Duas novelas propagam a obra de Gonzaguinha
Gonzaguinha (1945 - 1991) está no ar. Literalmente. Duas das três novelas exibidas atualmente pela Rede Globo - Ciranda de Pedra e Duas Caras - propagam músicas do compositor em suas aberturas. Coincidentemente, ambos os belos temas são de 1980. O samba E Vamos à Luta - ouvido em Duas Caras no registro do próprio autor - deu título ao LP lançado por Alcione em 1980, mesmo ano em que Elis Regina (1945 - 1982) registrou em estúdio seu show Saudade do Brasil, cujo roteiro incluía Redescobrir, a música rebobinada diariamente na tal abertura de Ciranda de Pedra na voz imortal da Pimentinha.
A revalorização da obra de Gonzaguinha é mais do que justa. Primeiro, por conta do alto valor dessa obra. Segundo, porque o compositor sempre foi odiado por parcela expressiva de críticos por conta de suas opiniões firmes que, volta e meia, batiam de frente com o sistema. Gonzaguinha nunca bateu continência para a mídia e, por isso mesmo, é emblemático que essa mesma mídia esteja revalorizando sua obra. Gonzaguinha merece tal exposição.
20 Comments:
Viva Gonzaguinha!!! Aliás, viva essa família inteira, não?
Abraços!
Me comovi com seu texto. Tem toda razão, é emblemático isso, e merecido.
Volto a dizer aqui: pelo que fez entre 1973, ano do início de sua carreira discográfica na EMI-Odeon, e 1983 (porque, depois, a meu ver, sua música perderia um pouco do peso, da ironia e do amargor que a faziam tão sensacionais, ficando brejeira, bem-humorada demais - já em 1982, no disco "Caminhos do Coração", ele deixara de lado as músicas longas e mordazes para fazer coisas como "O que é, o que é", canção de que não gosto, mesmo reconhecendo que é o seu carro-chefe -, além de ter, digamos, se despreocupado da própria obra para resgatar a imagem do seu pai, o Velho Lua), Gonzaguinha garante lugar no panteão dos grandes da MPB.
E não é só responsabilidade dele, não. É obra também da maravilhosa simbiose que existia entre ele e os músicos. Tanto com o "Modo Livre" que também acompanhava Ivan Lins - Gilson Peranzzetta, João Cortez, Ricardo Pontes e Fred Barbosa -, como com o conjunto capitaneado por Jotinha Moraes (com Pascoal Meirelles, Paulo Maranhão, Ary Piassarollo e Fredera - este último, dos mais criativos guitarristas que a MPB já viu, desde os tempos de Som Imaginário. Está na minha "banda dos sonhos").
Ah, termino com uma coincidência: quando o "Luizinho do São Carlos" gravou a sua "Redescobrir", em 1981 (disco "Coisa Mais Maior de Grande - Pessoa"), quem foi o arranjador da faixa? O mesmo Cesar Camargo Mariano que arranjou a versão de Elis que fechava disco e show "Saudade do Brasil"...
Felipe dos Santos Souza
COMO AS COISAS MUDAM NÃO É MESMO? A MÍDIA QUE DESPREZAVA, HOJE DIVULGA!!
GONZAGUINHA É UM DOS COMPOSITORES QUE SERÁ SEMPRE ATEMPORAL, SUAS CANÇÕES SÃO UM ETERNO EDITAL DOS DIAS ATUAIS!!!
'Chapeau', Mauro. É isso mesmo.
Redescobrir Gonzaguinha nos tempos atuais ajudará a moçadinha a conhecer um dos mais talentosos e polêmicos artistas e que mexeu nas feridas de um tempo sombrio.
Não gostar de "O que é, o que é" é o cúmulo da amargura.
"E foi, foi, foi... Foi bom e pra sempre será.."
A obra de Gonzaguinha é muito "PT".
Sua obra inteira caberia num compacto duplo! E olhe lá!
Emblemático? Que horror! Como alguém ainda agüenta ouvir essa mala? Esse tema de abertura de "Duas Caras" é de uma pobreza atroz (bom, combina com favela, hahaha). "O Que é o Que é" é insuportável, cheia de lugares comuns (letra e música). Só Zizi Possi mesmo pra salvar essa mediocridade. E pra quem não se lembra, esse tema de abertura de "Ciranda de Pedra" é um auto-plágio. Ele já tinha feito essa música. Wanderléa gravou: chamava-se "Eu Apenas Queria..." Ele só mudou a letra e o andamento. Repare bem...
