Olivia se arrisca como compositora no 10º disco
Resenha de CD
Título: Olivia Byington
Artista: Olivia Byington
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * 1/2
Cantora de estilo operístico e voz extensa, Olivia Byington se arrisca como compositora em seu 10º disco, urdido com repertório autoral - e inédito em sua quase totalidade. O ponto de partida foi seu encontro no Rio de Janeiro, em 2005, com o poeta português Tiago Torres da Silva, parceiro da artista em nove das 12 músicas do CD, editado em Portugal em 2006 e ora relançado no Brasil pela Biscoito Fino.
Não se trata de um álbum com sotaque lusitano. Ao contrário, os versos de Tiago embutem diversas referências ao Brasil - algumas expostas já nos títulos de faixas como Areias do Leblon e o samba Eu Nunca Fui à Bahia. Sim, Olivia surpreende ao incursionar pelos sambas. Na Ponta dos Pés conta com a participação de Seu Jorge, que improvisa um rap no fim. Mãe Quelé - tributo a Clementina de Jesus (1901 - 1989) - conta com o auxílio luxuoso da voz de Maria Bethânia, citada na letra em que - entre outras imagens - Quelé é descrita como uma "Negra Bethânia". Sopros adornam este samba.
Os ótimos arranjadores Leandro Braga e Pedro Jóia embalam com sofisticação e suavidade o repertório autoral de Olivia. A questão é que nenhuma composição da safra com o poeta português roça a beleza melódica de Clarão, feita pela artista com o saudoso poeta Cacaso (1944 - 1987) - nos tempos em que Olivia era compositora bissexta - e regravada no CD com elegante arranjo de Pedro Jóia. Contudo, vale destacar Sapatilhas de Ponta, música de atmosfera teatral, gravada com coro. É a faixa que encerra o arriscado disco autoral da artista. E, na Arte, às vezes vale a pena correr riscos do que ficar pisando com segurança em terrenos já bem explorados...
Título: Olivia Byington
Artista: Olivia Byington
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * 1/2
Cantora de estilo operístico e voz extensa, Olivia Byington se arrisca como compositora em seu 10º disco, urdido com repertório autoral - e inédito em sua quase totalidade. O ponto de partida foi seu encontro no Rio de Janeiro, em 2005, com o poeta português Tiago Torres da Silva, parceiro da artista em nove das 12 músicas do CD, editado em Portugal em 2006 e ora relançado no Brasil pela Biscoito Fino.
Não se trata de um álbum com sotaque lusitano. Ao contrário, os versos de Tiago embutem diversas referências ao Brasil - algumas expostas já nos títulos de faixas como Areias do Leblon e o samba Eu Nunca Fui à Bahia. Sim, Olivia surpreende ao incursionar pelos sambas. Na Ponta dos Pés conta com a participação de Seu Jorge, que improvisa um rap no fim. Mãe Quelé - tributo a Clementina de Jesus (1901 - 1989) - conta com o auxílio luxuoso da voz de Maria Bethânia, citada na letra em que - entre outras imagens - Quelé é descrita como uma "Negra Bethânia". Sopros adornam este samba.
Os ótimos arranjadores Leandro Braga e Pedro Jóia embalam com sofisticação e suavidade o repertório autoral de Olivia. A questão é que nenhuma composição da safra com o poeta português roça a beleza melódica de Clarão, feita pela artista com o saudoso poeta Cacaso (1944 - 1987) - nos tempos em que Olivia era compositora bissexta - e regravada no CD com elegante arranjo de Pedro Jóia. Contudo, vale destacar Sapatilhas de Ponta, música de atmosfera teatral, gravada com coro. É a faixa que encerra o arriscado disco autoral da artista. E, na Arte, às vezes vale a pena correr riscos do que ficar pisando com segurança em terrenos já bem explorados...
10 Comments:
Uau, Bethânia, Clementina e Olívia, vou já, já comprar o CD.
Ótima notícia, Mauro. Valeu.
Fernando - Rio de Janeiro
Olívia é ótima. Podia fazer algum projeto mais popular de vez em quando. OLHA A LUA E MELODIA SENTIMENTAL não tem pra mais ninguém. ´São dela as melhores interpretações.
Uau, a Bethânia está virando a Zélia Duncan da Biscoito Fino. Parece que não há produto da BF sem o aval, sem a voz, sem alguma interferência da baiana.
Já tinha dito isso aqui antes . Maria Bethânia quer tirar o posto de Zélia Duncan. Não sei como não vai estar no dvd da Rita Ribeiro ...
Como assim "Olívia surpreende ao incursionar pelos sambas"? Desde sempre ela canta - muito bem - sambas. Já gravou Uva de Caminhão, de Assis Valente (em um de seus primeiros discos solo, Anjo Vadio, 1980), músicas de Cartola (duas somente no disco que gravou em 1989 com o pianista João Carlos Assis Brasil), sem contar o magistral tributo que fez a Aracy de Almeida em 1997, o CD "A Dama do Encantado", um dos melhores discos de samba que conheço, com clássicos da MPB imortalizados pela velha Araca, agora arranjados por Maurício Carrilho e tocado pelas priníciais feras do samba e do choro cariocas (Luciana Rabello, Pedro Amorim, etc.).
Mauro, ganhei esse cd (veio de fora) há alguns meses e é bem bacana. É verdade que nenhuma composição é tão forte quanto "Clarão", mas as músicas têm uma qualidade que me surpreende. Gostei principalmente de "Até Lisboa" e do dueto com Seu Jorge (a música é ótima).
Mas Olívia não chega a surpreender compondo sambas - lembra que ela gravou "Uva de caminhão" no segundo disco, e que dedicou um trabalho inteiro à Aracy de Almeida (por sinal excelente)?
Olivia gravou poucos discos, mas o interessante é que cada um é diferente - "corra o risco" era progressivo, "identidad" foi gravado em cuba, "encontro" era erudito, "música" registrava o rock brasil, e por aí vai. Não surpreende que ela agora lance este só de composições suas, pois é uma artista interessante que sempre se arrisca, invariavelmente.
Olivia Byington deve dar trabalho aos arranjadores. Tornar interessante uma música interpretada por ela é um milagre. Byington é um pé no saco.
Sarapatel
Acho a voz desta jovem senhora muito especial.
Alia, o cd dedicado à Aracy de Almeida é daqueles que se a gente o tem,não troca, não vende e não dá.De tão bom que é.
Mauro, não ouvi ainda o cd exceto "Mãe Quelé" lindamente gravada com Maria Bethânia e "Areias do Leblon", mas confesso que duvido ultimamente das suas cotações, por essas duas o disco da Olivia merecia mais estrelas e até conhecendo a obra dela tenho quase certeza que está bom. Minhas dúividas quanto à sua apreciação vem dofato de vc dar 4 estrelas ao disco da Paula Toller que é apenas mediano e dizer que 'Tribalistas' é uma obra-prima é forçar a barra, MENOS MAURO, MENOS! BEEEM MENOS!
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