10 de dezembro de 2007

Cidade Negra pouco diverte na seara dos covers

Resenha de CD / DVD
Título: Diversão
Artista: Cidade Negra
Gravadora: EMI Music
Cotação: * *

No making of deste segundo registro de show consecutivo, os músicos do Cidade Negra enfatizam que este projeto de covers que marca sua estréia na gravadora EMI Music era idéia antiga. Pode até ser, mas a idéia se tornou providencial no momento em que a banda se viu sem abrigo na indústria fonográfica depois que seu contrato com a Sony BMG - a gravadora na qual o Cidade Negra estreou em 1990 e permaneceu até 2006 - não foi renovado. Mas é idéia ruim.

Após ter sido induzido a clonar o reggae aguado de Armandinho no CD e DVD anterior, Direto, o Cidade Negra pega novamente a onda errada. Em Diversão, a tarefa ingrata foi transformar em reggae 18 sucessos da MPB e do pop nacional. Munido de sopros, guitarras e numerosos efeitos de dub (que dão o tom viajante em faixas como O Tempo Não Pára e Errare Humanun Est, músicas dos repertórios de Cazuza e Jorge Ben Jor, respectivamente), o quarteto procura dar dignidade a este projeto de natureza insana.

O grupo pode ser legal e o vocalista Toni Garrido pode esbanjar carisma e presença, só que a diversão é rala. Há algumas poucas músicas que até caem bem na levada do Cidade - os casos de Lilás (Djavan), Tudo Azul (Lulu Santos) e de Me Liga (Herbert Vianna). Em contrapartida, qual a razão de regravar A Palo Seco, música tão datada e específica do universo de Belchior?! Qual a razão de regravar Inútil, um hino do Ultraje a Rigor associado a momento específico da história política nacional?! Qual a razão de regravar Minha História, a versão de Chico Buarque para Gesubambino, e com licenças poéticas na letra?! Qual a razão de transformar em reggae canção tão terna da Legião Urbana como Monte Castelo?!

Enfim, como já demonstrara em Direto, o Cidade Negra parece sem rumo. E de nada adianta expor a imagem do Leão de Judá - símbolo do reggae jamaicano - no centro do palco se a banda está cada vez mais distante de suas belas raízes. De nada adianta toda uma produção eficiente se, musicalmente, o resultado é por vezes constrangedor. Cassiano não merecia ter sua canção A Lua e Eu inserida neste repertório exótico. Da mesma forma que Clube da Esquina 2 no compasso do reggae chega a ser risível. Sim, há duas boas incursões pelo repertório de Pepeu Gomes (Meu Coração e, sobretudo, O Mal É o que Sai da Boca do Homem), mas nada apaga a má impressão de mais um trabalho equivocado do Cidade Negra. Já passa da hora de repensar a filosofia e o existência do quarteto.

12 Comments:

Anonymous Anônimo said...

o mauro persegue o cidade negra e toda a tribo do reggae. xô preconceito!

10 de dezembro de 2007 às 17:53  
Anonymous Anônimo said...

O Cidade fez uma versão simpática de 'Lilás' no songbook do Djavan.

Gostemos ou não, o reggae e seus acentos no contratempo tomaram o cenário musical.

Mas esse projeto lembra aquele da bossa do Menescal.

10 de dezembro de 2007 às 18:09  
Anonymous Anônimo said...

"O tempo não para".O grito amargo e raivoso de Cazuza na versão do Cidade Negra.A banda mais passiva do Brasil.Maior incoerência impossível!Sem falar nas outras bolas foras do disco...

10 de dezembro de 2007 às 19:14  
Blogger wendell penedo said...

Este comentário foi removido pelo autor.

10 de dezembro de 2007 às 21:54  
Anonymous Anônimo said...

Reggae é um saco. Fica naquele quéin-quéin-quéin-quéin repetitivo. Só se salva Bob Marley mesmo. Os seguidores são chatos chatos chatos chatos. O Cidade Negra é legalzinho pq faz reggae-pop, que é menos indigesto.

11 de dezembro de 2007 às 02:33  
Anonymous Anônimo said...

E desde quando o Cidade Negra toca reggae? Tocava no início da carreira! Com o Ras Bernardo, hoje em dia e depois do excelente álbum sobre todas as forças o conjunto pelo intermédio das gravadoras passou a tocar um pop muito do fuleiro. Com exceção deste álbum que citei e de O Erê o resto só tem sido decepção atrás de decepção (A Estrada é muito boa, mas só salvou ela no cd). O último dvd eu comprei e me arrependi, simplesmente horrível, um som de péssima qualidade. Este novo eu também não comprarei (a não ser quando preço chegar a R$ 19,90). Toni Garrido é um excelente cantor mas o grupo está perdido há anos "na estrada". Nem todos os artistas SABEM conduzir a suas carreiras, nem todos tem verdade naquilo que fazem! Por isso que eu gosto de cantoras e cantores que perdem o viço e o frescor da voz, mas não perdem a cabeça a troco de p nenhuma.

11 de dezembro de 2007 às 08:23  
Anonymous Anônimo said...

O Cidade se perdeu mesmo. Depois de Sobre Todas as Forças, eles começaram a perder as forças e a se perder do reagge.
Algumas musicas citadas na resenha realmente não dá nem para imaginar... Fica para a próxima.

11 de dezembro de 2007 às 10:49  
Anonymous Anônimo said...

Vcs deviam deixar um pouco o pré-conceito de lado e dar uma conferida no disco. "Meu coração", do Pepeu, até que ficou bem legal...

11 de dezembro de 2007 às 15:19  
Anonymous Anônimo said...

cidade negra é,e sempre será o cidade negra,até cantanto reggae em japones

27 de fevereiro de 2008 às 17:06  
Anonymous Anônimo said...

o cidade negra p/ mim e a melhor banda do pais, seja cantando reggae ou qualquer outro estilo, os caras são f. mesmo, sem contar o toni que tem uma voz belissima

3 de maio de 2008 às 11:40  
Anonymous Anônimo said...

KKKKKKKKKKKKKKK, fala sério...todas as músicas ficaram perfeita, principalmente Palo seco e A lua e eu...kkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

6 de fevereiro de 2009 às 00:46  
Blogger Unknown said...

Critica totalmente equivocada, a melhor banda de REGGAE do país fez um trabalho magestral, baixo e bateria inconfundíveis, características do Cidade, músicas belíssimas e com o swing do reggae ficaram muito mais aceitáveis, tive oportunidade de ouvir Belchior, que nunca tinha escutado, relembrar Pepeu e ter a certeza que ainda existem músicos de verdade no Brasil, não esse merda de Restart, NX-Zero e outras porcarias fonográficas que as gravadoras nos empurram goela a baixo. Excelente disco, parabéns Cidade Negra, Bino, Da Gama, Lazão e Toni!!!

7 de janeiro de 2011 às 15:36  

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