Comentários taxativos e impertinentes destas figuras anônimas (que, aliás, está na cara de que são da mesma pessoa)que simplificam uma obra complexa e rica como a do Gonzaguinha a partir de uma música que não lhe agrada e procura julgar toda sua obra. Aliás, "O que é, o que é" é de fato uma bela canção! Gonzaguinha criou história na música brasileira e, sendo filho de quem é, nunca ficou à sombra do pai. Soube captar com talento e ironia as mazelas sociais deste país e de seu tempo (isto é ser PT?).
Quanto ao "auto-plágio", nunca vi sandice maior. Serão "O que foi feito de Vera" e "O que foi feito deverá" de Milton e Brant auto-plágio de "Vera Cruz"? Ou "Caxangá", dos mesmos autores, auto-plágio de "Escravos de Jó"? etc. Convenhamos, vamos obedecer a critérios mais justos antes de tecer julgamentos tão desrespeitosos a um artista que muito ofereceu ao Brasil e merece ter sua memória preservada.
Eu aodro a obra do Gonzaguinha mas achei a escolha de "Redescbrir" meio fora do contexto a atual...o samba gravado por Alcione traz frescor por nao ter sido um hit...ja "redescobriri" traz mais a Elis pro ceanrio do que ele mesmo pois ela acabou assinando tbem a autoria com usa versao fortissima.
Existemtantas outras composicoes lindas e desconhecidas dele...achei preguica..alias... colcoar Elis em trilhas de novelas eh uma forcacao de barra...tanta cantora viva e otimas!
Sobre esse negócio do "auto-plágio", para dar uma pimenta à discussão, trago duas declarações de músicos que tocaram com Gonzaguinha, Jota Moraes e Pascoal Meirelles.
O baterista disse: "Ele 'plagiava' ele mesmo muitas e muitas vezes. O que é normal a todo compositor... ele descobre uma linha melódica que gosta e compõe três, quatro músicas em cima dessa linha..."
Já Jotinha disse: "Às vezes ele fazia, por exemplo - como todo compositor - um 'Explode Coração'. E o 'Explode Coração' tinha seis 'filhotes', ele fazia mais quatro ou cinco músicas naquele estilo...e às vezes nem ele gravava..."
Felipe dos Santos Souza
Como disse um sábio crítico de música carioca, "a única coisa que não recomendo em Luiz Gonzaga é filho". Quem nasceu pra gonzaguinha nunca chegaria mesmo a ser GONZAGÃO. Aliás, o que ele mais queria ser era Chico Buarque, coitado...
Ah, então agora ele é o guardião da democracia? Que lindo!!! Isso pra mim tem outro nome: demagogia, pra vender disco. E o pior é que agora ainda tem o filho pra prolongar a agonia dessa herança...
Como a obra de gonzaguinha, ser anônimo ou dalton não faz diferença. Ninguém se conhece aqui mesmo... Hahaha.
Palavras, palavras, palavras/ Eu já não agüento mais... Conhecem esses versos na voz de Nana Caymmi? E "De Volta ao Começo"? Isto sim, vale a pena. Concordo com o colega "Anônimo" sobre essa questão. O público que gosta dessas coisas popularescas, como esse pavoroso tema de "Duas Caras", certamente desconhece o Gonzaguinha bom, que vai de 1973 a 1979. Depois que ele passou a ser mais conformista/romântico (pós-"Explode Coração") ficou um chato de sambinhas e bolerinhos.
tai..."de volta ao comeco" mostra um Gonzaguinha dos melhores..linda a letra e gravacoes lindas de Nana e de Gal...esta sim poderia ser ultilizada pois nao foi sucesso de radio de nenhuma das duas..ai sm, traria sabor de novidade...
XO , Elis!!!
"Por um segundo" com Nana Caymmi é das mais belos momentos da MPB.
Xo,Elis!!!(2)
Gonzaguinha é um dos maiores compositores brasileiros e ótimo violonista!
Além de ser filho do rei do baião!
Mereceu homenagem-caricatura minha...
Viva Gonzaguinha!
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