18 de maio de 2007

Björk volta com som étnico, 'sujo' e emocional

Resenha de CD
Título: Volta
Artista: Björk
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * *

Em Volta, Björk não retorna exatamente ao início de sua discografia, quando fazia som dançante, mais voltado para as pistas. Mas, sim, trata-se de um disco menos experimental do que o anterior Medúlla (2004), trabalho radical em que a artista islandesa testou os limites da voz humana como instrumento. Se há ranços vanguardistas em temas como Pneumonia e Vertebrae by Vertebrae, há também ótima música turbinada para as pistas, Earth Entruders, uma das duas faixas produzidas por Timbaland, mago do hip hop dos Estados Unidos. A outra, Innocence, não soa tão sedutora, ainda que sua batida fuja dos clichês do som dance.

Volta não é o que se pode chamar de um disco palatável. Exige numerosas audições para que se perceba a beleza entranhada em camadas de sons e silêncios que - num primeiro momento - soam mesmo estranhos. Mas é estranheza marcada por alta intensidade emocional. Seja no longo dueto de Björk com o cantor americano Antony Hegarty em The Full Flame of Desire, cuja letra é tradução de poema do russo Fedor Tyutchev (1803 - 1873). Seja em Hope, cujo tema é o terrorismo (Björk escreveu os versos inspirada pelo drama real da palestina grávida que perdeu a vida em ato suicida).

Toda a intensidade emocional do coeso disco aparece envolta em atmosfera suja. A produção buscou um som quase de garagem que consegue se harmonizar com o caráter étnico de um trabalho que agrega músicos africanos e chineses. Enfim, é um disco de Björk e, como tal, traz certa carga de exotismo já inerente ao som sempre inventivo da cantora e compositora islandesa. E as tribos a que Volta se destina saberão entender seus códigos e sua linguagem...

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

essa mulher é um porre!!!!!!!!!

18 de maio de 2007 às 11:13  
Anonymous Anônimo said...

Esse disco,como todos os que ela já lançou,é maravilhoso.Fiquei decepcionado no começo pois achei que seria mas dançante.Depois do choque,pude ouvir e me encantar.Os duetos com o Antony Hegarty são muito legais.Innocence tem um letra muito boa e é super dançante.Earth intruders é uma porrada!E Declare Independence mostra a Bjork caindo na new rave com muita personalidade-não por acaso foi a música escolhida pro bis no coachella-a catarse coletiva.

18 de maio de 2007 às 14:52  
Anonymous Anônimo said...

Se tivesse nascido e morando no Brasil,já estaria pobre,morta de fome ou teleguiada por algum produtor tupiniquim,fazendo regravações de regravações regravadas.Mas como não teve essa "sorte"...É pop,rica,famosa mesmo sendo original e esquisita.Gosto dela!

18 de maio de 2007 às 15:40  

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