Luiza ratifica sua evolução no bar dos teletemas
Resenha de gravação de CD/DVD
Título: Um Barzinho, um Violão - Novela 70
Artistas: Alex Cohen, Casuarina, Elba Ramalho, Jorge Aragão, Jorge Vercillo, Luiza Possi, Marina Elali, Maurício Manieri, Papas da Língua e Zeca Pagodinho
Local: Morro da Urca (RJ)
Data: 12 de maio de 2008
Cotação: * * 1/2
Título: Um Barzinho, um Violão - Novela 70
Artistas: Alex Cohen, Casuarina, Elba Ramalho, Jorge Aragão, Jorge Vercillo, Luiza Possi, Marina Elali, Maurício Manieri, Papas da Língua e Zeca Pagodinho
Local: Morro da Urca (RJ)
Data: 12 de maio de 2008
Cotação: * * 1/2
Foram para Luiza Possi os primeiros aplausos genuinamente entusiasmados da platéia que assistiu na noite de segunda-feira, 12 de maio de 2008, à primeira das duas sessões de gravação do CD e DVD Um Barzinho, um Violão - Novela 70, ambos dedicados a sucessos propagados nos folhetins globais na era de ouro da dramaturgia nacional. Com graciosa leitura de Teletema (Véu de Noiva, 1969), música recentemente regravada por Ivo Pessoa para a trilha sonora da novela Sete Pecados, Luiza confirmou no palco armado no Morro da Urca - com vista deslumbrante para a Baía de Guanabara - a evolução que vem mostrando a cada álbum. Além de cantar bem, a filha de Zizi optou por um registro simples e bonito do teletema lançado inicialmente por Evinha e Regininha.
A apresentação de Luiza Possi foi um dos bons momentos de uma noite que também destacou nomes como o grupo Casuarina - à vontade em Meu Drama (Pai Herói, 1979) - e Jorge Vercillo, seguro em Fascinação (O Casarão, 1976). Contudo, a gravação demorou a engrenar - a começar pelo atraso na passagem de som. Saudado como um "mestre do barzinho" pelo diretor musical do projeto, Guto Graça Mello, o cantor Alex Cohen abriu e fechou a noite. No início, ele tentou aquecer a platéia, puxando o coro de músicas como Mentiras e Canteiros. Foi quando Cohen cometeu uma gafe ao avistar Zeca Pagodinho e improvisar Mel na Boca em homenagem ao sambista, esquecido de que a música é um sucesso de Almir Guineto. No fim, como integrante do elenco do projeto pilotado pelo produtor Max Pierre, o cantor reviveu Meu Mundo e Nada Mais (Anjo Mau, 1976) quando a platéia já se dispersava...
Coube a Elba Ramalho fazer o primeiro número oficial da noite. Sem a vivacidade habitual, a cantora pouco pôde fazer por Pombo Correio (Sem Lenço, Sem Documento, 1977) - frevo de Moraes Moreira, de pique carnavalesco destoante do espírito mais intimista da gravação - e acabou recebida com animação burocratizada. Na seqüência, Jorge Aragão - com Lan Lan ao pandeiro - explorou (sem entusiasmo) novas possibilidades harmônicas para Pecado Capital, samba composto por Paulinho da Viola em 1975 para a abertura da novela homônima. Por conta do vaivém do público e dos garçons ao fundo, o número teve que ser feito três vezes - o que valeu bronca sutil na platéia de convidados, dada por um integrante da produção. "Pra bom entendedor, isso é esporro...", arrematou Aragão no momento saia-justa da noite. A idéia era captar imagens com o Rio ao fundo.
Sem causar tanto rebuliço, o grupo gaúcho Papas da Língua mostrou eficiência ao reviver Pensando Nela (Dona Xepa, 1977) como se estivesse numa rodinha de luau à beira-mar. A música de Dom Beto animou o público no registro da banda. Em seguida, Jorge Vercillo evidenciou seus progressos como intérprete ao cantar Fascinação (O Casarão, 1976) com segurança. Seu primeiro take já foi perfeito, mas, como de praxe, Vercillo teve que engatar um segundo para garantir boas tomadas para o vídeo.
Satisfeito por estar defendendo grande samba-enredo de Zé Katimba, Martim Cererê (Bandeira Dois, 1972), Zeca Pagodinho se apresentou na companhia de Mauro Diniz (cavaquinho) e Carlinhos Sete Cordas (violão). O samba pedia um baticum, mas, mesmo sem adequada cozinha, Pagodinho animou o público. Na seqüência, mais ajustado ao espírito de um bar, Maurício Manieri pôs seu fraseado soul em fina sintonia com a natureza de Coleção (Locomotivas, 1977), uma das obras-primas de Cassiano. Sem querer impressionar, Manieri se saiu bem. Já Marina Elali começou Eu Preciso te Esquecer (Locomotivas, 1977) em apropriado tom suave que evocava o registro de Cláudia Telles, intérprete original da balada, mas, no fim, Elali se excedeu em floreios vocais que acabaram dando um caráter over à sua performance - aliás, acentuado pelo figurino cafona e inadequado.
A gravação do projeto sofreu alterações no cronograma. Às voltas com a estréia de seu show Obra em Progresso, Caetano Veloso preferiu cantar Moça (Pecado Capital, 1975) em estúdio. Por conta das gravações da novela Duas Caras, Marjorie Estiano transferiu sua participação para o segundo dia. Que terá o grupo Moinho e Herbert Vianna, também inicialmente agendados para a abertura do barzinho dos teletemas. Tudo leva a crer que a noite desta terça-feira, 13 de maio de 2008, vai superar bem a primeira.
7 Comments:
LUIZA É UMA GAROTA INTELIGENTE E TALENTOSA. E AINDA HERDOU A ELEGÂNCIA DA MÃE.
SEM LIMITES PARA LUÍZA!
Acho este projeto dispensável. As músicas são batidas e datadas.
Concordo com os 2 primeiros comentários.
Realmente, o que há de bom ficou pro segundo dia...
Meu caro, eu discordo quando vc fala sobre o vestido da Marina Elali, ela estava belísssima e de muito bom gosto! O que não deve ser de bom gosto é a sua visão sobre moda.
Gostaria de saber se você também é estilista? Porque se for, passarei longe do seu ateliê. A cantora Marina Elali estava mais do que deslumbrante... como sempre!! Quanto a voz dela, o que você chama de OVER, eu chamo de CHARME.
Grande Mauro Ferreira
a música "Coleção" que foi também gravada por Maurício Manieri, foi composta por Cassiano e Paulo Zdanowski, este internauta que lhe escreve. um abs de Paulo Zdan.
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