26 de maio de 2008

Discografia de Salmaso retrocede com Nem 1 Ai

Resenha de CD
Título: Nem 1 Ai
Artista: Mônica Salmaso
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * *

Nem 1 Ai é o sexto álbum de Mônica Salmaso. Mas não se trata da seqüência de Noites de Gala, Samba na Rua, o magistral CD de 2007 em que a cantora abordou a obra de Chico Buarque. A rigor, Nem 1 Ai é disco de 2000, gravado em 8 e 9 de abril daquele ano em duas sessões de estúdio que registraram e ampliaram o repertório do show inédito que Salmaso e um quinteto - formado por André Mehmari (piano e teclados), Nailor Proveta (sax e clarinete), Rodolfo Stroeter (baixo acústico), Toninho Ferragutti (acordeom) e Tutty Moreno (bateria) - haviam criado em São Paulo (SP) para apresentar na edição de 2000 do bom festival Heineken Concerts - a convite do produtor Toy Lima.
Como o show, as duas sessões gravadas no Estúdio Mosh (SP) permaneceram inéditas em disco. Tampouco seu repertório foi retrabalhado pela cantora em álbuns ou apresentações futuras. A questão é que Salmaso não reedita em Nem 1 Ai o tom sedutor das interpretações ouvidas em discos como Voadeira (1999), Iaiá (2004) e o supra-citado tributo ao cancioneiro de Chico Buarque. A afinidade da cantora com os músicos é total, evidenciando uma das maiores qualidades da intérprete, dona de rara musicalidade que a faz integrar sua voz aos instrumentos com precisão. Contudo, Nem 1 Ai é retrocesso em sua discografia porque, talvez pelo tom descompromissado da gravação, sua voz não atinja o céu como em outros registros. É como se fosse um disco de músicos para músicos. Tem lá seus bons momentos - em especial, o samba Minha Palhoça (J. Cascata), Derradeira Primavera (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e a venezuelana Tonada del Cabrestero (Simón Diaz) - sem que, de fato, arrebate. Às vezes, por conta de uma sonoridade demasiadamente etérea como a que impregna o samba Mora na Filosofia (Monsueto Menezes e Arnaldo Passos). Outras vezes porque Salmaso não parece mostrar todas suas possibilidades vocais quando entoa Esconjuros (Guinga e Aldir Blanc), Lenda do Abaeté (Dorival Caymmi), Joana Francesa (Chico Buarque) e Saudades dos Aviões da Panair (Conversando num Bar), o tema de Milton Nascimento e Fernando Brant. Como se trata de uma das grandes cantoras da atualidade, já digna de figurar no primeiro time de vozes nacionais, paira uma decepção ao longo das 11 faixas de Nem 1 Ai. A rigor, o valor deste disco pautado por fina interação entre o quinteto (ou sexteto, já que Salmaso se porta como integrante do grupo) é mais documental. Ainda assim, sua edição é bem-vinda...

27 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Mauro, quero ouvir e espero discordar de você. Sempre achei Salmaso genial!

26 de maio de 2008 às 11:09  
Anonymous Anônimo said...

Amo Monica Salmaso, não conheço esse disco, mas pela sua própria resenha, achei pesadas as palavras "retroceder" e "decepção"...pelo que você descreveu, Mauro, é apenas diferente.

Glauber 97

26 de maio de 2008 às 12:11  
Anonymous Anônimo said...

Monica Sem Sal maso nunca me seduziu!

26 de maio de 2008 às 13:18  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, se não fosse por qualquer outro motivo, este disco mereceria destaque pela simples reunião de cinco (ou seis) dos maiores músicos brasileiros em muito tempo: Stroeter, Mehmari, Proveta, Ferraguti, Moreno e Salmaso. Um maior que o outro!

Talvez o 'retrocesso' resida no fato de que Mônica ainda não tinha aparecido para a grande mídia em 2000 e se comporta no álbum exatamente como mais um músico. Qual seria o defeito disso? Sua voz é a mesma, impressionante como sempre... sinceramente, não entendi. É um disco grandioso (como os 'Afro-Sambas' com o Bellinati tb é) e muito mais ousado que a leitura protocolar do repertório do Chico Buarque. Daqui a pouco vão querer que a Mônica viva de gravar songbook... ai que sono!

