Alcione e Emílio recordam o balanço da noite
Resenha de show
Título: Duo 40 Anos - Alcione e Emílio Santiago
Artista: Alcione e Emílio Santiago
Local: Canecão (RJ)
Data: 30 de março de 2007
Cotação: * * *
Em cartaz até 1º de abril de 2007
Diplomados nas boates e bares da vida noturna carioca da década de 70, Alcione e Emílio Santiago celebraram seu início de carreira e a amizade duradoura no primeiro encontro promovido no palco do Canecão pelo projeto Duo 40 Anos, que comemora as quatro décadas da casa de show mais tradicional do Rio de Janeiro. Já no primeiro número feito em duo, o samba sincopado Devagar com a Louça, os cantores exibiram - entrosados - todo o balanço e o jogo de cintura necessários para tentar a sorte como crooner na noite.
Com sua voz afinada e aveludada, que o credencia como um dos maiores cantores do Brasil, Emílio não se deixou apagar em cena pelo carisma da Marrom, que diverte o público com suas tiradas espontâneas. Eles tiram sarro um do outro e, quando unem vozes, o resultado é harmonioso. O set mais surpreendente é aquele em que, sentados numa sala de estar improvisada ao centro do palco, Alcione e Emílio enfileiram músicas em inglês, francês, espanhol e em italiano. Ele arrasa com interpretação de Misty que arranca merecidos entusiásticos aplausos. Ela exibe um italiano até bem desenvolto quanto entoa Grande Grande Grande, hit da cantora Mina que - conta a Marrom no show - teve o privilégio de ouvir em primeira mão na noite carioca. Já em pé, a dupla reedita sua categoria em números como Violão Vadio, Copacabana e Rio. 10!
No fim do show, há reverência a Djavan - colega que ralou na noite do Rio na mesma época - com um medley de sambas urdidos com o suingue personalíssimo do compositor alagoano (Capim, Flor de Lis, Fato Consumado etc.). O encontro somente não foi perfeito porque há gordura nos textos (não havia a necessidade de saudar a presença na pláteia de atores do terceiro escalão) e porque, nos números solos, impera um tom meio populista. Ainda que Alcione tenha tirado do baú bons temas de seu repertório inicial (Faca de Ponta, Pode Esperar, Rio Antigo) e que Emílio, aquarelas à parte, tenha dado um banho de suingue em Bananeira, de João Donato. A dupla se garante em cena graças ao molejo aprimorado na noite. Tanto que deu para relevar a padronização insossa dos arranjos...
Título: Duo 40 Anos - Alcione e Emílio Santiago
Artista: Alcione e Emílio Santiago
Local: Canecão (RJ)
Data: 30 de março de 2007
Cotação: * * *
Em cartaz até 1º de abril de 2007
Diplomados nas boates e bares da vida noturna carioca da década de 70, Alcione e Emílio Santiago celebraram seu início de carreira e a amizade duradoura no primeiro encontro promovido no palco do Canecão pelo projeto Duo 40 Anos, que comemora as quatro décadas da casa de show mais tradicional do Rio de Janeiro. Já no primeiro número feito em duo, o samba sincopado Devagar com a Louça, os cantores exibiram - entrosados - todo o balanço e o jogo de cintura necessários para tentar a sorte como crooner na noite.
Com sua voz afinada e aveludada, que o credencia como um dos maiores cantores do Brasil, Emílio não se deixou apagar em cena pelo carisma da Marrom, que diverte o público com suas tiradas espontâneas. Eles tiram sarro um do outro e, quando unem vozes, o resultado é harmonioso. O set mais surpreendente é aquele em que, sentados numa sala de estar improvisada ao centro do palco, Alcione e Emílio enfileiram músicas em inglês, francês, espanhol e em italiano. Ele arrasa com interpretação de Misty que arranca merecidos entusiásticos aplausos. Ela exibe um italiano até bem desenvolto quanto entoa Grande Grande Grande, hit da cantora Mina que - conta a Marrom no show - teve o privilégio de ouvir em primeira mão na noite carioca. Já em pé, a dupla reedita sua categoria em números como Violão Vadio, Copacabana e Rio. 10!
