17 de maio de 2008

Duas novelas propagam a obra de Gonzaguinha

Gonzaguinha (1945 - 1991) está no ar. Literalmente. Duas das três novelas exibidas atualmente pela Rede Globo - Ciranda de Pedra e Duas Caras - propagam músicas do compositor em suas aberturas. Coincidentemente, ambos os belos temas são de 1980. O samba E Vamos à Luta - ouvido em Duas Caras no registro do próprio autor - deu título ao LP lançado por Alcione em 1980, mesmo ano em que Elis Regina (1945 - 1982) registrou em estúdio seu show Saudade do Brasil, cujo roteiro incluía Redescobrir, a música rebobinada diariamente na tal abertura de Ciranda de Pedra na voz imortal da Pimentinha.
A revalorização da obra de Gonzaguinha é mais do que justa. Primeiro, por conta do alto valor dessa obra. Segundo, porque o compositor sempre foi odiado por parcela expressiva de críticos por conta de suas opiniões firmes que, volta e meia, batiam de frente com o sistema. Gonzaguinha nunca bateu continência para a mídia e, por isso mesmo, é emblemático que essa mesma mídia esteja revalorizando sua obra. Gonzaguinha merece tal exposição.

20 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Viva Gonzaguinha!!! Aliás, viva essa família inteira, não?
Abraços!

17 de maio de 2008 às 13:46  
Anonymous Anônimo said...

Me comovi com seu texto. Tem toda razão, é emblemático isso, e merecido.

17 de maio de 2008 às 13:55  
Anonymous Anônimo said...

Volto a dizer aqui: pelo que fez entre 1973, ano do início de sua carreira discográfica na EMI-Odeon, e 1983 (porque, depois, a meu ver, sua música perderia um pouco do peso, da ironia e do amargor que a faziam tão sensacionais, ficando brejeira, bem-humorada demais - já em 1982, no disco "Caminhos do Coração", ele deixara de lado as músicas longas e mordazes para fazer coisas como "O que é, o que é", canção de que não gosto, mesmo reconhecendo que é o seu carro-chefe -, além de ter, digamos, se despreocupado da própria obra para resgatar a imagem do seu pai, o Velho Lua), Gonzaguinha garante lugar no panteão dos grandes da MPB.

E não é só responsabilidade dele, não. É obra também da maravilhosa simbiose que existia entre ele e os músicos. Tanto com o "Modo Livre" que também acompanhava Ivan Lins - Gilson Peranzzetta, João Cortez, Ricardo Pontes e Fred Barbosa -, como com o conjunto capitaneado por Jotinha Moraes (com Pascoal Meirelles, Paulo Maranhão, Ary Piassarollo e Fredera - este último, dos mais criativos guitarristas que a MPB já viu, desde os tempos de Som Imaginário. Está na minha "banda dos sonhos").

Ah, termino com uma coincidência: quando o "Luizinho do São Carlos" gravou a sua "Redescobrir", em 1981 (disco "Coisa Mais Maior de Grande - Pessoa"), quem foi o arranjador da faixa? O mesmo Cesar Camargo Mariano que arranjou a versão de Elis que fechava disco e show "Saudade do Brasil"...

Felipe dos Santos Souza

17 de maio de 2008 às 19:21  
Anonymous Anônimo said...

COMO AS COISAS MUDAM NÃO É MESMO? A MÍDIA QUE DESPREZAVA, HOJE DIVULGA!!
GONZAGUINHA É UM DOS COMPOSITORES QUE SERÁ SEMPRE ATEMPORAL, SUAS CANÇÕES SÃO UM ETERNO EDITAL DOS DIAS ATUAIS!!!

17 de maio de 2008 às 19:56  
Anonymous Anônimo said...

'Chapeau', Mauro. É isso mesmo.

17 de maio de 2008 às 21:01  
Anonymous Anônimo said...

Redescobrir Gonzaguinha nos tempos atuais ajudará a moçadinha a conhecer um dos mais talentosos e polêmicos artistas e que mexeu nas feridas de um tempo sombrio.

18 de maio de 2008 às 11:49  
Anonymous Anônimo said...

Não gostar de "O que é, o que é" é o cúmulo da amargura.

18 de maio de 2008 às 15:07  
Anonymous Anônimo said...

"E foi, foi, foi... Foi bom e pra sempre será.."

19 de maio de 2008 às 16:53  
Anonymous Anônimo said...

A obra de Gonzaguinha é muito "PT".

Sua obra inteira caberia num compacto duplo! E olhe lá!

19 de maio de 2008 às 19:29  
Anonymous Anônimo said...

Emblemático? Que horror! Como alguém ainda agüenta ouvir essa mala? Esse tema de abertura de "Duas Caras" é de uma pobreza atroz (bom, combina com favela, hahaha). "O Que é o Que é" é insuportável, cheia de lugares comuns (letra e música). Só Zizi Possi mesmo pra salvar essa mediocridade. E pra quem não se lembra, esse tema de abertura de "Ciranda de Pedra" é um auto-plágio. Ele já tinha feito essa música. Wanderléa gravou: chamava-se "Eu Apenas Queria..." Ele só mudou a letra e o andamento. Repare bem...

