30 de março de 2007

Carly impõe personalidade em álbum de 'covers'

Resenha de CD
Título: Into White
Artista: Carly Simon
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *

Into White já é o segundo CD consecutivo em que Carly Simon deixa de fazer pulsar a veia autoral - especialmente inspirada nos anos 70 e 80 - para regravar músicas alheias. Na voz ainda em forma da artista, porém, nada parece banal. Com o título emprestado da canção lançada por Cat Stevens na sua obra-prima Tea for the Tillerman (1970), Into White supera o anterior Moonlight Serenade (2005) e nunca soa como um mero disco de covers. Efeito certamente da produção sensível da artista. Sem apelar para a fórmula (desgastada) dos arranjos orquestrais, Carly concebeu um álbum de sonoridade delicada que irmana músicas extraídas dos repertórios de Harry Belafonte (Jamaica Farewell), Beatles (Blackbird), Everly Brothers (o medley que une Devoted to You e All I Have to Do Is Dream) e de seu ex-marido James Taylor (You Can Close your Eyes - regravada afetivamente com os filhos do ex-casal, Ben e Sally Taylor). Sem falar em já folks tradicionais como Oh! Susanna (lindo na leitura de Carly) e Scarborough Fair (música popularizada nos anos 60 pela dupla Simon & Garfunkel). Por incrível que pareça, somente a recriação do brasileríssimo hit Manhã de Carnaval destoa da elegância do álbum. Sem dominar o português, a cantora lança mão de vocalises insossos para entoar a parceria de Luiz Bonfá e Antonio Maria, celebrizada no mundo todo na trilha do filme Orfeu Negro (1959). É bem verdade que Over the Rainbow já está tão batida que nem Carly consegue criar algo novo em cima do clássico lançado por Judy Garland. Mas são detalhes que nem tiram a beleza do personalíssimo Into White...

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

é difícil cantar música brasileira. nem uma grande cantora americana encara o repertório de uma nana, de uma bethânia, de uma gal

30 de março de 2007 às 09:01  
Anonymous Anônimo said...

Nossa Mauro, eu achei o cd muito chato, monótono mesmo!!! E olha q eu adoro a Carly!

30 de março de 2007 às 09:49  
Anonymous Anônimo said...

Vou aproveitar a deixa do Mauro para dizer que, salvo raríssimas exceções, acho chatíssimo arranjos orquestrais em músicas populares. Quase sempre soam grandiloqüentes (over, diriam os mudernos) e em descompasso com o espírito da música.

30 de março de 2007 às 16:14  

Postar um comentário

<< Home