No fim do show, há reverência a Djavan - colega que ralou na noite do Rio na mesma época - com um medley de sambas urdidos com o suingue personalíssimo do compositor alagoano (Capim, Flor de Lis, Fato Consumado etc.). O encontro somente não foi perfeito porque há gordura nos textos (não havia a necessidade de saudar a presença na pláteia de atores do terceiro escalão) e porque, nos números solos, impera um tom meio populista. Ainda que Alcione tenha tirado do baú bons temas de seu repertório inicial (Faca de Ponta, Pode Esperar, Rio Antigo) e que Emílio, aquarelas à parte, tenha dado um banho de suingue em Bananeira, de João Donato. A dupla se garante em cena graças ao molejo aprimorado na noite. Tanto que deu para relevar a padronização insossa dos arranjos...
33 Comments:
esse show devia ser gravado em dvd. lançam tanto dvd igual que uma coisa diferente como essa tinha que sair também.
Esse eu queria ter visto.
Fala aí, 'Devagar com a Louça' é muito bom, né não?
Tenho uma amiga que, ao referir-se a pessoas sem talento, diz 'papai do céu não quis'.
No caso de Emilio Santiago e Alcione, papai do céu QUIS.
A voz de Alcione é boa, mas o repertório, deixa para lá, afinal artista também tem que comer...
Não entendi Emilio, "aquarelas a parte", rapaz outro dia conversava com um amigo que queria saber sobre a história da MPB dos últimos trinta anos e eu disse ele que um bom começo seria ouvir as sete aquarela do emílio, acho que a série se presta a esse registro...
Lá tem desde Roberto Carlos a Tom Jobim é bem eclético o repertório...
Será que as gravadoras loucas por dinheiro perderiam a chance de gravar para DVD, acho que não...
Um encontro inusitado de lindas vozes, por muito menos a Biscoito Fino gravaria...
Vocês tem razão. Aliás tem um dvd chamado Concertos MPBR, patrocinado pela Petrobrás de encontros e é muito bom. Gostaria de saber porque não lançam outros volumes. Este dvd tem de Bethânia com Erasmo e Wanderléia, passando por Alcione, Dona Ivone, Elton Medeiros e Zé Renato, Nana e Emílio a Frejat e Rô Rô.
E no Canecão já rolou tantos encontros bons de projetos como loucos por música. Poderiam estrategicamente repensar no formato.
E a Marrom com o Emílio já se embrenharam muito bem nas músicas do Djavan (que eu também adoro, cadê o cd dele Mauro?), no projeto Casa de Samba 2, cantando Flor de Lis. Excelentes por sinal.
E só para registrar que a música Capim, eu prefiro o duo de Seu Jorge com a minha querida cantora (preciso citar? rsrs) no cd do Augusto Martins. Show também! Um abraço galera,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
nada contra as aquarelas do emilio . maldade do mauro .
Vai sair em DVD ??? Demorou
Edu abc
O Djavan é um dos melhores compositores de samba.
Eu não ia comentar nada, mas não resisto a uma tentação.
Papai do céu quis foi nos atormentar, criando esses dois.
Jose Henrique
Boa voz não é suficiente e nem dá personalidade musical a ninguém. Alcione disperdiça seu talento de boa sambista com um repertório irregular e popularesco. E Emílio nunca acertou. Mauro se espanta do "tom meio populista". Ora bolas, essa é a opção musical da dupla em questão. É, papai do céu estava de mau humor....
Ouvi muito quando criança Emilio e Alcione porquê curiosamente são os cantores preferidos do meu pai . Duas grandes vozes com um repertório que (nem sempre) me agrada .
