Péri voa alto no 2º tempo do samba passarinho
Resenha de CD
Título: 2º Tempo
Artista: Péri
Gravadora: Baticum Discos
Cotação: * * * *
Título: 2º Tempo
Artista: Péri
Gravadora: Baticum Discos
Cotação: * * * *
Integrante do time de jovens compositores realçados por Gal Costa no bom CD Hoje, o baiano Péri já chega ao quinto álbum, ironicamente intitulado 2º Tempo por remeter ao seu disco anterior, Samba Passarinho, editado no mesmo ano de 2005 em que Gal gravou sua deliciosa música Voyeur. Pois Péri voa ainda mais alto neste trabalho em que prioriza o samba. Um samba que tem assinatura própria e bem pessoal, ainda que evoque - a exemplo de faixas como Cadê Quem (Péri / Ariston) - a batida do Recôncavo Baiano. 2º Tempo ratifica o talento de Péri.
"Andam dizendo por aí / Que eu não entendo de samba / Que eu não nasci no morro / Não conheço tamborim / Isso parece mais dor de cotovelo / De quem não me conhece / Ou não gosta de mim", alfineta Péri com segurança nos versos de Dor de Cotovelo, cantados pelo autor em dueto com a cantora Marcela Bellas. De fato, não há tamborim no CD. Mas a guitarra eletroacústica tocada pelo autor e a bateria de Serginho Rezende garantem o suingue, com o eventual auxílio da percussão de Ricardo Valverde em sambas como Segundo Tempo, no qual Péri narra a adrenalina que toma conta dos jogadores de futebol na segunda decisiva metade das partidas. Na seqüência, A Bola da Vez mantém o pique do CD.
Além de Marcela Dellas, três vozes femininas reforçam o time de convidados do álbum. Habitual intérprete de Péri, Vânia Abreu participa de O Mundo Virou. Sylvia Patricia pôs sua voz na manemolente Tem Quem Queira. Já Jussara Silveira evoca sua origem mineira - ela nasceu na fronteira de Minas Gerais com Bahia, Estado com o qual está mais identificada no país das cantoras - em Veloz, canção bucólica e melancólica que cita na letra o trem de ferro e as montanhas das Geraes. Sim, entre sambas autorais e um alheio (Três Sorrisos, parceria de Chocolate com Mário Lago, gravada por Nelson Gonçalves), Péri apresenta algumas canções na segunda metade do disco. O Amor, de Beto Pellegrino, teve direito até aos violinos de Ricardo Hers em seu belo registro. Mas é um samba, Maledicência, que encerra o álbum em Péri voa alto sobre os clichês do gênero do qual parece, sim, ter bom entendimento. Mesmo que desconheça o tamborim...
7 Comments:
deu vontade de ouvir...
Aposto que ele convidou a Gal e mais uma vez a baiana recusou participar de projetos alheios...
Oi Mauro,
Muito bacana sua crítica!
Super obrigada!
Até mais,
Joana
Como comprar o cd?
Nivaldo
"...país das cantoras". Deveria ser o nome do blog.
Para este anonimo falador:
O post nao foi sobre a Gal...esta sua suposicao eh ridicula...
Vamos ouvir e falar sobre a obra de Peri..este talentoso compositor gravado ja pela doce baiana Vania Abreu e pela timeless Gal Costa.
Valeu Mauro..otimo constatar que voce nao posta so sobre a Bethania...hahahaha...bjs!
AMEI A CAPA!!!
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