6 de junho de 2008 às 08:36  
Anonymous Anônimo said...

Cris.
Desculpe, mas a burrice é toda sua. Em primeiro lugar, Roberto já tem 6 Cds gravados, todos eles de altíssimo nível, e por outras gravadoras. Sendo um dos maiores divulgadores da chula, é importante para a BF tê-lo entre os seus artistas, tanto quanto é para ele estar na BF. Em segundo lugar, o que questiono é o fato de que musicalmente MB nada fez por esse trabalho que seja digno de citação no título de uma matéria, que normalmente destaca o que há de mais importante. Será que do ponto de vista musical (e trata-se de uma crítica musical) o fato mais importante desse trabalho é MB ter estado nos bastidores? Será que é para isso que se tem que chamar a atenção??? Tivesse ela cantado ou produzido eu compreenderia, mas MB ter feito a ponte com a BF é o fato mais notável do trabalho, é isso o grande destaque??? Cris, tudo o que você escreveu no seu post eu já havia entendido, pois o Mauro já tinha dito. O que questiono é a ótica do Mauro, colocando em primeiro plano algo que está longe de sê-lo, apenas por envolver um grande nome. Mesmo tendo MB a importância que tem para a carreira do Roberto, uma coisa é essa importância (e por isso Roberto a agradece no CD) e outra é a importância musical dela para o trabalho criticado. Acho que você é que não entendeu nada do que eu disse, portanto não me parece que a burrice seja minha. Ela lhe cai bem melhor que a mim.

6 de junho de 2008 às 10:14  
Anonymous Anônimo said...

Quanta bobagem! Eu de minha parte estou achando uma maravilha.O bairrismo de Bethânia? Quem dera tivessemos outros assim.
Deus é mais!

6 de junho de 2008 às 18:45  
Anonymous Anônimo said...

Em tudo Betânia coloca a Alcione, ainda bem, porque a marrom nunca erra. Bem que bethania poderia produzir pela biscoito fino um disco da Alcione, cantando Fátima Guedes.

6 de junho de 2008 às 21:34  
Anonymous Anônimo said...

Por não entender da técnica, não poderia fazer um comentário crítico do CD, mas por saber distinguir entre o que é bom e o que é ruim, lhes garanto que o CD é MARAVILHOSO!

7 de junho de 2008 às 15:26  
Anonymous Anônimo said...

O bairrismo de Bethânia? Nunca ouvi besteira maior. Se a própria Bethânia produziu e lancou pela Quitanda a carioca Martinália e vem aí Zezé Motta, onde está o bairrismo? Criticar pode ser saudável, mas com base "please"!

8 de junho de 2008 às 04:47  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com o anônimo que questiona a menção à Bethânia. De fato eu acho que é forçar muito a barra e legar para o segundo plano o artista principal que é o Roberto Mendes.
Discordo da opinião da Cris, pretensiosa e deselegante.

8 de junho de 2008 às 08:53  
Anonymous Anônimo said...

Acho Bethânia o máximo, mas concordo que o deadline é tendencioso. De qualquer forma nem Bethânia salva o baiano da mediocridade.
Algumas das poucas coisas legais de sua lavra a cantora gravou.
Nesta seara baiana Jerônimo é bem mais interessante que RM.

8 de junho de 2008 às 19:46  
Anonymous Anônimo said...

Bethânia sempre convida Alcione porque a acha uma das melhores cantoras do mundo.

9 de junho de 2008 às 07:43  
Anonymous Anônimo said...

Já que o Leo tocou no assunto, alguém poderia me informar em que (quais) disco(s) a Bethânia registrou Agradecer e Abraçar? Tem gravações ao vivo fora o da Beth? Eu me amarro no Gerônimo desde É D'Oxum, tema da minissérie Tenda dos Milagres. Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

9 de junho de 2008 às 08:31  
Anonymous Anônimo said...

Marcelo, Bethania gravou esta música no CD A Força Que Nunca Seca.
Um abraço.

9 de junho de 2008 às 20:51  
Anonymous Anônimo said...

Muito obrigado, anônimo das 08:51! Abração e vou procurar.

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

10 de junho de 2008 às 09:21  
Anonymous Anônimo said...

Roberto Mendes é um dos melhores compositores vivos desse Brasil, genuíno, músico incomparavel, admirado por todos, as vezes ingenuo nas suas concepções de Bahia, mas ainda assim autentico ao fugir dos axés e ivetes como o diabo da cruz, canta muito, faz do seu recurso vocal o testemunho de quem nao precisa gritar para ser escutado.

21 de junho de 2008 às 09:02  

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