Ainda não ouvi com Emilio Santiago 'Nunca Mais ' de Arnaldo , João Donato e Marisa Monte que ele regravou recentemente . Mesmo sendo fã de Marisa assumo que não curti com ela e Donato . Pena que não entrou no show ...
'Saigon 'é bom tanto com Emilio como com Beth Carvalho . A mesma curiosidade é a releitura de 'Flor de Lis ', hino de Djavan ( que anda sumido ) com Beth Carvalho , gravada pela madrinha em 1997 . Quero ouvir ! pois Beth é boa nas regravações , vide : Samba do Avião e Maxixe da Zeferina .
Luc ? Concordo . Djavan é um dos melhores .
ALCIONE E EMILIO, OS DOIS MELHORES DO BRASIL.
As pessoas tem que perder a mania de querer obrigar a Alcione cantar só samba; ela deixou bem claro que não tem nenhum interesse em cantar somente samba. Como diz o disco de 1995, Alcione, profissão cantora.
Mauro me fez lembrar bons tempos de Alcione no começo da carreira, com as músicas citadas. Ainda gosto da Marrom mas suas 'baladas românticas' me torram a paciência. As Aquarelas do Emílio tb nada acrescentaram a ele como artista. Ok, bom registro da MPB mas o transformaram num mero crooner quando já devia ser visto como um grande cantor. (qualquer bom crooner da noite poderia fazer o mesmo trabalho - nada personalizado)
Em sua fase pré-aquarelas há a gravação de uma canção 'Amor de Lua', que é um deslumbramento. Pena que não saiu em CD nem mesmo nas inúmeras coletâneas que lançam por aí.
Dois bons cantores engolidos pela ditadura do sistema.
Alcione, servil às exigências das gravadoras, desperdiçou seu talento e uma voz maravilhosa em canções realmente de quinta (salvo poucas excessões), e Emilio sequer chegou a desenhar sua grife pois colocou desde sempre sua bela voz a serviço do soprar do vento.
Resultado: permaneceram (um pouco mais, um pouco menos) na mídia sem, contudo, desfrutar do prestígio e da respeitabilidade que apenas os artistas que se mantêm na vertical conseguem auferir.
Se eu soubesse que ela cantaria Faca de ponta, teria me deslocado de SP para o show.
Indie, pelo amor de Deus, transforme este show em DVD.
Adoro as baladas da Marrom, ninguém canta romântico como ela.
Alcione, simpática como ela só, irreverente, debochada, faz um arroz de cuxá como poucas. Pra não falar num camarão frito no azeite e no alho, flambado com whisky ao final. Para quem não sabe, o melhor camarão do país é o de São Luis. Dizem os entendidos que é por conta da vazante da maré, a maior do litoral brasileiro.
Emílio, boa praça, vaidoso ao extremo, se cozinha bem não sei.
Os dois em cena pode ser mesmo um bom programa. Ambos tem ginga, suingue e vozes abençoadas. Concordo com o depoimento de Lia e do 7.39 de 1 de abril.
Não importa. A dupla faz um feijãozinho com arroz bem bolado e se o repertório não ajudar, a Marrom dá conta do recado só no sapatinho.
Só para registrar Diogo que a Beth foi a primeira a gravar Saigon, no lp de 88: Alma do Brasil. O Emílio gravou depois e a música estourou com ele. Um abraço,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Como sambista, Alcione é impecável, romântica ela é imbatível.
Gostava do Emilio, até assistir um show dele - quase dormi. Ele é totalmente apatico e sem carisma nenhum. A voz é muito bonita, mas não tem credibilidade.
Beth Carvalho se sai bem apenas cantando samba, Saigon ficou terrível com ela,e francamente várias regravações que eu ouvi, Juízo Final, por exemplo ela simplesmente estragou. Se sair do sambão de buteco, Beth não é nada.
