5 de junho de 2008

Cristina Braga perde brilho ao investir no canto

Resenha de CD
Título: Paisagem
- Grandes Canções
Brasileiras
Artista: Cristina Braga
e Eugene Friesen
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * *

Uma das melhores harpistas brasileiras, Cristina Braga vem se aventurando pelo canto nos últimos anos. Mas o fato é que, em Paisagem, sua voz não mostra força para encarar repertório que prioriza músicas e letras de Chico Buarque (Pedaço de mim, Eu te Amo, Atrás da Porta, Sabiá, Retrato em Branco e Preto) e de Tom Jobim (Triste, Inútil Paisagem, Valsinha, Bonita, Modinha) - dois compositores já exaustivamente regravados por intérpretes mais ou menos talentosas. Apesar de a parte instrumental ser impecável, o disco resulta opaco - até porque o companheiro da harpista nesta jornada fonográfica, o violoncelista americano Eugene Friesen, tampouco se impõe como cantor em temas como Triste. Vale ressaltar que a interação da harpa de Braga com o violoncelo de Friesen produz pulsação envolvente no arranjo de Disparada. Músico convidado do CD, Francis Hime põe seu piano a serviço de Último Canto e de Atrás da Porta. Contudo, Paisagem não ostenta a beleza que se poderia esperar de um álbum gravado com tantos virtuoses - a começar pela própria Braga - e com repertório irrepreensível. Falta um brilho especial às vozes dos músicos. Ser afinado não credencia ninguém a se aventurar pela arte do canto...

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Mauro, essa coisa de 'brilho especial' é subjetiva. ou se canta bem ou se canta mal. se Cristina é afinada, qual o problema dela cantar?

5 de junho de 2008 às 17:24  
Anonymous Anônimo said...

esta coisa de brilho especial procede sim, conheço um cantor paulista que já gravou alguns discos e é muito afinado, capaz de cantar beatriz do chico e edu, que não foi feita para qualquer um cantar. porém o problema dele é que cantando beatriz ou atirei o pau no gato resulta tudo a mesma coisa.
ser afinado só não basta.

5 de junho de 2008 às 18:32  
Anonymous Anônimo said...

Essa capa me lembra a do Afro-sambas, de Mônica Salmaso e Paulo Bellinati. É diferente, mas lembra.

Flávio

6 de junho de 2008 às 21:36  
Anonymous Anônimo said...

"...intérpretes mais ou menos talentosas"

Nao entendi isso Mauro, tem cantora mais ou menos talentosa? Talento ou se tem, ou não.
Talvez fosse melhor voce dizer "cantoras que eu gosto e que nao gosto".

11 de junho de 2008 às 04:36  
Anonymous Anônimo said...

Escuta, todo novo artista da BF tem que ter participaçao do Francis? Aurea Martins, Cristina Braga, entre mil outros....

Fica tão feio isso...eu acho!

11 de junho de 2008 às 04:38  
Anonymous Anônimo said...

Acho que se esse tipo de crítica procedesse, o Chico Buarque deveria, então, ser proibido de cantar nos seus álbuns. A ênfase que se dá às letras é muito mais conteudística do que melódica, a meu ver... Além disso, acho que "brilho especial" é gosto disfarçado de outro nome.

11 de junho de 2008 às 11:01  
Blogger Lucas Dutra said...

Concordo com o que foi dito acima, apesar de ainda não ter ouvido o disco. Mas eu concordo que essas canções que foram gravadas já chegam a parecer hinos de tão executadas por vários cantores. Acho que falta criatividade ao cantar as mesmas canções sempre.

15 de agosto de 2008 às 12:16  

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