16 de abril de 2008

Moby volta para a pista da disco em 'Last Night'

Resenha de CD
Título: Last Night
Artista: Moby
Gravadora: EMI Odeon
Cotação: * * * *

Desde meados do ano passado, Moby já vinha dando pistas de que seu oitavo álbum, Last Night, seria mais direcionado para a eletrônica, sem o flerte com o rock de Hotel, o álbum de 2005 em que Moby experimentou repertório autoral que, por conta do eventual sotaque roqueiro, remetia aos seus primeiros discos, gravados antes de ele se tornar ícone da música eletrônica mundial com o lançamento de Play, sua obra-prima de 1999. Dito e feito. Em Last Night, um trabalho quase conceitual que procura reproduzir o clima de uma noite na cena dance de Nova York (EUA), o DJ reassume o primeiro plano e, apesar de o repertório ser autoral, tira o foco principal do compositor, evidenciado em Hotel - trabalho, aliás, que causou decepção em parte de seus fãs.
Como Moby também já vinha sinalizando, ele volta para a pista da disco music, cujo espírito é evocado logo na primeira faixa de Last Night, Ooh Yeah. O DJ norte-americano mistura referências de disco music e da velha escola do hip hop. O rap se faz presente em músicas como I Love to Move in Here. Embora turbinado com grooves contemporâneos, Last Night remete a uma época específica - o início dos anos 80 - em que a disco music já dava seus últimos suspiros e o rap começava a entrar em cena. Mas a disco music toca mais forte na pista de Moby. Os melhores momentos do álbum são faixas turbinadas com cordas e vocais femininos que tributam divas das discotecas como Donna Summer e Grace Jones. I'm in Love, Disco Lies e The Stars formam seqüência irresistível. E, como toda noite também tem seus momentos mais calmos, o DJ desacelera os beats em faixas como Mothers of the Night. No todo, Last Night prima por captar a efervescência da noite dance com altas doses de eletrônica - Everyday It's 1989 tenta eternizar o apogeu inicial das raves na cena estrangeira - e se impõe como um dos títulos mais inspirados da discografia de Moby. Embora não seja tão genial quanto Play.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

quem gosta de discoteca vai querer ouvir as gravações da época, acho eu

16 de abril de 2008 às 22:07  

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