Respeito a opinião do anônimo, mas eu gosto. E a Beth interpreta como nenhuma outra sambas dolentes. Recomendo ouvir Tendência (do cd/lp Na Fonte de 81), Além da Razão (Alma do Brasil de 88), Saudades da Guanabara (90), Meu Guri, as inúmeras gravações de As Rosas não falam e O mundo é um moinho.
Ou então escute Nome Sagrado-BC canta Nélson Cavaquinho ou BC canta Cartola (projeto que deu muito certo de compilação do jornalista Rodrigo Faour). Nunca é tarde meu irmão para se render a RAINHA do SAMBA!
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
O SWOL FOI UMA DAS COISAS MAIS LINDAS Q EU JÁ VI.
VALEU A PENA SAIR DE SAMPA PARA VER.
PARÁBENS SOLANGE PELA DIREÇÃO,ALCIONE E EMILIO MISTURA MAIS Q PERFEITA,DEUS ABENÇOE A MPB.
Marcelo meu camarada , eu sabia que Beth tinha gravado primeiro . Tim Maia e Sandra de Sá também se sairam bem gravando Saigon .
Apesar das críticas de anônimos reafirmo que considero Beth Carvalho boa de regravações ( sambas ou não ). Escutem Samba do Avião , Maxixe da Zeferina , Chega de Saudade , Meu guri , O que é o que é ? ...
Li que ela deseja fazer um 'Beth Carvalho na Bossa Nova ' . Nada contra mas queria 'Beth Carvalho canta os sambas de Chico Buarque 'e que fizesse dueto com Marisa Monte e Alcione .
" ... e quando é uma Beth Carvalho, identifico uma artista de verdade que merece respeito , muito respeito ... lamentável isso tudo . " disse Jay Vaquer sobre o barraco entre a diretoria da Mangueira e a preferida do Marcelo(DF)
Que faz Beth Carvalho neste post?
Alcione tem ginga, e Emílio, como disse alguém aí em cima, não passa de um crooner competente (a despeito de sua bela voz). Cantando em dupla, creio que o moço faça uma boa escada pra Alcione vociferar.
Marcelo, quanto a questão Mangueira, foi monstruoso o que fizeram com a Beth, mas devo concordar com o anônimo das 8:04,pois tirando as músicas do Cartola, principalmente As rosas não falam, Beth só se sai bem no samba, como cantora é bem fraquinha; gosto dela também, mas infelizmente deixa a desejar.
Pedro Henrique
Já que citaram As Rosas Não Falam, adoro com o Emilio e a Beth, mas a gravação que mais me emocionou foi aquela de Altemar Dutra com Alcione, simplesmente diferente.
Beth com Alcione, é ruim hein!?
Diogo,
Este é um dueto que gostaria muito de ver também, Beth com Marisa Monte. Aliás sonho um dia ver um cd de samba só com as duas, cantando os sambas das Velhas Guardas da Portela e da Mangueira. Beth é madrinha da Velha Guarda da Mangueira e Marisa Monte "amadrinhou afetivamente" a Velha Guarda da Portela (visto que a mesma era amadrinhada pela inesquecível Clara Nunes). Um abraço,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF
Pedro respeito a sua opinião. Você deve ser um grande cara, pois muitos neste blog só escrevem no anonimato. Parabéns pela atitude, mas eu discordo. Um abraço e tente fazer uma força pois a Beth, na minha humilde opinião figura entre as maiores da MPB. Fazer o quê, sou fã.
Antes de atirarem pedra, só para ratificar que a MADRINHA DA VELHA GUARDA DA PORTELA É A CLARA NUNES. Senão o povo daqui me atira pedras.
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Vocês querem acabar com a Beth . Um dueto dela com Alcione ou com Marisa Monte ? O que faria Beth pra sua voz aparecer ? Hihi
Só não gostei do novo visual da Alcione, este cabelinho não combinou com ela, apesar de estar super na moda.
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