26 de maio de 2008 às 13:31  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, o supra citado discod e Monica baseado na obra de Chico foi uma decepcao pra mim..disco chato, interpretacoes chatas, tom sempre tao aristocratico...detestei..muito fraco...que ela eh uma grande musicista/cantora ela e, que escolhe um repertorio instigante, escolhe...mas que continua sem tempero...continua...pra mim o melhor trabalho dela ainda eh o Voadeira...a capa uma das mais lindas...ela e Teresa Cristina teem o mesmo problema...tudo muito suntuoso e operistico e pouca naturalidade. Preocupacao demasiada em ser chic o tempo todo e agradar a critica.

26 de maio de 2008 às 14:00  
Anonymous Anônimo said...

O povo do blog gosta de enaltecer o que na verdade não tem nada demais para ser enaltecido. Fraca, fraca.

26 de maio de 2008 às 14:02  
Anonymous Anônimo said...

Venha de quando vier,qualquer disco da Salmaso será sempre benvindo.Normal que não agrade a todos,nem que seja para um grande público, mas que bom que agrade a muitos.No último show classudo que ela fez no Sesc, ficou muita gente de fora e que não arredou o pé somente para poder ouvir o seu canto que é supimpa.

26 de maio de 2008 às 15:08  
Anonymous Anônimo said...

Gente,

Pra quem acha que o Mauro pegou pesado, vocês não leram a resenha de 20/05/2008 do crítico Marco Antônio Barbosa do Jornal do Brasil, cujo título transcrevo abaixo:

"MÔNICA SALMASO: Ela mira na sofisticação e acerta em cheio na chatice.

A INTÉRPRETE ­ Disco foi gravado em 2000 e ficou inédito até agora.

Feras instrumentais não salvam CD soporífero da cantora"

O restante da resenha segue por aí...

Não ouvi esse disco, mas o Mauro pelo menos foi bem educado...

abração,
Denilson

26 de maio de 2008 às 16:19  
Anonymous Anônimo said...

Mauro,

Se você permitir, esqueci de colocar o link para a resenha do Jornal do Brasil.

http://jbonline.terra.com.br/editorias/cultura/papel/2008/05/20/cultura20080520005.html

abração,
Denilson

26 de maio de 2008 às 16:26  
Anonymous Anônimo said...

Mônica é mesmo a melhor cantora da 'nova geração'. O disco com "Noites de Gala, samba na rua" também não me seduziu, mas a passagem do show homônimo por Fortaleza, foi sem dúvidas uma das maiores apresentações que o Teatro José de Alencar acolheu em toda sua história. Unânime em críticas positivas a Mônica e ao Pau Brasil. E pelo que tenho acompanhado no Orkut, tem sido assim em todas as capitais.

26 de maio de 2008 às 17:17  
Anonymous Anônimo said...

Ouvi o disco e achei maravilhoso! O repertório é excelente, como sempre em se tratando de Salmaso. Músicos de alta qualidade e a interpretação de Mônica é irrepreensível. Discordo do crítico Marco Antônio Barbosa, assim como discordo da crítica de Mauro. ouçam "Saudades dos Aviões da Panair", "Cair da Tarde", etc. Aliás ouçam todo o CD e tirem as próprias conclusões. Pura emoção!

César

26 de maio de 2008 às 20:42  
Anonymous Anônimo said...

Não gosto da Salmaso,canta todas as faixas no mesmo tom,nunca consegui ouvir um disco dela inteiro,na segunda faixa já durmo.

26 de maio de 2008 às 21:18  
Anonymous Anônimo said...

Eu gosto do tipo de música feita pela Mônica Salmaso, parece música instrumental com voz, uma coisa que mexe com a cabeça e o coração por intermédio da estética. Uma perfeição calorosa, um distanciamento aconchegante.

Mas o que me chama atenção aqui é o repertório. Que coisa genial juntar Derradeira Primavera, Esconjuros, Lenda do Abaeté, Joana Francesa e Saudades dos Aviões da Panair num disco só. A primeira vez que o meu queixo caiu ouvindo música foi com Saudades dos Aviões...

26 de maio de 2008 às 22:16  
Anonymous Anônimo said...

luc,

eu concordo contigo que a Mônica Salmaso é uma cantora que tem seu estilo próprio, coisa rara entre as cantoras-clone que pululam na música brasileira atual.

Mas eu preferia ouvi-la cantando outro repertório, privilegiando músicas inéditas.

De qualquer forma, vou procurar ouvir o cd, para poder ter uma opinião mais consistente.

abração,
Denilson

27 de maio de 2008 às 08:48  
Anonymous Anônimo said...

