Retrô 2007 - Indústria e artistas buscam saídas
2007 sai de cena como o ano em que os artistas e a própria indústria do disco buscaram e criaram soluções e caminhos alternativos para (sobre)viver diante do quadro desanimador motivado por queda contínua (e progressiva) das vendas de CDs - cerca de 20% no maior mercado mundial, o dos EUA, segundo a pesquisa divulgada em março. Essa nova realidade do mercado fonográfico exigiu das gravadoras redução de custos e de elencos para que se ajustassem ao permanente quadro de crise. Uma acertada política de redução de preço do CD até garantiu algum alento sazonal para a indústria - no segundo semestre - mas 2007 vai embora sem levar a crise...
O ano fonográfico começou sob a polêmica do envolvimento das gravadoras ditas grandes no esquema empresarial dos artistas que já abrigam sob seus (cada vez mais frágeis) tetos. Em julho, vazou no Brasil a notícia - confirmada logo depois - de que a major Sony BMG passaria a atuar sob o comando de empresa, a Day 1, criada para produzir os shows de artistas contratados pela companhia. Nomes como Paulinho da Viola e a novata Ana Cañas aderiram à tal dobradinha, sendo agenciados pelo mesmo conglomerado que edita seus discos. É opção - de certa forma - semelhante à adotada por Madonna, que anunciou oficialmente em outubro que trocou o vínculo longínqüo com a Warner Music por contrato milionário com a empresa Live Nation, que passa a gerenciar em 2009 todas os negócios que envolvem o nome de Madonna. Inclusive discos.
O momento é de transição. Em 10 de outubro, o grupo Radiohead provocou discussões mundiais ao disponibilizar seu sétimo álbum de estúdio, In Rainbows (capa acima), para download em site criado especialmente para a venda do disco. Ao determinar que o preço do download seria decidido pelo consumidor, que poderia optar até por baixar o CD de graça, o grupo questionou o valor da arte, da música e do disco em tempos de piratarias física e virtual. Três meses antes, em julho, Prince já tomara a decisão de oferecer seu novo álbum, Planet Earth, encartado em tablóide britânico.
Contudo, 2007 mostrou também que ainda é cedo para descartar as grandes gravadoras e a venda convencional de discos nas lojas. Tanto que o mesmo ousado Radiohead da rede fechou acordo com selo britânico para pôr In Rainbown nas prateleiras no início de 2008. E o nativo Lobão escondeu as garras outrora afiadas contra as multinacionais do disco e, tal qual um cordeirinho, lançou CD e DVD Acústico MTV em abril com um discurso nada convincente sobre sua adesão ao esquema que tanto criticara nos últimos anos.
Com Lobão sob suas rédeas curtas, a Sony BMG anunciou em maio a criação do CD Zero - espécie de single (ou compacto) com cinco músicas de álbum recém-lançado - e testou o novo produto com o terceiro CD de Vanessa da Mata, Sim. Enciumada com a projeção da concorrente na mídia, a Universal Music contra-atacou com o MusicPac, versão econômica de álbum cheio. Mas restringiu esta alternativa a discos já lançados há algum tempo. No todo, nenhum dos dois produtos alterou o quadro de crise generalizada. Buscar soluções e novos modelos para o comércio de música é tarefa que ainda estará na pauta da indústria fonográfica mundial em 2008...
O ano fonográfico começou sob a polêmica do envolvimento das gravadoras ditas grandes no esquema empresarial dos artistas que já abrigam sob seus (cada vez mais frágeis) tetos. Em julho, vazou no Brasil a notícia - confirmada logo depois - de que a major Sony BMG passaria a atuar sob o comando de empresa, a Day 1, criada para produzir os shows de artistas contratados pela companhia. Nomes como Paulinho da Viola e a novata Ana Cañas aderiram à tal dobradinha, sendo agenciados pelo mesmo conglomerado que edita seus discos. É opção - de certa forma - semelhante à adotada por Madonna, que anunciou oficialmente em outubro que trocou o vínculo longínqüo com a Warner Music por contrato milionário com a empresa Live Nation, que passa a gerenciar em 2009 todas os negócios que envolvem o nome de Madonna. Inclusive discos.
O momento é de transição. Em 10 de outubro, o grupo Radiohead provocou discussões mundiais ao disponibilizar seu sétimo álbum de estúdio, In Rainbows (capa acima), para download em site criado especialmente para a venda do disco. Ao determinar que o preço do download seria decidido pelo consumidor, que poderia optar até por baixar o CD de graça, o grupo questionou o valor da arte, da música e do disco em tempos de piratarias física e virtual. Três meses antes, em julho, Prince já tomara a decisão de oferecer seu novo álbum, Planet Earth, encartado em tablóide britânico.
Contudo, 2007 mostrou também que ainda é cedo para descartar as grandes gravadoras e a venda convencional de discos nas lojas. Tanto que o mesmo ousado Radiohead da rede fechou acordo com selo britânico para pôr In Rainbown nas prateleiras no início de 2008. E o nativo Lobão escondeu as garras outrora afiadas contra as multinacionais do disco e, tal qual um cordeirinho, lançou CD e DVD Acústico MTV em abril com um discurso nada convincente sobre sua adesão ao esquema que tanto criticara nos últimos anos.
Com Lobão sob suas rédeas curtas, a Sony BMG anunciou em maio a criação do CD Zero - espécie de single (ou compacto) com cinco músicas de álbum recém-lançado - e testou o novo produto com o terceiro CD de Vanessa da Mata, Sim. Enciumada com a projeção da concorrente na mídia, a Universal Music contra-atacou com o MusicPac, versão econômica de álbum cheio. Mas restringiu esta alternativa a discos já lançados há algum tempo. No todo, nenhum dos dois produtos alterou o quadro de crise generalizada. Buscar soluções e novos modelos para o comércio de música é tarefa que ainda estará na pauta da indústria fonográfica mundial em 2008...
5 Comments:
Mauro, hoje vim até aqui apenas para agradecer as informações sempre antenadas de sua página, e desejar a você e aos seus 'navegantes' um grande 2008!
Saudável e FELIZ.
Votos de PAZ!
com carinho,
maria
Para as gravadoras, a solução está visível, eles é que não querem ceder. A ÙNICA opção é baixar os preços dos Cds e DVDs. Em alguns casos chega a ser absurdo. o DVD novo do Elton john o valor mais baixo que encontrei foi de R$ 69,80 por UM DVD ???? o que é isso ? ROUBO PURO. Só vai reforçar mais a pirataria. Ahhh e um da Banda Calipso ( novo 2007 ) está R$ 16,00 Depois perguntam porque será que eles vendem tanto ? rs rs rs rs precisa responder ?
Edu - abc
O acústico do Lobão é ótimo, ninguém pode ser prisioneiro de suas palavras, tudo muda, se muda o contexto...
O grande Raul já cantava isso na clássica METAMORFOSE AMBULANTE.
Lobão continua fazendo música boa, ao contrário de seus colegas de geração.
Jose Henrique
Queria que muitos aqui no Brasil fizessem como fez o Prince na Inglaterra ...
Ok... quando o Lobão fizer música,o meu cachorro (que por acaso se chama Elvis!) também faz.
E faz melhor!
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