O pequeno mundo psicodélico de Ronnie em CD
Resenha de CDs
Títulos: Ronnie Von, Ronnie Von e A Máquina Voadora
Artista: Ronnie Von
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *
Ronnie Von passou para a história do pop nativo como o príncipe idealizado para (tentar) destronar Roberto Carlos do posto de Rei da Jovem Guarda. A bem da verdade, ele foi mesmo moldado para ser o rival do líder das velhas tardes dominicais. Tentou o reinado como ídolo da juventude em programas de TV como O Pequeno Mundo de Ronnie Von. Só que, em 1968, com o fim da Jovem Guarda, Ronnie Von parecia acabado enquanto seu rival Roberto Carlos mergulhava no soul e gravava seus melhores discos. O que ninguém supôs é que o príncipe fosse fugir do castelo para fazer a viagem psicodélica da época. Ronnie Von (capa à esquerda), o disco de 1969, flagra o cantor em plena onda lisérgica. É a grande curiosidade da coleção editada este mês pela Universal Music, que ainda traz para o CD os títulos Ronnie Von (1966, capa à direita) e A Máquina Voadora (1970, capa ao centro), até então raros.
A trilogia seria perfeita se a gravadora tivesse trocado o Ronnie Von de 1966 – álbum ruim dominado por versões açucaradas do repertório dos Beatles – pelo esquecido A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre contra o Império de Nuncamais, disco de 1969. Ainda assim, as reedições são muito bem-vindas. A Máquina Voadora decola pela faixa-título e por alguns toques de rock progressivo. Mas é o Ronnie Von de 1969 – o que trouxe Silvia: 20 Horas, Domingo, música hoje cultuada pela cena indie – o título mais homogêneo e legal do pacote. "Do que eu canto hoje / Você não quer saber / Pensa que o que eu digo / Não tem razão de ser / Mas em muito breve / Você vai se lembrar / Do que eu cantei hoje / E então vai concordar", previu Ronnie em versos da música Meu Novo Cantar, a faixa que abria este ousado disco do príncipe.
A viagem seria curta. Em 1973, Ronnie já estava na onda afro que lhe rendeu o hit Cavaleiro de Aruanda (hoje rebobinado por Rita Ribeiro no show Tecnomacumba). Em 1977, já de volta à seara sentimental, ele até emplacava a canção Tranquei a Vida nas AMs mais populares. Só que, em que pesem o repertório e a produção irregulares, estes discos ora reeditados forçam reavaliação de sua discografia. O príncipe teve seus dias de rei na pós-Jovem Guarda.
Títulos: Ronnie Von, Ronnie Von e A Máquina Voadora
Artista: Ronnie Von
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *
Ronnie Von passou para a história do pop nativo como o príncipe idealizado para (tentar) destronar Roberto Carlos do posto de Rei da Jovem Guarda. A bem da verdade, ele foi mesmo moldado para ser o rival do líder das velhas tardes dominicais. Tentou o reinado como ídolo da juventude em programas de TV como O Pequeno Mundo de Ronnie Von. Só que, em 1968, com o fim da Jovem Guarda, Ronnie Von parecia acabado enquanto seu rival Roberto Carlos mergulhava no soul e gravava seus melhores discos. O que ninguém supôs é que o príncipe fosse fugir do castelo para fazer a viagem psicodélica da época. Ronnie Von (capa à esquerda), o disco de 1969, flagra o cantor em plena onda lisérgica. É a grande curiosidade da coleção editada este mês pela Universal Music, que ainda traz para o CD os títulos Ronnie Von (1966, capa à direita) e A Máquina Voadora (1970, capa ao centro), até então raros.
A trilogia seria perfeita se a gravadora tivesse trocado o Ronnie Von de 1966 – álbum ruim dominado por versões açucaradas do repertório dos Beatles – pelo esquecido A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre contra o Império de Nuncamais, disco de 1969. Ainda assim, as reedições são muito bem-vindas. A Máquina Voadora decola pela faixa-título e por alguns toques de rock progressivo. Mas é o Ronnie Von de 1969 – o que trouxe Silvia: 20 Horas, Domingo, música hoje cultuada pela cena indie – o título mais homogêneo e legal do pacote. "Do que eu canto hoje / Você não quer saber / Pensa que o que eu digo / Não tem razão de ser / Mas em muito breve / Você vai se lembrar / Do que eu cantei hoje / E então vai concordar", previu Ronnie em versos da música Meu Novo Cantar, a faixa que abria este ousado disco do príncipe.
A viagem seria curta. Em 1973, Ronnie já estava na onda afro que lhe rendeu o hit Cavaleiro de Aruanda (hoje rebobinado por Rita Ribeiro no show Tecnomacumba). Em 1977, já de volta à seara sentimental, ele até emplacava a canção Tranquei a Vida nas AMs mais populares. Só que, em que pesem o repertório e a produção irregulares, estes discos ora reeditados forçam reavaliação de sua discografia. O príncipe teve seus dias de rei na pós-Jovem Guarda.
10 Comments:
mais bonito que o roberto, ele era.
Esses discos do Ronnie Von estão bem "famosos", nunca ouvi.
Vou dá uma sacada.
Jose Henrique
Ronnie continua elegante e bonito com sua pinta de garotão bem nascido. Contudo, não canta NADA, absolutamente NADA. Creio que até o próprio - um connaisseur - concorda comigo. Não foi à toa que o Pequeno Príncipe levou seu pedegree para outras searas onde pudesse se dar melhor. Fez bem. Virou comerciante.
Apaixonado pelo meio artístico, hoje Ronnie manda bem num programinha careta - mas limpinho -de onde acena, delicado, para suas 'bonitinhas' e 'bonitões'.
Creédu.
Pôôôôxa Mauro, só me lembrava de "Cachoeira".
OS DISCOS SÃO HORRENDOS. ELE COMO CANTOR É UM EXCELENTE APRESENTADOR.
Tem um bom artigo no Estadão de hoje sobre o assunto. Intitula-se a 'Vingança Psicodélica de Ronnie Von'.
Realmente Ronnie como cantor é uma furada total. Quando era moleque ele cantava na TV a canção Tranquei a Vida. Eu e meu pai morríamos de rir de sua performance (???).
Agora, essas fotos destes cds são bem bonitinhas, não?! bilú-bilú.
Mauro,
Não é em um destes CDs que ele canta uma música do Caetano chamada "Só Pra Chatear", com participação do próprio Caê(então no auge do Tropicalismo)?
Comprei o "Máquina Voadora" e, de fato, é muito bom. Há ecos de Beatles, coisas pré-indie rock, tem letras difusas... Muito interessante mesmo!
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