Não gosto da Salmaso,canta todas as faixas no mesmo tom,nunca consegui ouvir um disco dela inteiro,na segunda faixa já durmo. (2)

27 de maio de 2008 às 09:06  
Anonymous Anônimo said...

Com todo o respeito, mas comparar Mônica Salmaso com Teresa Cristina é atestado de ignorância musical. Além do timbre personalíssimo (volumoso, cheio), Mônica é mais afinada e tem melhor emissão e maior amplitude. Aliás, do ponto de vista técnico, nenhuma outra cantora da MPB atual conta com atributos semelhantes. O repertório não-original e a pouca versatilidade das interpretações podem não agradar a todos, mas negar que se trata, no mínimo, de uma grande voz é burrice.

Larissa

28 de maio de 2008 às 00:22  
Anonymous Anônimo said...

Não gosto da Salmaso,canta todas as faixas no mesmo tom,nunca consegui ouvir um disco dela inteiro,na segunda faixa já durmo. (3)

28 de maio de 2008 às 01:37  
Anonymous Anônimo said...

Não gosto da Salmaso,canta todas as faixas no mesmo tom,nunca consegui ouvir um disco dela inteiro,na segunda faixa já durmo. (4)

28 de maio de 2008 às 08:59  
Blogger Flávia C. said...

Bom sono para vocês!
Mas deixem o som ligado que eu vou continuar ouvindo a Mônica até o fim do disco.

28 de maio de 2008 às 10:04  
Anonymous Anônimo said...

Mauro algumas pessoas aqui estão sintomáticas... me refiro a anônimos que na falta de expressar opiniões próprias repetem ad infinitum o que alguém posta. Nesse caso considero que elas preferem/se contentam em ouvir também as fórmulas bem repetidas seguidas por umas e outras cantoras. A matriz e a reprodução.
Huxley, Tempos de Matrix... Certo estava o Baudrillard ao analisar a cultura de massa e dizer que "A arte quer cumplicidade do público e gozar de um status especial de culto", pior é que tem gente que se contenta em ser/ouvir + uma cópia e com o sucesso fácil.
Mônica não está nessa corrente!

28 de maio de 2008 às 10:18  
Anonymous Anônimo said...

pois bem,vou fazer uma campanha...quem tiver insônia ouça Monica Salmaso.

o indivíduo falou em fórmula repetida....o disco inteiro é a mesma fórmula querido kkk.

aff q sono....

28 de maio de 2008 às 18:16  
Anonymous Anônimo said...

Não gosto da Salmaso,canta todas as faixas no mesmo tom,nunca consegui ouvir um disco dela inteiro,na segunda faixa já durmo.(5)

tah crescendo kkkkkkk.

28 de maio de 2008 às 18:17  
Anonymous Anônimo said...

Não é qualquer uma que sabe fazer ninar!!!
Ouçam Mônica, durmam, façam o q quiserem, arte é pra ser apreciada!!!

28 de maio de 2008 às 18:36  
Anonymous Anônimo said...

Seria interessante também o relançamento do Afro-sambas.

Flávio

28 de maio de 2008 às 22:12  
Anonymous Anônimo said...

Mônica é genial, fantástica, tudo que toca com sua divina voz, vira ouro,hoje ouço pouquíssimas cantoras que conseguem cantar como ela,no palco ela é soberana, só quem ja viu um show ao vivo é capaz de fazer uma crítica coerente.Ela é um bálsamo nesta enxurrada de cantoras medíocres que infestam a tv e as pobres rádios brasileiras.Durmam, acordem, bebam, cheirem, sonhem e ouçam MÔNICA SALMASO, mas ouçam com o coração.

24 de junho de 2008 às 19:49  
Anonymous Anônimo said...

Mônica Salmaso tem sido uma suave e agradabilíssima descoberta para mim. Acho que demorei um pouco, talvez como a maioria, a aceitar (se é que seja bem assim) o seu estilo. Para mim, ela definitivamente não se enquadra nos modelos que muitas cantoras aceitam seguir para fazer sucesso e isto pode causar algum incômodo (ou sono) em muitos de nós em algum momento.

9 de outubro de 2008 às 10:05  
Blogger Unknown said...

Li seu texto e agora ouço o cd da Mônica. acho q já a vi pessoalmente. Quem sabe depois volte aqui. Gostei do seu blog.Beijos

25 de março de 2009 às 01:59  

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