19 de maio de 2008 às 20:46  
Anonymous Anônimo said...

Comentários taxativos e impertinentes destas figuras anônimas (que, aliás, está na cara de que são da mesma pessoa)que simplificam uma obra complexa e rica como a do Gonzaguinha a partir de uma música que não lhe agrada e procura julgar toda sua obra. Aliás, "O que é, o que é" é de fato uma bela canção! Gonzaguinha criou história na música brasileira e, sendo filho de quem é, nunca ficou à sombra do pai. Soube captar com talento e ironia as mazelas sociais deste país e de seu tempo (isto é ser PT?).

Quanto ao "auto-plágio", nunca vi sandice maior. Serão "O que foi feito de Vera" e "O que foi feito deverá" de Milton e Brant auto-plágio de "Vera Cruz"? Ou "Caxangá", dos mesmos autores, auto-plágio de "Escravos de Jó"? etc. Convenhamos, vamos obedecer a critérios mais justos antes de tecer julgamentos tão desrespeitosos a um artista que muito ofereceu ao Brasil e merece ter sua memória preservada.

20 de maio de 2008 às 08:27  
Anonymous Anônimo said...

Eu aodro a obra do Gonzaguinha mas achei a escolha de "Redescbrir" meio fora do contexto a atual...o samba gravado por Alcione traz frescor por nao ter sido um hit...ja "redescobriri" traz mais a Elis pro ceanrio do que ele mesmo pois ela acabou assinando tbem a autoria com usa versao fortissima.
Existemtantas outras composicoes lindas e desconhecidas dele...achei preguica..alias... colcoar Elis em trilhas de novelas eh uma forcacao de barra...tanta cantora viva e otimas!

20 de maio de 2008 às 09:29  
Anonymous Anônimo said...

Sobre esse negócio do "auto-plágio", para dar uma pimenta à discussão, trago duas declarações de músicos que tocaram com Gonzaguinha, Jota Moraes e Pascoal Meirelles.

O baterista disse: "Ele 'plagiava' ele mesmo muitas e muitas vezes. O que é normal a todo compositor... ele descobre uma linha melódica que gosta e compõe três, quatro músicas em cima dessa linha..."

Já Jotinha disse: "Às vezes ele fazia, por exemplo - como todo compositor - um 'Explode Coração'. E o 'Explode Coração' tinha seis 'filhotes', ele fazia mais quatro ou cinco músicas naquele estilo...e às vezes nem ele gravava..."

Felipe dos Santos Souza

20 de maio de 2008 às 14:07  
Anonymous Anônimo said...

Como disse um sábio crítico de música carioca, "a única coisa que não recomendo em Luiz Gonzaga é filho". Quem nasceu pra gonzaguinha nunca chegaria mesmo a ser GONZAGÃO. Aliás, o que ele mais queria ser era Chico Buarque, coitado...

20 de maio de 2008 às 16:10  
Anonymous Anônimo said...

Ah, então agora ele é o guardião da democracia? Que lindo!!! Isso pra mim tem outro nome: demagogia, pra vender disco. E o pior é que agora ainda tem o filho pra prolongar a agonia dessa herança...

20 de maio de 2008 às 16:14  
Anonymous Anônimo said...

Como a obra de gonzaguinha, ser anônimo ou dalton não faz diferença. Ninguém se conhece aqui mesmo... Hahaha.

20 de maio de 2008 às 16:20  
Anonymous Anônimo said...

Palavras, palavras, palavras/ Eu já não agüento mais... Conhecem esses versos na voz de Nana Caymmi? E "De Volta ao Começo"? Isto sim, vale a pena. Concordo com o colega "Anônimo" sobre essa questão. O público que gosta dessas coisas popularescas, como esse pavoroso tema de "Duas Caras", certamente desconhece o Gonzaguinha bom, que vai de 1973 a 1979. Depois que ele passou a ser mais conformista/romântico (pós-"Explode Coração") ficou um chato de sambinhas e bolerinhos.

20 de maio de 2008 às 16:29  
Anonymous Anônimo said...

tai..."de volta ao comeco" mostra um Gonzaguinha dos melhores..linda a letra e gravacoes lindas de Nana e de Gal...esta sim poderia ser ultilizada pois nao foi sucesso de radio de nenhuma das duas..ai sm, traria sabor de novidade...

XO , Elis!!!

20 de maio de 2008 às 17:35  
Anonymous Anônimo said...

"Por um segundo" com Nana Caymmi é das mais belos momentos da MPB.

Xo,Elis!!!(2)

21 de maio de 2008 às 09:18  
Blogger Bira said...

Gonzaguinha é um dos maiores compositores brasileiros e ótimo violonista!
Além de ser filho do rei do baião!
Mereceu homenagem-caricatura minha...
Viva Gonzaguinha!

21 de janeiro de 2009 às 10:47  

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